Farmacocinética Conceitos importantes Fatores Farmacocinéticos que Afetam o Efeito de Fármacos 1) Absorção 2) Distribuição 3) Eliminação – Metabolização e Excreção Etapas entre a administração oral de um fármaco e a produção de seu efeito 1) Absorção É a etapa que compreende a administração do fármaco até sua chegada à circulação sanguínea local. Para isso o fármaco tem que atravessar barreiras biológicas. Farmacocinética da Absorção 1) Permeação de fármacos pelas barreiras I) Ø Ø Ø Mecanismos de passagem Difusão passiva – obedecendo um gradiente de difusão Fator importante – lipofilicidade do fármaco – capaz de atravessar a membrana celular (natureza fosfolipídica). Difusão Facilitada ou mediada por carreadores Carreador aumenta a velocidade de transporte, mas de acordo com o gradiente de concentração. Ex - L-dopa utiliza o carreador de aminoácidos no intestino para que possa ser absorvida Transporte vesicular (endocitose e exocitose) microvilosidades [X] (mol/L) 600 200 Prof. Newton G. Castro - UFRJ Translocação dos Fármacos nvecção e transporte: Difusão: Lei de Fick Transportadores Prof. Newton G. Castro - Translocação dos Fármacos Convecção e transporte: ~2000 no genoma: • ~50 ABC (dep. de ATP) • ~300 SLC (facilitado) Transportadores Difusão facilitada Endocitose Movimento contra um gradiente de concentração não sim Utilização de energia não sim Exibe saturação sim sim Exemplos [X] (mol/L) Prof. Newton G. Castro - UFRJ Transporte ativo riboflavina 5-fluorouracil vit B12 Farmacocinética da Absorção 1) Permeação de fármacos pelas barreiras I) Mecanismos de passagem II) Velocidade de difusão de moléculas pela membrana Lei de Fick – determina o fluxo passivo de moléculas de acordo com um gradiente de concentração Velocidade do processo de difusão = (C1 – C2) x A x Pk Ø C1 – concentração maior C2 – concentração menor Pk = Coeficiente de Permeabilidade A = Area de superfície de contato Farmacocinética da Absorção 1) Permeação de fármacos pelas barreiras I) Mecanismos de passagem II) Velocidade de difusão de moléculas pela membrana III) Coeficiente de Partição Lipídio-Água (R) Ø Pk = R x D/M Pk = Coeficiente de Permeabilidade R = coeficiente de partição lipídio-água – depende de propriedades físico-químicas da molécula – é uma medida que determina com que facilidade a molécula passa do meio aquoso para o lipídico. D = coeficiente de difusão dentro da membrana (fase lipídica) M = Espessura da membrana Farmacocinética da Absorção 1) I) II) III) IV) Permeação de fármacos pelas barreiras Mecanismos de passagem Velocidade de difusão de moléculas pela membrana Coeficiente de Partição Lipídio-Água (R) Grau de Ionização Ácidos ou bases fracas – formas ionizada e não-ionizada Não-ionizadas – mais lipossolúveis Ionizadas – menos lipossolúveis Passagem pela membrana depende do gradiente de pH através da membrana e do pKa da molécula PKa – pode ser definido como o pH em que a concentração da forma ionizada é igual da forma não ionizada. PKa= - logKa Ex: Absorção de um ácido fraco (pKa=4,4) entre o plasma (pH=7,4) e o suco gástrico (pH=1,4). A proporção do fármaco não-ionizado para o ionizado em cada pH pode ser calculada a partir da equação de Henderson-Hasselbalch PH=pka + log [forma ionizada] [forma não-ionizada] No plasma: proporção I/NI = 1/1000 Suco gástrico: proporção I/NI = 1/0,001 I - forma ionizada NI – forma não-ionizada Todo fármaco que está no estômago vai para o plasma – processo de difusão passiva ajudado pela diferença de pH e grau de ionização. Mas e se considerarmos a superfície de absorção ?????? Convecção e transporte: Difusão: Lei de Fick Fármaco fenobarbital pentobarbital prometazina etanol P. [X] F= l • gradiente • difusibilidade • distância ... por unidade de área ! % absorvida % absorvida em 1 h em 10 min do estômago do intestino delgado 17 24 0 38 Magnussen MP Acta Pharmacol. Toxicol. 26:130, 1968 52 55 38 64 • Abso fármac circula • Cons inalter • A vel influen dos ef Prof. Newton G. Castro - UFRJ Farmacocinética da Absorção 1) I) II) III) IV) 2) Permeação de drogas pelas barreiras Mecanismos de passagem Velocidade de difusão de moléculas pela membrana Coeficiente de Partição Lipídio-Água (R) Grau de Ionização Via de Administração I) II) III) IV) V) Oral Sublingual Retal Vias parenterais – intravenosa, intramuscular e subcutânea Outras Prof. Newton G. Castro - UFRJ Outras formas farmacêuticas Barreiras de a ara absorção transdérmica ou para uso tópico Capilares fenestrados Prof. Newton G. Castro - UFRJ Farmacocinética da Absorção 2) Vias de Administração I) Oral Fatores Modificando a Absorção Gastrintestinal A absorção via oral é errática: • pH - determina grau de ionização • pKa – característica do fármaco • Área da membrana absorvente • Secreções gastrintestinais – podem ajudar a absorção – ajudam na dissolução, porém podem também destruir fármacos • Fluxo sanguíneo local – aumenta a absorção • Tempo de Esvaziamento Gástrico (quanto mais rápido chega ao intestino, mais rápido é absorvido). • Flora bacteriana– vitaminas precisam de cofator sintetizado pela flora bacteriana para serem absorvidas • Interações Medicamentosas – tetraciclina – quela cálcio, alumínio – não pode ser tomada com leite – forma precipitado que não é absorvido. Formas farmacêuticas: via oral Formas de liberação imediata retardada prolongada Prof. Newton G. Castro - UFR Outras formas farmacêuticas Para absorção transdérmica ou para uso tópico Biodisponibilidade Biodisponibilidade • • Propriedade ligada à extensão e à velocidade do acesso de um fármaco à circulação sistêmica Depende da via de administração intraven A extensão é avaliada pelo fator de biodisponibilidade (F): F (0 a 1) = A fração da dose que entra na circulação sistêmica após a administração do fármaco subcutâ Reduzem a biodisponibilidade oral: • Baixa solubilidade • Absorção incompleta no TGI • Biotransformação na mucosa e/ou no fígado OBS: também nos pulmões Prof. Newton G. Castro - UFRJ intramusc Farmacocinética da Absorção 2) Vias de Administração I) Oral Futuro dos fármacos a partir do trato gastrintestinal Efeito de 1ª passagem – biotransformação (metabolização) hepática Do intestino, por difusão passiva atinge as veias mesentéricas que vão formar a veia porta (fígado). A partir daí, a droga pode: • Não sofrer metabolização • Sofrer intensa metabolização por enzimas hepáticas e ser destruída (inviabilizando a via oral) • Sofrer metabolização, porém sem inativação completa • A instalação de um ciclo entero-hepático. O fármaco é secretado com a bile, voltando assim para o intestino onde é reabsorvido sendo posteriormente novamente secretado pela bile. Conseqüência: intoxicação. Ex: Aspirina – 40% metabolização hepática Nitroglicerina – 90% metabolização hepática – inviabiliza via oral Farmacocinética da Absorção 2) Vias de Administração I) Oral II) Sublingual Vantagens: • Evita efeito de primeira passagem • Absorção é mais rápida que a oral Desvantagem • Essa via de administração é inútil para fármacos pouco lipossolúveis e de difícil absorção. Ex: nitroglicerina (angina) Nitroglicerina oral ( 6 a 20 mg) - intensa metabolização hepática – ½ hora para se ter início do efeito Nitroglicerina sublingual – 0,3 a 0,8 mg – 2 a 5 minutos para início do efeito Farmacocinética da Absorção 2) Vias de Administração I) Oral II) Sublingual III) Retal Supositórios Vantagem –2/3 superiores das veias hemorroidais se ligam ao fígado. E Muito utilizada: *bebês *pessoas desmaiadas, com intolerância gástrica *no pós-cirúrgico de cirurgias do trato gastrointestinal Farmacocinética da Absorção 2) Vias de Administração I) II) III) IV) Oral Sublingual Retal Via parenteral: intravenosa, intramuscular e subcutânea Via intravenosa – sustâncias hidrofílicas O medicamento cai diretamente na circulação sanguínea. O fenômeno de absorção é evitado. Via intramuscular – atravessa a epiderme e derme – massa muscular Via subcutânea – epiderme e derme Absorção Vantagens Desvantagens Oral variável -conveniente (o próprio paciente pode tomar sozinho) -econômica (validade é maior – menos sensível à luz, calor, etc) -“segura” – há tempo para se intervir caso haja administração errada (envenenamento e tentativa de suicídio) -Absorção errática -Cooperação do paciente -Vômito -Irritação da mucosa gástrica Intravenosa Evitada - efeito potencialmente imediato -Emergência -Dose conhecida (controle maior) - Evita irritação da mucosa gastrintestinal - Grandes volumes são permitidos - Irritação ou infecção do local de aplicação - Custo maior - Aplicação -profissional treinado - substâncias insolúveis ou oleosas não podem ser aplicadas - validade é menor Intramuscular Soluções aquosas – imediata Soluções de depósitolenta e contínua - Permite volumes moderados - Adequada para veículos oleosos e algumas substâncias irritantes - dor e necrose - proibida durante medicação anticoagulante - pode interferir na interpretação de alguns testes diagnósticos (creatinofosfocinase) Subcutânea Soluções aquosas – imediata Soluções de depósitolenta e contínua - Adequada para suspensões insolúveis - Implantação de pellets -Não permite grandes volumes -Dor ou necrose Farmacocinética da Absorção 2) Vias de Administração I) II) III) IV) V) Oral Sublingual Retal Via parenteral: intravenosa, intramuscular e subcutânea Outras vias parenterais: Intra-arterial: Pouco utilizada. Às vezes utilizada em testes diagnósticos. Intratecal: A barreia hematoencefálica, muitas vezes, impede a entrada de de fármacos no SNC. Fármaco é administrado diretamente no espaço subaracnóide. Ex. raquianestesia. Intraperitoneal: Usada ao nível laboratorial. Técnicas para prolongar a ação das drogas por via parenteral • Uso de vasoconstritor • Preparações “depot” • Solução oleosa – anestesia local é co-administrada com adrenalina • Suspensão Farmacocinética da Absorção 2) Vias de Administração I) II) III) IV) V) Oral Sublingual Retal Via parenteral: intravenosa, intramuscular e subcutânea Outras vias parenterais: VI) Outras Mucosas: Vaginal – não se objetiva efeito sistêmico e sim local - Uso de óvulos Conjuntiva – objetiva-se efeito local – colírios – embora ocorra reconhecida absorção sistêmica via canal lacrimal Nasal – muito utilizada para efeito local. Ex. gotas nasais. Pode haver absorção. Tem efeitos taquicardíacos (crianças). Via pulmonar - Objetiva-se efeito sistêmico (anestésicos) e com o auxílio da farmacotécnica pode ser uma via alternativa para a entrada de substâncias objetivando efeito sistêmico que não tem eficácia por via oral peptídios (ocitocina, insulina) - vacinas de DNA – lipossomas Também pode-se objetivar efeito local – Asma Substâncias broncodilatadoras e anti-inflamatórias Farmacocinética da Absorção 2) Vias de Administração I) II) III) IV) V) VI) Oral Sublingual Retal Via parenteral: intravenosa, intramuscular e subcutânea Outras vias parenterais: Outras Mucosas: VII) Via transdérmica A pele é uma barreira natural. Substâncias muito lipofílicas como organofosforados – atravessam essa barreira Objetivando-se efeito local – pomada/creme Micoses, inflamação local, anestesia local É uma via alternativa para a absorção sistêmica de algumas substâncias. -Os adesivos para angina -Cinetoses -Adesivos com nicotina -Reposição Hormonal