A Abordagem e Diagnóstico de Disfunções Sexuais na Primeira Consulta Ginecológica: Autores: Scalco,S., Oliveira, W., Luciani, F., Instituição: Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Canoas - RS. Apresentação: Sandra Mestranda em Saúde Mental Coletiva - ULBRA Coiro, L. Scalco. Introdução: A partir do modelo pré-existente da ficha de consulta ginecológica do ambulatório da ULBRA, foram acrescentados questionamentos objetivos com relação à vida sexual das pacientes. Fizemos uma análise das dificuldades e vantagens de se abordar o tema e estabelecer um diagnóstico de disfunção sexual já na primeira consulta. Objetivos: Avaliar a possibilidade de se fazer um diagnóstico de disfunção sexual, já na primeira consulta em um ambulatório de ginecologia, com a exemplificação do modelo utilizado. Verificar as queixas sexuais mais freqüentes na população estudada. Analisar as dificuldades e vantagens na implantação do questionário utilizado com a finalidade de atingir esse objetivo. Material e métodos: Análise retrospectiva dos dados, contidos no prontuário, onde consta ficha de primeira consulta ginecológica, de pacientes atendidas no ambulatório da ULBRA, entre 1998 e 2000. Introduziu-se o questionário em setembro de 1998. Sugeriu-se aos profissionais atuantes no ambulatório de ginecologia, a importância na utilização do questionário, ou seja, de se perguntar a respeito da atividade sexual (especificando a freqüência), do orgasmo ( e dentro deste item especificar a freqüência média em dez relações) e dispareunia , além dos demais dados habituais de uma primeira consulta. A metodologia permitiu levantar índice de preenchimento, porcentagem de anorgasmia e freqüência média de orgasmo em dez relações, índice de dispareunia; dados demográficos e um limitado perfil bio-psico-social das pacientes com relação à idade, profissão, estado civil, motivo da consulta, número de gestações/partos, método de anticoncepção, peso e altura. A aplicação de entrevistas semi-estruturadas aos profissionais permitiu colher ainda os seguintes dados: dificuldades na coleta e percepção das vantagens dos dados obtidos para fins de diagnóstico. Buscou-se uma amostra aleatória de 100 pastas eliminando-se as que não continham os dados acima especificados. Resultados: Observou-se um baixo preenchimento (em torno de 10%) dos dados relacionados à orgasmo e dispareunia. Este baixo preenchimento foi justificado por parte dos profissionais em termos de tempo disponível para a consulta. Detectou-se o receio de estender a consulta frente à receptividade das pacientes a partir do questionamento. Não foram relatadas objeções em responder as questões por parte das pacientes. Foi relatado por parte das pacientes a satisfação da abertura proporcionada pelo profissional em iniciar diálogo sobre a vida sexual da paciente. Entre as disfunções sexuais foram detectadas as porcentagens de dificuldade em ter orgasmo, anorgásmicas primárias, índice de dispareunia e freqüência na atividade sexual, das pacientes atendidas no ambulatório da ULBRA. Conclusões: A introdução de um questionamento mínimo sobre a sexualidade da paciente mostrou-se viável, proporcionando ainda vantagem por estabelecer uma consulta de maior qualidade caracterizando uma melhor relação médico paciente. Observou-se uma boa aceitação por parte das pacientes. As dificuldades mais citadas pelos profissionais envolveram o fator tempo e mudança de hábito na consulta. Os dados encontrados com relação ao índice de disfunções (anorgasmia e dispareunia) foram compatíveis com dados da literatura.