NODULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE SOJA IAC

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NODULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE SOJA IAC-19
COM APLICAÇÃODOS HERBICIDAS DICLOSULAM E FLUMETSULAM
Robert Deuber1 ; Maria do Carmo de Salvo Soares Novo1
¹Pesquisadores-científicos do Centro de Ecofisiologia e Biofísica, do Instituto Agronômico (IAC). Caixa Postal 28,
13001-970, Campinas- SP. e-mail: [email protected]
______________________________________________________________________________________
RESUMO- Estudou-se o efeito dos herbicidas diclosulam e flumetsulam na nodulação e no
desenvolvimento de plantas de soja IAC-19, em vasos, em casa-de-vegetação, utilizando-se solos arenobarrento e argiloso. As sementes de soja foram inoculadas com as estirpes recomendadas de Bradyrhizobium
japonicum (SEMIA 5079, CPAC – 15, SEMIA 5080 E CPAC-7). Foi utlizado inoculante turfoso comercial na
base de 10 gramas de inoculante por quilograma de semente de soja. Os tratamentos foram: sem herbicida e
sem inoculação, sem herbicida e com inoculação, diclosulam nas doses de 16,8, 33,6 (dose recomendada) e
50,4 g/ha e, flumetsulam, nas doses de 60, 120 (dose recomendada) 180 g/ha, todos em i.a. e aplicados em préemergência e com inoculação das sementes de soja. A avaliação da nodulação foi feita aos 41 dias após a
aplicação, quando se mediu também a altura das plantas e avaliou-se a massa fresca e seca de parte aérea e de
raízes. No final do ciclo mediu-se a massa fresca e seca de vagens e grãos. Observou-se seletividade dos
herbicidas à soja, nas doses avaliadas.. As plantas se desenvolveram melhor no solo areno-barrento que no
argiloso em função de características físicas deste solo. Houve tolerância aos herbicidas pelas bactérias, nos
dois tipos de solo, não havendo redução do número ou da massa fresca e seca de nódulos.
Palavras-chave: Glycine max, Bradyrhizobium japonicum, seletividade
NODULATION AND GROWTH OF SOYBEAN IAC-19 PLANTS WITH
APPLICATION OF THE HERBICIDES DICLOSULAM AND FLUMETSULAM
ABSTRACT - In order to study the influence of the herbicides diclosulam and flumetsulam on soybean
IAC-19 growth and nodulation, an experiment was carried out in pots, in greenhouse, using sandy-loam and
clay soils. The seeds were inoculated with Bradyrhizobium japonicum. The treatments were: no herbicide and
no innoculation, no herbicide with innoculation, diclosulam at 16,8, 33,6 and 50,4 g/ha; flumetsulam at 60, 120
and 180 g/ha, applied in pre-emergence, all innoculated. Nodulation was evaluated at 41 days after treatment
(DAT). Plants height were also measured. At the end of the crop cycle fresh and dry weight of pods and grains
were obtained. Both herbicides showed to be very selective to the soybean at the low and recommended rates.
Flumetsulan, at 180 g/ha caused some plant stunting and reduced roots dry weight, at 41 DAT. Soybean plants
grew better in the sandy-loam soil, due to its physical characteristics. The herbicides were tolerated by the
bacteria, with no reduction in number, fresh or nodules dry weight.
Key words: Glycine max, Bradyrhizobium japonicum, selectivity
Revista Brasileira de Herbicidas, Passo Fundo-RS, No 2, p. 57 – 63, 2006.
INTRODUÇÃO
O uso de herbicidas é uma prática usual nas lavouras de soja no Brasil, desde a sua introdução. Isso se
deve, principalmente, às grandes áreas que são cultivadas e à eficiência do método químico no manejo de
plantas infestantes.
As bactérias nitrificadoras são introduzidas em áreas novas de soja, estabelecendo-se e tornando-se
parte da microflora do solo. É prática comum em áreas de soja, que esta seja mais dependente do N proveniente
da fixação simbiótica do que de fertilizante, pois a aplicação desse insumo raramente apresenta compensação
econômica (Kurtz, 1976).
Com o uso constante de herbicidas, é importante saber se esses produtos podem afetar a multiplicação
dessas bactérias e sua possível ação no desenvolvimento de plantas de soja.
Em estudos iniciados no Instituto Agronômico – IAC, verificou-se que herbicidas de uso tradicional na
cultura do feijão, como EPTC e trifluralina, não afetaram as bactérias do gênero Rhizobium, tanto aquelas
provenientes da população introduzida pelo inoculante, quanto as naturalizadas (Lopes et al. 1971; Deuber &
Forster, 1978). Para a soja, inoculada com B. japonicum, verificou-se que os herbicidas trifluralin, vernolate e
alachlor não causaram nenhum efeito depressivo sobre a nodulação em soja 'Santa Rosa', em condições de
campo (Giardini et al., 1979). Deuber et al. (1981) não verificaram prejuízos à nodulação da soja 'Santa Rosa'
devidos aos herbicidas vernolate, alachlor, pendimethalin e metribuzin, mas apenas pequena redução inicial
devida ao trifluralin. Em trabalho realizado por Rezende et al. (1985) também não se constatou efeito
depressivo na nodulação em plantas de soja pela utilização dos herbicidas fluorodifen, (isolado e em mistura
com pendimethalin), pendimethalin, chloramben, (isolado e em mistura com alachlor) e, trifluralin. A atividade
da nitrogenase, em condições de campo, foi reduzida com a aplicação dos herbicidas linuron e oryzalin (Novo
et al., 1996).
Estudos mais recentes , mostraram que o fluazifop-p-butil, aplicado em pós-emergência, em lavoura de
amendoim, causou redução do número e da massa seca de nódulos aos 28 dias após a aplicação, com
recuperação posterior (Novo et al.,1998). Com imazaquin em doses acima de 170 g/ha não se verificou
redução da nodulação e da fixação simbiótica de N em soja IAC-8 (Novo et al., 1999). Em 12 cultivares de soja
no Paraná, o número ou a massa seca de nódulos não foram afetados por diclosulam e flumetsulan na dose
normalmente recomendada, mas na dose duplicada causaram alguma redução de massa (Leite et al., 2000).
Estes herbicidas são de introdução recente no mercado e aplicados em baixas doses
O objetivo deste trabalho foi estudar os possíveis efeitos dos herbicidas diclosulam e flumetsulam,
sobre o desenvolvimento e a nodulação de plantas de soja IAC-19, inoculadas com as estirpes recomendadas de
B. japonicum.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi instalado um experimento em vasos, com soja IAC-19, em casa-de-vegetação, no Centro
Experimental de Campinas, do IAC, em Campinas, SP, utilizando-se dois tipos de solo, cujas características
químicas e físicas constam na Tabela 1. A semeadura foi feita em 16 de dezembro de 2002, à profundidade de 4
cm, em vasos cilíndricos, com capacidade de 2,7 litros. As sementes de soja foram inoculadas com B.
japonicum (SEMIA 5079 - CPAC 15 e SEMIA 5080 - CPAC 7), com número minimo de 1 x 10 9 células
viáveis g-1 de inoculante , da marca Biomax Premium, na proporção de 10 g do inoculante para 1 kg de
sementes. Fez-se adubação correspondente a 300 kg ha-1 da fórmula NPK 0-20-20, misturada à terra nos vasos.
Os tratamentos estudados foram: diclosulam, nas doses de 16,8, 33,6 e 50,4 ..ha-1; flumetsulam, nas doses de
60, 120 e 180 gha-1, todos em i.a.; uma testemunha sem inoculação e sem herbicida e outra, com inoculação e
sem herbicida. A aplicação foi feita com um pulverizador costal, com quatro bicos 80.02E, à pressão constante
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de 2,18 kg cm-2 , com gasto de calda equivalente a 400 Lha-1. Os vasos foram colocados no chão, espalhados ao
longo de uma faixa de 2,0 x 10,0 m, na qual se fez a aplicação dos herbicidas, mantendo-se a barra de aplicação
a 0,50 m acima da superfície dos vasos. Os tratamentos foram repetidos seis vezes em um delineamento fatorial
8 x 2, totalmente casualizado, com quatrosementes de soja por vaso. Após a emergência foram deixadas três
plantas por vaso. Semanalmente foram realizadas avaliações visuais nas plantas de soja quanto ao vigor e
aparência, segundo uma tabela com notas de 1 a 10. Aos 41 dias após a semeadura (DAP) foram retiradas, ao
acaso, três vasos de cada tratamento e fez-se contagem do número de nódulos e, determinando-se a massa
fresca e seca desses nódulos, das raízes e da parte aérea de todas as plantas de cada vaso. Na colheita, foram
avaliadas as plantas dos três vasos restantes (três plantas por vaso), obtendo-se as massas fresca e seca de
vagens e de grãos. Foi também contado o número de vagens e determinou-se a produção por planta. Os
resultados obtidos foram submetidos à análise da variância e as médias quando significativas comparadas pelo
teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Tabela 1. Características químicas e físicas dos solos utilizados no experimento em vasos com soja IAC-19
inoculada, tratada com herbicidas.
Solo M.O. pH
P
K Ca Mg S.B. H+Al CTC V argila silte areia Classificação
total
g/dm3 CaCl2 mg/dm3
mmolc/dm3
%
g/kg
1
19
4,6
7
1,4 11
7
19,4
31
50,4
38
338
330
629
areno-barrento
2
26
5,7
105
3,3 43
16 62,3
28
90,1
69
525
230
245
argiloso
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quanto à formação de nódulos, houve diferença entre número para os dois tipos de solo, sendo maior no
areno-barrento, mas sem diferença para massas fresca e seca (Tabela 2). Para o crescimento das plantas de soja,
a massa seca de raízes e as massas frescas e secas da parte aérea e de vagens, assim como para a produção de
grãos, ocorreram valores maiores também para o solo areno-barrento. Os demais dados não diferiram para os
dois tipos de solo. Board & Caldwell (1991) observaram que em soja cultivada em solos mais ácidos é comum
ocorrer redução na produção de sementes devido à interferência na fixação simbiótica do nitrogênio e na
redução da absorção do nitrogênio pela planta. Entretanto, verificaram que alguns cultivares de soja apresentam
insensibilidade à acidez do solo, que é o caso do IAC-19, material desenvolvido em solo ácido. Além da
insensibilidade à acidez, o melhor desenvolvimento da soja no solo areno-barento pode também estar associado
às características físicas do solo. No solo areno-barrento, foi observada maior porosidade, o que favoreceu a
drenagem da água e melhorou a aeração.
Segundo Weber (1968), em solos com excesso de água têm-se redução da fotossíntese e da utilização
dos fotossintetizados por planta, com reflexos no desenvolvimento e na produção.
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Tabela 2. Número de nódulos e vagens, massas fresca e seca de raiz, parte aérea, nódulos e vagens, altura
média de plantas e produtividade em grãos de soja, cultivar IAC-19, em solos de textura areno-barrenta e
argilosa. Campinas, SP, 2002/03.
Variáveis Analisadas
Tipo de Solo
Argiloso
Areno-barrento
d.m.s. (5%)
1
2
Número de Nódulos
50,47 b
65,44 a
1,09
Número de Vagens1
29,66 b
35,06 a
0,42
Massa Fresca de Raiz (g)
16,24 a
18,69 a
3,31
Massa Seca de Raiz (g)
1,86 b
2,43 a
0,49
Massa Fresca Parte Aérea (g)
17,25 b
27,71 a
4,98
Massa Seca Parte Aérea (g)
3,98 b
6,53 a
1,08
Massa Fresca de Nódulos (g)
1,31 a
1,63 a
0,42
Massa Seca de Nódulos (g)
0,31 a
0,37 a
0,13
Massa Fresca de Vagem (g)
3,94 b
6,94 a
1,26
Massa Seca de Vagem (g)
3,63 b
6,41 a
1,16
Produtividade de grãos (g/planta)
2,40 b
4,18 a
0,86
Altura Média (cm)
45,37 a
46,89 a
4,06
(1)
. Dados transformados em raiz de x para análise estatística.
(2)
. Médias seguidas por letras iguais na linha não são diferentes entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Não foi observado efeito da inoculação das sementes e dos tratamentos com diclosulam e flumetsulam
para a massa fresca de raiz, parte aérea e vagem, e para altura média de plantas e produtividade (Tabela 3). O
mesmo ocorreu para massa seca de vagem e de nódulos e de número de vagens (Tabela 4). A massa fresca de
nódulos foi afetada pela inoculação das sementes. Foi observado que o número de nódulos foi maior no
tratamento inoculado, entretanto em solos provenientes de área onde se cultiva soja com regularidade e é
empregado inoculante, esse fato é raro. Geralmente há resposta à inoculação das sementes somente em áreas
novas ao cultivo de soja pois, em solos cultivados anteriormente, a população de rizóbio já estabelecida é
altamente competitiva por sítios de infecção (Johnson & Means, 1960). De acordo com Herridge & Bergensen
(1988), quando existe no solo população naturalizada de rizóbio, os mesmos formam uma barreira à penetração
dos indivíduos das estirpes do inoculante que está sendo introduzido. Menos de 10% dos nódulos formados são
originados da população do inoculante.
Tabela 3. Massa fresca de raiz, parte aérea e vagens, altura média de plantas e produtividade em grãos de soja
por planta, cultivar IAC-19, em solos de textura areno-barrenta e argilosa. Campinas, SP, 2002/03.
Tratamentos
Dose
Massa Fresca
Altura
Produção
g/ha
Raiz
P. aérea Vagem
média
de grãos
g
cm
g/planta
1
Sem herbicida e sem inoculante
18,77 a 16,65 a
4,39 a
47,35 a
2,65 a
Sem herbicida e com inoculante
19,07 a
22,09 a
4,93 a
48,27 a
3,20 a
Diclosulam
16,8
22,42 a
27,52 a
5,39 a
50,97 a
3,47 a
Diclosulam
33,6
17,39 a
21,65 a
6,44 a
43,40 a
3,91 a
Diclosulam
50,4
18,06 a
30,21 a
5,79 a
43,63 a
3,66 a
Flumetsulam
60,0
16,23 a
24,83 a
7,07 a
43,95 a
3,53 a
Flumetsulam
120,0
15,39 a
21,44 a
4,77 a
43,90 a
3,03 a
Flumetsulam
180,0
12,40 a
15,47 a
4,74 a
47,55 a
2,86 a
1. Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Revista Brasileira de Herbicidas, Passo Fundo-RS, No 2, p. 57 – 63, 2006.
Tabela 4. Número de nódulos e vagens, massa fresca de nódulos e massa seca da parte aérea, nódulos e vagens
de soja, cultivar IAC-19, em solos de textura areno-barrenta e argilosa. Campinas, SP, 2002/03.
Tratamentos
Dose
Número1
Massa Fresca
Massa Seca
g/ha Nódulos Vagens
Nódulos
P. aérea
Nódulos
Vagens
g
g
Sem herb. e sem inoc.
15,35 b2 4,39 a
0,75 b
4,02 ab
0,25 a
4,06 a
Sem herb. e com inoc.
76,60 a 4,93 a
1,41 ab
5,91 ab
0,33 a
4,58 a
Diclosulam
16,8 70,90 a 5,39 a
2,17 a
7,12 a
0,46 a
4,96 a
Diclosulam
33,6 64,53 a 6,44 a
1,16 ab
5,06 ab
0,23 a
5,85 a
Diclosulam
50,4 70,10 a 5,79 a
1,82 ab
5,64 ab
0,39 a
5,42 a
Flumetsulam
60,0 86,49 a 7,07 a
1,98 ab
5,67 ab
0,41 a
6,49 a
Flumetsulam
120,0 51,65 ab 4,77 a
1,38 ab
4,96 ab
0,32 a
4,44 a
Flumetsulam
180,0 49,32 ab 4,74 a
1,08 ab
3,64 b
0,34 a
4,31 a
(1)
. Dados transformados em raiz de x para análise estatística
(2)
Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Nos dados obtidos nas avaliações constatou-se tolerância das plantas de soja ao herbicida diclosulam
em todas as doses estudadas, o que concorda com resultados obtidos por Leite et al. (2000) e Oliveira Júnior et
al. (2002). No entanto, foi constatada clorose insipiente e alguma redução de crescimento com a dose mais
elevada de flumetsulam (180 g/ha), que é uma dose acima da máxima recomendada. Os dados de massa seca de
raízes e de parte aérea também foram menores com o uso dessa dose mas não ocorreram sempre, diferenças
significativas. Leite et al. (2000) observaram que apenas na dose de 240 g/ha houve redução de crescimento das
plantas. A aplicação da dose de 70 g/ha de diclosulam, em vasos, com incorporação, resultou em redução do
comprimento do caule e de raízes em soja BR-16, o que não ocorreu com doses de 25 e 35 g/ha (Kita, 1999).
Com relação à possível efeito de herbicidas sobre os nódulos, apenas nas doses recomendada e mais
elevada de flumetsulam houve um efeito depressivo sobre o número, mas sem diferença estatística, o mesmo
ocorrendo com a massa fresca (Tabela 4). Para os dados de massa seca de nódulos não se observou nenhuma
diferença entre tratamentos. As massas secas das raízes no tratamento com flumetsulan e diclosulam foram
inferiores às obtidas no tratamento sem herbicida e sem inoculante. Em função disso pode-se admitir que os
herbicidas diclosulam e flumetsulam foram bem tolerados pelo rizóbio utilizado no inoculante. Os resultados
obtidos por Leite et al. (2000), confirmam os aqui obtidos, pois apenas com as doses dobradas dos dois
herbicidas houve redução do número e massa seca de nódulos em diversas cultivares de soja paranaenses. Em
outros trabalhos, utilizando outros herbicidas, foi verificada alguma ação depressiva pelo trifluralin em vasos e
no campo (Deuber et al., 1981) e pelo imazaquin, reduzindo a massa seca de nódulos (Novo et al., 1999). A
nodulação não foi afetada pelos outros herbicidas, como vernolate e alachlor (Giardini et al., 1979), o EPTC
(Deuber & Forster, 1978), pendimethalin e metribuzin (Deuber et al., 1981), fluorodifen, pendimethalin, a
mistura de ambos, chloramben, trifluralin e chloramben mais alachlor (Rezende et al., 1985). Outros autores
obtiveram efeitos estimulantes de número e massa seca de nódulos em amendoim e em soja, com aplicações de
trifluralin e pendimethalin menores (Peixoto et al., 2002 a e b). Convém lembrar que trifluralin, quando é
incorporado ao solo, entra em contato mais direto com as bactérias na camada de incorporação. Nesse sentido,
com a aplicação de herbicidas na superfície, obtém-se maior segurança quanto à nodulação, como é o caso dos
estudados neste trabalho, que são, também, pouco solúveis.
Foi observada interação entre tipo de solo e os tratamentos com os herbicidas diclosulam e
fllumetsulam para o número de vagens e massa seca de raiz (Tabela 5). Em relação ao tipo de solo dentro de
cada tratamento, foi observada diferença estatística apenas para o diclosulam na dose 50,4 g/ha. Nesse
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tratamento o número de vagens foi maior no solo areno-barrento que no argiloso. Para a massa seca de raiz
houve diferença apenas no tratamento sem inoculação e sem herbicida no qual os valores foram menores no
solo argiloso mostrando que os herbicidas são seletivos. Quando se compararam os tratamentos com os
herbicidas dentro de cada tipo de solo, não foi observada diferença na massa seca de raiz no solo argiloso. Para
o solo areno-barrento, a massa seca foi maior no tratamento sem inoculação e sem herbicida e menor na dose
de 180,0 g/ha de flumetsulam. Os herbicidas diclosulam e flumetsulam, nas doses recomendadas são seletivos à
soja IAC-19, sem afetar o crescimento e a produção de vagens ou de grãos. A nodulação, aos 41 dias após a
aplicação, não é afetada pelos herbicidas diclosulam e flumetsulam nas doses aplicadas, quanto ao número e
peso de massa fresca ou seca dos nódulos.
Tabela 5. Efeito da interação entre tipo de solo, argiloso e areno-barrento, e os tratamentos com diclosulam e
flumetsulam quanto ao número de vagens e massa seca de raiz em soja, IAC-19. Campins, SP, 2002/03.
Tratamentos
Dose
Número de vagens 1
Massa seca de raiz
g/ha
Argiloso
ArenoMédias
Argiloso ArenoMédias
barrento
barrento
g
5,87 Aa
2,13 Abc
3,28 Ab
1,80 Abc
1,96 Abc
1,96 Abc
1,58 Abc
0,84 Ac
Sem herb. e sem inoc.
32,49 Aab2 24,85 Aa 28,54 a
1,70 Ba
3,79 a
Sem herb. e com inoc.
31,16 Aab 41,29 Aa 36,05 a
2,44 Aa
2,29 ab
Diclosulam
16,8 32,41 Aab 43,72 Aa 37,86 a
2,09 Aa
2,69 ab
Diclosulam
33,6 33,77 Aab 26,79 Aa 30,18 a
1,66 Aa
1,73 b
Diclosulam
50,4
16,45 Bb 37,95 Aa 26,09 a
1,79 Aa
1,88 b
Flumetsulam
60,0
36,33 Aa 33,24 Aa 34,77 a
1,57 Aa
1,77 b
Flumetsulam
120,0 31,04 Aab 34,89 Aa 32,93 a
1,96 Aa
1,77 b
Flumetsulam
180,0 28,85 Aab 40,14 Aa 34,26 a
1,63 Aa
1,24 b
1. Dados transformados em raiz de x para análise estatística.
2 Médias seguidas por letras maiúsculas iguais na linha, que comparam o efeito do tipo de solo dentro de cada
tratamento, e letras minúsculas iguais na coluna, que comparam o efeito dos tratamentos dentro de cada tipo de
solo, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
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