A presença de sintomas ou sinais clínicos corroboram o diagnóstico; no entanto, sua ausência, quando houver um fator de risco, não descarta a DPOC. A dispneia de esforço é o sintoma de consulta mais frequente. A avaliação funcional espirométrica realizada a qualquer indivíduo com suspeita de DPOC permite descartar ou confirmar o diagnóstico e ajuda a definir a gravidade da obstrução. O diagnóstico é confirmado com a presença de limitação ao fluxo de ar, caracterizada pela relação VEF1/CVF (volume expiratório forçado no primeiro segundo / capacidade vital forçada) menor que 0,70 após a administração de um broncodilatador inalatório. Histórico de exposição a fatores de risco de DPOC, com ou sem sintomas presentes A espirometria pósbroncodilatador confirma o diagnóstico de DPOC? NÃO Perquisa de diagnósticos diferenciais SIM Indicações de Oxigenoterapia Prolongada • PaO2 55-60 mmHg ou SaO2 89% associado a: hipertensão pulmonar, e/ou edema periférico sugestivo de insuficiência cardíaca congestiva ou policitemia (hematócrito > 55%). O objetivo é aumentar PaO2 pelo menos a 60 mmHg ao nível do mar em repouso, e/ou SaO2 ≥ 90%. É recomendado um uso não inferior a 15 horas por dia. A oximetria de pulso pode ser usada para excluir hipoxemia e ajustar os fluxos de O2. O padrão clínico para iniciar o tratamento com O2 deve ser a mensuração da PaO2 depois de 30 minutos respirando ar ambiente em condição estável e sob tratamento ideal. Critérios de consulta ao especialista em pneumologia para pacientes com DPOC • • • • Cumpre os critérios de consulta SIM Encaminhamento a estudo e tratamento por especialista NÃO Tratamento por médico de atenção primária Estratificação da DPOC A gravidade da DPOC é definida pelo grau da obstrução ao fluxo de ar, pela gravidade da dispneia e pela presença de exacerbações, hospitalizações e sinais de insuficiência respiratória. Recomendações para o Diagnóstico e Tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) Deve-se avaliar se há indicação de oxigenoterapia para todos os pacientes com doença grave. • Define-se a gravidade da DPOC Associaçao Latino-americana do Tórax Asociación Latinoamericana de Tórax • PaO2 ≤ 55 mmHg ou SaO2 < 88% com ou sem hipercapnia. • • • • • • Pacientes com DPOC classificadas como moderadas ou graves. Declínio acelerado da função pulmonar (queda de VEF1 > 50 mL/ano). Pacientes com exacerbações recorrentes e/ou elevada utilização de recursos médicos assistenciais. Suspeita de DPOC em indivíduos jovens com comprometimento da função pulmonar. Para confirmar ou excluir diagnósticos diferenciais (asma, outras doenças crônicas). Necessidade de reforçar e apoiar com medicamentos a cessação do tabagismo. Tratar complicações da DPOC, como o cor pulmonale. Pacientes com DPOC e sintomas desproporcionais ao comprometimento da função pulmonar. Se houver suspeita de hipoventilação alveolar e/ou distúrbios do sono associados. Avaliação da incapacidade laboral por suspeita de DPOC de origem ocupacional. Pacientes com DPOC grave, candidatos a tratamento cirúrgico (redução de volume ou transplante). AstraZeneca acrescenta seu apoio à iniciativa da ALAT como prova de seu comprometimento com os pacientes com DPOC na América Latina. 1621604 - Produzido em Agosto / 2011 Diagnóstico Epidemiologia da DPOC na América Latina • Dois estudos (PLATINO e PREPOCOL) fornecem dados sobre a prevalência na América Latina (Lancet 2005; 366: 1875-1881 e Chest 2008; 133: 343-349). • Existe um significativo subdiagnóstico (89%) e diagnóstico errado (64%) da DPOC devido à baixa utilização da espirometria (inferior a 20%) (Chest 2007; 131: 60- 67). 7,8% PLATINO México Cidade do México 12,1% PREPOCOL Colômbia PLATINO Venezuela Caracas 8,9% PLATINO Brasil São Paulo 15,8% PLATINO Chile Santiago 15,9% 19,7% PLATINO Uruguai Montevidéu Edição 1 Julho/2011 www.alatorax.org Material destinado à classe médica. 1937 Definição e fatores de risco Tratamento de acordo com a gravidade da doença A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é frequente, evitável e tratável. Caracteriza-se pela presença de obstrução crônica ao fluxo de ar, em geral progressiva e parcialmente reversível, associada a uma reação inflamatória pulmonar persistente, principalmente frente à fumaça de tabaco e lenha, que pode estar ou não acompanhada de sintomas (dispneia, tosse e expectoração), exacerbações, efeitos extrapulmonares e doenças concomitantes. Para o diagnóstico da doença, é imprescindível a espirometria que confirme a obstrução ao fluxo de ar. • A monoterapia com um broncodilatador (BD), de preferência de longa duração, é indicada para pacientes que necessitam de tratamento regular para a melhora dos sintomas (Doença leve). Os β2-agonistas de longa duração (LABA), como o formoterol ou o salmeterol, e os anticolinérgicos de longa duração (LAMA), como o tiotrópio, melhoram os sintomas, a função pulmonar, reduzem as exacerbações e melhoram a qualidade de vida. O indacaterol é um novo LABA disponível em alguns países da América Latina. Fatores de risco • O principal fator de risco é o tabagismo. • Outros fatores de risco: exposição ambiental, ocupacional ou à biomassa, baixo nível socioeconômico, histórico de tuberculose, doenças respiratórias na infância, fatores genéticos e sexuais. • A terapia dupla é recomendada para pacientes com controle limitado dos sintomas ou exacerbações frequentes (Doença moderada). A associação de LABA + LAMA é recomendada para aqueles pacientes com dispneia persistente apesar do uso regular de um broncodilatador de longa duração, ou quando a dispneia g INFLAMAÇÃO • A terapia tríplice é recomendada quando há o controle inadequado dos sintomas com o uso da terapia dupla (Doença grave). A combinação de tiotrópio com formoterol/budesonida ou com salmeterol/fluticasona demonstrou benefícios significativos para a função pulmonar, sintomas respiratórios, qualidade de vida e frequência de internações. A redução do risco de exacerbações graves foi relatada somente com o uso de formoterol/budesonida e tiotrópio. Leve Moderada Grave 0-2 3 4 Exacerbações no ano anterior 0 1-2 3 ou mais Hospitalizações devido a exacerbações no ano anterior 0 1 2 ou mais Estratificação da gravidade da obstrução (VEF1 % do previsto) Leve ≥ 80% Dispneia (escala mMRC) mMRC: Medical Research Council modificada Patogenia segundo a escala mMRC > 2. A associação de LABA com LAMA consegue maior efeito broncodilatador que o uso individual de cada um destes fármacos. A associação de LABA + Esteroides Inalados (EI) em combinação fixa (formoterol/budesonida ou salmeterol/fluticasona) é recomendada para pacientes com doença moderada que apresentam exacerbações frequentes (2 ou mais no ano anterior). Moderada < 80% e ≥ 50% Grave < 50% e ≥ 30% Muito grave < 30% A presença de qualquer um destes fatores é um indicativo de Doença Grave: • Hipoxemia e necessidade de oxigenoterapia crônica • Hipertensão pulmonar e/ou cor pulmonale • Insuficiência respiratória crônica hipercápnica Comprometimento extrapulmonar DPOC Lesão brônquica (Bronquiolite) MONOTERAPIA Dispneia 0 Dispneia 1-2 Vigilância 1 BD de preferência de longa duração LAMA /LABA ou, alternativamente, BD de curta duração Lesão alveolar (Enfisema) TERAPIA DUPLA TERAPIA TRÍPLICE Dispneia persistente ou >2 Associar 2 BD de longa duração (LAMA + LABA) LAMA + LABA + EI Exacerbações frequentes LABA + EI Progressão da doença Adicionar teofilina ou roflumilaste Educação / Abandonar o tabaco / Evitar exposição à biomassa / Atividade física / Vacinação / BD de resgate Reabilitação Doenças concomitantes Considerar oxigenoterapia / Cirurgia Obstrução ao fluxo de ar Escala de dispneia mMRC INCAPACIDADE E MORTE 0 Sufocamento ou falta de ar durante atividade física ou exercício intenso. 1 Sufocamento ou falta de ar ao caminhar rápido no plano ou ao subir uma escada ou uma rampa leve. 2 Sufocamento ou falta de ar ao caminhar no plano mais devagar que outra pessoa da mesma idade, ou deve parar devido à dispneia ao caminhar em seu próprio ritmo no plano. 3 Sufocamento ou falta de ar que obriga a parar ao caminhar uma quadra (100 m) ou após alguns minutos no plano. 4 Sufocamento ou falta de ar ao se banhar ou se vestir, que não permite sair de casa.