surtos de caxumba - Unimed-BH

Propaganda
JULHO.2015
SURTOS DE CAXUMBA
INTRODUÇÃO
A caxumba ou parotidite infecciosa costuma apresentar-se sob a forma de surtos, que acomete mais as crianças,
embora ocorra também em adolescentes e adultos, motivo pelo qual, todos os profissionais de saúde devem ficar
atentos para o seu diagnóstico.
A caxumba é uma doença cosmopolita e de distribuição endêmica nos grandes centros, mas com tendência à manifestação epidêmica em escolas e instituições onde existam agrupamentos de adolescentes e adultos. Surtos de
caxumba entre escolares com altas coberturas vacinais têm sido descritos na literatura internacional, reconhecendo-se que as falhas primárias são responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão. A doença é mais
grave em adultos. As estações com maior ocorrência de casos são o inverno e a primavera.
No estado de São Paulo, onde existe acompanhamento sistemático dos surtos desde o ano de 2001, há registro de
vários surtos anuais. Em 2015 ocorreram surtos em escolas e presídios no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, estes
foram registrados em escolas.
DEFINIÇÃO
A Caxumba é uma doença viral aguda, causada por um vírus da família dos paramyxovirus, caracterizada por febre
e aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares, principalmente a parótida. Embora seja uma doença de
evolução benigna, em alguns casos pode resultar em complicações. Em homens adultos, ocorre comprometimento
dos testículos e bolsa escrotal em aproximadamente 20% a 30% dos pacientes. Em cerca de 5% das mulheres há
acometimento dos ovários, que pode resultar em esterilidade e 15% apresentará quadro de mastite. Aproximadamente, 1/3 das infecções não resulta em aumento clínico aparente das glândulas salivares. A infecção pode ocasionar meningite que evolui sem deixar sequelas. Pancreatite, inflamação de nervos são complicações muito raras.
COMO OCORRE A TRANMISSÃO?
A transmissão se dá pelo contato direto com uma pessoa infectada por meio das gotículas de secreção da orofaringe. A doença se manifesta entre 14 a 25 dias após o contato. O paciente começa a transmitir a doença antes
mesmo de apresentar sintomas (6 a 7 dias antes) e continua transmitindo até o 9º dia, após o início dos sintomas.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A principal e mais comum manifestação desta doença é o aumento das glândulas salivares, principalmente a parótida, acometendo também as glândulas sublinguais e submaxilares, acompanhada de febre. Aproximadamente 30%
das infecções não apresenta hipertrofia aparente dessas glândulas. Em menores de 5 anos de idade são comuns
sintomas das vias respiratórias e perda neurosensorial da audição. O vírus também tem tropismo pelo SNC, observando-se com certa frequência meningite asséptica, de curso benigno que, na maioria das vezes, não deixa sequelas. Outras complicações são encefalite e pancreatite.
Não há relato de óbitos relacionados à parotidite. Sua ocorrência, durante o primeiro trimestre da gestação, pode
ocasionar aborto espontâneo.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é doença é eminentemente clínico-epidemiológico. Existem exames laboratoriais para identificação
da doença pelos métodos de ELISA, Inibição da Hemaglutinação e Fixação do Complemento ou de cultura para
vírus, porém não são utilizadas de rotina.
TRATAMENTO
Não existem medicamentos específicos para tratamento da caxumba. A doença é autolimitada e o tratamento consiste na realização de sintomáticos, analgésicos e antitérmicos. O doente deve permanecer em repouso enquanto
durar a infecção.
PREVENÇÃO
A medida mais efetiva de prevenção é a vacinação. O esquema de vacinação consiste em administrar primeira dose
aos 12 meses de idade, como componente da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a segunda dose
aos 15 meses de idade (como componente da tríplice viral ou da tetraviral que inclui a varicela).
CONDUTA DIANTE DE UM CASO SUSPEITO
Se em Belo Horizonte, notificar imediatamente ao CIEVS-BH pelo telefone 8835 3120 e em Betim nos dias úteis, em
horário comercial, notificar ao serviço de epidemiologia municipal pelo telefone 3512-3301. Em Contagem a notificação deverá ser feita pelo telefone 3363-8081, nos dias úteis, em horário comercial e fora deste período, pelo
telefone 8802-8143.
Caso o CIEVS-BH ou os serviços de vigilância epidemiológica dos municípios de Contagem e Betim definam que
esteja ocorrendo surto em uma determinada instituição ou região, será realizado o bloqueio vacinal com a vacina
tríplice viral (SCR).
INDICAÇÕES DE VACINAÇÃO DE BLOQUEIO
1. Comunicantes menores de 1 ano de idade:
- Não deverão ser vacinados os comunicantes nesta faixa etária.
2. Comunicantes de 12 meses a 6 anos 11 meses e 29 dias:
- Comunicantes sem nenhuma dose de tríplice viral: deverão ser vacinados no bloqueio (considerar como 1ª dose)
e agendar a segunda dose com intervalo mínimo de 30 dias após a primeira dose.
- Comunicantes com uma dose da vacina tríplice viral: deverão ser vacinados no bloqueio e esta dose será considerada na segunda dose de SCR, desde que tenha intervalo maior ou igual a 30 dias da primeira dose.
- Comunicantes com duas doses da vacina tríplice viral: não necessitarão ser vacinados no bloqueio, desde que
tenha sido respeitado o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
3. Comunicantes maiores de 7 anos de idade e adultos
- Todos os contatos que não comprovem, mediante apresentação de caderneta de vacinação, duas doses de vacina
tríplice viral com intervalo mínimo de 30 dias, deverão ser vacinados.
INDICAÇÃO DE ISOLAMENTO DOS CASOS SUSPEITOS
Na ocorrência de caxumba em pacientes internados por outros motivos ou diante da necessidade de se internar
um paciente na vigência da doença, está indicado o isolamento respiratório até que o edema da parótida tenha
cedido. Normalmente o paciente pode ser considerado não contagiante 9 dias após o aparecimento do edema da
parótida.
Pacientes não internados devem ser afastados de suas atividades habituais por 9 dias após o início do edema.
REFERENCIAS:
1. São Paulo. Secretaria de Saúde. Centro de Vigilância Epidemiológica. Manual de vigilância epidemiológica: caxumba e varicela - orientações para surtos e epidemias. 2001. [Acesso em 20 jul
2015]. Disponível em: ses.sp.bvs.br/lildbi/docsonline/get.php?id=895
2. São Paulo. Secretaria de Saúde. Centro de Vigilância Epidemiológica. Caxumba: distribuição de
surtos, casos e óbitos, segundo ano de início dos sintomas e faixa etária - Estado de São Paulo
2001 a 2015. [Acesso em 20 jul 2015]. Disponível em:
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/resp/caxu_dados.html
3. São Paulo. Secretaria de Saúde. Centro de Vigilância Epidemiológica. Informe técnico: surtos de
caxumba - atualização na vacinação de bloqueio, 2007. [Acesso em 20 jul 2015]. Disponível em
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/resp/caxu_doctec.html
4. Belo Horizonte. Secretaria Municipal de Saúde. Gerência de Atenção à Saúde Gerência de Vigilância em Saúde e Informação. Nota técnica Nº 01 GEAS/ GVSI/2015 – Caxumba.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Caxumba. [Acesso em 20 jul
2015]. Disponível em http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/caxumba.
6. U.S. Department of Health & Human Services. Centers for Disease Control and Prevention – CDC.
Mumps Cases and Outbreaks. [Acesso em 20 jul 2015]. Disponível em
http://www.cdc.gov/mumps/outbreaks.html
Acesse este documento
no site Sessões Clínicas em Rede: www.acoesunimedbh.com.br/sessoesclinicas
Download