Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. 219 Estrutura e funcionamento de um ecossistema florestal amazônico de terra firme junto à Reserva Florestal Walter Egler, município de Rio Preto da Eva, Amazonas, Brasil Structure and functioning of an amazonian upland rain forest ecosystem beside the Walter Egler Forest Reserve, Rio Preto da Eva municipality, Amazonas, Brazil WILLIAM A. RODRIGUES1 †HANS KLINGE2 ERNEST J. FITTKAU2 Visa em especial este artigo condensar os estudos até então realizados por nós (KLINGE & RODRIGUES, 1971) numa parcela retangular de floresta amazônica de terra firme de 0,2 hectare (40 x 50 m), junto ao limite leste da Reserva Florestal Walter Egler (Lat. 02o 43’S e Long. 59o 47’W), localizada no município do Rio Preto da Eva, distante km 64 de Manaus pela estrada Manaus-Itacoatiara. A referida parcela insere-se na chamada “Amazônia Central” (FITTKAU (1970a, 1970b, 1971), cuja vegetação conhece-se, também, como floresta ombrófila 1 Professor Visitante, Departamento de Botânica, Setor de Ciências Biológicas, UFPR – Caixa Postal 19031 – CEP 81.531-970 Curitiba, PR, Brasil . Email [email protected]. 2 Departamento de Ecologia Tropical, Instituto Max-Planck de Limnologia, Plön, Alemanha. 220 Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. densa de terra firme, a qual, segundo VELOSO et al. (1991), cobre a maior parte da biota amazônica. Com base em estudos limnológicos e limnoquímicos realizados entre outros por Sioli (1954, 1985), Sioli et al. (1969), SIOLI & KLINGE (1961, 1962), FITTKAU (1964, 1967, 1971a, 1973a), KLINGE (1966b, 1967), KLINGE & OHLE (1964) admite-se, hoje, que a Amazônia Central possui águas naturais caracterizadas por uma acentuada pobreza química, enquanto a Região Periférica (com as sub-regiões Norte, Sul e Andina) tem águas naturais muito mais ricas em íons e nutrientes. Desta forma, sabe-se, então, que não existe na Hiléia amazônica de maneira alguma uma uniformidade de estrutura biológica e ecológica nem tão pouco uma morfologia semelhante em todas suas partes (BEEK et al., 1973), muito embora LÜTZELBURG (1940/41) e BLUNTSCHLI (1921, 1964) falassem da Amazônia como uma entidade natural. SOLO O solo predominante ao longo da estrada Manaus-Itacoatiara é o do tipo latossolo amarelo pálido e de textura pesada (FALESI et al., 1969; RODRIGUES et al., 1971; 1972). Possui mais de 70 % de argila no horizonte B. É muito ácido e relativamente rico em matéria orgânica (tabela 1) e pobre em nutrientes (FALESI et al., op. cit., COUTINHO & LAMBERTI 1971a, HERRERA et al., 1978) (ver tabela 2). A função desses solos dentro do ecossistema amazônico em geral parece ser mais um substrato para fixação da vegetação do que uma fonte substancial de nutrientes para ela (FITTKAU et al., 1975b, FITTKAU, inédito). Essas florestas para se manterem, em sua maioria, têm de estar reclicando continuamente seus próprios nutrientes, utilizando-se da própria matéria orgânica vegetal em decomposição na superfície do solo Sem essa cobertura vegetal, esses solos, em geral, seriam de serventia muito restrita ou quase nula (RODRIGUES, 1994, 1996). SIOLI (1985), aliás, muito bem definiu essa situação ao escrever que “as floresta amazônicas vivem apenas sobre o solo, mas não do solo”. Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. 221 Tabela 1. Carbono e pH no perfil do solo da floresta centro-amazônica (média da amostra estudada na parcela do km 64). Horizonte Profundidade (cm) L F1 F2 A/B B1 B2 B3 B4 B5 C (%) pH (KCl) 2 1—2 1—4 — 7,4 4 — 2,95 — 3,40 3,10 — 3,45 6 — 12 9 — 13 19 — 21 20 — 23 16 — 25 14 — 21 2,3 1,6 1,2 0,8 0,5 0,4 3,40 — 3,70 3,45 — 3,79 3,60 — 4,00 3,90 — 4,05 3,95 — 4,12 4,05 — 4,25 Segundo o Dr. Schmidt-Lorenz & B. F. A. Reinbek, Depto. de Solos do Instituto Max-Planck. Tabela 2. Caracterização generalizada do latossolo de textura pesada ao longo da estrada Manaus-Itacoatiara. (segundo FALESI et al., 1969). Horizonte pH (H2O) A B 3,9 — 4,9 4,3 — 5,9 S (%) 0,5 — 1,0 0,3 — 0,8 M.O. (%) 4,2 — 8,1 ca. 0,5 C/N 10 (-27) 7 — 15 T (m.e./100g) 5,2 — 18,5 3,2 — 5,2 V (m.e./100 g) 4 (-14) 8 — 20 MATÉRIA ORGÂNICA NA SUPERFÍCIE DO SOLO Na estação seca (junho de 1970), quando foram feitos nossos estudos, encontravam-se depositados na superfície do solo mineral 5,8 t/ha em média (matéria seca) de folhedo fino e na estação chuvosa (novembro de 1970), 7,5 t/ha (KLINGE, 1973c). O material grosso (troncos e ramagem) pesava 18,2 t/ha (matéria seca). Comparando as porcentagens das frações folhas, material lenhoso e frutos + flores no folhedo fino já existente sobre o solo mineral e no folhedo fino recentemente produzido (Tabela 3), notou-se um rápido desaparecimento da fração folhas e um relativo acúmulo correspondente de material lenhoso. 222 Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. Tabela 3. Frações folhas, material lenhoso e frutos + flores constituintes do folhedo fino acumulado na superfície do solo (1) bem como do folhedo recentemente produzido (2). Fração de material % Folhas (2) 1963* 1964* 81,0 71,6 Material lenhoso Frutos + flores 16,5 20,9 2,5 7,5 52,7 5,3 * cf. Klinge & Rodrigues, 1968 (1) junho de 1970** novembro de 1970** 42,0 62,4 35,1 2,5 ** Cf. KLINGE, 1974a. Com base nas medidas de produção de folhedo fino na estação seca de 1970 como também do acúmulo desse material na superfície do solo, calculou-se a taxa diária de decomposição da matéria orgânica (KLINGE, 1973c). A média para a fração folhas foi de 0,56 % ou 23,6 kg/ha (matéria seca). STARK (1970a) encontrou nas matas da mesma região uma taxa de decomposição diária de 0,55 % em média durante 180 dias. COUTINHO & L AMBERTI (1971b), usando o método de respiração edáfica, determinaram numa mata próxima de Barcelos (Amazonas) uma decomposição diária de 50 % ou 1,37 kg/ha da produção total da mata. VARJABEDIAN & PAGANO (1988) estimaram uma taxa de decomposição de 0,72% e o tempo médio de decomposição de 50% do folhedo em 350 dias em mata atlântica de encosta no estado de São Paulo e PAGANO (1989a), em mata semidecidual de. Rio Claro, São Paulo, a taxa de decomposição foi calculada em 1,15% e o tempo necessário para o desaparecimento de 50% de folhedo do ecossistema foi de 219 dias. A Tabela 4 expõe as quantidades de nutrientes foliares no folhedo fino depositado na superfície do solo liberadas por decomposição. Essas quantidades foram calculadas com base no conteúdo do folhedo fino (KLINGE & RODRIGUES, 1968) e na taxa de decomposição orgânica (KLINGE, 1973c). Vê-se que as quantidades de nutrientes são maiores que as que entram com a chuva (ANÔN., 1972 b). Da mesma forma que COUTINHO & LAMBERTI (1971b), atribuímos, também, a esse fluxo de Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. 223 nutrientes liberado pelo folhedo depositado na superfície do solo de uma importância muito grande para o fornecimento de nutrientes à floresta (KLINGE & FITTKAU, 1972). PAGANO (1989b) verificou que na floresta mesófila semidecidual de Rio Claro (São Paulo) os nutrientes K, Mg, S e B são ciclados mais rapidamente que os demais (P, Ca, Fe, Cu, Mn, Zn e Al), por serem mais facilmente lavados pela água da chuva, o que os fazem permanecer, assim, menos tempo no folhedo. A Tabela 5 reúne as quantidades de nutrientes realmente liberadas por decomposição do folhedo fino como também as que o material grosso possa fornecer à vegetação. As primeiras foram determinadas experimentalmente no campo (KLINGE, 1977) e as outras calculadas com base nas porcentagens de nutrientes na fração material lenhoso do folhedo fino e na quantidade de material grosso. Tabela 4. Nutrientes em folhas do folhedo vegetal da floresta centro-amazônica Nutrientes N P K Ca Mg Na 1 3 kg/ha/estação seca Folhedo fino Produção de sobre o solo1 folhas2 35,3 0,7 3,6 5,4 3,8 1,8 Chuva3 43,6 0,8 4,4 6,7 4,7 2,2 Nutrientes teoricamente liberados na estação seca de 1970; Média das estações secas de 1966 e 1967. 0,7-1 0,02–0,03 0,4–0,6 0,3–0,4 2 Média da produção em 1964; Não dá para precisar qual é o mecanismo de decomposição do folhedo orgânico em nossa mata. Há algumas observações feitas por biólogos de solo que indicam o papel que os fungos exercem nesse processo. Assim, BECK (1970, 1971) observou que o trato digestivo de muitos animais do solo da área de Manaus contém micélio de fungos em quantidades apreciáveis. Esse autor interpreta suas observações baseado no fato de que a edafofauna não vive da destruição do material 224 Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. orgânico morto. STARK (1969, 1970a, b, 1971) e, também, WENT & STARK (1968a, b) concluíram de seus respectivos estudos que as micorrizas intervêm na decomposição do material orgânico. Em sua hipótese sobre o ciclo direto de nutrientes, STARK (1969) resume a posição chave que as micorrizas exercem no funcionamento do ecossistema oligotrófico da Amazônia Central (ver também FITTKAU & KLINGE, 1973, HERRERA et al., 1978, JORDAN & STARK, 1978). O sistema radicular relativamente superficial da floresta pluvial (KLINGE, 1973b, 1973d) tem muito a ver com as observações biológicas sobre a importância das micorrizas acima mencionadas no ecossistema oligotrófico. 42,6% das raízes finas encontram-se nos primeiros 16cm do solo. 31% dessas raízes têm 3mm ou menos de diâmetro e correspondem a 84,6 % do comprimento total de 22,1 x 103 km/ha. Isto indica que as raízes muito finas, que cobrem uma extensa superfície, preferem o solo superficial em contato com a camada orgânica superficial, a partir da qual sai o fluxo contínuo de nutrientes discutidos acima. Tabela 5. Quantidade de nutrientes liberados na estação seca de 1970 por decomposição do folhedo fino depositado na superfície do solo e a quantidade de nutrientes presente no material grosso. Fração de material kg/ ha/estação seca N Folhedo fino Folhas Material lenhoso Frutos + flores Total P K Ca Mg Na 213 5,9 25 54 18 11,9 61 25 0,9 0,6 2 4 23 1 6 1 0,6 0,3 299 7,4 31 78 25 12,8 Kg/ha Material grosso1 1 N P K Ca Mg Na 280 3 8 93 22 2 Calculado com base nas porcentagens de nutrientes do material lenhoso no folhedo fino. Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. PRODUÇÃO 225 DE FOLHEDO ORGÂNICO E MATÉRIA ORGÂNICA MORTA EM PÉ A produção anual total de folhedo orgânico gerado pela floresta em estudo está em torno de 12 t/ha (matéria seca) (Tabela 6) (FITTKAU & KLINGE, 1973, KLINGE & RODRIGUES, 1968), sendo a metade, fração de folhas. O rítmo de produção de folhedo fino de outubro/novembro a maio/junho (estação chuvosa), é de cerca de 400 kg/ha, e na estação seca, 700 kg/ha ou mais (matéria seca). Desconhece-se o ritmo de produção do material grosso. A fitomassa morta em pé era constituída por 125 árvores e palmeiras mortas por hectare, eqüivalente a 7,6 t/ha (matéria seca). Tabela 6. Produção anual total de material vegetal (matéria seca) na floresta centro-amazônica. Fração de Material vegetal Folhedo fino Material grossos Frutos e flores t/ha 6,7 – 7,9 1 2 1,35 (80 % folhas, 18 % material lenhoso, 2 % frutos + flores ) (troncos) (ramos grossos) (ramos finos) 0,5 – 1,1 grandes Total 11,5 – 13,3 BIOMASSA VIVA A biomassa viva é constituída de zoomassa e fitomassa. A zoomassa é muito pequena: 0,2 t/ha (matéria fresca). A edafofauna ocupa quase 50 %, sendo os cupins e formigas 1/3 do total. Os vertebrados não chegam a 10 %. Com base na alimentação, a zoomassa reparte-se da seguinte forma: 50 % alimentam-se de folhas, 20 %, de madeira. 25 %, de animais e o restante é consumidor de flores e frutos. Entre os insetos, predominam notoriamente os cupins e formigas e entre os mamíferos, os roedores e marsupiais. BANDEIRA (1991) citando ABE (1980) menciona que os cupins são os mais importantes invertebrados na reciclagem de nutrientes nas regiões tropicais, respondendo pela decomposição de mais de 50% do folhedo 226 Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. depositado no solo. LUIZÃO & SCHUBART (1986) estimaram que só os cupins do gênero Sintermes removem mais de 40% da fração folhas num experimento realizado numa floresta perto de Manaus. Convém assinalar que a maior parte da zoomassa vive próxima à superfície orgânica do solo e que só uma pequena porcentagem se alimenta de vegetal vivo. A fitomassa viva divide-se em duas grandes frações: aérea e subterrânea. A fitomassa subterrânea representa 49 t/ha de raízes grossas (matéria fresca) (Tabela 7), incluindo as partes subterrâneas de palmeiras e 206 t/ha de raízes finas (matéria fresca) (KLINGE, 1974a). Tabela 7. Raízes grossas da floresta centro-amazônica. Altura das plantas (m) menor que 1,5 1,5 – 10 10 – 20 20 – 30 maior que 30 Palmeiras 1,5 – 20 0,5 - 5 Total Raízes grossas (kg/ha de matéria fresca) 438,6 2.870,2 5.407,2 23.440,4 15.625,8 780,2 437,6 49.000 Quanto à fitomassa aérea, admite-se que esta esteja, supostamente, estratificada (KLINGE & RODRIGUES, 1974). O estrato mais elevado (A, altura média de 23,70–35,40 m) inclui 50 árvores/ha e não ocorrem palmeiras. A fitomassa aérea (em t/ha de matéria fresca: 2,3 de fração folhas, 48,7 de fração ramos e 139,2 de fração troncos) representa 28 % do total (687 t/ha de matéria fresca). Os troncos variam de 35 a 53cm de diâmetro e ocupam 125,1m³/ha. A área basal é de 7,1m²/ha. Raramente, também, ocorrem árvores emergentes de porte muito maior, embora não encontradas na parcela estudada. O segundo estrato (B, altura média de 16,70–25,90m) é formado por 315 árvores com diâmetros entre 6,7 e 55cm, que representam 54 % da fitomassa aérea viva total (em t/ha de matéria fresca: 7,1 de fração folhas, 123,1 de fração ramos e 269,3 de fração troncos). Também sem palmeiras nesse substrato. A área basal é de 14,6m²/ha e o volume dos troncos, 240,7m³/ Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. 227 ha. O estrato seguinte subdivide-se em: a) substrato C1 (altura média de 8,40–14,50m) com 760 árvores e 15 palmeiras por hectare, que variam de diâmetro de 3,8 a 44,9cm e área basal de 5m²/ha. O volume dos troncos é de 53,3m³/ha. A fitomassa representa 11 % da fitomassa aérea viva total (em t/ha de matéria fresca: 3,9 de fração folhas, 26,1 de fração ramos, 47,3 de fração troncos). Consiste predominantemente em representantes jovens ou próprios desse estrato; e b) substrato C2 (altura média de 3,60–5,90 m) com 2.765 árvores e 155 palmeiras por hectare, cujo diâmetro varia entre 0,6 e 10cm. O volume de troncos é de 8m³/ha, a área basal é de 2m²/ha. A fitomassa aérea viva (em t/ha de matéria fresca: 2 de fração folhas, 3,6 de fração ramos, 10,0 de fração troncos) representa 2 % do total. O penúltimo estrato (D, altura média de 1,70–3,00m) compõe-se de 5.265 árvores e 805 palmeiras por hectare. A fitomassa aérea viva (em t/ha de matéria fresca: 2,2 de fração folhas, 0,7 de fração ramos , 1,8 de fração troncos) representa 0,6 % do total. A área basal é de 1 m²/ha. Igualmente, são muito freqüentes as plantas jovens ou próprias desse estrato. O estrato mais baixo (E, altura média de 0,10–1,00 m) compreende 83.650 plantas, representando 0,2 % da fitomassa aérea viva total (em t/ha de matéria fresca: 0,6 de fração folhas, 0,2 de fração ramos, 0,6 de fração troncos). Plantas herbáceas praticamente inexistiam. Estimou-se em 94.000 o número de plantas por hectare, isto é, muito próximo a 86.000, o valor de plantas por hectare calculado por AUBRÉVILLE (1961) em um estudo realizado nas proximidades de nossa parcela. Das 46 t/ha de matéria fresca constituída por cipós, a maior parte encontrava-se nos estratos superiores. Alguns desses cipós tinham troncos bastante grossos. GENTRY (1983) e PAGANO (1989a) admitem que esses cipós podem ser os maiores responsáveis pela alta produção de folhedo nas florestas tropicais, que devido a suas características biológicas podem ter uma produção foliar maior do que a de madeira. Orquídeas e bromélias eram raras (0,23 t/ha de matéria fresca). Convém assinalar que as folhas de palmeiras bem como de muitas árvores estavam densamente cobertas de algas e musgos (vegetação 228 Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. epifílica de RUINEN, 1961). O volume total de troncos de 15cm ou mais de diâmetro foi avaliado em 385m³/ha e o de árvores de 28cm ou mais de diâmetro, em 304m³/ha, embora LECHTHALER (1956) tenha chegado a um valor aproximado de 310m³/ha. Há alguns inventários florestais realizados nos arredores de Manaus, com parcelas de tamanhos diversos (tabela 8). Em um estudo que discute a distribuição de fitomassa aérea de árvores e palmeiras em diferentes partes de nossas parcelas (KLINGE & RODRIGUES, 1973) também calculou-se a fitomassa/ha presente naquelas parcelas. Os valores para o total dos estratos A–D são os seguintes: TAKEUCHI (1961, 0,16ha): 927 t; LECHTHALER (1956, 1ha): 687 t; AUBRÉVILLE (1961, 0,05ha): 350 t; RODRIGUES (1967, 27ha): 284 t; e SOARES (1961, 9 e 36ha): 247t.). Para as florestas de várzea do baixo rio Solimões, (KLINGE et al.1995, 0,75 e 0,15ha) foram obtidos os seguintes valores: respectivamente 97,5 t e 257,6 t. Esses dados de fitomassa mostraramse muito variáveis com os poucos dados que se pôde reunir sobre área basal, número de árvores e número de espécies em diferentes comunidades estudadas na Amazônia Central, os quais se pode visualizar na Tabela 8 abaixo. Dentre os dados disponíveis, os das árvores de DAP >10cm são os que apresentam maior número de amostras . Nesse caso, a área basal por hectare variou de 25 a 48m2, apresentando uma média de 32 m2/ha. e o número de árvores por hectare oscilou entre 527 a 747 árvores/ha, com uma média de 637 árvores/ha. O número de espécies variou entre 113 e 196, apresentando em média cerca de 148 espécies/ha. COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA O estudo florístico infelizmente não chegou a ser completado até o nível de espécie, por isso aqui nos limitaremos apenas a tratar das famílias e de alguns gêneros mais representativos neste estudo. Convém assinalar, no entanto, que a composição florística e estrutura da vegetação dessa área de estudo assemelham-se muito com a vegetação descrita por KLINGE & RODRIGUES (1968) de uma área muito próxima e é muito parecida com o que descreve RODRIGUES (1967) e RODRIGUES et al. (2001) para outras áreas próximas. LECHTHALER, 1956 RODRIGUES, 1967 PRANCE et al., 1976 KLINGE et al., 1975 RODRIGUES & VALLE, 1964 RODRIGUES, inéd. RANKIN-DE MERONA et al., 1992 TELLO, 1995 TELLO, 1995 TELLO, 1995 TELLO, 1995 MATOS et al., 1999 RODRIGUES et al., 2001 RODRIGUES et al., 2001 SOARES, 1957 AMARAL, 1996 AMARAL et al., 2000 KLINGE & HERRERA, 1983 Worbes, 1983 KLINGE et al., 1995 AMARAL et al., 1997 193 142 113 118 196 20 74 142 281 145 130 30 48 66 39 31 26 48 25 10 27 13 32 s.d. 32 60 45 29 745 719 583 665 527 202 238 214 747 714 11.361 800 1086 396 10 10 10 10 10 20 20 17 10 10 1 5 5 10 1 Manaus- platô 1 Manaus – declive 1 Manaus – campinarana 1 Manaus – baixio 3 Rio Caribi (afl. do rio Uatumã, AM) Manaus (veg. secundária de 14 anos) 0,35 0,5 Manaus 9 Manaus 3 Rio Urucu, AM 1 Rio Uatumã – AM São Carlos do Rio Negro0,13 Venezuela (campinarana) Floresta de inundação temporária: Ilha da Marchantaria, no baixo rio Solimões (várzea de água branca) 0,21 0,9 Idem 0,5 Manaus (igapó de água mista) Fonte 75 431 179 502 180 632 698 Área basal Nototal de (m 2) espécies 23 13 24 30 25 31 30 No de árvores/ha 735 102 358 10220 483 s.d. 636 Limite do DAP (cm) 8 25 15 >1,5 m de altura 10 10 10 Tamanho da amostra (Ha) 1 27 1 0,2 0,3 4 9 Floresta de terra firme: Cercanias de Manaus Idem Idem Idem Idem Idem Idem Tipo florestal e localidade Tabela 8. Dados comparativos sobre a estrutura de diferentes comunidades florestais estudadas na Amazônia Central. Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. 229 230 Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. As famílias melhor representadas eram as Celastráceas (Goupia sp.), Moráceas, s. l. (Brosimum spp., Cecropia spp., Helicostylis spp., Naucleopsis spp., Pseudolmedia spp., Maquira spp. etc.), Lauráceas (Ocotea spp., Mezilaurus spp. etc.), Lecitidáceas (Eschweilera spp., Cariniana spp., Lecythis spp., Corythophora spp. etc.), Sapotáceas (Pouteria spp., Chrysophyllum spp., Micropholis spp., Manilkara spp. etc.), Leguminosas, s. l. (Inga spp., Abarema spp., Senna spp., Tachigali spp., Sclerolobium spp., Swartzia spp., Eperua spp., Zygia spp., Andira spp.etc.) (KLINGE, 1973a), Bombacáceas (Scleronema spp., Bombacopsis spp. etc.), Crisobalanáceas (Licania spp., Couepia spp., Parinari spp.). Mais de 50 % de todas as espécies encontradas pertenciam a essas famílias. As mais freqüentes eram as Leguminosas, s. l.. e Lecitidáceas com um volume de troncos de 107,8m³/ha ou 28,1 % do total de troncos a partir de 15cm de diâmetro. Euforbiáceas (Hevea spp., Micrandra spp., Micradropsis sp. etc.), Sapotáceas, Voquisiáceas (Ruizterania sp., Qualea spp., Erisma spp.), e Apocináceas (Aspidosperma spp., Couma spp, etc.) juntas tinham um volume de madeira de 164,3m³/ha ou 46,7% do total.. Os restantes 78,3m³/ha (19,1%) repartiam-se entre Miristicáceas (Ostheophloeum sp., Virola spp., Iryanthera spp.), Violáceas (Rinorea spp.), Mirtáceas (Myrcia spp., Eugenia spp., etc.), Olacáceas (Minquartia sp.), Arecáceas (Astrocaryum spp., Attalea spp., Euterpe spp., Bactris spp., Oenocarpus spp., Syagrus sp. etc.) e outras 9 famílias botânicas. Humiriáceas (Sacoglottis spp., Vantanea spp.), Burseráceas (Protium spp., Trattinnickia spp., Tetragastris spp. etc.), Rubiáceas (Palicourea spp., Psychotria spp., Duroia spp., Faramea spp., Ferdinandusa spp., etc.) e Violáceas dominavam preferentemente os estratos inferiores onde também as Arecáceas eram freqüentes. Outro grupo de famílias era formado pelas Apocináceas, Anonáceas (Guatteria spp.. Duguetia spp., Xylopia spp., Bocageopsis spp., Annona spp. etc.), Crisobalanáceas, Burseráceas, Euforbiáceas, Mirtáceas, Olacáceas, Celastráceas, Humiriáceas e Miristicáceas. Essas famílias representavam uma média de 20–40% do total de espécies (20–50% do total de indivíduos). Famílias relativamente menos comuns eram constituídas pelas Clusiáceas (Clusia spp, Symphonia sp. Tovomita spp, Vismia spp., Caraipa spp etc.), Cariocaráceas Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. 231 (Caryocar spp.), e Bombacáceas. Cerca de 40 famílias podiam-se considerar muito raras Aproximadamente, 50 espécies de 20 famílias formavam ao todo o dossel da floresta, enquanto 90% de todas as espécies encontravamse nos estratos inferiores (KLINGE et al., 1975). Um número semelhante de espécies encontrou RODRIGUES (1967) em um inventário de 137.000 ha. Chegou a uma média de 65 espécies/ha para árvores de 25cm ou mais de diâmetro. Uma riqueza parecida em espécies foi também verificada em outros inventários da floresta pluvial amazônica (BLACK et al., 1950, CAIN et al., 1956, PIRES et al., 1953, SOARES, 1957 e outros). Dados comparativos sobre a floresta centro-amazônica podem ser vistos na tabela 8 anexa. DISCUSSÃO Estudos sobre a composição química das águas naturais da Amazônia Central têm mostrado que o conteúdo de nutrientes é muito baixo (FITTKAU, 1964, 1971b, 1973a, s.d..; SIOLI, 1951, 1965; SCHMIDT, 1972 e outros). Graças ao estudo de H. Ungenmach apud ANÖN (1972a), sabe-se que na água da chuva estão presentes nutrientes em quantidades idênticas àquelas das águas superficiais. Essa pobreza em nutrientes das águas naturais reflete a economia de nutrientes acumulados na biomassa dos ecossistemas terrestres da região. A quantidade de nutrientes que um ecossistema perde por lavagem sob o regime climático tropical úmido é substituído pelo que se encontra na chuva. Não havendo esse equilíbrio entre entrada de nutrientes com a chuva e a saída deles na água de drenagem, os sistemas biológicos antigos como a floresta pluvial acabariam empobrecendo-se através do tempo, o que resultaria em distúrbios ou alterações nos próprios sistemas. Para que um ecossistema como a floresta centro-amazônica possa incorporar os nutrientes da chuva, deve haver uma estrutura adequada. Ela deve formar um sistema de filtros. Quanto maior o número de filtros e quanto melhor sua qualidade, muito mais eficiente tem de ser o sistema quanto à filtragem de nutrientes trazidos pela chuva. A floresta pluvial centro-amazônica parece-nos possuir esse sistema de filtros. A estratificação da fitomassa aérea como também a 232 Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. subterrânea garantiria uma boa distribuição da chuva sobre toda a superfície vegetal a partir do estrato A descontínuo até o mais baixo e denso. A água da chuva, ao passar lentamente por esses diferentes estratos, com seu grande número de espécimes, que em geral tende a aumentar do dossel para o chão, mantém íntimo contato direto com algas, musgos e bactérias que revestem a camada vegetal. Essa vegetação epifílica pode absorver os nutrientes da chuva e incorporálos, assim, na fitomassa do sistema florestal. Nutrientes lavados da massa orgânica dos estratos superiores podem novamente incorporar-se à biomassa dos estratos inferiores. A biomassa ao morrer cai e leva consigo todos os nutrientes, que se incorporam à camada orgânica morta do solo, que é o hábitat de uma porcentagem elevada de zoomassa. Aí decompõe-se, o que significa a liberação de nutrientes. As epífitas como bromélias, orquídeas, aráceas e outras mais com suas adaptações específicas à vida muito acima do chão destinam-se, também, a captar os nutrientes que vêm da atmosfera ou dos estratos superiores, semelhante à estrutura arquitetônica da própria floresta, cujos grandes elementos como troncos retilíneos e a rede de ramificações conduzem melhor a água da chuva diretamente até o solo. A observação que dentro da mata “continua chovendo”, mesmo após ter cessada a chuva, mostra a eficiência da estrutura da floresta para distribuir a água atmosférica, deixando-a durante certo tempo em contato com as superfícies ativas, o que torna muito provável o aproveitamento dos nutrientes provenientes da água da chuva. A água que não se evaporou chega finalmente ao solo, cujo volume é apenas de 4 % do volume total do ecossistema. Os nutrientes que essa água contém podem então incorporar-se na solução nutricional do solo. De qualquer modo esses nutrientes estão no horizonte edáfico em contato direto com o sistema radicular bastante superficial da vegetação, que é o filtro mais baixo em forma orgânica viva do ecossistema. Esse filtro absorve uma boa parte dos nutrientes que assim seguem reciclando dentro do ecossistema. Por sua superficialidade, o sistema radicular pode também absorver os nutrientes que chegam diretamente à superfície do solo. Uma observação parece permitir em especial essa interpretação do sistema radicular superficial: ao redor dos troncos grossos que conduzem bastante água para baixo, a camada de raízes finas do Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. 233 horizonte A superficial eleva-se visivelmente sobre o nível geral do solo, isto é, cresce de certo modo em direção contrária a do movimento da água que escorre pela superfície do tronco. Dentro do horizonte edáfico, a água enriquecida em nutrientes, que chega da parte superior, fica também em contato com a microflora, que decompõe a matéria orgânica disposta na superfície do solo. Essa microflora alimenta-se em parte dos nutrientes, ajudando, assim, em mantê-los dentro do ecossistema. De acordo com a hipótese da reciclagem direta de nutrientes, uma parte dessa microflora atua tanto como decompositora da matéria orgânica quanto, também, como veículo dos nutrientes liberados. Liga o sistema radicular fino com a matéria orgânica. Esse íntimo contato das raízes finas com a matéria orgânica pode-se observar facilmente em qualquer lugar da floresta pluvial. Uma camada de raízes finas e finíssimas está em contato entre o solo mineral e a camada orgânica superficial e penetra esta última. Cada floresta representa um sistema de filtro. No caso de florestas como as do centro amazônico, que crescem sobre solo antigo, lavado, ácido, incapaz de fornecer nutrientes em quantidades necessárias, a presença de um sistema eficaz de filtro é vital para a subsistência da própria mata como também para sua permanência. Isso se nota nitidamente na floresta pluvial amazônica sobre podzol hidromórfico (caatinga ou campinarana), onde o sistema radicular se encontra quase exclusivamente na camada orgânica superficial (KLINGE 1973 b, d). Mais claramente que na parte terrestre da floresta pluvial, nota-se nas próprias águas a expressão da oligotrofia extrema da Amazônia Central (RIBEIRO et al., 1978). A água dos igarapés e rios que cruzam a floresta não é mais rica de nutrientes que a água da chuva da própria região (Anôn., 1972b, FITTKAU, 1973a). Essa baixa quantidade de nutrientes torna impossível uma notável produção primária nessas águas (FITTKAU, 1964, 1973b, FITTKAU et al., 1975a). Para alimentar dessa forma a biomassa do ecossistema aquático, que consiste quase completamente em zoomassa, a cadeia alimentar tem que se formar necessariamente a partir da matéria orgânica alóctone, que provém da floresta. Em primeiro lugar, trata-se de folhas, fragmentos de madeira, flores, frutos e de pólen que caem na água, mas, também, de animais, especialmente insetos como formigas e cupins. Folhas e madeira não podem servir diretamente 234 Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. de alimento. Só depois da ação microbiana é que esse material, convertido pelas bactérias e fungos, pode ser consumido por aqueles organismos aquáticos, que filtram a água ou que se alimentam de fragmentos vegetais como o fazem especialmente larvas de insetos. Grande parte das outras matérias orgânicas que se incorporam à água é que passa a ser consumida por peixes presentes nos igarapés em grande número de espécies e espécimes e que em geral representam uma proporção relativamente grande da biomassa nesses ecossistemas. De modo geral, como na floresta a vegetação funciona como filtro de nutrientes alóctones e como agente absorvente dos nutrientes liberados pela decomposição ou excretados pelos animais, a zoomassa viva do sistema aquático incorpora os alimentos orgânicos alóctones, transforma-os na própria biomassa e retém essa biomassa em forma de diversos organismos num ciclo fechado dentro do sistema aquático. À medida que a diversidade da biocenose de espécies, que filtram ou se alimentam de fragmentos como drift superficial, é aumentada, maior se torna a eficiência do filtro e ao mesmo tempo torna-se maior a própria biomassa do sistema. Nos igarapés silváticos da Amazônia Central, existe uma zoomassa de organismos bênticos de 1–2g/m2, que localmente pode chegar a 20g/m2, quando sob condições favoráveis de correnteza num substrato adequado para os organismos que filtram os macro- e micronutrientes. A zoomassa de peixes nesses igarapés é em torno de 5g/m2. À medida que esses igarapés se transformam em verdadeiros rios, a zoomassa diminui bem como, também, a diversidade de espécies. Desse modo, só 0,1–0,2g/m² de zoomassa bêntica (larvas de insetos e oligoquetas) se encontra nos cursos inferiores dos rios, que se apresentam em forma parecida a um lago, quando o nível de água sobe devido à intensidade das chuvas. Dois fatores deveriam condicionar a diminuição da biomassa e da diversidade: De um lado, o mosaico típico de biótopos lóticos e leníticos com substrato arenoso, lamacento e compacto desaparece conjuntamente com a transformação paulatina de um igarapé em rio. Em seu lugar aparecem superfícies uniformes de areia que só oferecem um ambiente adequado a uma fauna pobre. De outro lado, a oferta de alimentos alóctones proporcionados pela floresta diminui conjuntamente com o aumento da superfície da água. Ademais, essa diminuição da biodiversidade e da biomassa já não permite um aproveitamento máximo da oferta de alimentos. Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. 235 Um ótimo ecossistema aquático só existe na Amazônia Central nos igarapés silváticos. A estrutura e funcionamento desse sistema aquático são comparáveis com aqueles da floresta pluvial de terra firme em redor. Em ambos os sistemas, há um princípio ecológico parecido, que é um sistema de filtros. Os filtros da floresta, cuja biomassa está quase por completo em forma vegetal, cuidam de capturar os nutrientes inorgânicos que estejam no mínimo; a própria fitomassa presente em grandes quantidades e organizada em uma diversidade igualmente enorme, forma o sistema de filtros. Os filtros do ecossistema aquático, cuja biomassa esteja especialmente presente em forma de zoomassa, capturam os alimentos orgânicos alóctones e autóctones que tenham que permanecer dentro do ecossistema (FITTKAU, 1970c, 1973a, b). AGRADECIMENTOS — Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e a toda sua equipe técnica o nosso sincero reconhecimento pelo irrestrito apoio recebido durante a realização de nossas pesquisas na região. RESUMO Para se determinar a estrutura e fitomassa de um ecossistema florestal amazônico de terra firme, mapeou-se e colheu-se a vegetação de uma área demarcada de 0,2 ha localizada nas adjacências do limite leste da Reserva Florestal W. Egler (km 64 da estrada Manaus- Itacoatiara (AM-1), Município de Rio Preto da Eva, Amazonas, Brasil. Os resultados obtidos são apresentados e discutidos em comparação com os dados da literatura. PALAVRAS CHAVE: Floresta-amazônica, ecologia-de-ecossistema, fitomassa; produção-de-folhedo; estrutura; funcionamento. SUMMARY For the determination of structure and phytomass of a Central Amazonian lowland rain forest ecosystem, its vegetation was mapped and harvested on 0.2-ha, very near the Forest Reserve W. Egler, situated at the east side of the Manaus-Itacoatiara road (AM-1), km 64, Municipality of Rio Preto da Eva, Amazonas, Brazil. The main results are presented and discussed in comparison to data from the literature. KEY WORDS: Amazonian-rain-forest, ecology-of-ecosystem, phytomass, litterproduction; structure; functioning. 236 Acta Biol. Par., Curitiba, 29 (1, 2, 3, 4): 219-243. 2000. RÉSUMÉ Pour déterminer la structure et la phytomasse de la forêt amazonienne dense humide de terre ferme, très proche de la limite de la Réserve Forestière W. Egler, localisée sur la route AM-1 (Manaus à Itacoatiara), km 64, Etat d’Amazonas, Brésil, la végétation de 0,2 ha a été cataloguée et récoltée entiérement. Les résultats sont présentés et discutés par repport aux données disponibles de la littérature. MOTS CLÉS: Forêt-amazonienne-dense-humide; ecologie-forestière; phytomasse; production-de-litière, structure; fonctionnement. BIBLIOGRAFIA AMARAL, I. L. 1996. Diversidade florística em floresta de terra firme na região do rio Urucu, AM. Dissertação de Mestrado, INPA/FUA, Manaus, AM. 104 pp. AMARAL, I. L.; J. ADIS & G. T. PRANCE. 1997. On the vegetation of a seasonal mixedwater inundation forest near Manaus, Brazilian Amazonia. Amazoniana 14 (3/4): 335 – 347. AMARAL, I. L.; F. D. A. & J. LIMA. 2000. 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