`A Tecelã`, que aborda a solidão feminina, será

Diário
DIVERSÃO
& ARTE
SANTA MARIA
QUINTA-FEIRA, 17 DE MAIO DE 2012
2
TIAGO QUEIROZ, AGÊNCIA ESTADO
GLÓRIA
PIRES
ATUA AO
LADO DAS
FILHAS
Repórter: Marilice Daronco (interina) ☎ 3220-1871
✉ [email protected]
Página 6
Tecendo realidades
Espetáculo ‘A Tecelã’, que aborda a solidão
feminina, será apresentado hoje no Treze
LICIANE BRUN
EM RESUMO
■ O quê: A Tecelã
■ Direção: Paulo
Balardim
■ Com: Carolina
Garcia, Valquíria
Cardoso e Viviana
Schames
■ Quando: hoje,
às 20h, duração de
50min
■ Onde: Theatro
Treze de Maio
(Praça Saldanha
Marinho, s/nº).
Fone: (55) 30280909
■ Classificação:
12 anos
■ Quanto:
Entrada gratuita.
Os convites devem
ser retirados na
bilheteria do Theatro
Especial
E
la é capaz de tecer a sua própria realidade. Por viver só, em
meio a fios de lã, tece tudo o
que necessita para o seu dia a
dia. Até que em um momento,
para vencer a solidão dos seus dias, resolve
tramar um marido. Permeado por referências da mitologia grega e na inspiração de
mitos que envolvem a tecelagem, o espetáculo A Tecelã leva para os palcos o poder
criativo como elemento transformador da
realidade. Entre as principais inspirações
para a criação da montagem está o conto A
Moça Tecelã, de Marina Colassanti.
A peça, da Companhia Caixa do Elefante
Teatro de Bonecos, de Porto Alegre, é dirigida pelo dramaturgo Paulo Balardim, e vai
ser apresentada hoje no Theatro Treze de
Maio, com entrada gratuita. A montagem
estreou em 2010 no Theatro São Pedro,
em Porto Alegre. Na estrada, já rompeu as
barreiras do Rio Grande do Sul e foi apresentada em várias cidades de São Paulo e
do Paraná.
A história aborda temas delicados como
a solidão feminina e a dificuldade dos relacionamentos. Na peça, são usados elementos ilusionistas, com projeção de vídeos,
além da dança, do teatro e da manipulação
de bonecos nas encenações. Não há falas na
apresentação. O diretor do espetáculo conta que a opção por este tipo de montagem
vem da busca pela criação de imagens poéticas e impressionistas, indo muito mais do
que textuais.
– Hoje em dia, o teatro contemporâneo
foge do conceito de teatro focado no texto.
Procuramos extrair essa atenção do expectador, buscar recursos sinestésicos para a
apreensão de uma ideia, de uma emoção, e
trazer a elaboração imagética por meio dos
recursos cênicos visuais. Para isso
usamos muito do vídeo, aliado ao
teatro de animação – conta.
Além disso, o espetáculo é
todo musicado, tendo a trilha sonora original criada especialmente para a peça.
Composta pelo músico Nico Nicolaiewsky
(da dupla com Hique Gomez em Tangos &
Tragédias), a canção se torna imprescindível para a dramaturgia.
– São 50 minutos de músicas inéditas.
Quem já conhece o Nico vai gostar do trabalho – diz o diretor Balardim.
Prêmios – A Caixa do Elefante Teatro de
Bonecos ganhou diversas premiações com
A Tecelã, entre eles um dos maiores prêmios do cenário teatral: o Prêmio Açorianos de Theatro, em 2011. A peça foi premiada em três categorias: melhor dramaturgia,
melhor trilha sonora e melhor espetáculo.
O grupo ainda levou para casa o Prêmio
Braskem de melhor atriz do Festival Porto
Alegre em Cena, no mesmo ano.
Em meio a ilusionismo, dança, vídeos,
bonecos, teatro e música, o público está
convidado a emergir na história e no
mundo criados de forma artesanal.
Personagem vive na
solidão e, com fios de lã,
consegue tecer tudo o que
necessita para sobreviver
CLÁUDIO ETGES, DIVULGAÇÃO