expedição científica

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EXPEDIÇÃO CIENTÍFICA
Obra mostra imagens de 350 tipos de bromélias
Publicado em 22.12.2006
O trabalho, que consumiu dez anos de pesquisas em florestas do Nordeste brasileiro, revela a riqueza de
cores da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do País
Foram mais de dez anos de pesquisas e 237 expedições científicas às florestas do Nordeste brasileiro, no
trecho acima do Rio São Francisco. O resultado está em Fragmentos de Mata Atlântica do Nordeste –
Biodiversidade, Conservação e suas Bromélias (Andrea Jakobsson Estúdio Editorial, 2006, 416 páginas, R$
180), do biólogo José Alves Siqueira Filho e do juiz e naturalista Elton Leme, lançado ontem no Rio de
Janeiro.
O livro, com 350 imagens e à venda nas principais livrarias, dá ênfase às bromélias. Estão retratadas na
obra 91 espécies, das quais 17 são apresentadas como novas para a ciência. Esse grupo de plantas,
explicam os autores, é polinizado por pássaros, abelhas, morcegos, mariposas e roedores. A sobrevivência
desses animais é, portanto, indispensável para a conservação das bromélias.
“A maioria dessas plantas e animais já se encontra no limiar da extinção. Por isso, o livro não pretende
retratar apenas a inegável beleza dos últimos representantes da biodiversidade nordestina. Quer,
sobretudo, oferecer ao leitor todas as cores de uma realidade pouco favorável à manutenção de
ecossistemas ecologicamente equilibrados e biodiversos”, afirmam Elton e José Alves, que é professor da
Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina.
A publicação, patrocinada pela Souza Cruz, destaca a Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco como o
setor mais ameaçado desse ecossistema no País. “Apesar da reconhecida biodiversidade que abriga, com
incontáveis espécies endêmicas de animais e vegetais, muitas das quais à beira da extinção, hoje restam
apenas 2% de sua área original.”, justifica.
A destruição ocorreu ao longo dos séculos, desde a chegada dos colonizadores. A Mata Atlântica do
Nordeste formava, no passado, um corredor biológico unindo a floresta costeira do resto do Brasil e a
região amazônica. Agora, sobrevive apenas em fragmentos, como ilhas isoladas de vegetação, separadas
por um verdadeiro mar de canaviais, pastos e cidades.
Mesmo com a devastação, alguns desses fragmentos de floresta, especialmente nos Estados de
Pernambuco e Alagoas, ainda guardam riquezas naturais inimagináveis, com espécies ainda
desconhecidas pela ciência, segundo os autores do livro.
As bromélias somam três mil espécies no mundo, das quais aproximadamente 50% são encontradas no
Brasil. Muitas delas habitam a copa das árvores. Segundo José Alves, a preferência resulta de uma maior
abundância de luz nesse extrato da floresta.
Qunato à abundância, as bromélias perdem apenas para as orquídeas em relação ao epifitismo, que é o
hábito de viver sobre outras plantas, sem parasitá-las. As terceiras da lista são as pteridófitas (avencas e
samambaias).
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