NOTA TÉCNICA CONJUNTA CEVS E IPB-LACEN/RS Nº 01/2011 NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DE “BACTÉRIA MULTIRRESISTENTE: BACTÉRIA PORTADORA DE GENE KPC” NO RIO GRANDE DO SUL Fevereiro de 2011 O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) da Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul foi notificado da ocorrência de bactérias produtoras da enzima KPC no município de Porto Alegre, no ano de 2010. Trata-se de amostras obtidas de três pacientes, nos meses de maio, julho e agosto, contendo respectivamente as seguintes bactérias portadoras de gene KPC: E. cloacae, E. coli, K. ozaenae. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), na Nota Técnica 01/2010, destaca que o número de casos de enterobactérias resistentes aos carabapenêmicos tem crescido em vários centros brasileiros. A KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) é uma enzima que inativa a ação de todos os antibióticos beta-lactâmicos, entre os quais os carbapenêmicos. Todo caso confirmado de infecção ou colonização por bactéria produtora de enzima KPC deve ser notificado ao CEVS/SES-RS através do formulário em anexo e encontrado na página eletrônica www.saude.rs.gov.br > CEVS > Vigilância em Saúde Alerta > Informe Técnico 01/2007 – Controle de Bactérias Multirresistentes, e enviado ao endereço de e-mail [email protected]. No interesse da vigilância dos microorganismos multirresistentes, recomendamos que seja realizado o rastreamento de enterobactérias com resistência aos carbapenêmicos no Rio Grande do Sul (cultura de vigilância). O rastreamento deve ser feito nos Hospitais que possuem de Unidade de Tratamento Intensivo. Estas instituições devem obter amostras por swab retal dos pacientes procedentes de qualquer estabelecimento hospitalar, no Estado, país ou exterior, e que apresentem os seguintes fatores de risco para infecção por bactérias KPC nos últimos seis meses: internação em Unidade de Tratamento Intensivo e uso de antibióticos de amplo espectro. A medida supracitada foi discutida e será acompanhada pela Comissão Estadual de Controle de Infecções Relacionadas à Saúde (CECIRAS), conforme a Portaria 494/2010 da Secretaria Estadual de Saúde/RS. Todas as amostras clínicas e/ou culturas de vigilância que apresentarem resistência aos carbapenêmicos, conforme a Nota Técnica Nº 01/2010 da ANVISA, deverão ser encaminhados ao Laboratório de Referência Estadual (IPBLACEN), juntamente com a solicitação devidamente preenchida. A ficha de solicitação deste exame - Cultura de Cepas Multirresistentes segue em anexo e encontra-se disponível na página eletrônica da SES/RS: www.saude.rs.gov.br > CEVS > Novas requisições para solicitações de exames ao IPB-Lacen/RS > Requisições Bacteriologia > Cultura de Cepas Multirresistentes, O protocolo estabelecido pela ANVISA e seguido pelo IPB-LACEN/RS, para cultura de vigilância, é: 1. Amostra: Swab retal ou fezes; 2. Meio de transporte: Cary-Blair; 3. Adicionar um disco de Meropenem(10 ug) em tubo contendo 5 ml de caldo TSB; 4. Introduzir o swab no caldo, homogeneizar, retirar e descartá-lo; 5. Incubar a cultura (caldo TSB) por 16-18 h a 35ºC; 6. Homogeneizar e repicar, por esgotamento, a suspensão em uma placa de Agar MacConkey. Aplicar sobre a superficie do ágar um disco de Imipenem(10ug) e outro de Meropenem(10ug); 7. Incubar a placa por 16-18h a 35ºC; 8. Havendo crescimento, selecionar a colônia mais próxima de um dos discos; 9. A colônia selecionada deve ser identificada bioquimicamente e testada por disco difusão conforme os seguintes critérios: Antimicrobiano Imipenem Sensível >ou= 23 mm Intermediário 20-22 mm Resistente < ou= 19 mm Meropenem >ou= 23 mm 20-22 mm < ou= 19 mm Ertapenem >ou=25mm 22-24 mm < ou= 21 mm 10. A cultura deve ser reportada da seguinte forma “Positivo para enterobactéria resistente a carbapenêmicos” (possível produtora de KPC) e encaminhada imediatamente ao IPB-LACEN/RS que promoverá a confirmação molecular; 11. As cepas (isolados bacterianos) devem ser transportadas à temperatura ambiente em meio de cultura adequado para preservação do microorganismo (Agar Nutriente). O IPB-LACEN/RS não receberá amostras “in natura” para processamento; 12. O transporte de amostra deve ser realizado em caixa térmica fechada e o envio ao laboratório não deve exceder o período de 24 a 48 horas; 13. O transporte das amostras ao IPB-LACEN/RS pode ser realizado pelo próprio serviço de saúde ou seguindo a rotina de encaminhamento das Secretarias Municipais de Saúde. RECOMENDAÇÕES • Se houver dificuldade em obter, da história clínica dos pacientes, os dados sobre o uso prévio de antimicrobianos que podem ser fator de risco para infecção por microorganismos produtores da enzima KPC, o outro fator citado - internação em UTI - deve ser considerado suficiente para a inclusão no rastreamento; • Pacientes com suspeita de colonização/infecção por bactérias resistentes a carbapenêmicos devem ser mantidos preferencialmente em isolamento, e medidas de precaução de contato devem ser reforçadas; • A Comissão de Controle e Infecção Hospitalar de cada instituição, assim como as Comissões Municipais de Controle de Infecção, de acordo com o perfil epidemiológico da instituição e da localidade poderão optar por uma vigilância mais abrangente do que a proposta neste documento; • Os estabelecimentos hospitalares / laboratoriais que possuem a tecnologia para a confirmação molecular de bactéria KPC poderão fazê-la, além de notificar o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e enviar a cepa ao IPB-LACEN/RS; • O resultado do exame microbiológico positivo para enterobactéria resistente a carbapenêmicos deve ser imediatamente comunicado à CCIH da Instituição, visando à implementação de medidas de controle. CONTATOS VIGILÂNCIA SANITÁRIA/CEVS: 51 3901-1135 e 3901-1112 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA/CEVS: 51 3901-1168 e 3901-1157 e-mail: [email protected] IPB-LACEN/RS: 51 3288-4030 e-mail: [email protected] REFERÊNCIAS 1. CDC / Healthcare Infection Control Practice Advisory Committee (HICPAC): Management of multidrug-resistant organisms in healthcare settings, 2006, disponível http://www.cdc.gov/ncidod/dhqp/pdf/ar/mdroGuideline2006.pdf em 2. Nordmann P, Cuzon G, Naas T. The real threat of Klebsiella pneumoniae carbapenemase-producing bacteria. Lancet Infect Dis 2009;9:228-36. 3. Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria Estadual da Saúde, Comissão Estadual de Controle de Infecções relacionadas à Assistência à Saúde – CECIRAS, Portaria 494/2010, 27 de agosto de 2010. 4. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Medidas para identificação, prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde por microrganismos multirresistentes, Nota Técnica 01/2010, 25 de outubro de 2010. CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE - CEVS FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES Ficha Simplificada DADOS DA INSTITUIÇÃO DE OCORRÊNCIA DO EVENTO Nome da Instituição: Endereço: Telefone: DADOS DO PACIENTE Nome do Paciente: Data de Nascimento: ____ / ____ / ____ Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Nº do Registro Hospitalar: Data da Internação: Unidade Internação: Doenças de Base: Procedimentos de Risco anteriores a coleta positiva: IDENTIFICAÇÃO DO MICROROGANISMO MULTIRRESISTENTE Material coletado: Data de coleta: Unidade de internação quando da coleta do material: Gênero/Espécie: Resistente aos seguintes antibióticos: Colonização ( Caso isolado ( ) Infecção Hospitalar ( ) ) Faz parte de surto ( ) Identificação do Notificador: Data da Notificação: Telefone para contato: Data da Notificação: Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul Instituto de Pesquisas Biológicas contato: LaboratórioTelefone Central depara Saúde Pública – IPB/LACEN/RS Av.Ipiranga, 5.400 – Bairro Jardim Botânico – Porto Alegre/RS CEP 90610-000 – Fone/fax:+ 51 3288.40.00 e-mail: [email protected] Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial – GAL REQUISIÇÃO DE EXAMES – CULTURA DE CEPAS MULTIRRESISTENTES 1. Nº Requisição: 2. Unidade de Saúde: * 3. Nº CNES: * 4. Município de atendimento: 5. UF: 6. Código IBGE: * 7. Responsável pela solicitação: * Telefone: * e-mail: * 8. Registro profissional / matrícula: * 9. Assinatura: * 10. Data solicitação: 11. Data primeiros sintomas: 12. Caso: ( ) 1- Suspeito 2- Comunicante 3- Acompanhamento 9- Ignorado 13. Tratamento ( ) Quantidade ( ) 1- Dia 2- Semana 3- Mês 4- Ano 9- Ignorado 14. Etapa de tratamento: ( ) 1- Pré-tratamento 2- Tratamento 3- Retratamento 4- Avaliação de Resistência 9- Ignorado 15. Paciente tomou vacina? ( ) 1- Sim 2- Não 16. Data da última dose: 9- Ignorado DADOS DO PACIENTE 17. Nome do paciente: * 18. Data 19. Idade: * ( ) 20. Sexo: * ( ) 21. Idade gestacional: ( ) nascimento: * M- Masculino 1- 1º Trim. 2- 2º Trim. 3- 3º Trim. 1- Hora 2- Dia F- Feminino 4- Idade gestacional ignorada 3- Mês 4- Ano I- Ignorado 5- Não 6- Não se aplica 9. Ignorado 22. Nome da mãe: 23. Documento 1 : ( ) 24. Documento 2 : ( ) 1- RG 2- CPF 3- CNH 4- CNS 1- RG 2- CPF 3- CNH 4- CNS Nº: Nº: 25. Endereço: Logradouro (Rua, Avenida...) 26. Número: 27. Complemento: 28. Ponto de referência: 30. Município de residência: * 32. UF: 33. CEP: 35. Zona: ( ) 1- Urbana 2- Rural 3- Perurbana 9- Ignorado 29. Bairro: 31. Código IBGE: * 34. DDD / Telefone: 36. País (se residir fora do Brasil): * AMOSTRA / EXAME 37. Exame solicitado: ( ) cultura ( ) PCR 38. Material enviado: ( ) Isolado bacteriano 39. Amostra: * ( ) única Tipo de amostra: ( ) Urina ( )Sangue ( ) Líq. Biológico ( ) Secreções 40. Data da coleta: * Data de envio ao IPB/LACEN: 41. Paciente originário de outro hospital? ( ) Sim ( ) Não Paciente em UTI? ( ) Sim ( ) Não Paciente em uso de ventilação mecânica? ( ) Sim ( ) Não Paciente em uso de cateter central ( ) Sim ( ) Não Paciente em uso de sonda vesical de demora ( ) Sim ( ) Não Qual germe isolado? Descreva o perfil de resistência SINAN 42. Agravo / doença: * 43. CID 10: * 44. Nº notif. SINAN: * 45. Data solicitação: * 46. Unidade de saúde notificante: * 48. Município de notificação: * Campo de preenchimento obrigatório 47. CNES: * 49. UF: 50. Cód. IBGE: * Revisão 01