Adaptações do diafragma decorrentes da doença pulmonar

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Resumo registrado no evento sob nº 163
ISSN 1807-3441
Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO
17 a 20 de outubro de 2006
ADAPTAÇÕES DO DIAFRAGMA DECORRENTES DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA
CRÔNICA
RICARDO DA SILVA
[email protected]
Orientador Prof. FÁBIO ARAGÃO KLUTHCOVSKY
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)
Palavras-chave: CITOLOGIA, ANATOMIA & HISTOLOGIA, FADIGA
Grande Área: Ciências da Saúde
Área: Fisioterapia e Terapia Ocupacional
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade que acomete o sistema
respiratório, caracterizada pela redução do fluxo aéreo, em especial na fase expiratória,
não totalmente reversível, geralmente associada a uma resposta inflamatória anormal dos
pulmões a partículas e a gases nocivos. Neste particular, o tabagismo ocupa um papel
central como principal causa. Isto torna a referida patologia, em termos de saúde pública
mundial, o maior e mais crescente problema global de saúde. O presente trabalho tem por
objetivo discutir as alterações citológicas e histológicas no diafragma decorrentes da
referida doença. O estudo em tela utilizou a metodologia descritiva reflexiva com base da
literatura. Buscou, no consenso internacional sobre a patologia, a estratégia global para
o diagnóstico, conduta e prevenção da DPOC (GOLD), constatando a referência de que tal
patologia se caracteriza pela hiperinsuflação do tórax devido ao represamento do ar
inspirado, resultando na retificação do diafragma. Este, como qualquer músculo, sofre
alterações histológicas frente às demandas excessivas de trabalho inspiratório e, em
especial, expiratório. Biópsias de diafragmas de pacientes com DPOC revelaram uma readequação das fibras musculares, com incremento no número de fibras do tipo I, lentas, de
resistência, aeróbicas em detrimento das fibras tipo II, rápidas, de força, anaeróbias.
Esta inversão da proporção do tipo de fibras em relação ao músculo de pacientes rígidos
representa
maior
gasto
energético
com
a
respiração.
Este
mecanismo
adaptativo,
cujo
objetivo pode ser o aumento da resistência do diafragma à fadiga por esforços, tem
limites determinados pela oxigenação dos tecidos e condições nutricionais do paciente. Em
que pese a coerência dos achados, são necessários estudos com um maior número de amostras
para confirmar as alterações relatadas em função do número restrito de biópsias de
diafragma. Esta discussão permite evidenciar que, no nível histológico e citológico, o
diafragma
reproduz
o
lento
e
progressivo
processo
de
adaptação
experimentado
pelo
organismo do paciente submetido à restrição respiratória que caracteriza o DPOC. Apesar
da ampla capacidade de resposta adaptativa, a gravidade das alterações e envolvimento
sistêmico do DPOC exige pesquisas direcionadas ao combate dos determinantes inflamatórios
e reparativos do processo obstrutivo da árvore respiratória e parênquima pulmonar, assim
como à prevenção e tratamento do tabagismo.
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