Nota Técnica nº 02 /2016 - GVE/SUVISA/SES

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SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
CENTRO DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS E RESPOSTA EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE
NOTA TÉCNICA nº 02 /2016 - GVE/SUVISA/SES-GO
Goiânia, 12 de Maio de 2016.
Assunto – Orientações
sobre Parotidite Infecciosa (Caxumba)
1. Apresentação
A Parotidite Infecciosa (Caxumba) é uma doença viral aguda, caracterizada por febre e aumento de
volume de uma ou mais glândulas salivares, geralmente a parótida e, às vezes, glândulas
sublinguais ou submandibulares. Em homens adultos, ocorre orquiepididimite em,
aproximadamente, 20% a 30% dos casos; em mulheres, pode ocorrer ooforite com menor
frequência, acometendo cerca de 5% dos casos. Aproximadamente de 1/3 das infecções não
apresentam aumento dessas glândulas. Podendo ainda ocorrer acometimento do sistema nervoso
central, sob a forma de meningite asséptica, geralmente sem sequelas. E raramente, encefalite.
(Brasil, 2009).
- O agente etiológico é um Vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus.
- O modo de transmissão é pela via aérea, por meio da disseminação de gotículas, ou por contato
direto com saliva de pessoas infectadas.
- O período de incubação varia entre 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias.
- O período de transmissibilidade varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias
após o surgimento dos sintomas. O vírus pode ser encontrado na urina até 14 dias após o início da
doença.
- A Suscetibilidade e imunidade são de caráter permanente, sendo adquirida após infecções
inaparentes, aparentes, ou após imunização ativa. (Brasil, 2009).
2.
Investigação diagnóstica
O diagnóstico geralmente é clínico, o hemograma revela contagem de leucócitos e diferencial
normais. A leucocitose tem sido observada nos casos de meningite, orquite ou pancreatite por
caxumba. O teste sorológico é realizado com a primeira amostra colhida na fase aguda da doença e
a segunda, 15 a 20 dias após a primeira. O resultado com apenas a primeira amostra não tem valor
diagnóstico. O nível sérico de amilase pode estar elevado na parotidite e pancreatite associadas à
caxumba.
http://www.sbp.com.br/src/uploads/2012/12/Nota-Tcnica-Caxumba-SOPERJ-SBImSBP.pdf
3.
Tratamento
O tratamento é sintomático. Orienta-se repouso, no caso de orquite, está indicada a suspensão da
bolsa escrotal por meio de suspensório e aplicação de bolsas de gelo se necessárias. E ainda,
observação cuidadosa quanto à possibilidade de surgimento de complicações. Nos casos que
evoluem com meningite asséptica, o tratamento também é sintomático. Nas encefalites, o foco do
tratamento é o edema cerebral e manutenção das funções vitais. (Brasil, 2009).
4.
Aspectos Epidemiológicos
Atualmente, a maioria dos casos de parotidite infecciosa (caxumba) ocorre em adolescentes, adultos
jovens e estudantes universitários. Mas também, pode apresentar-se sob a forma de Surtos, que
acometem mais as crianças. Estima-se que, na ausência de imunização, 85% dos adultos poderão ter
a doença, sendo que 1/3 dos infectados não apresentarão sintomas. A doença é mais severa em
adultos, com maior ocorrência de casos no inverno e na primavera.
5.
Vigilância Epidemiológica (V.E)
- O principal objetivo é investigar Surtos para instituir as medidas de controle;
- Reduzir a incidência da doença por meio da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba).
6.
Definição de caso
Suspeito
Paciente com febre e aumento de glândulas salivares, principalmente parótidas.
Confirmado
Caso suspeito, com história de contato com pessoas doentes por caxumba, nos últimos 15 dias ao
surgimento dos primeiros sintomas.
Descartado
Caso suspeito, em que se confirma outra doença.
7.
Notificação
Não é doença de notificação compulsória. Somente a ocorrência de Surtos deverá ser notificada.
(Ver anexo 1).
8.
Investigação
A investigação deve ser realizada pelo município de residência do paciente e, as primeiras medidas
a serem adotadas são:
• Assistência médica ao paciente com as devidas orientações;
• Confirmação diagnóstica;
• Proteção da população: A administração da vacina está indicada antes da exposição. Na
ocorrência de Surtos, deve-se verificar a cobertura vacinal da área, para avaliar indicação de
vacinação dos suscetíveis.
• Investigação: Na ocorrência de Surto, avaliar a necessidade de bloqueio vacinal.
9.
Prevenção
- Imunização com esquema vacinal básico, a vacina é a tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba),
aos 12 meses de idade, e a 2ª dose deve ser administrada entre 4 a 6 anos de vida. De acordo com o
calendário vacinal nacional, todas as crianças e adolescentes até 19 anos de idade devem ter
recebido as duas doses da vacina tríplice viral.
- Ações de educação em saúde, com informações para a população quanto às características da
doença e a possibilidade de complicações. Orientar quanto à busca de assistência médica
principalmente na vigência de complicações (orquites, mastites, meningite, encefalite), e reforçar a
necessidade de imunizar as crianças.
10. Referências Bibliográficas
1.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2009. 816 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
2.
http://www.sbp.com.br/src/uploads/2012/12/Nota-Tcnica-Caxumba-SOPERJSBIm-SBP.pdf
3.
http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2013-08/investigacao_surto.pdf
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ANEXO I - FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE SURTO
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