Allan Rocha de Freitas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
ALLAN ROCHA DE FREITAS
FORMAÇÃO DE MUDAS E DESENVOLVIMENTO DE MARACUJAZEIRO
EM SOLOS TRATADOS COM LODO DE ESGOTO E DIFERENTES
NÍVEIS DE SOMBREAMENTO
ALEGRE-ES
FEVEREIRO - 2013
ALLAN ROCHA DE FREITAS
FORMAÇÃO DE MUDAS E DESENVOLVIMENTO DE MARACUJAZEIRO
EM SOLOS TRATADOS COM LODO DE ESGOTO E DIFERENTES
NÍVEIS DE SOMBREAMENTO
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Produção Vegetal do Centro de
Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito
Santo, como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Produção Vegetal, linha de pesquisa em
Biotecnologia e Ecofisiologia do Desenvolvimento de
Plantas.
Orientador: Prof. D.Sc. José Carlos Lopes
Co-orientador: Prof. D.Sc. Rodrigo Sobreira Alexandre
Co-orientadora: Prof. D.Sc. Tatiana Tavares Carrijo
ALEGRE-ES
FEVEREIRO - 2013
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
(Biblioteca Setorial de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)
F866f
Freitas, Allan Rocha de, 1989Formação de mudas e desenvolvimento de maracujazeiro em solos
tratados com lodo de esgoto e diferentes níveis de sombreamento / Allan
Rocha de Freitas. – 2013.
85 f. : il.
Orientador: José Carlos Lopes.
Coorientadores: Rodrigo Sobreira Alexandre, Tatiana Tavares Carrijo.
Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade Federal do
Espírito Santo, Centro de Ciências Agrárias.
1. Maracujá - Mudas. 2. Solos - Fertilidade. 3. Plantas – Efeito da
sombra. 4. Plantas – Efeito da luz. 5. Resíduos orgânicos. I. Lopes, José
Carlos. II. Alexandre, Rodrigo Sobreira. III. Carrijo, Tatiana Tavares. IV.
Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Agrárias. V.
Título.
CDU: 63
ii
FORMAÇÃO DE MUDAS E DESENVOLVIMENTO DE MARACUJAZEIRO
EM SOLOS TRATADOS COM LODO DE ESGOTO E DIFERENTES
NÍVEIS DE SOMBREAMENTO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal do
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal, linha de pesquisa em
Biotecnologia e Ecofisiologia do Desenvolvimento de Plantas.
Aprovada em 27 de fevereiro de 2013
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________
Prof. D. Sc. José Carlos Lopes
Universidade Federal do Espírito Santo
Orientador
_______________________________
Prof. D. Sc. Ruimário Inácio Coelho
Universidade Federal do Espírito Santo
Membro Interno
_______________________________
Prof. D. Sc. Maristela Dias Aparecida
Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e
Extensão Rural - INCAPER
Membro Externo
iii
A minha querida mãe Lindomar Rocha de
Oliveira principal responsável pela minha vida,
a
qual
sempre
demonstrou
sacrifício
e
dedicação com toda família. A cada um que
torceu pela minha felicidade e sucesso.
Dedico
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, o Grande Criador, que sempre me abençoou, demonstrando sua graça,
misericórdia, infinita bondade e amor. Este, que mesmo diante de tantos erros e falhas
que cometi nunca me abandonou. Dando sempre segurança na fé e permitindo lutar
sempre por cada sonho.
Aos meus pais, Argilando de Freitas (pai) (para sempre), Lindomar Rocha de Oliveira
Virgínio (mãe) e Jucélio dos Santos Virgínio (padrasto) por existirem, pelo apoio, amor,
carinho, incentivo, compreensão e segurança.
Aos meus amados irmãos, Álefe e Átila, que compartilharam e me permitem
compartilhar o sentimento de amor, compreensão e cuidado.
Aos meus avôs Antônio, José e Nélio, e às avós Maria, Anita e Glorinha pelo cuidado e
por transmitir de forma tão simples e clara tantos princípios e ensinamentos
(tradicionais) que foram fundamentais para meu caráter.
Ao Professor José Carlos Lopes, meu amigo e orientador, pela oportunidade concedida
de trabalhar ao seu lado, pela competência e atenção, pela disponibilidade e
generosidade reveladas ao longo destes anos de trabalho. Assim como pelas críticas,
correções e sugestões feitas durante a orientação. José Carlos Lopes uma pessoa
brilhante, que além de ensinamentos científicos, transmitiu sempre princípios familiares
e éticos que levarei por toda vida.
Aos meus co-orientadores, Rodrigo e Tatiana, pela dedicação e serenidade em todos
os momentos.
Ao Prof. Ruimário, grande professor e amigo, o qual tenho imensa admiração por seu
jeito carismático e profissional. Senti honrado por ter aceitado o convite como membro
da banca da minha defesa.
Aos amigos “semeadores” que atuam ou atuaram no Laboratório de Análise de
Sementes, Luan, Khetrin, Pedro (enjoado), Rômulo, Rafael, Liana, Carlos (polícia), Zé
Maria (perigoso), Janaína, Diego, Eliana, Aristóteles, Bruna, Joycinha, Marilda, pelo
companheirismo sempre.
v
Ao meu amigo Luan, pela ajuda indispensável ao longo de todas as etapas da
pesquisa.
Aos amigos de trabalho (IDAF-ES), Aleomar, Ademar, Waguinho, Luciney, Carlinhos,
Lauro, Mayara, Medrárksson, Gilson (fofinho), Gilson (chefe), Alessandro, Rogerinho,
Carlos (Indiano), Raphael, Jeangeles, pelo incentivo, “árvores quebradas” e
companheirismo.
Aos meus grandes amigos de graduação e pós-graduação, Amarilson, Laplace,
Genilson (para sempre), Rogerinho (broca-pequena-do-muro), Sarinha, Abel e
Paulinha.
Ao Estevão e Presunto, amigos-irmãos, que não somente fazem parte do grupo de
amigos, mas da minha família.
A minha amiga especial, Lidiane Espindula, que mesmo “entrando aos 10 minutos do
segundo tempo”,
se mostrou importantíssima com seu incentivo, alegria e
compreensão.
A Universidade Federal do Espírito Santo, pela oportunidade de desenvolver este
trabalho.
Aos professores do Programa de Pós-Gradução em Produção Vegetal que contribuíram
com seus ensinamentos para minha formação.
Às queridas, Madalena e Alessandra, pelo auxílio e paciência.
Ao meu grande amigo e Pr. Cláudio Humberto, e aos membros da 1ª Igreja Batista em
Alegre - ES, pela hospitalidade, carinho, apoio, e auxílio em diversos momentos.
Enfim, para não pecar por omissão, agradeço muito a Deus por todos que ele colocou
em meu caminho, que direta ou indiretamente contribuíram de alguma forma, que nos
bons ou maus momentos foram atenciosos, me ajudaram e alegraram.
vi
BIOGRAFIA
Allan Rocha de Freitas, nascido em Afonso Cláudio, estado do Espírito Santo, no dia 20
de fevereiro de 1989, filho de Argilando de Freitas e Lindomar Rocha de Oliveira.
Cursou o ensino fundamental na Escola Estadual de Ensino Médio e Fundamental “São
Jorge”, no município de Brejetuba-ES, e concluiu o ensino médio e Técnico em
Agropecuária na Escola Agrotécnica Federal de Alegre-ES, em 2006. No mesmo ano,
aos 17 anos, ingressou no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do
Espírito Santo, na cidade de Alegre, com propósito de se tornar Engenheiro Agrônomo.
Durante a graduação fez parte da equipe do Laboratório de Análise de Sementes,
participando e desenvolvendo projetos de pesquisas sob orientação do Prof. José
Carlos Lopes, onde teve oportunidade de crescer pessoal e profissionalmente. Em
agosto de 2011 obteve do título de sua graduação, e iniciou o curso de Pós-Graduação,
podendo dar seqüência aos trabalhos desenvolvidos junto com seu orientador José
Carlos Lopes. Aos dias 27 do mês de fevereiro de 2013, defendeu sua Dissertação,
para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal, Área de Concentração em
Biotecnologia e Ecofisiologia do Desenvolvimento de Plantas.
vii
“Eis
que
o
semeador
saiu
a
semear.
E, quando semeava, uma parte da semente caiu
ao pé do caminho, e vieram as aves, e
comeram-na; E outra parte caiu em pedregais,
onde não havia terra bastante, e logo nasceu,
porque
não
tinha
terra
funda;
Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se,
porque
não
tinha
raiz.
E outra caiu entre espinhos, e os espinhos
cresceram
e
sufocaram-na.
E outra caiu em boa terra, e deu fruto.”
Mt 13.3-8
viii
RESUMO
A espécie Passiflora alata é uma trepadeira considerada nativa da América do Sul e
tem ocorrência em todas as regiões do Brasil. Apresenta grande importância econômica
devido a sua aceitação e consumo no mercado. O estudo teve como objetivo avaliar a
emergência e o desenvolvimento de maracujazeiro doce, em solo fertilizado com lodo
de esgoto tratado em diferentes níveis de sombreamento. O experimento foi conduzido
no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES)
e na propriedade rural Ponte da Braúna, distrito de Rive, ambos no Município de
Alegre-ES. Foram utilizadas sementes de Passiflora alata Curtis de frutos maduros
coletados em pomares no município de Alegre-ES. Os solos utilizados na primeira
etapa do trabalho foram Latossolo Vermelho e Latossolo Amarelo, tratados ou não com
lodo de esgoto e submetidos a diferentes regimes de luz. A avaliação do experimento
foi feita através da porcentagem e do índice de velocidade de emergência de acordo
com Maguire (1962) e análise de crescimento radicular e da parte aérea. Em uma
segunda etapa, parte das mudas foi levada ao campo e plantada em covas contendo
solo puro, solo + lodo e solo + lodo + calcário e dois níveis de luz. Avaliou-se o
desenvolvimento das plantas através das seguintes variáveis: comprimento da haste
principal (cm), número de folhas, número de brotações, número e comprimento de
gavinhas (mm) e diâmetro do coleto (mm). Na fase de floração, foram avaliadas a
antese e o número de flores a cada dois dias no período de 69 dias. Após a antese, foi
avaliado o desenvolvimento dos frutos durante o período de 90 dias. A partir de 630
dias após a semeadura determinaram-se os teores dos pigmentos fotossintéticos. A
aplicação do lodo de esgoto eleva os teores de nutrientes do solo. As sementes de
maracujazeiro doce apresentam maior porcentagem de emergência e maior índice de
velocidade de emergência quando expostas ao sol pleno. As plantas de maracujazeiro
doce apresentam maior desenvolvimento fisiológico em solos tratados com lodo de
esgoto e sob condições de sol pleno. Os frutos apresentam desenvolvimento
progressivo sob condições de sol pleno e de sombreamento.
Palavras-chave: Passiflora alata. Biossólido. Luz. Desenvolvimento. Sombreamento
ix
ABSTRACT
The species Passiflora alata is considered a vine native from South America and has
occurred in all regions of Brasil. It has great economic importance due to its acceptance
and market consumption. The study aimed to evaluate the emergence and development
of sweet passion fruit in a fertilized soil with sewage sludge treated in different shading
levels. The experiment was conducted at the Centre for Agrarian Sciences, Federal
University of Espírito Santo (CCA-UFES) and at the crountryside of the Braunstone
Bridge, district of Rive, both in the municipality of Alegre-ES. Were used mature seeds
of Passiflora alata Curtis fruits collected from orchards in the municipality of Alegre-ES.
The soils used in the first stage of labor were Oxisol and Typic, treated or not with
sewage sludge and subjected to different light regimes. The evaluation experiment was
done by percentage and emergence rate index according to Maguire (1962) and
analysis of root growth and shoot. In a second step, part of the seedlings was taken to
the field and planted in pits containing pure soil, soil + sludge and soil + lime and two
light levels. We evaluated the development of plants through the following variables:
length of main stem (cm), number of leaves, number of shoots, number and length of
tendril (mm) and diameter (mm). In flowering stage, were evaluated the anthesis and the
number of flowers every two days in the period of 69 days. After anthesis, we measured
the development of fruit during 90 days. As of 630 days after sowing were determined
levels of photosynthetic pigments. The application of sewage sludge increases the
nutrient content of the soil. The seeds of sweet passion fruit have a higher percentage of
emergency and highest speed rate of emergence when exposed to full sun. The sweet
passion fruit plants are more physiological development in soils treated with sewage
sludge and under conditions of full sun. The fruits have progressive development under
conditions of full sun or shade.
Keywords: Passiflora alata. Biosolids. Light. Development. Shading
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Municípios com atendimento de rede de esgoto no Brasil. Fonte: IBGE,
2008................................................................................................................21
Figura 2. Número de pessoas sem acesso à rede coletora de esgoto, segundo as
Grandes Regiões. Fonte: IBGE, 2008.............................................................22
Figura 3. Temperaturas máximas, mínimas, médias compensadas (oC) e precipitação
pluvial mensal (mm). Fonte: INCAPER, Alegre-ES, 2010...............................45
Figura
4. Dados climatológicos (Temperaturas
máximas, mínimas e médias
compensadas (ºC) e precipitação pluvial mensal (mm)), durante o período
experimental. Fonte: CCAUFES/ INMET, Alegre-ES, 2012............................64
Figura 5. Diâmetro do coleto (A), número de folhas (B), número de brotos (C), número
de gavinha (D), comprimento de gavinhas (E) e comprimento da haste
principal (F) de plantas de maracujazeiro doce sob condições a sol pleno
(0,85 µmol m-2 s-1)...........................................................................................67
Figura 6. Diâmetro do coleto (A), número de folhas (B), número de brotos (C), número
de gavinha (D), comprimento de gavinhas (E) e comprimento da haste
principal (F) de plantas de maracujazeiro doce (Passiflora alata Curtis) em
condições de sombreamento com uma malha preta (0,74 µmol m-2 s-1).......69
Figura 7. Freqüência relativa (A e B), acumulada (C e D) e número acumulado (E e F)
de flores de P. alata Curtis, no período da antese, sob sol pleno e ambiente
sombreado......................................................................................................72
Figura 8. Peso médio dos frutos (A) e da mucilagem (B), espessura do mesocarpo (C),
diâmetro equatorial (D), º Brix (E) e número médio de sementes por fruto (F)
de plantas de maracujazeiro doce sob condições a sol pleno (0,85 µmol m-2 s1
)......................................................................................................................74
Figura 9. Peso médio dos frutos (A) e da mucilagem (B), espessura do mesocarpo (C),
diâmetro equatorial (D), º Brix (E) e número médio de sementes por fruto (F)
xi
de plantas de maracujazeiro doce sob condições de sombreamento com
malha preta (0,74 µmol m-2 s-1).......................................................................76
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela1. Valores médios de macronutrientes encontrados no Latossolo Vermelho (LV)
e Latossolo Amarelo (LA). CCA-UFES, 2013.................................................44
Tabela 2. Valores médios da caracterização química do lodo de esgoto. CCA-UFES,
2013.. CCA-UFES, 2013.................................................................................44
Tabela 3. Emergência (EMER) e índice de velocidade de emergência (IVE) de plântulas
oriundas de sementes de maracujá doce (Passiflora alata Curtis), em dois
tipos de solos tratados com diferentes níveis de lodo de esgoto, em diferentes
condições de sombreamento..........................................................................46
Tabela 4. Massa fresca (MFR) e seca da raiz (MSR) e massa fresca (MFPA) e seca da
parte aérea (MSPA) de mudas de maracujazeiro doce (Passiflora alata
Curtis), em dois tipos de solos tratados com diferentes níveis de lodo de
esgoto, em diferentes condições de sombreamento.......................................47
Tabela 5. Comprimento da raiz (CR), altura (ALT), número de folhas (NF), diâmetro do
coleto (DC) e área foliar (AF) de mudas de maracujazeiro doce (Passiflora
alata Curtis), em dois tipos de solos tratados com diferentes níveis de lodo de
esgoto em diferentes condições de sombreamento........................................51
Tabela 6. Valores médios de macronutrientes encontrados no Latossolo Vermelho.
CCA-UFES, 2013............................................................................................64
Tabela 7. Valores médios da caracterização química do lodo de esgoto. CCA-UFES,
2013. CCA-UFES, 2013..................................................................................64
Tabela 8. Valores médios de macronutrientes encontrados no solo puro e no solo
tratado com lodo de esgoto. CCA-UFES, 2013..............................................65
Tabela 9. Diâmetro (%), número de folhas, brotos e gavinhas, e comprimento de
gavinhas e da haste principal de maracujazeiro doce (Passiflora alata Curtis),
em Latossolo Vermelho tratados com lodo de esgoto em condições de
sombreamento................................................................................................71
xiii
Tabela 10. Relação clorofila a/b, teor de clorofila total e carotenóides totais na massa
seca (MS) de folhas de P. alata Curtis sob condições de sol pleno e de
sombreamento................................................................................................77
xiv
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................14
2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................16
2.1 A CULTURA DO MARACUJAZEIRO....................................................................16
2.2 LODO DE ESGOTO...............................................................................................20
2.3 INFLUÊNCIA
DA
LUMINOSIDADE
NO
DESENVOLVIMENTO
DAS
PLANTAS.............................................................................................................26
3 REFERÊNCIAS............................................................................................................30
4 CAPÍTULO 1 - EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS E CRESCIMENTO DE MUDAS DE
MARACUJÁ
DOCE
EM
FUNÇÃO
DE
SUBSTRTOS
E
REGIMES
DE
LUZ.........................................................................................................................39
4.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................41
4.2 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................43
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................46
4.4 CONCLUSÕES......................................................................................................53
4.5 REFERÊNCIAS......................................................................................................54
5 CAPÍTULO 2 – CRESCIMENTO DA PLANTA E QUALIDADE DE FRUTOS DE
MARACUJAZEIRO DOCE CULTIVADOS EM SOLOS TRATADOS COM LODO
DE ESGOTO E SOB DIFERENTES SOMBREAMENTOS....................................57
5.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................59
5.2 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................62
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................65
5.4 CONCLUSÕES......................................................................................................78
5.5 REFERÊNCIAS......................................................................................................79
6. CONCLUSÕES GERAIS............................................................................................83
14
1 INTRODUÇÃO
O maracujá é uma denominação indígena, de origem tupi, que significa “alimento em
forma de cuia” (FALEIRO et al., 2005), pertencente à família Passifloraceae, também
conhecido como flor-da-paixão, nome popular pouco usual no Brasil, que tem origem na
morfologia da flor com os símbolos da Paixão de Cristo (SOUZA e MELETTI, 1997).
O maracujazeiro pode ser propagado pelo processo sexuado, através de sementes, ou
assexuado, por propagação vegetativa, utilizando-se os métodos de estaquia e de
enxertia. A maior parte das mudas comerciais é produzida a partir de sementes. No
entanto, a germinação de sementes de maracujá é baixa e desuniforme, o que dificulta
a formação de mudas de qualidade (PEREIRA e DIAS, 2000; ALEXANDRE et al., 2004;
LOPES et al., 2007). Para melhorar a germinação das sementes é importante que as
fases de maturação e germinação, envolvendo tratamentos físicos, condicionamento
osmótico, pré-hidratação e emprego de reguladores vegetais sejam estudadas (LOPES
et al., 2007; ALEXANDRE et al., 2009).
Conhecer as reais necessidades das plantas propicia adequadas condições para a
formação de pomares uniformes e produtivos. Atualmente existem poucos estudos a
respeito do comportamento do maracujá doce sob diferentes níveis de radiação,
relacionando-os a parâmetros fisiológicos importantes para o desenvolvimento da
planta, como crescimento e fotossíntese.
A destinação agrícola do lodo de esgoto pode se apresentar como uma solução
adequada para a destinação deste material. Diversos trabalhos têm mostrado aumento
na produção e crescimento de plantas em solos tratados com lodo de esgoto
(OLIVEIRA et al., 2007). Com a aplicação do lodo de esgoto ao solo há retorno ao
campo de parte dos nutrientes exportados na forma de produtos agrícola. Dessa forma,
uso agrícola do lodo de esgoto como adubo orgânico é considerado hoje como a
alternativa mais promissora de disposição final deste resíduo, devido a sua
sustentabilidade. Além disso, seu efeito pode ser potencializado aliando-se utilização
agrícola e recuperação de áreas degradadas.
15
Entre os diversos componentes do ambiente, a luz é primordial para o crescimento das
plantas, não só por fornecer energia para a fotossíntese, mas, também, por fornecer
sinais que regulam seu desenvolvimento por meio de receptores de luz sensíveis a
diferentes intensidades, qualidade espectral e estado de polarização (ZANELLA et al.,
2006). A fração visível da energia solar contém a irradiância fotossinteticamente ativa,
sendo um dos mais importantes fatores determinantes da produtividade das plantas
(TAIZ e ZEIGER, 2009). De acordo com Scalon et al. (2003), há uma grande
diversidade de manifestações morfológicas frente às alterações da intensidade de luz
incidente.
Plantas de sol e de sombra apresentam algumas características contrastantes em
relação à anatomia e a fisiologia. Desta forma, a adaptação das plantas ao ambiente de
luz depende do ajuste de seu aparelho fotossintético, de modo que a luminosidade
ambiental seja utilizada de maneira mais eficiente possível, sendo as respostas dessa
adaptação refletidas no crescimento global da planta (MACHADO, 2009). Alguns
estudos têm evidenciado a plasticidade fisiológica de espécies vegetais em relação à
radiação fotossinteticamente ativa e disponível por meio de avaliações de crescimento
inicial em relação a diferentes níveis de sombreamento (ALMEIDA et al., 2005).
Espécies nativas podem apresentar alto potencial genético, econômico e social, sendo
estas, em sua maioria, pouco conhecidas quanto aos seus parâmetros de crescimento
e condições necessárias para desenvolvimento e cultivo.
O estudo teve como objetivo avaliar a emergência e o desenvolvimento de
maracujazeiro doce, em solo fertilizado com lodo de esgoto tratado, em diferentes
níveis de sombreamento.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A CULTURA DO MARACUJAZEIRO
O maracujá (Passiflora spp.) é uma planta trepadeira cuja família Passifloraceae possui
12 gêneros e cerca de 300 espécies (MALERBO-SOUZA e RIBEIRO, 2010). As
16
espécies mais cultivadas no Brasil e no mundo são o maracujá amarelo (Passiflora
edulis Sims f. flavicarpa Deg.), o maracujá roxo (Passiflora edulis Sims) e o maracujá
doce (Passiflora alata Curtis) (CEPLAC, 2011).
O maracujá é conhecido por ser rico em vitaminas, principalmente a vitamina C, e
possuir propriedades sedativas, além do seu teor de potássio (EMBRAPA, 2011). A
polpa de modo geral é formada por sementes revestidas por arilo, com sabor
ligeiramente ácido e de aroma acentuado, sendo consumida ao natural ou em forma de
sucos (ROSA et al., 2011). As sementes do fruto são numerosas, ovais, pretas, em
número de 200 por fruto; 1g de semente contém 45 sementes. De acordo com
Gonçalves (2009), o suco do fruto tem acidez elevada (maracujá amarelo), acidez
média (maracujá roxo) e acidez baixa (maracujá doce) e sabor e aroma agradáveis
(SEAGRI, 2012). A polpa que envolve as sementes é utilizada para o preparo de
refrescos, pudins, sucos, sorvetes, batidas, mousse e molhos (para acompanhar
carnes, aves e peixes) e, industrialmente, para produção de sucos concentrados.
O suco e a polpa de maracujá também são utilizados no preparo de diversos produtos,
entre os quais podem ser citados: bebidas carbonatadas, bebidas mistas, xaropes,
geléias, laticínios, sorvetes e alimentos enlatados (ROSA et al., 2011).
Algumas espécies estão incluídas na farmacopeia ou são oficialmente para o uso
médico, como Passiflora alata no Brasil, cujo extrato das folhas é utilizado como um
componente ativo de muitas preparações farmacêuticas registradas. As folhas e os
frutos de P. edulis também são muito utilizados nas preparações farmacêuticas e na
produção de suco nas indústrias (PIRES et al., 2011).
Em geral, o processo de maturação dos frutos baseia-se na produção de CO2, sendo
classificados em dois grupos: climatéricos e não-climatéricos. Frutos não-climatéricos
apresentam maturação e amadurecimento relativamente lentos, acompanhados de
variação pouco significante da respiração (SILVA et al., 2007), sendo assim a taxa
respiratória desses frutos se mantém em declínio constante durante o processo de
amadurecimento e senescência. Essas frutas são menos perecíveis, e são colhidas
apenas quando atingem o estado ideal de maturação.
17
Os frutos climatéricos, que representam a maioria das frutas, apresentam um aumento
rápido e muito acentuado da respiração durante a maturação. Esse aumento na
respiração pode coincidir ou vir logo em seguida a um aumento muito brusco e intenso
na produção de etileno (SILVA et al., 2007). Em função do aumento rápido da taxa
respiratória tornando os frutos rapidamente perecíveis, os climatéricos são colhidas
antes do inicio do amadurecimento, para que se possa controlar através de processos
tecnológicos a velocidade respiratória do fruto (GONÇALVES, 2009).
O climatérico é considerado uma fase dominada por atividade catabólica, na qual há
aumento da permeabilidade das membranas permitindo o acesso de substratos às
enzimas já existentes e, consequentemente, uma intensificação do metabolismo
(CHITARRA, 2005).
O maracujá é um fruto não-climatérico e por isso a colheita deve ser feita em seu
estádio de maturação completo, (MANICA, 2005). O Brasil e a Colômbia são
considerados grandes produtores de maracujá (MELETTI, 1996), sendo os países de
maior diversidade de Passifloraceae (KILLIP, 1938, citado por EMBRAPA, 2012). De
acordo com o IBGE (2011), na América do Sul (Brasil Equador, Peru e Colômbia) está
concentrada a maior produção do fruto, representando 93% da produção mundial,
sendo o Brasil o principal produtor mundial com cerca de 70% do mercado, pouco mais
de 700 mil toneladas em 2009. A P. edulis Sims (maracujá amarelo, maracujá-azedo,
maracujá-roxo, entre outros nomes populares) ocupa 95% dos pomares brasileiros
(MELETTI, 1996).
A comercialização do fruto se dá através da fruta fresca para CEASAS, mercados
municipais, atacadistas, para indústria de sucos e para exportação (SEAGRI, 2012). Os
principais importadores de suco de maracujá são os Países Baixos (MARCHI et al.,
2000). Apesar da grande diversidade de espécies Passifloraceae, o maracujá-amarelo
ou azedo é o mais comercializado no mundo (IBGE, 2011). Segundo dados do IBGE,
em 2010 a produção foi de 920.158 toneladas, onde cerca de 76% foram produzidas
na região Nordeste em uma área de 47.677 hectares, sendo 95% cultivada
com
maracujá-amarelo (P. edulis) e 5% com maracujá-doce (P. alata). Os dados estudados
apontam para um aumento significativo da área de plantio na última década, cuja
18
estimativa era de 33.000 ha de área cultivada, revelando o crescimento e o aumento da
importância da cultura (FNP, 2010).
O maracujá doce (Passiflora alata Curtis) é uma espécie originária do Brasil, com
distribuição nos estados da Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e
Rio Grande do Sul (SALOMÃO e ANDRADE, 1987). Foi verificada a existência de
maracujá doce também no Espírito Santo, Rondônia, Amazonas e Pará (JUNQUEIRA
et al., 2003), e no Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás e Distrito Federal (MANICA et al.,
2005).
No Brasil, a exploração teve início a partir de 1960, quando tipos silvestres cultivados
começaram a ser vendidos, se destacando por serem muito aromáticos e com baixa
acidez, apesar de casca grossa e pouca polpa. Além do consumo in natura, outro
atrativo do maracujá doce é o conteúdo de passiflorina, um calmante natural extraído
das folhas, que vem atraindo a atenção das indústrias farmacêuticas para fabricação de
medicamentos e para o tratamento de excitações nervosas, ansiedade e insônia
(MELETTI e MAIA, 1999; MANICA e OLIVEIRA JR., 2005).
Devido aos preços diferenciados, o maracujá doce vem ganhando importância por ser
apreciado para consumo in natura e para compor blends em sucos industrializados.
Apresenta folhas subcoriáceas, flores solitárias, axilares e perfumadas, frutos com
polpa sucosa de sabor doce e agradável (ALEXANDRE et al., 2009). Outro importante
aspecto relacionado à cultura é a possibilidade de bons rendimentos ao produtor por
unidade de área, porque o maracujá doce atinge preços unitários muito expressivos no
segmento de frutas frescas (MANICA et al., 2005).
A cultura do maracujazeiro doce caracteriza-se por ser uma atividade familiar,
desenvolvida em pequenas propriedades, com tamanho entre três e cinco hectares, o
que representa uma alternativa, contribuindo para valorizar o trabalho do pequeno
agricultor (MELETTI, 2003; NOGUEIRA FILHO et al., 2003). Porém, ao mesmo tempo,
exige mão-de-obra especializada para a execução dos tratos culturais, como podas,
polinização artificial, controle de plantas daninhas e controle fitossanitário (DAMATTO
JR et al., 2005).
19
A produtividade nacional ainda é muito baixa, situando-se em aproximadamente 10 a
15 t/ha (KAVATI e PIZA JR., 2002; MANICA et al., 2005). Porém, apesar da pequena
quantidade de fruta que chega ao mercado, ele atinge melhores cotações que o
maracujá amarelo, ocorrendo uma variação nos preços em função da época do ano,
qualidade da fruta e distância do mercado consumidor (CEASA/MINAS, 2012).
No gênero Passiflora, as plantas são dependentes da polinização cruzada para a
formação do fruto, pelo fato de suas flores apresentarem mecanismos que dificultam a
ocorrência da autopolinização, como a presença dos estigmas no ápice do
androginóforo, numa posição superior às anteras, que estão localizadas logo abaixo
dos estigmas. Ocorre o fenômeno da protandria e, algumas espécies apresentam
autoincompatibilidade, ou compatibilidade parcial, devido a um sistema esporofítico
homomórfico, como P. edulis e P. alata (BRUCKNER et al., 2005; MANICA et al., 2005).
As mamangavas (Xylocopa ssp) são polinizadores naturais, pois suas características
morfológicas possibilitam coleta de pólen e a polinização ao mesmo tempo (MELETTI,
2003).
Um dos grandes problemas enfrentados pelos produtores de maracujazeiro encontra-se
em sua propagação (MARTINS et al., 2006). A tradicional prática para produção de
mudas na fruticultura baseia-se na utilização de sementes. Segundo Braga e Junqueira
(2003), o maracujazeiro pode ser propagado pelo processo sexuado, por sementes, ou
assexuado, por propagação vegetativa, utilizando-se os métodos de estaquia e de
enxertia (COSTA e COSTA, 2005). A maior parte das mudas comerciais é produzida a
partir de sementes, por apresentar metodologia mais simples e pela ausência de
tecnologia assexuada desenvolvida, acessível e divulgada. No entanto, encontram-se
frequentes relatos de desuniformidade e baixa germinação de sementes de maracujá
doce (OSIPI et al., 2011), em consequência, há uma grande variabilidade, com alta
porcentagem de frutos de qualidade inferior (DAMATTO JR. et al., 2005).
Os pomares comerciais de maracujá doce apresentam acentuada variabilidade
genética, verificando-se, como consequência, variações fenotípicas pronunciadas entre
indivíduos para caracteres relacionados à planta, inflorescência e ao fruto também, as
20
sementes apresentam-se variáveis quanto ao seu número por fruto, à morfologia, ao
peso fresco, à percentagem de germinação e ao vigor.
2.2 LODO DE ESGOTO
A expansão acelerada dos centros urbanos tem ocasionado a produção de grandes
quantidades de materiais caracterizados como resíduos, cuja disposição final
inadequada tem deixado os recursos hídricos cada vez mais poluídos. Com isso,
surgem problemas de ordem sanitária, econômica e ambiental, por acumularem-se no
ambiente sem o adequado tratamento, não permitindo sua utilização para reciclagem.
Segundo De Maria et al. (2007), o tratamento desses resíduos torna-se, portanto,
fundamental para minimizar essa situação.
Diante da busca por atender a crescente demanda por água de boa qualidade, há em
contrapartida, a elevada produção de resíduos gerados pelos setores domésticos e
industriais, que acompanha este aumento. Assim, um destino viável a esses resíduos,
resulta em preocupação entre os órgãos competentes de todo país.
A problemática dos efluentes nas cidades faz com que seja necessário o
gerenciamento dos resíduos ao final dos processos, sendo um dos principais desafios a
destinação final da quantidade gerada (MAAS, 2010; SCHIRMER, 2010).
Estima-se que a produção de lodo no Brasil esteja entre 150 a 220 mil toneladas de
massa seca por ano. Considerando que apenas 30% da população urbana têm seu
esgoto devidamente coletado e tratado, é de se esperar que a geração de lodo
superasse 400 mil toneladas por ano, caso os esgotos fossem totalmente tratados no
país (SOARES, 2004). Medeiros et al. (2005) afirmam que o Brasil tem um longo
caminho a percorrer no que diz respeito ao tratamento de seus resíduos para atingir
uma condição satisfatória. Segundo o IBGE (2008), verifica-se a falta de rede coletora
em 2495 municípios, distribuídos pelas Unidades da Federação, com exceção do
Estado de São Paulo, onde apenas uma cidade não apresentava o serviço de
esgotamento através de rede coletora (Figura 1).
21
Figura 1 - Municípios com atendimento de rede de esgoto no Brasil. Fonte: IBGE, 2008.
De acordo com o levantamento efetuado pelo IBGE em 2008, a região Nordestina era
considerada com situação mais grave em termos de rede coletora de esgotamento
sanitário, atingindo algo próximo a 15,3 milhões de habitantes, com a escassez do
serviço sendo maior nos estados da Bahia, Maranhão e Piauí. Em segundo lugar,
destacou-se a Região Norte do País, com cerca de 8,8 milhões de pessoas sem rede
de coleta de esgoto, das quais 60% concentradas no Estado do Pará. O Sul, com 6,3
milhões de pessoas, ocupou a terceira posição, sendo o serviço ofertado em menor
escala nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na Região Centro-Oeste,
foram observados 3,2 milhões de habitantes sem acesso ao serviço; no Sudeste, não
contavam com rede coletora de esgoto cerca de 1,2 milhão de pessoas, mais da
metade delas residentes no Estado de Minas Gerais (Figura 2).
22
Figura 2 - Número de pessoas sem acesso à rede coletora de esgoto, segundo as
Grandes Regiões. Fonte: IBGE, 2008.
De uma forma crescente, os esgotos de diversas cidades brasileiras vêm sendo
tratados em estações de tratamento de lodo (ETEs) que operam com diferentes
sistemas tecnológicos (IBGE, 2010).
O termo “lodo” tem sido utilizado para designar os subprodutos sólidos do tratamento
de esgotos. Nos processos biológicos de tratamento, parte da matéria orgânica é
absorvida e convertida, fazendo parte da biomassa microbiana, denominada
genericamente de lodo biológico ou secundário, composto principalmente de sólidos
biológicos. O termo biossólido é utilizado apenas quando o lodo apresenta
características que permitam o seu uso agrícola (ANDREOLI et al., 2006).
O principal objetivo do tratamento do lodo de esgoto é gerar um produto mais estável
em menor volume para facilitar seu manuseio e, consequentemente, reduzir os custos
nos processos subsequentes chamado de pós-tratamento ou higienização (CORRÊA et
al., 2007), esse tratamento se dá através de processos físicos, químicos e biológicos.
Usualmente, o tratamento do lodo, após a sua geração, inclui uma ou mais das
seguintes etapas (CASSINI, 2003): adensamento: redução de umidade (redução de
volume); estabilização: redução de matéria orgânica (redução de sólidos voláteis);
condicionamento:
preparação
para
a
desidratação
(principalmente
mecânica);
23
desidratação: redução adicional de umidade (redução de volume); e disposição final:
destinação final dos subprodutos.
Atualmente têm-se intensificado os esforços em desenvolver tecnologias e estratégias
de uso do lodo de esgoto capazes de tirar proveito do conteúdo de nutrientes e
transformar um resíduo problemático em produto útil. A sua utilização na agricultura,
além de fornecer nutrientes às plantas e aos microrganismos, promove a melhoria das
condições físicas do solo, ao mesmo tempo em que resolve o problema da sua
disposição final. É rico também em microorganismos e nutrientes, tais como nitrogênio
e fósforo, essenciais para o desenvolvimento das plantas e obtenção de boa
produtividade. A aplicação final desse resíduo atua como condicionador de solos.
(GUEDES et al., 2006).
A matéria orgânica desempenha papel importante e complexo na dinâmica dos solos,
afetando as características químicas, físicas e biológicas. Quando adicionada ao solo
exerce grande influência, tendo em vista que esse material, via de regra, possui alta
carga orgânica, elevada capacidade de retenção de água, atua na melhoria da estrutura
e porosidade do solo (consequentemente na densidade e aeração), refletindo assim em
um balanço mais adequado entre macro e microporos do solo, culminando no
favorecimento do desenvolvimento radicular das plantas (MELO e MARQUES, 2000).
Esse material passa por diversos tratamentos e controles de qualidade, que garantem a
sua higienização e eficácia para ser utilizado como fertilizante (QUINTANA, 2006).
Entre os processos de higienização podem ser citados: a calagem e a compostagem. A
primeira visa elevar o pH e temperatura do material, promovendo sua estabilização e
desinfecção, reduzindo o problema do odor. O processo aumenta a porosidade do
produto final e o efeito residual do cálcio no solo é benéfico atuando como
condicionador, elevando o pH, o que é favorável para solos ácidos (ANDREOLI et at.,
1998).
A compostagem é um processo de tratamento biológico em que vários grupos de
microrganismos agem sobre o material. Inicialmente microrganismos termófilos fazem
com que a temperatura do meio se mantenha entre 55-65 °C por vários dias, reduzindo
os microrganismos patogênicos no lodo. Em seguida, a temperatura decresce
24
gradualmente à do ambiente e desenvolve-se um período de maturação ou
humificação, que dura cerca de 60 dias. O processo gera um produto final úmido,
escuro, de odor semelhante ao de bolor, possibilitando fácil manuseio, denominado
composto (FERNANDES et al., 1996).
Existem alguns riscos quanto à aplicação do lodo de esgoto, principalmente com
relação ao nitrogênio e os metais pesados. Após a aplicação no solo, as reações de
mineralização do N orgânico promovem a liberação de formas inorgânicas de N. Sob
condições aeróbias de degradação do material orgânico dos biossólidos, parte
significativa do N inorgânico é convertida em nitrato, que, se não for absorvido pelas
plantas ou imobilizado na biomassa microbiana, torna-se passível de ser perdido por
lixiviação no perfil do solo, com a possibilidade de contaminação de águas subterrâneas
(MOLINA et al., 2006).
Contaminantes, como metais pesados, patógenos e orgânicos persistentes contidos no
lodo de esgoto, podem prejudicar as culturas e poluir o solo (STEVENS et al., 2003). A
presença de metais pesados em biossólidos é motivo de preocupação em relação ao
uso agrícola desse resíduo, uma vez que existe a possibilidade de absorção desses
elementos pelas plantas (ANJOS e MATIAZZO, 2000). Os metais mais comumente
encontrados em biossólidos são: chumbo (Pb), níquel (Ni), cádmio (Cd), cromo (Cr),
cobre (Cu) e zinco (Zn). As concentrações desses metais dependem de vários fatores,
tais como: origem do lodo de esgoto, processo de tratamento do esgoto e processo de
tratamento do lodo. Além das variações nas concentrações de metais pesados e da
taxa de aplicação de lodo de esgoto, a biodisponibilidade é influenciada pelas
propriedades do solo, tais como: pH, potencial de redução, teor de matéria orgânica,
tipo de argila e capacidade de troca catiônica (BORGES e COUTINHO, 2004;
NASCIMENTO et al., 2004).
Partindo do princípio de que o comportamento dos metais pesados em solos e a
absorção desses metais pelas plantas são dependentes da natureza do metal, das
propriedades físico-químicas do solo e do lodo de esgoto, além do tipo de planta
avaliada, Kidd et al. (2007) conduziram um experimento em solo que recebeu
aplicações de lodo de esgoto durante 10 anos, utilizando três diferentes tipos de plantas
25
indicadoras. No resultado final do experimento verificaram que as concentrações de Co,
Cr, Mn, Ni e Pb nos solos das parcelas tratadas com lodo de esgoto foram similares aos
solos que não receberam o resíduo. Entretanto, as concentrações de Cu e Zn foram 10
e 2 vezes maiores, respectivamente. Nogueira et al. (2007) constataram que as
concentrações de metais pesados no solo não extrapolaram os limites máximos de
adição anual, nem os limites máximos permitidos para solos com a aplicação de lodo de
esgoto submetido a diferentes processos de higienização.
Para minimizar os riscos causados pela aplicação do lodo de esgoto ao solo, é
necessária a existência de uma legislação específica que limite o uso do lodo na
agricultura, como ocorre na Europa e nos Estados Unidos (SILVA et al., 2001), devido à
possibilidade de ocorrência de efeitos adversos quando manejado incorretamente. Em
29 de agosto de 2006, entrou em vigor a mais recente legislação brasileira que
regulamenta a utilização de LE na agricultura, a Resolução nº 375 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2006), limitando as quantidades máximas de
substâncias inorgânicas e orgânicas presentes no lodo de esgoto.
Diversos trabalhos têm mostrado melhorias físicas do solo e aumento na produção e
crescimento de plantas em solos tratados com lodo de esgoto (OLIVEIRA et al., 2007).
Scheer et al. (2012), avaliando o crescimento e nutrição de mudas de Lafoensia pacari
tratadas com lodo de esgoto, observaram maior desenvolvimento quando comparadas
com outros tratamentos.
Behling et al. (2009) observaram que os teores de carbono
orgânico nas diferentes camadas do solo aumentaram com o aumento das doses de
lodo de esgoto. Os teores de carbono orgânico foram mais elevados principalmente na
camada mais superficial (0-10 cm), seguido de uma transição abrupta para as camadas
de 10-20 e 20-40 cm e, mais suave, para as camadas de 40-60 e 60-90 cm.
Em solo adubado durante 10 anos com lodo de esgoto, Kidd et al. (2007) constataram
que o teor de carbono orgânico foi maior que os valores encontrados em solos similares
da região não tratados com o resíduo. Entre os efeitos do lodo de esgoto sobre as
propriedades físicas do solo, destaca-se a melhoria no estado de agregação das
partículas do solo, com consequente diminuição da densidade e aumento na aeração e
retenção de água (MELO e MARQUES, 2000).
26
A tecnologia de utilização do lodo proveniente do esgoto doméstico na agricultura
familiar está cada vez mais próxima dos produtores rurais capixabas. Aprovou-se em
2012 o programa que implicará na aplicação de lodo do esgoto em propriedades rurais
da grande Vitória. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão
Rural (Incaper) acompanhará e orientará os produtores quanto as áreas aptas a
aplicação, culturas e tecnologia de utilização (APAER, 2012).
2.3 INFLUÊNCIA DA LUMINOSIDADE NO DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Um dos aspectos mais importantes de se conhecer sobre a ecofisiologia das espécies
nativas é sua capacidade de resposta à variação de luz. A vida na Terra é mantida por
um fluxo de energia proveniente da luz do sol, que por meio do processo fotossintético
é fixada em energia química e utilizada para realizar processos vitais em todos os
componentes da cadeia alimentar (LARCHER, 2006).
Entre os diversos componentes do ambiente, a luz é primordial para o crescimento das
plantas, não só por fornecer energia para a fotossíntese, mas, também, por fornecer
sinais que regulam seu desenvolvimento por meio de receptores de luz sensíveis a
diferentes intensidades, qualidade espectral e estado de polarização (ZANELLA et al.,
2006).
Por ser fonte primária de energia relacionada à fotossíntese e fenômenos
morfogenéticos, é um dos principais fatores que influenciam o crescimento e o
desenvolvimento dos vegetais. Todas as plantas têm habilidade para modificar o seu
modelo de desenvolvimento em resposta ao ambiente luminoso (PERINI et al., 2011).
Todavia, a natureza da resposta morfogênica pode variar consideravelmente entre
espécies de acordo com a capacidade de aclimatação e a dependência da quantidade
ou qualidade da luz (LIMA et al., 2008; RODRÍGUEZ-CALCERRADA et al., 2008).
A variação na disponibilidade de luz dentro de uma floresta tem um papel fundamental
em sua dinâmica, uma vez que as espécies diferem na sua tolerância e resposta à
quantidade de luz incidente (WALTERS e REICH, 1996). Na presença de quantidade
adequada de luz, concentrações mais altas de CO2 sustentam taxas fotossintéticas
elevadas, enquanto que sob concentrações intercelulares de CO2 muito baixas, a
fotossíntese é limitada. Nas condições em que as concentrações são intermediárias, a
27
fotossíntese é limitada pela capacidade de carboxilação da rubisco. Quando as
concentrações de CO2 são elevadas, a fotossíntese é limitada pela capacidade do ciclo
de Calvin de regenerar a molécula aceptora ribulose-1,5-bisfosfato, que depende da
taxa de transporte de elétrons, desta forma a fração visível da energia solar contém a
irradiância fotossinteticamente ativa, sendo um dos mais importantes fatores
determinantes da produtividade das plantas (TAIZ e ZEIGER, 2009).
As clorofilas e os carotenóides são pigmentos presentes nos vegetais, capazes de
absorver a radiação visível, desencadeando as reações fotoquímicas da fotossíntese,
processo essencial para a sobrevivência vegetal e por isso denominado metabolismo
primário (SEIFERMAN-HARMS, 1987). Em condições de alta ou de baixa luminosidade,
mecanismos fisiológicos e bioquímicos, além de alterações morfológicas são
necessários, para que a planta utilize a energia luminosa e, consequentemente,
aumente seu ganho de carbono. No entanto, a alta intensidade luminosa pode provocar
graves danos ao aparato fotossintético. Visando preservar as propriedades físicoquímicas e a organização funcional das membranas dos tilacóides, plantas tolerantes a
alta luminosidade desenvolvem mecanismos para não inviabilizar o funcionamento
celular (QUILES e LOPES, 2004).
A radiação não é para as plantas somente uma fonte de energia (efeito fotoenergético),
mas também um estímulo que governa o condicionamento do desenvolvimento (efeito
fotocibernético) e, às vezes, funciona como um fator estressante (efeito fotodestrutivo).
Todos esses efeitos ocorrem por meio da absorção dos quantas de luz, a qual é
mediada por fotorreceptores específicos (LARCHER, 2006). Apresentando como
recurso crítico para planta, podendo limitar o crescimento e a reprodução.
As plantas, desde a germinação, são influenciadas por uma série de fatores ambientais,
entre os quais a luz exerce um papel de destaque por interferir sobre todos os estágios
de seu desenvolvimento (SALGADO et al., 2001). Para Bewley e Black (1994),
dependendo da espécie, as sementes podem germinar somente após longas
exposições à luz ou apenas com breve exposição, no escuro ou com períodos de luz e
escuro, sendo muitas sementes indiferentes à luz. O termo fotoblastismo tem sido
usado para agrupar as sementes em diferentes categorias. Desta forma, Araújo Neto et
28
al. (2002) apresentam sementes fotoblásticas positivas sendo aquelas cuja germinação
é promovida pela luz branca e não germinam no escuro, enquanto as fotoblásticas
negativas são aquelas cuja germinação é inibida pela luz branca.
Plantas de sol e sombra têm algumas características contrastantes em relação à
anatomia e fisiologia. Fisiologicamente, de forma geral, as plantas de sol apresentam
folhas mais espessas, com células do tecido paliçádico mais longas, ou várias camadas
de tecido paliçádico, enquanto as de sombra possuem o tecido esponjoso mais
desenvolvido que o paliçádico. As plantas de sol possuem em relação às de sombra
maior número de componentes relacionados à fotossíntese, como transportadores
eletrônicos, enzimas do Ciclo de Calvin, carotenóides relacionados à proteção contra a
fotoinibição, levando a uma maior capacidade fotossintética por área foliar (LAMBERS
et al., 1998). A quantidade de clorofila por cloroplasto e por massa seca normalmente é
maior em plantas de sombra, o que favorece a captação de luz (GIVNISH, 1988).
A eficiência do crescimento das plantas pode ser relacionada à habilidade de
adaptação às condições luminosas do ambiente, sendo que algumas espécies se
desenvolvem melhor em ambientes com baixa ou alta incidência de luz em
comportamento fisiológico. Segundo Benincasa (1988), pela análise de crescimento é
possível conhecer a cinética de produção de biomassa das plantas, sua distribuição e
eficiência ao longo da ontogenia. Diversas variáveis de crescimento têm sido utilizadas
para avaliar o comportamento das espécies vegetais em relação à luz, sendo a altura, a
produção de massa seca, a área foliar e as relações entre a biomassa da parte aérea e
radicular as variáveis mais frequentemente utilizadas.
Algumas espécies apresentam características importantes para o sucesso de
crescimento por apresentar plasticidade com relação incidência de luz, podendo
desenvolver-se bem em seu ambiente natural ou em plantios abertos (GONÇALVES et
al., 2012). Avaliando germinação de sementes e desenvolvimento das plântulas de
Olea europaea L., Souza et al. (2012) não observaram influência nas condições de
luminosidades estudadas. Freitas et al. (2010), avaliando o desenvolvimento de mudas
de maracujá doce em diferentes níveis de sombreamento, observaram maior
crescimento em ambiente com menor intensidade de luz. Almeida et al. (2004),
29
estudando o crescimento inicial de plantas de Cryptocaria aschersoniana Mez,
submetidas a níveis distintos de radiação solar, concluíram que a matéria seca total e a
matéria seca de raízes foram maiores nas plantas cultivadas sob 30% de
sombreamento, sendo maior o acúmulo de matéria seca foliar nas plantas cultivadas
sob 30 e 50% de sombreamento.
Há grande diversidade de respostas das plantas à luminosidade, principalmente quanto
ao desenvolvimento vegetativo da parte aérea e à sobrevivência das mudas. Acreditase que as espécies tolerantes ao sombreamento apresentam um crescimento mais
lento em relação às não tolerantes, em função das suas taxas metabólicas mais baixas.
O crescimento satisfatório de algumas espécies em ambientes com diferentes
disponibilidades luminosas pode ser atribuído à capacidade de ajustar, eficaz e
rapidamente, seu mecanismo fisiológico para maximizar a aquisição de recursos nesse
ambiente (RÊGO e POSSAMAI, 2004). As respostas apresentadas pelas plantas à
variação na disponibilidade de luz costumam envolver, ainda, alterações nas
características das folhas relacionadas ao teor de clorofila. Todavia, a natureza da
resposta morfogênica pode variar consideravelmente entre espécies de acordo com a
capacidade de aclimatação e a dependência da quantidade ou qualidade da luz (TAIZ e
ZEIGER, 2009).
Existem poucos estudos que descrevem o comportamento do maracujazeiro em face de
diferentes níveis de luminosidade, relacionando-o a parâmetros fisiológicos importantes
para o desenvolvimento da planta. Ruggiero et al. (2004) descreveram novas
perspectivas para o aproveitamento do potencial representado pela biodiversidade do
Brasil, apresentando esse grande desafio aos pesquisadores.
O conhecimento da capacidade de tolerância à luz das espécies é fundamental na
busca do entendimento das estratégias adaptativas das plantas nos seus distintos
estádios (MARIMON et al., 2008; PACHECOL e PAULILO, 2009). Assim, para o manejo
de uma espécie, há a necessidade do conhecimento de suas exigências ecológicas,
principalmente na fase de estabelecimento de plântulas, uma das fases do ciclo de vida
dos vegetais mais vulneráveis ao ambiente.
30
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39
4 CAPÍTULO 1 - EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS E CRESCIMENTO DE
MUDAS DE MARACUJÁ DOCE EM FUNÇÃO DE SUBSTRATOS E
REGIMES DE LUZ
RESUMO – A espécie Passiflora alata Curtis é nativa do Brasil, apresentando bom
desenvolvimento por encontrar condições ecológicas adequadas. O presente trabalho
teve como objetivo avaliar a qualidade fisiológica das sementes e o desenvolvimento de
mudas de maracujazeiro doce (Passiflora alata), em substrato fertilizado com lodo de
esgoto, e diferentes níveis de sombreamento. O experimento foi conduzido em
ambiente protegido, no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do
Espírito Santo (CCA-UFES), em Alegre-ES. Os tratamentos foram distribuídos num
esquema fatorial (2x3x4), constituídos de dois tipos de solo (Latossolo Amarelo e
Latossolo Vermelho), tratamento com lodo de esgoto: sem lodo, com lodo e com lodo
de esgoto corrigido com calcário e, quatro níveis de sombreamento: sol pleno (0,85
µmol m-2 s-1); cobertura com uma malha preta (0,74 µmol m-2 s-1); cobertura com duas
malhas pretas (0,70 µmol m-2 s-1); e cobertura com três malhas pretas (0,40 µmol m-2 s1
). Houve maior porcentagem de emergência e maior índice de velocidade de
emergência das sementes mantidas a sol pleno. No cultivo de maracujazeiro doce em
substratos tratados com lodo de esgoto, as plantas apresentam maior crescimento. As
mudas de maracujazeiro doce devem ser produzidas sob condições de luminosidade
entre 0,74 – 0,70 µmol m-2 s-1.
Palavras-chave: Passiflora alata. Desenvolvimento inicial. Sombreamento. Lodo de
esgoto
40
ABSTRACT – The species Passiflora alata Curtis is native from Brasil, showing good
growth by finding suitable ecological conditions. This study aimed to evaluate the
physiological quality of seeds and the development of seedlings of sweet passion
fruit (Passiflora alata) in substrate fertilized with sewage sludge, and different levels
of shading. The experiment was conducted in a greenhouse at the Center for
Agricultural Sciences, Federal Universidade of Espírito Santo (CCA-UFES), AlegreES. The treatments were arranged in a factorial design (2x3x4) consisting of two soil
types (Typic and Oxisol), treatment with sewage sludge: without sludge, with sludge
and sludge-amended with limestone and four levels of shading : full sun (0,85
micromol m-2 s-1), cover with a black mesh (0,74 micromol m-2 s-1); cover with two
black mesh (0,70 micromol m-2 s-1) and cover with three black mesh (0,40 mmol m-2
s-1). There were a greater percentage of emergence and a highest speed index of
emergence of seeds stored in full sun. In the cultivation of sweet passion fruits in soil
treated with sewage sludge, the plants had had a higher growth. The sweet passion
fruit seedlings must be produced under conditions of luminosity between 0,74 to 0,70
mmol m-2 s-1.
Keywords: Passiflora alata. Initial development. Sewage sludge. Shading
41
4.1 INTRODUÇÃO
A espécie Passiflora alata Curtis é uma espécie nativa da América do Sul,
especialmente do Brasil, mas encontrada também no Peru, Paraguai e Argentina
(Killip, 1938). No Brasil, a espécie apresenta bom desenvolvimento por encontrar
condições ecológicas adequadas. Possui denominação indígena, de origem tupi,
que significa “alimento em forma de cuia” (FALEIRO et al., 2005a). É uma trepadeira
pertencente à família Passifloraceae (FALEIRO et al., 2005b). Apresenta grande
aceitação pelos consumidores, sendo comercializada principalmente para consumo
in natura.
Um dos grandes problemas enfrentados pelos produtores de maracujazeiro
encontra-se em sua propagação (MARTINS et al., 2006). Em se tratando da espécie
P. alata tem-se observado frequentes relatos de desuniformidade e baixa
germinação das sementes (OSIPI et al., 2011). A tradicional prática para produção
de mudas na fruticultura baseia-se na utilização de sementes. O maracujazeiro pode
ser propagado pelo processo sexuado, por sementes, ou assexuado, por
propagação vegetativa, utilizando-se os métodos de estaquia e de enxertia. A maior
parte das mudas comerciais é produzida a partir de sementes por se tratar de
metodologia mais simples e pela ausência de tecnologia assexuada desenvolvida,
acessível e divulgada.
As plantas necessitam de substratos com características químicas, físicas e
microbiológicas que propiciem ao sistema radicular um crescimento adequado.
Estes, por sua vez, precisam ser misturados a outros e também receberem
corretivos e adubos para complementarem a sua composição. Dessa forma, muitos
produtos minerais e orgânicos podem ser importantes nesse processo, e inclusive
sem apresentar custo adicional ao viveiro.
O lodo de esgoto, por exemplo, vem se caracterizando como um dos grandes
problemas ambientais na atualidade. Assim, diversas pesquisas sobre o tema estão
sendo realizadas a fim de buscar soluções adequadas para a destinação desse
material. A destinação agrícola do lodo de esgoto pode se apresentar como uma
solução adequada desse material. Diversos trabalhos têm mostrado aumento na
produção e crescimento de plantas em solos tratados com lodo de esgoto
(OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2009, VENANCIO et al., 2010).
42
Entre os diversos componentes do ambiente, a luz é primordial para o crescimento
das plantas, não só por fornecer energia para a fotossíntese, mas também por
fornecer sinais que regulam seu desenvolvimento por meio de receptores de luz
sensíveis a diferentes intensidades, qualidade espectral e estado de polarização
(ZANELLA et al., 2006).
As espécies têm exigências próprias para o seu desenvolvimento com relação à
intensidade de luz. De acordo com Scalon et al. (2003), há grande diversidade de
manifestações morfológicas frente às alterações da intensidade de luz incidente.
Plantas de sol e de sombra têm algumas características contrastantes em relação à
anatomia e fisiologia, sendo as respostas dessa adaptação refletidas no crescimento
global da planta (MACHADO, 2009). Existem poucos estudos a respeito do
desenvolvimento inicial do maracujazeiro sob diferentes níveis de radiação.
Características de crescimento são utilizadas para inferir o grau de tolerância das
espécies à baixa disponibilidade de luz, uma vez que o crescimento pode refletir a
habilidade de adaptação da espécie às condições de radiação do ambiente
(LACERDA et al., 2010).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a emergência e o crescimento de
mudas de maracujazeiro doce, em solo fertilizado com lodo de esgoto e diferentes
níveis de sombreamento.
43
4.2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Espírito Santo (CCA-UFES), em Alegre-ES, 20° 45' 49" S e 41° 31' 58"
W. Foram utilizadas sementes de Passiflora alata Curtis de frutos maduros coletados
em pomares no município de Alegre-ES.
As sementes foram extraídas
manualmente dos frutos, friccionadas em peneiras de arame com cal virgem para
auxiliar a extração do arilo e secas à sombra sobre papel de filtro. Antes da
semeadura, foram escarificadas utilizando-se uma garrafa plástica com areia grossa
na proporção de ½ - ½ v:v, durante 15 minutos de agitação. Em seguida, foi
realizada a semeadura em vasos plásticos com capacidade de 4,5 L, a uma
profundidade de 20 mm.
Os solos utilizados foram Latossolo Vermelho e Latossolo Amarelo, cujas análises
de macronutrientes, pH, Al, H+Al, SB, CTC, T e V foram feitas conforme metodologia
proposta pela Embrapa (1997) e encontram-se na Tabela 1. O lodo de esgoto
utilizado foi coletado junto à lagoa anaeróbica da Estação de Tratamento de Esgoto
(ETE) da Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN) de Valparaíso,
município da Serra-ES, cujas análises foram feitas para a determinação das
características físico-químicas e metais pesados (Tabela 2). Os solos e o lodo foram
peneirados em peneira de malha de 2 mm.
Utilizou-se a quantidade de corretivos de acordo com a análise química dos solos e
foram adicionados 60 toneladas por hectare de lodo de esgoto.
Após o período de incubação de 45 dias realizou-se o plantio, sendo distribuídas 25
sementes por vaso.
Posteriormente, os vasos foram mantidos sob ambiente
protegido, feito com malhas pretas de sombreamento (poliolefina), cuja intensidade
luminosa foi determinada utilizando-se um Luxímetro Digital (TES 1332A) com
resolução de 2000 LUX, que registraram: sol pleno (0,85 µmol m-2 s-1); cobertura
com uma malha preta (0,74 µmol m-2 s-1); cobertura com duas malhas pretas (0,70
µmol m-2 s-1); e cobertura com três malhas pretas (0,40 µmol m-2 s-1). A irrigação foi
realizada diariamente de acordo com as necessidades da cultura.
Os tratamentos foram distribuídos num esquema fatorial (2x3x4), constituídos de
dois tipos de solos (Latossolo Amarelo e Latossolo Vermelho), com três substratos
contendo lodo de esgoto: sem lodo (1), com lodo (2) (60 toneladas por hectare-1) e
44
com lodo de esgoto corrigido (3) com calcário até 80% de saturação das bases, e
quatro níveis de sombreamento.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro repetições por
tratamento. A avaliação do experimento foi feita pela porcentagem e pelo índice de
velocidade de emergência de acordo com Maguire (1962); análise de crescimento
radicular e da parte aérea durante o ciclo da cultura, que foi avaliada pelo acúmulo
de massa fresca e seca (mg), esta utilizando-se estufa com ventilação forçada
regulada a 80 ºC por 72 horas (massa seca constante). Ao fim de 180 dias foram
avaliados o número de folhas, a altura das plantas (medida do coleto das plantas até
a gema apical,e os resultados expressos em milímetro), o diâmetro do coleto
(medida no coleto da planta com um paquímetro, em milímetros), o comprimento da
raiz principal (mm), a altura da planta (mm) e a área foliar (mm2) (BENINCASA,
2003). Os dados referentes às características avaliadas foram transformados:
emergência Y= [para arco seno (x/100)1/2] e as demais, pela [(x + 0,5)1/2],
observadas as pressuposições do teste de normalidade e de homogeneidade de
variância. A comparação de médias foi feita utilizando-se o teste de Tukey, em nível
de 5% de probabilidade.
Tabela 1 - Valores médios de macronutrientes encontrados no Latossolo Vermelho
(LV) e Latossolo Amarelo (LA). CCA-UFES, 2013
Solo
pH H2O
LV
LA
6,5
6,1
P
K
-3
(mg dm )
5,0
24
11,0
58
Ca
Mg
Al
H+Al
SB
CTC
T
-3
-----------------------------(cmolc dm ) -------------------------2,,5
1,0
0,0
2,7
3,6
6,3
3,6
2,6
0,7
0,0
2,0
3,4
5,4
3,4
V
(%)
57,0
63,0
Tabela 2 - Valores médios da caracterização química do lodo de esgoto. CCAUFES, 2013
pH H2O
6,32
Umidade natural
%
98,12
N
P
Ca
Mg
Cu
Cr
Zn
-3
---------------------------------(cmolc dm ) ------------------------------154,00 2,771 156,89 1,20
0,90
49,70 15,47
Temperatura máxima média(ºC)
Temperatura mínima média(ºC)
Temperatura média compensada(ºC)
Precipitação(mm)
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
250
200
150
100
50
Precipitação (mm)
Temperatura (ºC)
45
0
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
Meses
mai/10
jun/10
Figura 3 - Temperaturas máximas, mínimas, médias compensadas (oC) e
precipitação pluvial mensal (mm). Fonte: INCAPER, Alegre-ES (2010)
46
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados metereológicos foram registrados durante o período em que o
experimento foi conduzido (Figura 3). Após a análise do histórico metereológico da
região, observa-se que os valores médios de temperatura e precipitação são
semelhantes aos que ocorreram durante a condução do experimento, caracterizando
condições de clima tropical, sendo adequadas para o maracujá, que apresenta bom
desenvolvimento sob condições de temperaturas ente 21 - 29 ºC. A intensidade
luminosa
influenciou
no
processo
de
emergência
das
plântulas
e
no
desenvolvimento das mudas (Tabela 3). Observou-se que sob sol pleno houve maior
porcentagem de emergência e maior índice de velocidade de emergência.
Entretanto, para esta segunda característica, não houve diferença estatística para o
sombreamento com uma malha preta nos substratos LA2, LA3 e LV2 e sob
sombreamento com duas malhas pretas no solo LV2 (Tabela 3).
Em presença de uma malha preta, a adição de lodo de esgoto ao solo, tanto
Latossolo Amarelo, quanto Vermelho, foi importante na promoção da emergência de
plântulas e na velocidade do processo, com valores significativamente superiores
em relação aos solos com ausência de lodo.
Tabela 3 - Emergência (EMER) e índice de velocidade de emergência (IVE) de
plântulas oriundas de sementes de maracujá doce (Passiflora alata Curtis), em solos
tratados com lodo de esgoto e em diferentes condições de sombreamento
-2
-1
Sombreamento (µmol m s /malha)
EMER (%)
IVE
Solo
0,85/0
0,74/1
0,70/2
0,40/3
0,85/0
0,74/1
0,70/2
0,40/3
LA1
22 Aab
0 Cc
4 Bc
0 Cc
0,21 Ab
0,00 Cc
0,04 Bd
0,00 Cd
LA2
18 Ac
13 Ba
6 Cbc
9 Ca
0,16 Ac
0,14 Aa
0,06 Bc
0,09 Ba
LA3
18 Ac
11 Ba
5 Cbc
7 Cab
0,16 Ac
0,14 Aa
0,06 Bc
0,06 Bb
LV1
25 Aa
6 Db
15 Ba
10 Ca
0,25 Aa
0,05 Db
0,17 Ba
0,11 Ca
LV2
17 Ac
10 Ba
9 Bb
4 Cb
0,12 Ad
0,11 Aa
0,10 Ab
0,03 Bcd
LV3
20 Abc
12 Ba
8 BCb
6 Cb
0,21 Ab
0,13 Ba
0,08 Bbc
0,05 Cb
CV (%)
18,98
19,89
Médias seguidas da mesma letra, minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas, não diferem entre si
pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade.
47
Legenda: LA1: Latossolo Amarelo; LA2: Latossolo Amarelo + lodo; LA3: Latossolo Amarelo + lodo +
calcário; LV1: Latossolo Vermelho; LV2: Latossolo Vermelho + lodo; LV3: Latossolo Vermelho + lodo
+ calcário.
Com relação à massa fresca da raiz (Tabela 4), os maiores valores foram
encontrados nas plântulas desenvolvidas sob maiores condições de sombreamento
(duas e três malhas pretas), à exceção das plantas cultivadas nos substratos LA1,
LA2 e LV1, sob sombreamento com duas malhas e LA3 e LV2 sob três malhas
pretas. Comportamento semelhante observou-se na massa seca da raiz, que
apresentou maiores valores sob sombreamento com duas e três malhas pretas
(Tabela 4).
Em nenhum dos sombreamentos avaliados, em ambos os substratos, houve
resposta no acúmulo de massa seca e fresca de raiz para o substrato sem adição de
lodo, sugerindo efeito benéfico de sua adição, para a cultura.
Na produção de massa fresca e seca da raiz e parte aérea houve destaque para as
mudas cultivadas no substrato LA2 sob duas malhas.
48
Tabela 4 - Massa fresca (MFR) e seca da raiz (MSR) e massa fresca (MFPA) e seca
da parte aérea (MSPA) de mudas de maracujazeiro doce (Passiflora alata Curtis),
em dois tipos de solos tratados com diferentes níveis de lodo de esgoto, em
diferentes condições de sombreamento
-2
-1
Sombreamento (µmol m s /malha)
MFR (mg)
Substrato
0,85/0
LA1
427,97 Bc
LA2
0,74/1
*
0,70/2
0,40/3
0,00 Bd
1233,75 Ac
0,00 Bc
3177,46 Ca
4563,62 Bb
5679, 45 Aa
1689, 81 Db
LA3
2291,97 Cb
4865,92 Ab
710,50 Dc
3398,42 Ba
LV1
195,32 Bc
195,00 Bd
739,78 Ac
LV2
2305,30 Db
7294,16 Aa
2880,67 Cb
3507,75 Ba
LV3
332,38 Cc
3263,50 Ac
3275,00 Ab
1374,30 Bb
CV (%)
628,59 ABc
14,69
MSR (mg)
LA1
47,36 Bc
0,00 Bd
482,37 Ad
LA2
353,95 Da
722,21 Bc
1584,74 Aa
496,04 Cbc
LA3
222,88 Cb
1162,56 Ab
270,50 Ce
540,12 Bb
LV1
31,83 Cc
31,50 Cd
303,53 Ae
166,50 Bd
LV2
291,70 Cab
1638,25 Aa
920,22 Bc
892,50 Ba
LV3
47,63 Dc
650,75 Bc
1060,12 Ab
382,33 Cc
CV (%)
0,00 Be
12,35
MFPA (mg)
LA1
308,65 Bb
0,00 Be
3099,72 Ad
0,00 Be
LA2
2140,63 Da
3628,25 Cd
12307,83 Aa
7730,78 Bd
LA3
2634,50 Da
10587,97 Bb
5925,00 Cc
13990,81 Ab
LV1
218,42 Bb
355,79 Be
1342,78 Ae
942,59 Ae
LV2
1737,25 Dab
14039,00 Ba
8332,08 Cb
16737,00 Aa
LV3
475,88 Db
7518,84 Cc
13794,50 Aa
9772,00 Bc
CV (%)
13,67
MSPA (mg)
LA1
65,44 Bd
0,00 Be
730,50 Ad
0,00 Bd
LA2
498,76 Db
891,71 Cd
3252,25 Aa
1759,99 Bc
LA3
530,55 Db
1993,00 Bb
1214,75 Cc
2644,69 Ab
LV1
58,69 Bd
93,00 Be
422,04 Ad
LV2
580,78 Ca
3294,50 Aa
1796, 51 Bb
3588,75 Aa
LV3
121,50 Cc
1536,25 Bc
3067,00 Aa
2910,33 Ab
CV (%)
16,20
200,67 ABd
49
Médias seguidas da mesma letra, minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas, não diferem entre si
pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade.
Legenda: LA1: Latossolo Amarelo; LA2: Latossolo Amarelo + lodo; LA3: Latossolo Amarelo + lodo +
calcário; LV1: Latossolo Vermelho; LV2: Latossolo Vermelho + lodo; LV3: Latossolo Vermelho + lodo
+ calcário.
Os substratos LA1 e LV1 proporcionaram as menores médias quando se avaliou as
massas da parte aérea fresca e seca, diferindo estatisticamente dos demais (Tabela
4). Isso reforça o que foi observado para a MFR e MSR, confirmando o efeito
favorável do lodo na formação das mudas.
Avaliando o efeito da adubação utilizando lodo de esgoto em Helianthus annuus,
Lobo e Grassi Filho (2007) concluíram que o lodo promoveu aumento significativo na
massa do caule e folhas secos. Oliveira et al. (2009) avaliaram o efeito do lodo de
esgoto no desenvolvimento inicial de cultivares de mamona, e concluíram que a sua
adição ocasionou efeito benéfico, aumentando o crescimento das plantas, com
aumento da massa da parte aérea e de raízes secas. Resultados similares foram
obtidos por Silva et al. (2004b) na produção de mudas de mamoeiro e porta-enxerto
de limão cravo.
Para todas as variáveis analisadas (Tabela 4), observa-se que os maiores valores
foram encontrados sob menores regimes de luz. Esses resultados concordam com
os obtidos por Farias Júnior et al. (2007), que verificaram que a luz, por ser fonte
primária de energia relacionada à fotossíntese, influencia no crescimento dos
vegetais. Segundo Scalon et al. (2002), o crescimento das plantas pode refletir a
habilidade de adaptação das espécies às condições de radiação do ambiente em
que estão se desenvolvendo. Discordando com os resultados apresentados, Melo et
al. (2008), ao avaliarem o crescimento inicial de mudas de Enterolobium
contortisiliquum (Vell.) Morong. sob diferentes
níveis de sombreamentos,
observaram que para as variáveis massa seca da raiz e da parte aérea, foram
encontrados maiores valores quando cultivadas a sol pleno. Martinazzo et al. (2007)
estudaram o efeito do sombreamento sobre o crescimento inicial e o teor de clorofila
foliar de Eugenia uniflora Linn (pitanga), e verificaram que a maior produção de
massa fresca e seca, tanto da raiz quando da parte aérea, foram obtidas para as
mudas que se encontravam sob sol pleno. Trabalhando com mudas de Passiflora
50
cincinnata Mast., Machado (2009) também observou que houve perda de massa
seca da raiz em função do sombreamento.
Houve diferença significativa entre os tratamentos para a variável comprimento da
raiz (Tabela 5). Plantas desenvolvidas em substratos enriquecidos com lodo de
esgoto apresentaram maiores valores quando comparadas àquelas que se
desenvolveram em substratos ausentes de lodo de esgoto. Entretanto, plantas em
LV3 e sol pleno, e sob maior condição de sombreamento apresentaram redução
significativa no comprimento da raiz.
O sombreamento com duas malhas pretas proporcionou melhores condições ao
desenvolvimento da raiz em todos os substratos. Com relação à altura das plantas,
as maiores médias foram obtidas sob o maior nível de sombreamento (três malhas
pretas), à exceção das plantas dos substratos LA1 e LV3, que diferiram,
apresentando os menores valores. Resultados similares foram encontrados nos
substratos LA1 a sol pleno, LV1 sob uma malha preta e substratos LA1, LV1 e LV3
sob duas malhas pretas.
Com relação ao número de folhas, diâmetro do coleto e área foliar, verificou-se que
a menor intensidade luminosa proporcionou maiores valores médios, quando
comparados aos demais níveis de sombreamentos. A fertilização com lodo de
esgoto favoreceu o desenvolvimento das mudas, apresentando médias com maiores
valores para as variáveis avaliadas (Tabela 5).
51
Tabela 5 - Comprimento da raiz (CR), altura (ALT), número de folhas (NF), diâmetro
do coleto (DC) e área foliar (AF) de mudas de maracujazeiro doce (Passiflora alata
Curtis), em dois tipos de solos tratados com diferentes níveis de lodo de esgoto em
diferentes condições de sombreamento
Sombreamento (µmol m-2 s-1/malha)
CR (mm)
Substrato
0,85/0
LA1
182,67 Bb
0,00 Cd
LA2
266,83 Aa
LA3
246,63 Ba
LV1
LV2
LV3
0,74/1
0,70/2
0,40/3
325,00 Ab
0,00 Cc
205,21 Bb
281,25 Ab
278,88 Aa
291,38 Aa
288,75 Ab
244,17 Bab
181,25 Cb
122,50 Dc
297,50 Ab
249,16 Bab
251,75 BCa
305,00 Aa
282,78 Bb
235,00 Cab
170,00 Cb
278,33 Ba
405,00 Aa
200,00 Cb
CV (%)
11,04
ALT (mm)
LA1
46,56 ABb
0,00 Bd
97,50 Ac
0,00 Bd
LA2
71,75 Dab
269,00 Cc
532,25 Bb
643,25 Ab
LA3
60,25 Cb
522,67 Ba
540,50 Bb
705,00 Ab
LV1
33,75 Bc
60,40 Ad
76,25 Ac
LV2
121,25 Da
264,50 Cc
469,62 Bb
844,32 Aa
LV3
58,56 Db
416,37 Bb
608,33 Aa
190,67 Cc
0,00 Bc
11,50 Ac
0,00 Bd
CV (%)
47,42 ABd
13,64
NF
LA1
9,25 Ab
LA2
11,75 Ba
12,25 Bb
13,75 Ba
16,75 Aa
LA3
11,75 Ba
13,75 Bab
13,50 Ba
17,25 Aa
LV1
7,75 Bb
10,75 Ab
11,25 Ac
7,00 Bc
LV2
12,25 Ca
LV3
9,50 Bab
15,00 Ba
12,00 Ca
18,00 Aa
13,25 ABab
14,50 Aa
12,25 Ab
0,00 Bc
27,25 Ab
0,00 Bd
35,00 Bb
CV (%)
14,12
DC (mm)
LA1
21,25 Ac
LA2
34,33 Bb
40,00 Aa
41,65 Aa
LA3
25,00 Cc
45,00 Aa
40,00 ABa
35,00 Bb
LV1
20,00 Ac
23,32 Ab
23,75 Ab
18,35 Ac
LV2
43,75 ABa
47,50 Aa
37,50 Ba
41,75 Ba
LV3
24,00 Bc
42,50 Aa
37,50 Aa
28,33 Bb
CV (%)
14,53
AF (mm2)
LA1
575,45 ABbc
0,00 Bd
1493,25 Ac
0,00 Bd
LA2
1177,59 Da
4167,92 Cc
9694,43 Ba
15272,22 Ab
LA3
865,70 Cb
9260,99 Ba
10260,71 Ba
16204,76 Ab
LV1
390,36 Cc
865,63 Bd
1060,53 Ac
508,35 Cd
LV2
1981,99 Da
5285,97 Cc
7521,26 Bb
19170,16 Aa
LV3
746,04 Db
7448,55 Bb
11161,81 Aa
2800,73 Cc
CV (%)
15,85
Médias seguidas da mesma letra, minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas, não diferem entre si
pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade.
52
Legenda: LA1: Latossolo Amarelo; LA2: Latossolo Amarelo + lodo; LA3: Latossolo Amarelo + lodo +
calcário; LV1: Latossolo Vermelho; LV2: Latossolo Vermelho + lodo; LV3: Latossolo Vermelho + lodo
+ calcário.
Zanella et al. (2006), estudando a formação de mudas de maracujazeiro amarelo
sob diferentes níveis de sombreamento, observaram aumento progressivo na altura
das plantas com a menor intensidade do sombreamento. De forma semelhante,
Morais et al. (2003) verificaram que o maior sombreamento induziu ao maior
crescimento em altura, em plantas de café. Carvalho et al. (2006) afirmaram que a
redução de irradiância causou aumento na altura média das plantas de artemísia
cultivadas sob sombreamento, sendo que estas médias foram superiores às obtidas
em plantas cultivadas a sol pleno, sugerindo que esse estímulo ao crescimento seja
uma resposta rápida ao sombreamento. Alguns estudos têm evidenciado a
plasticidade
fisiológica
de
espécies
vegetais
em
relação
à
radiação
fotossinteticamente ativa, disponível por meio de avaliações de crescimento inicial
em relação a diferentes níveis de sombreamento (ALMEIDA et al., 2005).
No crescimento de mudas de Passiflora cincinnata Mast. sob diferentes níveis de
sombreamento, Machado (2009) não observou diferença de número de folhas e de
diâmetro de caule, entretanto, a área foliar apresentou crescimento significativo ao
aumento do nível de sombreamento. Este resultado discorda dos resultados
apresentados por Silva (2004) em plantas de Passiflora edulis, que ressalta que a
sol pleno as plantas apresentaram maior número de folhas por planta, em relação
aos tratamentos sob sombreamento.
Muitas espécies trepadeiras necessitam de maiores intensidades luminosas, diante
disso, em áreas de conservação ou reflorestamento é necessário desenvolver
manejo adequado sob a perspectiva de privilegiá-las para seu bom desenvolvimento
(DIAS, 2009; SFAIR e MARTINS, 2011).
53
4.4 CONCLUSÕES
A aplicação de lodo de esgoto no solo favorece a emergência e o desenvolvimento
de mudas de maracujazeiro.
As sementes de maracujazeiro doce apresentam maior porcentagem de emergência
e maior índice de velocidade de emergência quando expostas a sol pleno.
A utilização de duas e três malhas pretas proporciona maior crescimento vegetativo
das mudas de maracujazeiro doce.
54
4.5 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, S. M. Z.; SOARES, A. M.; CASTRO, E. M.; VIEIRA, C. V.; GAJEGO, E. B.
Alterações morfológicas e alocação de biomassa em plantas jovens de espécies
florestais sob diferentes condições de sombreamento. Revista Ciência Rural, Santa
Maria, v. 35, n. 1, p. 62-68, 2005.
BENICASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas (Noções básicas).
Jaboticabal: FUNEP, 2003, 41p.
BRAGA, M. F.; JUNQUEIRA, N. T. Produção de mudas de maracujá-doce.
Planaltina, DF: Embrapa Cerrados,– (Documentos / Embrapa Cerrados, ISSN 15175111.93. 2003. 28p.
CARVALHO, N. O. S.; PELACANI, C. R.; RODRIGUES, M. O. S.; CREPALDI, I. C.
Crescimento inicial de plantas de lucuri (Syagrus coronata (Mart. Becc.) em
diferentes níveis de luminosidade. Revista Árvore, Viçosa, v. 30, n. 3, p. 351-357,
2006.
DIAS, A. S. Arquitetura, história de vida e infestação por lianas em espécies
arbóreas de florestas semidecíduas no município de Campinas, SP. 2009. 48f.
Dissertação de Mestrado, Universidade de Campinas, Campinas. 2009.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Manual de
métodos de análises de solos. 2. ed. Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa
de Solos, 1997. 247p.
FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V.; BRAGA, M. F. Maracujá: germoplasma e
melhoramento genético. In: BRAGA, M. F.; JUNQUEIRA, N. T. V.; FALEIRO, F. G.;
BELLON, G.; JUNQUEIRA, K. P. Maracujá-doce: melhoramento genético e
germoplasma. Planaltina - DF: Embrapa Cerrados, 2005b. 677 p.
FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V.; BRAGA, M. F. Maracujá: germoplasma e
melhoramento genético. In: FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V.; BRAGA, M. F.;
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57
5 CAPÍTULO 2 – CRESCIMENTO DA PLANTA E QUALIDADE DE
FRUTOS DE MARACUJAZEIRO DOCE CULTIVADOS EM SOLOS
TRATADOS COM LODO DE ESGOTO E SOB DIFERENTES
SOMBREAMENTOS
RESUMO – O presente estudo teve como objetivo avaliar o crescimento do
maracujazeiro doce em solo tratado com lodo de esgoto e sob diferentes regimes de
luz. Foram utilizadas mudas de maracujazeiro doce (Passiflora alata Curtis), com
150 dias, oriundas de sementes extraídas de frutos coletados em pomares do
município de Alegre-ES, germinadas em substrato Latossolo Vermelho, adubado
com lodo bruto (60 ton ha-1) e lodo corrigido com calcário, sendo mantidas sob sol
pleno (0,85 µmol m-2 s-1) e, sob cobertura com malha preta de sombreamento
(poliolefina), (0,74 µmol m-2 s-1). Após o período em condições de viveiro, foram
transferidas para o campo, em covas de 40x40x40 cm, contendo solo Latossolo
Vermelho. O delineamento experimental foi em blocos, em esquema 3x2, com seis
repetições por tratamento. Os tratamentos foram: Latossolo Vermelho puro (1),
Latossolo Vermelho com lodo (2) e Latossolo Vermelho com lodo corrigido com
calcário (saturação de bases (V) para V= 80%) (3), e mantidas sob sol pleno e
ambiente protegido com uma malha preta de sombreamento (poliolefina). A
avaliação do experimento deu-se pela análise de crescimento e do desenvolvimento
da parte aérea durante o ciclo da cultura. A antese e o número de flores foram
avaliados a cada dois dias no período de 69 dias. Após a antese, avaliou-se o
desenvolvimento dos frutos por 90 dias, com intervalo de 15 dias entre as
avaliações, sendo utilizados seis frutos por avaliação. A partir de 630 dias após a
semeadura determinaram-se os teores dos pigmentos fotossintéticos das plantas. As
plantas de maracujazeiro doce apresentam maior desenvolvimento fisiológico e
número de flores na antese em solos tratados com lodo de esgoto sob ambiente
sombreado. Sob condições de sol pleno, o teor de clorofila nas plantas de
maracujazeiro doce é maior.
Palavras-chave: Passiflora alata. Biossólido. Luz. Desenvolvimento
58
ABSTRACT - The present study aimed to evaluate the growth of sweet passion in
soil treated with sewage sludge and under different light regimes. We used seedlings
of sweet passion fruit (Passiflora alata), with 150 days, from seeds extracted from
fruits collected from orchards in the municipality of Alegre-ES, germinated on
substrate Oxisol fertilized with raw sludge (60 t ha-1) and corrected with lime sludge,
being kept under full sun (0,85 micromol m-2 s-1) and, under cover with black mesh
shading (polyolefin), (0,74 micromol m-2 s-1). After the period under nursery
conditions, were transferred to the field, in pits of 40x40x40 cm, containing soil
Oxisol. The experiment was arranged in blocks in 3x2 layout, with six replicates per
treatment. The treatments were Rhodic pure (1), Typic sludge (2) and Oxisol sludge
amended with limestone (base saturation (V) for V = 80%) (3), and kept under full
sun and environment protected with a black mesh shading (polyolefin). The
evaluation of the experiment was due to the analysis of growth and development of
shoots during the crop cycle. Anthesis and number of flowers were evaluated every
two days in the period of 69 days. After anthesis, we evaluated the development of
the fruit for 90 days with a 15 day interval between assessments, six fruits being
used for evaluation. As of 630 days after sowing were determined levels of
photosynthetic pigments in plants. The sweet passion fruit plants are more
physiological development and number of flowers at anthesis in soils treated with
sewage sludge under shade. Under conditions of full sun, the chlorophyll in plants of
sweet passion is greater.
Keywords: Passiflora alata. Biosolids. Light. Development
59
5.1 INTRODUÇÃO
O maracujazeiro (Passiflora spp.) é
uma planta
trepadeira,
cuja família
Passifloraceae possui 12 gêneros e cerca de 300 espécies (MALERBO-SOUZA e
RIBEIRO, 2010). A espécie P. alata é considerada tropical nativa, apresentando
grande importância econômica devido à sua aceitação e consumo no mercado.
Caracteriza-se pela qualidade de seus frutos ricos em sais minerais e vitaminas,
sobretudo, A, C e do complexo B, pelas suas propriedades farmacológicas, como a
maracujina, a passiflorina e a calmofilase, especialidades farmacêuticas de amplo
uso como sedativo, depurativo, antiinflamatório e antiespasmodico; e ainda pelo
valor decorativo de suas flores (BELLON et al., 2009).
Nos últimos anos, o elevado volume de resíduos orgânicos industriais acumulados
nas estações de tratamentos e as dificuldades em encontrar fins de aproveitamento,
demonstram a necessidade de maiores estudos. O lodo de esgoto é um resíduo que
contém teores elevados de N, bons teores de P e micronutrientes essenciais, como
Fe e Zn. Barbosa et al. (2007) afirmam que as propriedades do lodo de esgoto são
semelhantes às de outros produtos orgânicos comumente usados na agricultura,
como os estercos suíno, bovino e avícola. Alguns trabalhos têm apresentado
aumento na produção e crescimento de plantas em solos tratados com lodo de
esgoto (OLIVEIRA et al., 2009; RODRIGUES et al., 2009). A utilização do lodo é
uma prática altamente promissora para o desenvolvimento de sistemas agrícolas
sustentáveis.
Comercialmente,
o
uso
desses
resíduos
orgânicos
poderá
proporcionar maior valor agregado ao produto colhido devido ao aproveitamento de
uma fonte orgânica diferenciada.
A grande preocupação da utilização desses resíduos industriais e urbanos na
agricultura está associada à presença de metais pesados e microrganismos
patogênicos em sua composição química, com isso, normas rígidas para elaboração
de projetos devem ser seguidas para minimizar o impacto desta prática no ambiente,
como a norma técnica P4.240 (CONAMA, 2006). Apesar de presentes no lodo de
esgoto, estudos sobre os metais pesados têm apresentado resultados pouco
consistentes quanto à efetiva contaminação do solo e nas plantas (ANJOS e
MATTIAZZO, 2000; CHIBA et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2009). Corrêa et al. (2008),
60
utilizando os mesmos resíduos industriais e urbanos, não observaram alteração nos
teores de metais pesados em Latossolo Vermelho distrófico sob sistema de plantio
direto.
O comprimento do dia e a temperatura do ar são considerados os fatores ambientais
mais importantes para o controle do florescimento (TAIZ e ZEIGER, 2009). A baixa
radiação solar limita o crescimento das plantas, a produção e a qualidade dos frutos,
por lhes restringir a disponibilidade de fotoassimilados. No entanto, a radiação solar
excessiva, acima do ponto de saturação luminoso, também pode ser prejudicial à
fotossíntese em razão de danos ao aparato fotossintético e, quando associada à
elevadas temperaturas, pode favorecer a transpiração excessiva levando à redução
do potencial hídrico na folha, o que resulta em fechamento estomático e redução na
captação do CO2 pelas plantas (ANDRIOLO, 2000).
Atualmente, as pesquisas com a Passiflora spp encontram-se mais concentradas na
área fitossanitária e no manejo (podas, adubações e enxertia). No entanto, há
poucos estudos a respeito do comportamento do maracujazeiro sob diferentes níveis
de radiação, relacionando-o a parâmetros fisiológicos importantes para o
desenvolvimento da planta, como crescimento e fotossíntese. Plantas de sol e de
sombra têm algumas características contrastantes em relação à anatomia e
fisiologia. Em geral, os diferentes níveis de luminosidade causam mudanças
morfológicas e fisiológicas na planta, e sua adaptação é determinada por
características genéticas em interação com o meio ambiente (MORAES NETO et al.,
2000) influenciando na produção e qualidade de frutos.
Conhecer as características de crescimento das espécies permite adequar o
planejamento de acordo com os métodos de cultivo, contribuindo na expressão do
potencial de espécies vegetais. A análise de crescimento descreve as condições
morfofisiológicas da planta em diferentes intervalos de tempo. É um método a ser
utilizado na investigação do efeito dos fenômenos ecológicos sobre o crescimento,
como a adaptabilidade das espécies em ecossistemas diversos, efeitos de
competição, diferenças genotípicas da capacidade produtiva e a influência das
práticas agronômicas sobre o crescimento (CASTRO et al., 2008).
Conhecer a época, a frequência e a duração da antese floral de uma espécie é de
grande importância para o manejo cultural e definições de técnicas específicas para
o melhoramento genético. Segundo Teixeira et al. (1994), diferentes espécies de
61
maracujazeiro apresentam períodos de abertura floral distintos, mas quase sempre
curtos.
Estudos sobre o ciclo da cultura, reciclagem da matéria orgânica e de
nutrientes originados da aplicação de resíduos orgânicos em solos agrícolas, e
observações sobre o efeito das diferentes intensidades de luz no cultivo são
necessários para o estabelecimento de alternativas ambientais economicamente
viáveis para a disposição desses materiais. Dessa forma, no presente estudo
objetivou-se avaliar o desenvolvimento do maracujazeiro doce em solo tratado com
lodo de esgoto e sob diferentes regimes de luz.
62
5.2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na propriedade rural Ponte da Braúna, distrito de Rive,
Município de Alegre-ES, 20º 45’S e 41º 29’W e altitude de 138 m (INCAPER, 2013).
Foram utilizadas mudas de maracujazeiro doce (Passiflora alata), com 150 dias,
oriundas de sementes extraídas de frutos coletados em pomares do município de
Alegre-ES, germinadas em substrato Latossolo Vermelho, adubado com lodo (60 ton
ha-1) e lodo corrigido com calcário. As mudas apresentavam em média de 50 cm de
altura, onde foram divididas em dois lotes e mantidas sob sol pleno (0,85 µmol m-2 s1
) e, sob cobertura com malha preta de sombreamento (poliolefina), (0,74 µmol m-2 s-
1
). Após o período sob condições de viveiro, as mudas foram transferidas para o
campo, em covas de 40x40x40 cm.
Na fase inicial e final do experimento, a camada superficial do solo (0-20 cm) e o
lodo utilizado, proveniente da lagoa anaeróbica da Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE) da Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN) de
Valparaíso, município da Serra-ES, apresentaram as características físicas e
químicas conforme Tabelas 6 e 7.
O delineamento experimental foi em blocos, em esquema fatorial 3x2, com seis
repetições. Os tratamentos foram: Latossolo Vermelho puro (1), Latossolo Vermelho
com lodo (2) e Latossolo Vermelho com lodo corrigido com calcário (saturação de
bases (V) para V= 80%) (3), e mantidas sob sol pleno e ambiente protegido com
malha preta de sombreamento (poliolefina). A densidade de fluxo de fótons foi
medida utilizando-se Luxímetro Digital (TES 1332A) com resolução de 2000 LUX,
coletados por 15 minutos, em três horários (08:00, 12:00 e 16:00 horas), com
intervalo de um dia durante oito dias após instalação do experimento, que
registraram: sol pleno (0,85 µmol m-2 s-1) e cobertura com malha preta (0,74 µmol m2
s-1).
As plantas foram conduzidas em haste única durante 330 dias. Após esse período
foram despontadas, padronizando o comprimento da haste principal em 1,80 metros.
Posteriormente, realizou-se a condução dos cordões laterais, e destes os verticais,
formando a condução em cortina, com o apoio de arame.
A avaliação do experimento foi feita pela análise de crescimento e do
desenvolvimento da parte aérea durante o ciclo da cultura. Foram realizadas oito
63
avaliações por um período de 240 dias, em que foram avaliadas as seguintes
variáveis: comprimento da haste principal (cm), número de folhas, número de
brotações, número e comprimento de gavinhas (mm) e diâmetro do coleto (mm).
Na fase de floração, foram avaliadas a antese e o número de flores a cada dois dias,
no período de 69 dias. Após a antese, foi avaliado o desenvolvimento dos frutos
durante o período de 90 dias, com intervalos de 15 dias entre as avaliações, e foram
utilizados seis frutos por avaliação. As variáveis avaliadas foram: massa média dos
frutos (g) e da mucilagem (g), espessura do mesocarpo (mm) e diâmetro equatorial
(mm), ambos avaliados com auxílio de um paquímetro (1/10 mm), teores de sólidos
solúveis totais (% ºBrix), por refratometria utilizando-se um refratômetro de campo, e
número médio de sementes por fruto.
A partir de 630 dias após a semeadura determinaram-se os teores dos pigmentos
fotossintéticos das plantas, utilizando-se a segunda folha completamente expandida,
do ápice para a base, retirando-se três discos foliares com um cm de diâmetro, que
foram imersos em cinco mL de Dimetilsulfóxido (DMSO), em tubos escuros e
vedados, mantidos sobre bancada, na temperatura de 25 ºC por 30 horas.
Posteriormente, foram determinadas as leituras da densidade ótica a 470, 663 e 645
nm. A obtenção da massa dos discos foliares secos foi feita por secagem por 24
horas em estufa a 70±3 ºC. Os teores de clorofila e carotenóides foram expressos
em mg g-1 MS, e calculados de acordo com as equações de Arnon (1949) e
Lichtenthaler (1987), conforme segue:
Clor a= (12,7.A663 – 2,69.A645/1000.MS).V
Clor b= (22,9.A645 – 4,68.A663/1000.MS).V
Clor. total= (20,2.A663 – 2,69.A645/1000.MS.V
Carotenóides= (1000.A470) – (1,82.clor a) – (85,02.clor b)/(198).V
em que:
A470 = absorbância a 470 nm; A663 = absorbância a 663 nm; A645 = absorbância a
645 nm; V = volume da amostra (mL); MS = massa seca da amostra (g).
Os dados referentes às características avaliadas foram transformados [(x + 0,5)1/2],
mas as médias apresentadas foram os valores originais. Observadas as
pressuposições do teste de homogeneidade de variância e a comparação de médias
64
foi feita pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade e da análise de
regressão para os dados quantitativos.
Tabela 6 - Valores médios de macronutrientes encontrados no Latossolo Vermelho.
CCA-UFES, 2013
Solo
pH H2O
P
K
-3
5,4
Ca
Mg
Al
H+Al
SB
CTC
t
V
-3
(mg dm )
-----------------------------(cmolc dm ) -----------
(%)
4,0
1,9
49,4
13,9
1,1
0,1
3,5
3,4
6,9
3,5
Tabela 7 - Valores médios da caracterização química do lodo de esgoto. CCAUFES, 2013
pH H2O
Umidade Natural
(%)
6,32
98,12
N
P
Ca
Mg
Cu
Cr
Zn
---------------------------------(cmolc dm-3) ---------------------154,00
2,771
156,89
1,20
0,90
49,70 15,47
Figura 4 - Dados climatológicos (Temperaturas máximas, mínimas e médias
compensadas (ºC) e precipitação pluvial mensal (mm)), durante o período
experimental. Fonte: CCAUFES/ INMET, Alegre-ES, 2012.
65
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Figura 4 estão apresentadas as temperaturas máximas, mínimas, médias
compensadas do ar (ºC) e a precipitação pluvial mensal ocorrida durante a fase
experimental.
Após 510 dias da aplicação do lodo de esgoto e calcário no solo, verificou-se
aumento nos teores de macronutrientes em todos os solos tratados com lodo
(Tabela 8). Assim como os teores de macronutrientes, a capacidade de troca
catiônica e a saturação de base do solo apresentaram resultados superiores em
relação ao solo puro.
Tabela 8 - Valores médios de macronutrientes encontrados no solo puro e no solo
tratado com lodo de esgoto. CCA-UFES, 2013
Solo
pH H2O
P
K
Ca
-3
-----------------------------(cmolc dm ) --------------
(mg dm )
Mg
Al
H+Al
SB
CTC
t
-3
M.O.
-1
V
(g kg )
(%)
1
5,4
4,0
13,9
1,9
1,1
0,1
3,5
3,40
6,90
3,50
6,9
49,4
2 SP
4,4
8,0
44,0
3,5
1,2
0,3
4,7
4,89
9,55
5,14
14,5
51,2
3 SP
5,1
10,0
53,0
3,9
1,3
0,0
3,0
5,39
8,39
5,39
16,1
64,2
2 SB
4,4
6,0
39,0
3,4
1,1
0,3
4,7
4,60
9,26
4,85
15,2
49,6
3 SB
4,7
11,0
45,0
4,4
1,1
0,2
4,7
5,63
10,29
5,83
20,3
54,7
Legenda: 1: solo puro; 2 SP: solo + lodo em condições a sol pleno; 3 SP: solo + lodo + calcário em
condições a sol pleno. 2 SB: solo + lodo em condições de sombreamento com malha preta; 3 SB:
solo + lodo + calcário em condições de sombreamento com malha preta.
Apesar de muitas pesquisas apresentarem diversos estudos sobre a aplicação e
efeito do lodo de esgoto nos últimos anos, a maior parte volta-se para o
comportamento de desenvolvimento fisiológico das espécies, uma vez que poucos
são os trabalhos que apresentam os teores de macronutrientes do solo após sua
aplicação. Em estudos realizados por Alves et al. (2007) e Campos et al. (2008), os
autores similarmente observaram melhoria das propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo. De Maria et al. (2007) verificaram que em solos que receberam
lodo houve aumento gradativo no diâmetro dos agregados, de acordo com a
quantidade aplicada. Oliveira (2000) observou o aumento da CTC em função das
doses de lodo de esgoto ao avaliar durante dois anos as amostras de solo em cultivo
de cana-de-açúcar.
66
Verifica-se que mesmo havendo a aplicação de calcário (Tabela 8), os solos tratados
com lodo apresentaram-se mais ácidos quando comparados ao solo puro. O lodo de
esgoto apresenta em sua composição, elevado teor de nitrogênio, e também se
caracteriza como uma importante fonte de matéria orgânica, havendo a formação de
ácidos orgânicos e inorgânicos no processo de decomposição da matéria orgânica.
Desta forma, as reações nítricas e a presença de ácidos inorgânicos liberam íons de
hidrogênio do solo, sendo que a redução do pH é decorrente da dissociação em
ânion e hidrogênio. A acidificação dos solos decorre da formação de ácidos
orgânicos e reações de nitrificação de nitrogênio amoniacal já presente no lodo ou
gerado na mineralização de nitrogênio orgânico (BOEIRA, 2009). Concordando com
os resultados encontrados, Lopes et al. (2007) e Araújo et al. (2009), estudando a
aplicação do lodo de esgoto no crescimento de gramíneas, observaram que solos
onde houve aplicação do lodo apresentaram maior acidez após o ciclo da cultura.
Considerando o desenvolvimento da cultura do maracujazeiro, de acordo com os
resultados obtidos é possível observar os efeitos favoráveis do lodo de esgoto em
proporcionar maior desenvolvimento das plantas, quando mantidas sob condições
de máxima luminosidade, sol pleno (Figura 5). As plantas apresentaram
desenvolvimento progressivo até o quarto mês do plantio, após esse período foi
constatado decréscimo para as variáveis: número de folhas (B), número de gavinhas
(D) e comprimento de gavinhas (E). O diâmetro do coleto (A) e o número de brotos
(C) apresentaram crescimento progressivo com o crescimento das plantas ao longo
do período de avaliação.
O comprimento da haste principal (F) apresentou crescimento progressivo, porém
após 330 dias, as plantas com hastes maiores que 1,80 m foram despontadas,
assim, constatou-se que a presença de lodo de esgoto proporcionou plantas maiores
quando comparadas com os tratamentos sem a presença de lodo de esgoto.
67
A
B
16
30
Número de folhas
Diâmetro (cm)
y = 0,0188x + 0,7312
R² = 0,9452
14
y = -0,1487x 2 + 2,3461x + 3,4699
12
R2 = 0,9979
10
8
6
4
25
20
15
y = -0,001x2 + 0,5584x - 54,641
R² = 0,7972
y = -0,627x2 + 5,662x + 6
R2 = 0,9179
10
y = 1,0883x + 5,6548
R2 = 0,9042
2
y = -0,0004x2 + 0,2829x - 34,063
R² = 0,9956
5
0
0
150
180
210
240
PURO
270 300
DIAS
LODO
330
360
150
390
180
210
240
270
300
330
360
DIAS
PURO
LODO+CALCÁRIO
LODO
LODO+CALCÁRIO
D
150
180
210
240
y = 0,0705x - 11,718
R² = 0,933
2
25 y = -0,001x + 0,6005x - 61,521
R² = 0,9401
20
30
y = 0,0001x 2 - 0,0523x + 5,5069
R² = 0,9366
y = 0,0386x - 5,9266
R² = 0,9841
y = 0,9607x + 0,7476
R2 = 0,9924
Número de gavinhas
Número de brotos
C
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
270
300
330
360
15
10
5
y = -0,8158x2 + 8,177x + 1,1499
R2 = 0,8843
0
390
150
180
210
240
DIAS
PURO
LODO
270
300
330
360
390
DIAS
LODO+CALCÁRIO
PURO
LODO
LODO+CALCÁRIO
E
F
450
30
400
25
y = -0,0011x 2 + 1,9161x - 316,9
R² = 0,9608
350
20
300
y = -0,0008x 2 + 0,5452x - 72,781
R² = 0,9823
y = -0,0003x 2 + 0,201x - 6,6576
R² = 0,5792
y = -0,627x 2 + 5,662x + 6
R2 = 0,9179
15
10
5
0
150
180
210
240
270
300
330
360
390
C. haste (cm)
C. gavinha (cm)
390
250
200
150
y = -0,0174x2 + 10,786x - 1290,6
R² = 0,8855
y = -12,744x2 + 144,89x - 55,32
R2 = 0,9470
100
50
0
150
180
210
240
DIAS
PURO
LODO
270
300
330
360
390
DIAS
LODO+CALCÁRIO
PURO
LODO
LODO+CALCÁRIO
Figura 5 - Diâmetro do coleto (A), número de folhas (B), número de brotos (C),
número de gavinha (D), comprimento de gavinhas (E) e comprimento da haste
principal (F) de plantas de maracujazeiro doce sob condições a sol pleno (0,85
µmol m-2 s-1).
68
Na Figura 6, verifica-se que os tratamentos com presença de lodo de esgoto em
ambiente sombreado apresentaram maiores médias, que foram significativas
quando comparados com tratamentos com ausência do lodo, sugerindo benefícios
como fonte de nutrientes para o desenvolvimento fisiológico de plantas de
maracujazeiro doce.
Em condições sombreadas, verificou-se um acréscimo significativo com o aumento
do período de desenvolvimento das plantas, em todas as variáveis, à exceção do
número de folhas (B) e número de gavinhas (D), os quais apresentaram decréscimo
a partir de 180 dias.
69
A
14
30
10
8
6
y = -0,0002x 2 + 0,1208x -
11,137
4
R² = 0,9672
2
y = -0,0001x 2 + 0,0849x - 6,5218
R² = 0,9726
Número de folhas
y = -0,0001x 2 + 0,1169x - 12,808
R² = 0,9972
12
Diâmetro (cm)
B
y = -0,0013x 2 + 0,756x - 89,429
R² = 0,8861
25
20
15
y = -0,0004x 2 + 0,2149x - 11,404
R² = 0,3604
y = -0,0004x 2 + 0,243x - 20,134
R² = 0,8727
10
5
0
0
150
180
210
240
270
300
330
360
150
390
180
210
240
270
LODO
330
360
PURO
LODO+CALCÁRIO
LODO
LODO+CALCÁRIO
C
D
25
y = 0,0335x - 6,8294
R² = 0,9085
8
7
3
2
y = 0,0179x - 1,9226
R² = 0,9078
1
0
150
180
210
240
270
y = -0,0011x 2 + 0,6775x - 85,247
R² = 0,9513
20
y = 0,0321x - 4,4127
R² = 0,9385
6
5
4
300
330
360
Número de gavinhas
Número de brotos
9
15
10
390
y = -0,0004x 2 + 0,2273x - 16,16
R² = 0,9843
5
y = -0,0004x 2 + 0,2236x - 16,783
R² = 0,7685
0
150
180
DIAS
PURO LODO LODO+CALCÁRIO
210
240
270
300
330
360
PURO
LODO
LODO+CALCÁRIO
F
400
30
350
25
300
C. haste (cm)
35
20
y = -0,0007x 2 + 0,4764x -
51,456
R² = 0,7541
y = -0,0004x 2 + 0,2411x - 13,666
R² = 0,6906
15
10
y = -0,0003x 2 + 0,2043x - 5,9034
R² = 0,6877
5
180
210
240
270
300
330
360
250
y = -0,0142x 2 + 9,0451x - 1125,7
R² = 0,8946
200
150
y = -0,0075x 2 + 4,893x - 478,38
R² = 0,9116
y = -0,011x 2 + 7,0917x - 822,47
R² = 0,936
100
50
0
0
150
390
150
180
210
240
DIAS
PURO
LODO
390
DIAS
E
C. gavinha (cm)
390
DIAS
DIAS
PURO
300
270
300
330
360
390
DIAS
LODO+CALCÁRIO
PURO
LODO
LODO+CALCÁRIO
Figura 6 - Diâmetro do coleto (A), número de folhas (B), número de brotos (C),
número de gavinha (D), comprimento de gavinhas (E) e comprimento da haste
principal (F) de plantas de maracujazeiro doce (Passiflora alata Curtis) em condições
de sombreamento com uma malha preta (0,74 µmol m-2 s-1).
70
As plantas desenvolvidas em solos tratados com lodo apresentaram maior
crescimento, quando comparadas com as de solo puro (Tabela 9). Oliveira et al.
(2009), avaliando o efeito do lodo de esgoto no desenvolvimento inicial de cultivares
de mamona concluíram que a adição de lodo de esgoto ocasionou efeito benéfico,
aumentando o crescimento das plantas e,consequentemente, a massa seca da raiz
e da parte aérea. Rodrigues et al. (2009) observaram que o crescimento da
mamoneira foi favorecido pela irrigação com a água residuária de origem doméstica.
Ao avaliar o desenvolvimento de plantas de girassol, Lobo et al. (2012) observaram
que o uso de lodo de esgoto promoveu incremento no crescimento, mostrando-se
eficiente. Nascimento et al. (2004) observaram incremento na altura e no diâmetro
da mamoneira, com a aplicação de água residuária, tornando a planta mais vigorosa
e robusta.
Com relação à intensidade de luz, observou-se que as diferentes intensidades de luz
proporcionaram diferenças significativas entre os tratamentos para as variáveis
analisadas. Nos solos com ausência de lodo de esgoto, em todas as variáveis
analisadas houve maior desenvolvimento das plantas em condições de ambiente
sombreado, fato constatado em todas as variáveis de crescimento avaliadas (Tabela
9). Estes resultados corroboram com os resultados apresentados por Zanella et al.
(2006), em estudo do desenvolvimento de plantas de maracujazeiro amarelo sob
diferentes níveis de sombreamento, que observaram aumento no desenvolvimento
das plantas com a redução da intensidade luminosa.
71
Tabela 9 - Diâmetro (%), número de folhas, brotos e gavinhas, e comprimento de
gavinhas e da haste principal de maracujazeiro doce (Passiflora alata Curtis), em
Latossolo Vermelho tratados com lodo de esgoto em condições de sombreamento
-2
-1
Sombreamento (µmol m s )
MO
Diâmetro
Número de folhas
Número de brotos
--------------------------
--------------------------
--------------------------
0,85
0,74
0,85
0,74
0,85
0,74
1
6,0 Bb
7,9 Ab
13 Bb
23 Aa
0 Bb
2 Ab
2
10,8 Aa
9,9 Aa
23 Aa
20 Aa
5 Aa
5 Aa
3
10,4 Aa
8,3 Bab
20 Aa
18 Ab
5 Aa
3 Bab
Número de gavinhas
Comprimento de gavinha
Comprimento da haste
--------------------------
--------------------------
--------------------------
1
8 Bb
17 Aa
19,2 Ba
23,2 Aa
116,7 Bb
266,7 Aa
2
21 Aa
18 Aa
22,8 Aa
22,8 Aa
369,8 Aa
280,5 Ba
3
24 Aa
18 Ba
23,3 Aa
25,9 Aa
336,5 Aa
298,8 Aa
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas não diferem entre si
pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade.
Legenda: 1 - Latossolo Vermelho puro; 2 - Latossolo Vermelho com lodo; 3 - Latossolo Vermelho
com lodo corrigido.
Em solos tratados com lodo de esgoto não foi observada diferença entre os
sombreamentos à exceção do comprimento da haste principal (Tabela 9), que
apresentou menores valores sob ambiente sombreado. Em solo tratado com lodo de
esgoto + calcário, sob ambiente sombreado, as plantas apresentaram menores
valores no diâmetro do caule, número de brotos e número de gavinhas (Tabela 9).
Silva (2004), avaliando plantas de maracujazeiro-amarelo, ressalta que as plantas
mantidas sob sol pleno apresentaram maior número de folhas e gavinhas, em
relação àquelas mantidas sob sombreamento.
Na Figura 7 verifica-se o comportamento do período de antese floral. A partir da
análise de frequência relativa e acumulada foi observado maior número de flores no
período de antese nos meses de junho-julho, período em que foi constatado menor
índice de precipitação pluviométrica (Figura 4).
72
Sol Pleno
Sombreado
A
B
C
E
D
F
Figura 7 - Frequência relativa (A e B), acumulada (C e D) e número acumulado (E e
F) de flores de P. alata Curtis, no período da antese, sob sol pleno e ambiente
sombreado.
73
O florescimento em época de menor precipitação pluviométrica pode trazer muitos
benefícios para a frutificação e sobrevivência da espécie. Principalmente em culturas
polinizadas por número restrito de espécies, como é o caso das Passifloras (KLEIN
et al., 2006). De acordo com Siqueira et al. (2009), no período seco, com a floração
reduzida de essências nativas, as espécies de Xylocopa encontram oferta alternativa
de alimento na cultura, ocorrendo aumento no número de visitas, desta forma, na
estação chuvosa, não só a vegetação nativa compete com a cultura, como também
as plantas invasoras do cultivo, deslocando o forrageio dos polinizadores. Outras
espécies apresentam comportamento diferente, como é o caso da Annona muricata
L., que apresenta pico de floração nos períodos de maior precipitação
(NASCIMENTO
et
al.,
2002).
Avaliando
o
florescimento
de Passiflora
edulis f. flavicarpa na região norte fluminense, Benevides et al. (2009) verificaram
que o florescimento ocorreu durante nove meses, de forma não sincrônica durante o
ano.
Em solos tratados com lodo de esgoto, verificou-se maior ocorrência de número de
flores e precocidade na floração, de forma crescente, para todos os parâmetros de
crescimento fisiológico de interesse agronômico das plantas de maracujazeiro doce
(Figura 7).
Nas Figuras 8 e 9, verifica-se que os valores das variáveis avaliadas de
desenvolvimento dos frutos foram maiores sobre solos tratados com lodo de esgoto.
À exceção do peso médio dos frutos (A) e número de sementes (F) foi observado
comportamento progressivo para as variáveis de plantas sob condições de sol pleno
e de sombreamento. Verificou-se que houve crescimento regressivo para a
espessura do mesocarpo (C), e aumento progressivo do peso da mucilagem (B),
diâmetro dos frutos (D) e º Brix (E) em relação ao período de dias (Figura 8 e 9).
74
A
B
60
200
160
140
120
100
y=
-0,0154x2
+ 1,7993x + 95,9
R² = 0,8483
y = -0,0419x2 + 4,7551x + 28,68
R² = 0,7078
y = -0,0131x2 + 1,7778x + 70,702
R² = 0,8493
80
60
40
20
50
Peso da mucilagem (g)
Peso médio dos frutos (g)
180
40
y = -0,0099x2 + 1,5596x - 16,95
R² = 0,9396
y = -0,0098x2 + 1,6167x - 18,141
R² = 0,9208
y = -0,0083x2 + 1,5098x - 22,302
R² = 0,9213
30
20
10
0
0
15
30
45
60
DIAS APÓS ANTESE
PURO
LODO
75
90
15
30
LODO+CALCÁRIO
45
60
DIAS APÓS ANTESE
PURO
LODO
75
90
LODO+CALCÁRIO
C
D
80
14
70
12
DDiâmetro equatorial (mm)
ESEspessura do mesorcarpo (mm)
16
10
y = -0,0819x + 14,8
R² = 0,8954
y = -0,0676x + 12,8
R² = 0,8624
y = -0,101x + 15,633
R² = 0,9592
8
6
4
2
60
50
30
30
y = -0,0008x 2 + 0,357x + 48,82
R² = 0,9817
y = -0,0035x 2 + 0,5101x + 47,55
R² = 0,9144
10
45
60
DIAS APÓS ANTESE
PURO
y = -0,0036x2 + 0,5228x + 46,68
R² = 0,9657
20
0
15
40
LODO
75
0
90
15
30
45
60
75
90
DIAS APÓS ANTESE
LODO+CALCÁRIO
PURO
LODO
LODO+C ALCÁRIO
E
F
25
220
215
20
205
15
º Brix
Número de sementes
210
y = -0,0044x2 + 0,7663x - 13,01
R² = 0,8796
10
y = -0,0031x2 + 0,6471x - 11,2
R² = 0,8979
y = -0,0049x2 + 0,8411x - 14,42
R² = 0,8834
5
0
200
195
y = -0,0074x2 + 0,9274x + 184,5
R² = 0,2325
190
185
180
15
30
45
60
DIAS APÓS ANTESE
PURO
LODO
75
90
15
30
45
60
DIAS APÓS ANTESE
75
90
LODO+CALCÁRIO
Figura 8 - Peso médio dos frutos (A) e da mucilagem (B), espessura do mesocarpo
(C), diâmetro equatorial (D), º Brix (E) e número médio de sementes por fruto (F) de
plantas de maracujazeiro doce sob condições de sol pleno (0,85 µmol m-2 s-1).
75
Resultados semelhantes foram encontrados por Silva et al. (2010), que estudando a
maturação de maracujazeiro amarelo, observaram que a espessura do mesocarpo
reduziu com o maior amadurecimento dos frutos, e o º Brix comportou-se de forma
progressiva de acordo com o amadurecimento.
Observa-se que a partir de 75 dias houve redução no peso médio dos frutos (A)
(Figura 8 e 9). Esse efeito pode ser atribuído à perda de turgescência celular e,
consequentemente, redução de massa dos frutos devido ao estádio de maturação
avançado. Ao avaliar o número de sementes por fruto (F) verificou-se
heterogeneidade entre os frutos (Figura 8 e 9).
76
A
B
60
200
160
140
120
y=
-0,048x2
+ 5,4521x + 12,899
R² = 0,8306
y = -0,0435x2 + 4,7317x + 53,094
R² = 0,8568
y = -0,0326x2 + 3,6679x + 65,823
R² = 0,7984
100
80
60
40
20
50
Peso da mucilagem (g)
Peso médio dos frutos (g)
180
40
y = -0,0093x2 + 1,6794x - 22,563
R² = 0,9443
y = -0,0101x2 + 1,6648x - 17,364
R² = 0,891
30
20
y = -0,0109x2 + 1,7777x - 23,73
R² = 0,8906
10
0
0
15
30
45
60
DIAS APÓS ANTESE
PURO
LODO
75
90
15
30
LODO+CALCÁRIO
45
60
DIAS APÓS ANTESE
PURO
LODO
75
LODO+CALCÁRIO
D
16
80
14
70
Diâmetro equatorial (mm)
Espessura do mesocarpo (mm)
C
12
10
8
y = -0,0905x + 14,833
R² = 0,9287
y = -0,0467x + 12,367
R² = 0,9312
y = -0,0448x + 12,433
R² = 0,7039
6
4
2
60
50
40
y = -0,0023x2 + 0,488x + 47,675
R² = 0,972
y = -0,0022x2 + 0,4092x + 53,375
R² = 0,9802
y = -0,0016x2 + 0,257x + 55,58
R² = 0,845
30
20
10
0
0
15
30
45
60
DIAS APÓS ANTESE
PURO
LODO
75
90
15
30
LODO+CALCÁRIO
45
60
DIAS APÓS ANTESE
PURO
LODO
75
90
LODO+CALCÁRIO
E
F
250
20
200
Número de sementes
25
15
º Brix
90
150
y = -0,0044x2
+ 0,8122x - 13,94
R² = 0,8883
y = -0,0048x2 + 0,8282x - 14,01
R² = 0,8746
y = -0,0042x2 + 0,7898x - 13,54
R² = 0,8898
10
5
0
100
y = 0,0117x2 - 1,2879x + 226,3
R² = 0,1123
50
0
15
30
45
60
DIAS APÓS ANTESE
PURO
LODO
75
90
15
30
45
60
DIAS APÓS ANTESE
75
90
LODO+CALCÁRIO
Figura 9 - Peso médio dos frutos (A) e da mucilagem (B), espessura do mesocarpo
(C), diâmetro equatorial (D), º Brix (E) e número médio de sementes por fruto (F) de
plantas de maracujazeiro doce sob condições de sombreamento com malha preta
(0,74 µmol m-2 s-1).
77
Os resultados do estudo da relação clorofila a/b, teor de clorofila total e carotenóides
encontram-se na Tabela 10.
Em condições de sol pleno a relação clorofila a/b nas folhas foi menor. No entanto,
ao determinar o teor de clorofila e carotenóides totais, os menores valores foram
encontrados sob condições de sombreamento.
Tabela 10 - Relação clorofila a/b, teor de clorofila total e carotenóides totais na
massa seca (MS) de folhas de P. alata Curtis sob condições de sol pleno e de
sombreamento
Tratamentos
-2
Clorofila a/b
-1
Clorofila total
Carotenóides totais
-1
(µmol m s )
(mg g MS)
0,85
2,96 b
6,62 a
3,78 a
0,74
4,06 a
5,72 b
3,292 b
CV (%)
7,89
4,1
5,5
Médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade.
Estes resultados discordam daqueles observados por Souza et al. (2011), que
verificaram que as plantas medicinais estudadas, quando mantidas sob sol pleno
apresentaram o teor de clorofila total menor em relação às plantas mantidas sob
sombreamentos e, Senevirathna et al. (2003), que similarmente, observaram
decréscimos significativos nos teores de clorofila entre folhas de sol comparadas às
folhas de sombra de Hevea brasiliensis.
Segundo Silva e Silva (2009), os teores de clorofila a, clorofila b, e clorofila total não
apresentam diferença significativa em folhas expostas ao sol e folhas de sombra de
acerola.
A relação clorofila a/b, de uma maneira geral tende a diminuir com a redução da
intensidade luminosa devido à maior proporção relativa de clorofila b em ambiente
sombreado, fato que ocorre devido a esta clorofila ser degradada mais lentamente
em plantas de sombra, do que a clorofila a (ANGEL e POGGIANI, 1991).
78
5.4 CONCLUSÕES
A aplicação do lodo de esgoto eleva os teores de nutrientes do solo.
As plantas de maracujazeiro doce apresentam maior crescimento e número de flores
em antese em solos tratados com lodo de esgoto e sob condições de sol pleno.
O maior número de flores no estádio de antese se dá no mês de julho, e no período
de menor índice de precipitação pluviométrica.
Os sólidos solúveis totais (º Brix) aumentam de forma progressiva de acordo com o
grau de amadurecimento.
Em condições de sol pleno o teor de clorofila total nas plantas de maracujazeiro
doce é maior.
79
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83
6.0 CONCLUSÕES GERAIS
A aplicação de lodo de esgoto no solo favorece a emergência e o desenvolvimento
de mudas de maracujazeiro.
As sementes de maracujazeiro doce apresentam maior porcentagem de emergência
e maior índice de velocidade de emergência quando expostas a sol pleno.
A utilização das duas e três malhas pretas proporcionam maior crescimento
vegetativo das mudas de maracujazeiro doce.
A aplicação do lodo de esgoto eleva os teores de nutrientes do solo.
As plantas de maracujazeiro doce apresentam maior crescimento e número de flores
em antese em solos tratados com lodo de esgoto e sob condições de sol pleno.
O maior número de flores no estádio de antese se dá no mês de julho, e no período
de menor índice de precipitação pluviométrica.
Os sólidos solúveis totais (º Brix) aumentam de forma progressiva de acordo com o
grau de amadurecimento.
Em condições de sol pleno o teor de clorofila total nas plantas de maracujazeiro
doce é maior.
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