8 e 9 de junho de 2012 ISSN 1984-9354 ASPECTOS CRÍTICOS PARA DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA OPERACIONAL NA INDÚSTRIA DE MANUTENÇÃO AERONÁUTICA Jose Cristiano Pereira (UFF) Gilson Brito Alves Lima (UFF) Resumo É amplamente reconhecido que o SGSO não se encontra plenamente internalizado nas indústrias de manutenção aeronáutica e esse fato representa evidência de que o risco de acidentes pode aumentar. Poucas pesquisas sobre SGSO em manutenção aerronáutica foram encontradas em base de dados. Para enfatizar a importância do SGSO e definir seus elementos críticos, este trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão sistemática dos trabalhos existentes sobre SGSO na indústria de manutenção aeronáutica. Como processo metodológico foi realizado um levantamento bibliométrico através do portal de periódicos CAPES, para identificar artigos relevantes publicados nos últimos anos, tendo como abordagem as companhias aéreas, indústrias de manutenção aeronáutica e indústrias de alto risco. Como resultado, verificou-se que os elementos de um SGSO apresentam-se de forma multifatorial, e estão geralmente relacionados ao trabalhador individual, a organização, a tarefa do trabalhador ou as regras da organização. Foram identificados 6 elementos críticos de um SGSO, que sugerem medidas para melhorar a segurança. Palavras-chaves: SGSO, Segurança, Manutenção Aeronáutica VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 1. INTRODUÇÃO A melhoria da segurança aérea sempre foi prioridade da indústria da aviação. Embora tenha havido um aumento dramático na confiabilidade das máquinas e computadores ao longo dos anos, a confiabilidade dos seres humanos e sistemas de segurança não melhorou no mesmo ritmo. Como resultado, o erro humano e defeitos sistêmicos se tornaram a principal causa de acidentes em aviação. Para abordar a questão fatores humanos, a gestão da segurança da aviação passou de sistemas reativos para sistemas pró-ativos de segurança usando gerenciamento (ICAO SMM, 2009). Há uma quantidade limitada de pesquisas que investigam SGSO no contexto de aviação e menos ainda no ambiente de manutenção aeronáutica. Esta é uma lacuna alarmante na literatura considerando que algumas indústrias estimam que cerca de 70% do seu total de acidentes pode ser atribuído a erros humanos, que são causados por erros de organização e a falta de um SGSO. Este trabalho busca revisar sistematicamente o que se sabe atualmente sobre SGSO na indústria de manutenção aeronáutica e estabelecer os elementos principais. O que se sabe até agora sobre o SGSO é que a falta dele pode levar a resultados indesejados, como incidentes, acidentes. Muitos autores afirmam que a aviação é um dos mais seguros meios de transporte no mundo de hoje e os acidentes continuam a acontecer. A fim de reduzir ainda mais acidentes e melhorar a segurança, abordagens proativas devem ser adotadas pela comunidade da aviação. Melhorias na tecnologia e métodos de segurança, treinamento e outros fatores resultaram em um declínio precipitado na taxa de acidentes ao longo das últimas décadas. O número de partidas de companhia aéreas aumentou dramaticamente nos últimos anos. Novos métodos e programas que possam reduzir os índices de acidentes devem ser empregados. Sistemas de Gestão da Segurança (SGSO) oferecem a melhor oportunidade para fazer isso acontecer. Um sistema de gerenciamento de segurança ajuda as organizações a identificar e gerenciar riscos. Este não espera para que algo aconteça, não depende de informações imagináveis, é baseado em dados concretos. Os Sistemas de Gestão da Segurança ajudam a gerenciar riscos, porque é uma abordagem disciplinada e padronizada para a gestão de risco. O SGSO existe em algumas indústrias, mas as várias circunstâncias em que SGSO pode ajudar ou prejudicar a segurança ainda não está claro para a liderança nesta indústria. Se 2 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 a falta de SGSO pode levar a acidentes na manutenção da aviação, ele fornece a primeira razão para estudá-lo. Parte da razão pela qual uma ligação forte entre a falta de SGSO e os resultados não desejados não foi firmemente estabelecida ainda pode ser devido ao fato de que a maioria dos incidentes não leva a conseqüências e danos maiores. Já em 1931, Heinrich ofereceu a idéia de que para cada 300 acidentes que não resultam em uma lesão há 29 ferimentos leves e um ferimento grave (Heinrich, 1931). Esses acidentes e lesões são resultantes de um grupo muito maior de erros e violações, devido à falta de um SGSO eficaz. Ou seja, a maioria dos erros e violações não são levantados porque não levam a resultados indesejados. A segunda razão para se estudar SGSO é que a falta dele pode tornar os sistemas inseguros, aumentando o risco de um resultado não desejado. É evidente que os indivíduos simplesmente são sempre culpados por acidentes e incidentes e esta é uma abordagem insuficiente para melhorar a segurança. Infelizmente, a norma na indústria parece ser a de culpar as pessoas por violações se um mau resultado surge (Koppel et al., 2008). Neste contexto, para enfatizar a importância do SGSO e definir seus elementos principais, este artigo objetiva revisar os elementos críticos de um sistema de gestão de segurança operacional em trabalhos existentes sobre manutenção aeronáutica. Como consequência, o problema motivador da pesquisa consistiu em responder a seguinte questão: Quais os elementos críticos de um sistema de gerenciamento de segurança operacional em manutenção aeronáutica. 1.1 O Contexto da Pesquisa Embora segura, os riscos envolvidos na aviação são muito elevados. De acordo com (ICAO SMM, 2009) a aviação é o modo mais seguro de transporte de massa e um dos mais seguros sistemas socio-técnicos de produção na história da humanidade. Esta conquista adquire especial relevância quando se considera a idade da indústria da aviação, que é medido em décadas, em comparação com outras indústrias, cujas histórias abrangem séculos. Em retrospectiva, a história do progresso da aviação e confiabilidade em segurança pode ser dividida em três eras distintas, cada uma com atributos fundamentalmente diferentes. Na primeira era, que se estende desde o início dos anos 1900 até aproximadamente o final dos anos 1960, a aviação poderia ser caracterizada como um sistema frágil do ponto de vista de confiabilidade de segurança. Falhas de segurança, apesar de não diárias, não eram 3 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 raras. A compreensão de segurança e estratégias de prevenção era principalmente derivada de investigação de acidentes. Não havia realmente nenhum sistema, a indústria funcionava porque as pessoas literalmente se encarregaram que ela avançasse. O foco era a segurança sobre os indivíduos e a gestão individual de riscos de segurança, que por sua vez era construída sobre os alicerces fornecidos por programas de treinamento intensivo. (ICAO SMM 2009). Durante a segunda era, desde o início dos anos 1970 até meados da década de 1990 (a era humana), a aviação se tornou não apenas um sistema, mas um sistema seguro. A freqüência de falhas de segurança diminuiu significativamente, a ênfase deslocou-se para a investigação de incidentes. Esta mudança para uma perspectiva mais ampla de segurança e investigação de incidentes foi acompanhado por uma introdução maciça de tecnologia. (ICAO SMM 2009). De meados dos anos 1990 até os dias atuais, a aviação entrou na sua terceira fase de confiabilidade em termos de segurança, tornando-se um sistema ultra-seguro (ou seja, um sistema em que se experimenta menos de um colapso catastrófico de segurança a cada milhão de ciclos de produção). Em uma perspectiva global os acidentes tornaram-se infreqüentes a ponto de tornarem-se eventos excepcionais, ou anomalias no sistema. Incidentes graves também se tornaram menos freqüentes. Fundamental para essa consolidação foi a adoção de uma abordagem de negócios para a gestão da segurança, com base na coleta sistemática e análise de dados operacionais diários. (ICAO SMM 2009). Uma abordagem de negócios com relação a segurança é a base de um sistema de gestão da segurança (SGSO) definida em conceitos básicos. Em termos mais simples, o SGSO é a aplicação de práticas de gestão de negócios para a gestão da segurança. A Figura 01 ilustra a evolução do conceito de segurança descrito acima. 4 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 . Figura 01 - Evolução do conceito de segurança Fonte: Adaptado de ICAO SMM (2009). A aplicação de práticas de gestão de negócios na gestão de segurança em aviação, caracterizada pela coleta e análise de dados operacionais, tem como objetivo o desenvolvimento da segurança. A Figura 02 ilustra a evolução dos sistemas de segurança de frágil para ultra-seguro: Figura 02 - Evolução dos sistemas de segurança Fonte: Adaptado de ICAO SMM Manual (2009). Durante seus primeiros anos, a manutenção de motores de aeronaves era uma atividade pouco regulada e caracterizada pela tecnologia subdesenvolvida, falta de uma infraestrutura adequada; supervisão limitada; compreensão insuficiente dos riscos e demandas de produção sem nenhuma relação com os meios e recursos efetivamente disponíveis para 5 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 atender a essas demandas. É sabido que os sistemas de produção que definem objetivos ambiciosos de produção sem criar os meios e recursos necessários para entregá-los desenvolver um potencial para avarias frequentes. Portanto, não é de surpreender que os primeiros dias de manutenção de motores de aeronaves foram caracterizados por uma elevada frequência de acidentes, que a prioridade absoluta do processo de segurança no início foi a prevenção de acidentes, e que a investigação de acidentes foi o principal meio de prevenção. Naqueles primeiros dias,a investigação de acidentes, dificultada pela ausência de outros, senão o apoio tecnológico básico, foi uma tarefa difícil. (ICAO SMM 2009). O eventual desenvolvimento de uma infra-estrutura adequada levou a uma queda gradual na freqüência de acidentes, bem como a um aumento cada vez maior de regulamentação. Na década de 1950, a aviação foi se tornando (em termos de acidentes) uma das mais seguras indústrias, mas também um das mais fortemente regulamentadas. Isso resultou na noção ainda difundida de que a segurança possa ser garantida, desde que as regras sejam seguidas e que o desvio das regras necessariamente leva a falhas de segurança. Sem negar a imensa importância da conformidade a regulamentos, as suas limitações com relação a garantia de segurança têm sido cada vez mais reconhecidas, especialmente com o aumento da complexidade das operações de aviação. É simplesmente impossível fornecer orientações sobre todos os cenários imagináveis operacionais em um sistema operacional aberto e dinâmico como o da aviação. (ICAO SMM 2009). Enquanto esta perspectiva tenha sido bastante eficaz na identificação de "o que" aconteceu, “quem” fez e "quando" isso aconteceu, foi consideravelmente menos eficaz na divulgação de "porquê" e o "como" aconteceu. A Figura 03 abaixo mostra o foco tradicional de investigação. 6 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Figura 03 - Abordagem para prevenção de acidentes Fonte: Adaptado de ICAO SMM Manual (2009). Em um momento foi importante entender "o que", "quem" e "quando", cada vez mais se tornou necessário entender o "porquê" e "como", a fim de compreender plenamente falhas de segurança. Nos últimos anos, avanços significativos foram feitos na concretização deste entendimento. Em retrospecto, fica claro que a segurança tem experimentado uma evolução significativa ao longo dos últimos 50 anos. Não foi até o início de 1990 que pela primeira vez se reconheceu que os indivíduos não operam em um vácuo, mas dentro de contextos operacionais definidos. Embora a literatura científica tenha divulgado que os recursos de um contexto operacional pode influenciar o desempenho humano e eventos forma e resultados, não foi até a década de 1990 que a aviação reconheceu esse fato. (ICAO SMM 2009). Isto marcou o início da "era organizacional" quando a segurança começou a ser visto de uma perspectiva sistêmica, para abranger os fatores organizacionais, humanos e técnicos. Foi também nessa época que a noção de acidente organizacional foi adotado pela aviação e a necessidade de um sistema de segurança em cada empresa de produção e revisão de motores de aeronaves tornou-se evidente. 2. METODOLOGIA 7 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 O presente trabalho consiste de uma pesquisa bibliométrica sobre o tema sistema de gerenciamento de segurança operacional na indústria de manutenção aeronáutica. A fundamentação teórica permitiu identificar os elementos críticos de um SGSO. A metodologia escolhida para este estudo foi adequada para determinar os principais elementos de um SGSO. As pesquisas analisadas foram aplicadas a organizações e mostram que identificar os benefícios de um SGSO é simples em um estudo observacional. Para determinar os elementos de um SGSO foi necessário usar métodos que permitiram que indivíduos diretamente envolvidos com o trabalho pudessem falar sobre os elementos. Entrevistas, reuniões de grupos focadas no assunto, ou pesquisas permitiram que voluntários pudessem fornecer a pesquisadores seus pensamentos sobre o SGSO. Buscas foram realizadas nas bases ISI Web of Knowledge e Scopus. Os critérios de inclusão para os artigos foram os seguintes: (1) Foco nos artigos que tratavam de Sistema de Gestão da Segurança em seu título ou no seu resumo (2) Artigos estavam disponíveis online (3) Artigos publicados, e (4) Artigos escritos em Português, Alemão, Francês e Inglês. Artigos que discutiam SGSO em outros campos diferentes de Engenharia, Administração de Empresas e Ciências Sociais foram excluídos. Exemplos específicos de artigos que não atendiam os critérios de inclusão: 1) Artigos que não abordam SGSO na indústria, preferencialmente na aviação. 2) O SGSO discutido no artigo se relacionava com saúde e de segurança. 3) Os assuntos estudados não estavam focados em SGSO. Os artigos para a inclusão foram identificados por meio de três métodos: pesquisas de banco de dados, uma busca de referências nos artigos encontrados e busca de citações na bases ISI Web of Knowledge e Scopus. Os artigos que satisfaziam os critérios de inclusão foram revistos. Os artigos para a inclusão foram identificados utilizando-se três procedimentos: pesquisas de banco de dados, uma busca de referências e citações de busca. As buscas de artigos (estado da arte) sobre o tema da pesquisa foram realizadas somente nas bases ISI Web of Knowledge e Scopus. O método principal para Identificação de artigos relevantes foi a busca nas bases de dados usando as seguintes palavras chaves: "SGSO" e "Aviação" A pesquisa com Palavras "SGSO" ou "aviação" resultou em uma lista de 7 Artigos na base ISIS e 49 Artigos em Scopus. 8 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Para restringir a pesquisa, os tópicos e assuntos que não preencheram os critérios de análise foram excluídos. Uma análise detalhada dos títulos e resumos foi feita e esta indicou que 6 artigos (estado da arte) atualizados poderiam atender os critérios de Inclusão e estes foram lidos na íntegra. As referências dos artigos que preencheram os critérios de inclusão foram revisados. Aqueles que pareciam atender os critérios de inclusão com base no seu título foram lidos na íntegra. Nenhum novo artigo preencheu os critérios de inclusão. Usando o recurso de busca das referências citadas na base de dados ISI Web of Knowledge, uma pesquisa foi realizada para identificar artigos que referenciavam qualquer um destes artigos-chave. Nenhum novo artigo foi identificado com base na pesquisa de referência citada. 3. LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO Os artigos estudados foram baseados em teorias diferentes. O referencial teórico utilizado na literatura sugere características organizacionais que predispõem os indivíduos a trabalhar sem segurança. O referencial teórico tomado como base para este estudo consiste de dois estudos realizados em indústrias de alto risco na Espanha (MUNIZ, PEON, ORDÁS, 2007), um estudo realizado em indústrias de alto risco na Índia (VINODKUMAR, BHASI, 2010), quatro estudos foram no campo de aviação, em primeiro lugar na Austrália (REMAWI, BATES, DIX, 2011), segundo na Irlanda (MCDONALD, CORRIGAN, CROMIE, 2000), terceiro em Taiwan (LIOU, YEN, TZENG, 2008), quarto em Taiwan (HSU, LI, CHEN, 2010). A figura 04 mostra a árvore de palavras chaves que deu origem a pesquisa está mostrada: 9 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Figura 04 – Árvore de palavra chave Fonte: os autores (2012) A figura 05 mostra os países que mais publicam artigos sobre SGSO e cultura de segurança em aviação: Figura 05 - Países que mais publicam Fonte: os autores (2012). artigos A figura 06 mostra cronologicamente os anos de publicação dos artigos sobre SGSO e cultura de segurança: 10 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Figura 06 - Evolução do conceito de segurança Fonte: os autores (2012). A figura 07 mostra as revistas que mais publicaram artigos sobre SGSO e cultura de segurança em aviação: Figura 07 - Revistas que mais publicaram artigos Fonte: os autores (2012). A fim de entender melhor o conceito de sistema de gestão de segurança operacional, as definições de sistema de gestão da segurança destas fontes foram resumidas e apresentadas na Tabela 1. Tabela 1: Definições de sistema de gestão da segurança. 11 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Autor e ano N. McDonald, S. Corrigan, C. Daly, S. Cromie, 2000 Definição SGSO é eficaz para a gestão da segurança e é composto por: 1. Política: o seu desenvolvimento e implementação; 2. Organização: o desenvolvimento da organização para manter as comunicações, a promoção de competências em todos os níveis e liderança para manter uma cultura comum de apoio de saúde e segurança; 3. Planejamento para minimizar os riscos e definir padrões de desempenho; 4. Medir o desempenho, e 5. Auditoria e revisão de desempenho: todos os aspectos do sistema de segurança organizacional são sujeitos a auditoria de revisão para fornecer feedback a todos os níveis do sistema Beatriz Fernandez-Muniz, Jose Manuel Montes-Peo, Camilo Um sistema de gerenciamento de segurança reflete o compromisso Jose´ Vazquez-Ordas, 2007 da organização com a segurança, e é um ingrediente importante na percepção dos funcionários sobre a importância da segurança em sua companhia. Este sistema compreende um conjunto de políticas e práticas que visam impactar positivamente sobre as atitudes dos empregados e os comportamentos de risco com relação, reduzindo assim seus atos inseguros. Seu objetivo é aumentar a conscientização, a compreensão, motivação e comprometimento entre todos os trabalhadores. Assim, o sistema de gestão de segurança pode ser considerado como um antecedente do clima da empresa de segurança, sendo esta entendida como atitudes dos empregados e percepções sobre a importância que a organização atribui à segurança (DEJOY, SCHAFFER, WILSON, VANDENBERG, E BUTTS, 2004). Um sistema de gestão da segurança pode ser compreendido como um conjunto de políticas, estratégias, práticas, procedimentos, papéis e funções associadas à segurança (KIRWAN, 1998). Este sistema de gestão é, portanto, muito mais do que apenas um sistema de papel, de políticas e procedimentos (MEARNS, WHITAKER, E FLIN, 2003). Sistemas de gestão da segurança são os mecanismos que estão integrados na organização (LABODOVA, 2004), e concebidos para controlar os perigos que podem afetar a segurança. James J.H. Lioua, Leon Yenb, Gwo-Hshiung Tzengb , 2008 Para abordar a questão fatores humanos, a gestão da segurança da aviação mudou sistemas de gestão segurança reativo para pró-ativo usando SGSO. Além disso, (BROWN et al., 2000) sugere que por trás de cada acidente há uma falha organização, sugerindo que as companhias aéreas devem incluir fatores de organização e gestão em suas SGSO para abordar a segurança aérea de forma abrangente (MCDONALD et al., 2000). Yueh Ling Hsu Wen-Chin Li Kuang-Wei Chen, 2010 Um sistema de gestão da segurança é uma abordagem sistemática e explícita de gestão de segurança - assim como um sistema de gestão da qualidade é uma abordagem sistemática e explícita para melhorar a qualidade de um produto para atender a exigência do cliente ". ''Um Sistema de Gestão de Segurança é definido como uma 12 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 abordagem sistemática e explícita de gestão do risco, é em grande parte um sistema de gestão e controle de perdas". “ICAO define Sistema de Gestão de Segurança como ‘‘uma abordagem sistemática de gestão da segurança, incluindo as estruturas organizacionais necessárias, responsabilidades, políticas e procedimentos “. M.N. Vinodkumara, M. Bhasib, 2010 Gestão da segurança diz respeito as práticas, papéis e funções associadas com permanecer seguro (KIRWAN, 1998). É geralmente considerado como um subsistema da gestão total organizacional e é realizado através do sistema de gestão da segurança com a ajuda de diversas práticas de gestão de segurança da organização. Sistemas de gestão da segurança são os mecanismos que estão integrados na organização (LABODOVA, 2004) e projetados para controlar os perigos que podem afetar a segurança. Práticas de gestão de segurança são as políticas, estratégias, procedimentos e atividades implementados ou seguidos pela gestão de uma organização visando a segurança. Eles são os elementos essenciais que permitam uma gestão eficaz da segurança nas empresas e são projetados para cumprir com as legislações vigentes aplicáveis à organização. Haytham Remawi, Paul Bates, Ian Dix, 2011 Um SGSO é semelhante, mas mais abrangente do que o Sistema de Garantia de Qualidade (QAS) que atualmente é obrigatório na maioria das indústrias. Ele difere pelo fato de que apesar de ter muitos dos mesmos elementos que um QAS operacional, é menos dirigido a processo somente, e também considera o elemento humano dentro do sistema. Ele se baseia em uma análise de todos os perigos e riscos operacionais da aviação. Fonte:os autores (2012). A Tabela 1 apresenta as definições de sistema de gerenciamento de segurança obtidas nos artigos pesquisados de forma cronologica. Nota-see um foco preponderante na estrutura organizacional e gerenciamento de riscos e uma evolução conceitual que coloca ênfase na necessidade de integração do sistema de gerenciamento de segurança operacional com o sistema de garantia de qualidade. 13 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Os elementos críticos identificados nos seis artigos que preencheram os critérios de inclusão foram resumidos na Tabela 2, que mostra campo, título, autor, revista, ano, pais, ano, elementos de um SGSO, método e resultado. Tabela 2: Artigos que preencheram os critérios de inclusão. Campo Aviação Título Autor Revista / Ano / Pais Elementos de um SGSO N. McDonald, Safety Science culture in aircraft S. Corrigan, C. 2000 / Ireland maintenance Daly, S. Cromie SGSO and safety - Política; Resultado Estudo empírico de Os principais quatro organizações de elementos de um manutenção de SGSO são a política, aeronaves foram as normas, realizadas, incluindo a planejamento e análise da organização, prática documentação e operacional, - Auditoria e revisão entrevistas monitoramento e de desempenho qualitativas, pesquisas feedback - Organização - Planejamento organizations Método de estudo - Desempenho e medição de clima de segurança, segurança, atitudes. Industry SGSO: Development Beatriz Journal of Loss and validation of Fernandez- and Prevention / multidimensional scale Muniz, Jose - Política de segurança Revisão das obras A escala foi mais importantes sobre constituída de 29 gestão da segurança, itens estruturados com o objetivo de em oito fatores de desenvolver uma primeira ordem: escala de medida para política, incentivos, - Comunicação verificar a formação, - Planejamento operacionalização da planejamento de segurança e, comunicação, de posteriormente, prevenção, calcular a sua planejamento de confiabilidade e emergência, controle validade interno e de técnicas - Incentivos para 2007 / Spain Participantes Manuel Montes-Peo, - Formação Camilo Jose´ Vazquez-Ordas - Controle de benchmarking Aviação Building an effective James J.H. Air SGSO for airlines Lioua, Leon Management Yenb, Gwo Hshiung Tzengb Transport 2008 / Taiwan - Comunicação FUZZY DEMATEL Um SGSO para as foi utilizado para companhias aéreas visualizar as relações pode ser visualizado estruturais e como um triângulo identificação dos de segurança. principais fatores em Enquanto estratégia um sistema complexo, e política estão no - A política de como um SGSO para topo do triângulo de segurança as companhias aéreas. segurança, / - Documentação - Equipamentos - Investigação de Incidentes e Análise - Regras e implementação regulamentos efator humano formam os outros 14 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 dois cantos deste - Comitê de Segurança triângulo, com - A cultura de acompanhamento e segurança feedback a desempenhar um - Gestão de riscos de papel central neste segurança triângulo. - Formação e competência Aviação Yueh Ling Hsu Transportation - Estrutura Estudo empírico. Organização é a success factors of Wen-Chin Li Research / 2010 organizacional e Extensa revisão de dimensão mais airline SGSO using a Kuang-Wei responsabilidades literatura sobre SGSO. importante da hybrid model Chen “Grey Relational SGSO, que começa Analysis” foi usada com as políticas que para agrupar e transmitem a todo o selecionar os pessoal a visão dos - Consciência e componentes-chave. gestores sobre a competência “Decision Making segurança Structuring critical / Taiwan - Ações com base na avaliação de segurança. - Formação Trial Evaluation Laboratory and - Política de Segurança Analytic Network - Capacidade de Process” foi análise de segurança empregado para analisar e mapear as - Comprometimento da gerência. interações entre os componentes críticos e - Identificação de dimensões de forma perigos sistemática. - Avaliação de riscos - Cultura de segurança - Segurança objetivo e metas - Medição de desempenho - Comunicação Indústria SM practices and M.N. Accident Analysis Alto safety behavior: Vinodkumara, Risco Assessing the M. Bhasib mediating role of Prevention 2010 / India and - Compromisso da Levantamento Motivação e liderança utilizando questionário conhecimentos de entre 1.566 segurança foram funcionários definidos como os pertencentes a oito mediadores-chave - O envolvimento dos unidades de processo para explicar trabalhadores industrial com alto relações entre os risco de acidentes elementos de gestão graves em Kerala, um e o cumprimento de estado no sul da Índia. requisitos e / - Treinamento de Segurança safety knowledge and motivation - Comunicação e feedback - Regras de segurança participação em e procedimentos 15 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 segurança. - Promoção de Treinamento de políticas de segurança segurança foi - Conhecimento de identificado como a segurança prática mais importante de gestão - Motivação para a da segurança que Segurança prevê - O cumprimento de conhecimentos regras de Segurança sobre segurança, - Participação em motivação, Segurança segurança, conformidade de segurança e participação de segurança. Aviação Haytham Safety Science / - Prioridade em Pesquisa de Segurança Os resultados between the Remawi,Paul 2011 / Australia Segurança em dois aeroportos suportam a hipótese implementation of a Bates, Ian Dix internacionais de que a introdução The relationship - Comunicação SGSO and the attitudes of employees towards unsafe acts in de um SGSO - Gestão - Compromisso aviation influencia a atitude dos funcionários em relação a segurança. - Regras de segurança - Prioridades pessoais - Ambiente de apoio - Apreciação de risco pessoal - Ambiente de trabalho Fonte: os autores (2012). A Tabela 2 foi organizada de forma cronológica e mostra os resultados alcançados em pesquisas aplicadas realizadas em ambientes organizacionais de empresas de manutenção aeronáutica e linhas aéreas. Comparando os diferentes resultados fica claro que a definição de uma estratégia e política de segurança são cruciais e que estas devem ser operacionalizadas com procedimentos operacionais documentados. A análise dos resultados também ressalta a necessidade de treinamento e preparação dos empregados da organização para cumprir os requisitos estabelecidos e assim atingir um bom nível de segurança organizacional. 16 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS: Na análise da questão da pesquisa que motivou o presente estudo que buscava investigar quais os elementos críticos de um sistema de gerenciamento de segurança operacional em manutenção aeronáutica, verificou-se que dentre os achados pesquisados, num primeiro momento, todos os estudos revisados, implícita ou explicitamente definiram alguns elementos, mas apenas 6 (seis) trabalhos abordaram, de forma mais direta, este assunto tendo sido identificados 55 elementos como componentes de um SGSO. Nenhum dos estudos revisados analisou o SGSO sob o aspecto de melhorar o desempenho econômico ou financeiro. Os elementos do SGSO foram classificados em 6 elementos e fornecem direções para pesquisas futuras, incluindo um novo quadro conceptual da SGSO. Os elementos críticos identificados na Tabela 2 foram agrupados em seis elementos críticos como mostrado na Tabela 3 Tabela 3: Artigos que preencheram os critérios de inclusão. Organização Envolvimento com Segurança Prioridade em segurança Apreciação de risco pessoal Compromisso da direção Participação dos trabalhadores em segurança Ambiente de Trabalho favorável Objetivos de segurança Estrutura organizacional, responsabilidade Documentação Motivação de segurança Participação em segurança Reconhecimento Prioridades pessoais Gestão de registros Promoção Segurança Communicação em Segurança Planejamento e Documentação Monitoramento Treinamento em segurança Acompanhamento e feedback Organização Identificação de Perigos / Riscos. Conscientização e competência Promoção de políticas de segurança Conhecimentos sobre segurança Conformidade em segurança Cultura de segurança Compartilhamento de lições aprendidas Normas de segurança Procedimentos Comitê de segurança Capacidade de análise de segurança de dados Medição de desempenho / linha de base Investigação de incidentes e Análise Gestão de mudanças Auditorias e revisão de desempenho Fonte: os autores (2012). A Tabela 3 apresenta os elementos críticos de um de sistema de gerenciamento de segurança operacional. Alguns destes elementos foram estabelecidos com base nas definições de sistema de gerenciamento de segurança apresentados na Tabela 1. O primeiro elemento 17 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 crítico é a estrutura organizacional, que deve priorizar uma postura pró-ativa e preditiva e estabelecer um sistema de gerenciamento de riscos, que consituirá o segundo elemento crítico, que é o monitoramento. A importância da organização é refletida no estabelecimento de uma estratégia e política de segurança efetivas, conforme mostrado na Tabela 2. Um segundo elemento crítico que é o planejamento e documentação baseia-se na operacionalização de procedimentos operacionais. O detalhamento dos elementos críticos de um sistema de gestão de segurança operacional identificados nos trabalhos referenciados na pesquisa bibliográfica está descrito a seguir: A. Organização Como descrito na introducao apresentada no capitulo 1, durante a "era organizacional" a segurança começou a ser vista de uma perspectiva sistêmica, para abranger fatores organizacionais. O papel da organização é um elemento critico e assume então importância fundamental na segurança operacional. A priorização da segurança e o compromisso da organização com a segurança é formalmente expresso nos objetivos, princípios, estratégias, prioridades e orientações a seguir em questões de segurança. Do mesmo modo, políticas de segurança devem especificar as funções e as responsabilidades dos todos os membros da organização nesta área. Seu objetivo é criar um clima favorável que garante que pessoas de todos os níveis da empresa participam e contribuam. Além disso, essas políticas devem basear-se na melhoria contínua e na experiência baseada em aprendizagem. Os objetivos de segurança e metas são definidos com base na política. A estrutura define a documentação e os requisitos de gerenciamento de registros. B. Envolvimento de empregados com Segurança Na capitulo introducao foi descrito tambem que a confiabilidade dos seres humanos e sistemas de segurança não melhorou no mesmo ritmo que o desenvolvimento tecnologico e que o erro humano se tornou a principal causa de acidentes em aviação. O ICAO afirma que a fim de abordar a questão fatores humanos, a gestão da segurança da aviação passou de sistemas reativos para sistemas pró-ativos de segurança usando gerenciamento de seguranca que foca o ser humano como pe’ca fundamental para garantir a seguranca. O elemento 18 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 envolvimento do empregado e um outro fator critico para a seguranca. Constitui-se de incentivos para a participação dos trabalhadores nas atividades de segurança, que visam motivar, promover comportamentos seguros e envolver pessoal em processos decisórios, por meio de punições / recompensas e reconhecimento ou consultando-os sobre segurança no local de trabalho. Seu objetivo é envolver e transmitir aos trabalhadores que as suas contribuições na área da segurança são valorizadas pela organização e, portanto, o objetivo é fazer a cabeça dos trabalhadores no sentido de avaliar riscos e práticas de trabalho com o objetivo de alcançar um comportamento seguro. C. Promoção de segurança Conforme descrito no capítulo 1, melhorias na tecnologia e métodos de segurança, treinamento e outros fatores resultaram em um declínio na taxa de acidentes ao longo das últimas décadas. O desenvolvimento de competências dos funcionários é um terceiro elemento critico de um SGSO. O treinamento de segurança tem como objetivo proporcionar aos trabalhadores capacidades e habilidades necessárias para realizar as suas tarefas corretamente, informá-los sobre os riscos no local de trabalho e os procedimentos existentes com o objetivo prevenirem, corrigir ou minimizá-los. Em paralelo, pretende-se mudar as atitudes, para que gestores e trabalhadores tornem-se envolvidos e aceitem que a segurança é uma parte essencial de fazer o trabalho corretamente e em conformidade com os requisitos. Ao mesmo tempo, iniciar um sistema de re-educação contínua e reciclagem permitindo que os funcionários atualizem seus conhecimentos de segurança e melhorem a sua cultura de segurança e fundamental. D. Comunicação em segurança Na evolução do dos sistemas de segurança de frágil para ultra-seguro, como apresentado no capitulo 1, a transferência de informações sobre os possíveis riscos no local de trabalho é a melhor forma de combatê-los. Um quarto elemento critico fica entao definido, que é a comunicação em seguranca, um bom sistema de comunicação na empresa inclui uma série de elementos, tanto formais como informais, que garantem o fluxo adequado de informações e lições aprendidas, tanto top-down e bottom-up, e laterais, com o objetivo de promover a segurança. Isto favorece a motivação e estimula a participação de todos os membros da organização. Acompanhamento e feed back do sistema de comunicação é fundamental. 19 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 E. Planejamento e Documentação A existencia de um sistema ultra seguro, conforme mostrado na figura 01, requer um planejamento preventivo, que identifica os possíveis riscos no ambiente de processo, analisa o risco de sua ocorrência, propõe medidas de precaução para evitar acidentes e perdas. Mais um elemento critico fica entao definido. No planejamento definem-se os riscos criticos e com base em uma lista de prioridade medidas de prevenção e de proteção podem ser tomadas. O sistema de segurança e organizado de tal modo que as regras e regulamentos exigidos são tidos em conta e os procedimentos sejam bem estabelecidos para assegurar que os objetivos de segurança sejam cumpridos. Um comitê de segurança precisa ser criado para apoiar a gestão do sistema. F. Monitoramento Confrome descrito no capitulo 1, o ICAO em seu manual de seguranca, afirma que a falta de um SGSO pode levar a resultados indesejados, como incidentes, acidentes. A fim de reduzir acidentes e melhorar a segurança, abordagens proativas devem ser adotadas e um monitoramento continuo se torna ncessario e consitui-se o último elemento critico necessario para manter um SGSO atico e eficiente. A revisão das atividades realizadas dentro da organização permite a melhoria contínua. A identificação de perigos / riscos, análise de dados de segurança e benchmarking são fundamentais. Através da investigação, identificação e registro de eventos-acidentes, incidentes e quase-acidentes que ocorrem dentro da empresa, e da busca pela causa raiz (How and Why), como mostrado na figura 03. Benchmarking é um processo de aprendizagem baseado na busca do melhor sistema de gestão no mercado, que irá servir de referência para a empresa para ajudá-lo a um melhor desempenho (FULLER, 2000; ZAIRI, LEONARD, 1996). Uma análise comparativa permite às empresas comparar as suas taxas de acidentes com as de outras empresas do mesmo setor que utilizam processos de produção similares, bem como comparar as suas técnicas e práticas de gestão (por exemplo, procedimentos de controle, técnicas de investigação de acidentes, design ergonômico de postos de trabalho ou programas de formação) com outras organizações de qualquer setor, identificando pontos fortes e fracos. Mudanças que trazem impacto na segurança devem ser analisadas. 20 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 5. CONCLUSÃO A fim de enfatizar a importância do SGSO e definir seus elementos principais, este artigo objetivou revisar os elementos críticos de um sistema de gestão de segurança operacional em trabalhos existentes sobre manutenção aeronáutica. O problema motivador da pesquisa consistiu em responder a seguinte questão: Quais os elementos críticos de um sistema de gerenciamento de segurança operacional em manutenção aeronáutica. Uma revisão da literatura estado da arte sobre SGSO em ambientes organizacionais de manutenção aeronáutica foi realizada. Seis artigos contendo estudos conduzidos nestes ambientes de trabalho específicos foram identificados que atenderam aos critérios de revisão, e 55 elementos que afetam SGSO foram analisados. Seis elementos criticos foram identificados e estão relacionados com o trabalhador, a organização, a tarefa do trabalhador ou as regras da organização. Estes elementos sugerem medidas podem ser tomadas para melhorar a segurança. Ao longo do estudo os elementos criticos de um SGSO identificados foram:. Organização, Envolvimento de empregados, Promoção de segurança, Comunicação em segurança, Planejamento, Controle de documentação e Monitoramento. Estes elementos constituem a base para uma abordagem de negócios com relação a segurança. Um SGSO deve aplicar práticas de gestão de negócios para a gestão da segurança e deve utilizar os elementos criticos definidos neste artigo. A organização e o elemento critico principal e tem a responsabilidade de fazer o SGSO acontecer e todos os outros elementos dependem deste. O SGSO não irá funcionar sem o envolvimento de empregados. Para envolver os empregados uma estratégia de promoção de segurança é fundamental, o que não acontecerá sem um processo robusto de comunicação em segurança. A gestão de segurança nunca ira acontecer sem um bom planejamento, um sistema de controle de documentação e um continuo monitoramento de todos os elementos críticos. Os elementos criticos identificados podem ser utilizados como base para a implementação de SGSO em empresas de manutenção aeronáutica. 21 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 6 REFERÊNCIAS BROWN, K. A., WILLIS, P. G., & PRUSSIA, G. E. Predicting safe employee behaviour in the steel industry: Development and test of a sociotechnical model. Journal of Operations Management, 18, 445–465. 2000. DEJOY, D. M., SCHAFFER, B. S., WILSON, M. G., VANDENBERG, R. J., & Butts, M. M. Creating safer workplaces: Assessing the determinants and role of safety climate. Journal of Safety Research, 35, 81–90. 2004. FULLER, C. Modeling continuous improvement and benchmarking processes through the use of benefit curves. Benchmarking: An International Journal, 7, 35–51, 2000. HEINRICH, H.W., Industrial Accident Prevention: a Scientific Approach, 1st ed.McGrawHill Insurance Series, New York and London. 1931. HSU, LI, CHEN. 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