MECANISMOS DE DEFESA DAS PLANTAS Doença: processo dinâmico AMBIENTE MECANISMOS DE DEFESA DE PLANTAS CONTRA FITOPATÓGENOS DOENÇA Margarete Camargo FCAV/UNESP 2015 MECANISMOS DE DEFESA DAS PLANTAS P R O C E S S O S PLANTA PATÓGENO MECANISMOS DE DEFESA DAS PLANTAS DOENÇA * estabelecimento de compatibilidade * mecanismos de ataque do patógeno * mecanismos de defesa do hospedeiro D O E N Ç A F I S I L Ó G I C O S * combinação - metabolismo do patógeno e hospedeiro PATÓGENO HOSPEDEIRO ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E MORFOLÓGICAS (SINTOMAS) (AGRIOS, 1997) MECANISMOS DE DEFESA DAS PLANTAS MECANISMOS DE DEFESA DAS PLANTAS Como as plantas se defendem do ataque do patógeno: * PASSIVAMENTE Fisiologia do parasitismo: ataque do patógeno * ATIVAMENTE defesa da planta FATORES DE RESISTÊNCIA * PRÉ-FORMADOS (passivos, constitutivos) * PÓS-FORMADOS (ativos, induzíveis) 1 MECANISMOS DE DEFESA DAS PLANTAS MECANISMOS DE DEFESA DAS PLANTAS 100.000 fungos 500 bactérias 1.000 vírus 1. FATORES DE RESISTÊNCIA ESTRUTURAIS 1.1. Pré-formados 1.2. Pós-formados Resistência de não-hospedeiro. Planta sadia. 2.500 PHP Resistência quantitativa. Algumas infecções e sintomas possíveis. Plantas geralmente sobrevivem e produzem 2. FATORES DE RESISTÊNCIA BIOQUÍMICOS 2.1. Pré-formados 2.2. Pós-formados 500 nematoides Resistência monogênica (R gene). Plantas, ou são resistentes e permanecem sadias ou, são suscetíveis e se tornam doentes. ou sadia 3. REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE 4. RESISTÊNCIA INDUZIDA severamente infectada Tipos de reação de plantas contra ataques de vários patógenos em relação ao tipo de resistência da planta (AGRIOS, 2005) M e 1. FATORES DE RESISTÊNCIA ESTRUTURAIS M c a a n i s m o s d e n a) Pré-existentes (Pré-formados – Passivos) - cutícula - estômatos - tricomas s o s d a e p l a n e lamela de cera cutina e lamela de celulose lamela de pectina camada de celulose f b) Pós-infecção (Pós-formados - Ativos) - estruturas de defesa celular - tiloses - camada de abscisão - camada de cortiça e s citoplasma e p l a n t a a S e S 1. Estruturais: Pré-existentes - cutícula e parede celular M e c c a a n n i i s s m m o s lamela média (pectatos ) o s parede celular primária (celulose, pectatos) d e d e f e d parede celular secundária (celulose) espaço intercelular lumem plasmodesmatas e s a d d e e p p l t Representação esquemática da estrutura das paredes de células vegetais (AGRIOS, 2005) 1. Estruturais: Pré-existentes - cutícula e parede celular - Células com paredes espessas Folhas: xilema e fibras esclerenquimáticas, ricas em lignina manchas angulares - Folhas de pepino e algodoeiro (manchas angulares) f e a a Representação esquemática da estrutura e composição da cutícula e parede celular de células epidérmicas cera (AGRIOS, 2005). e d s n membrana citoplasmática a d t M células epidérmicas projeções de cera camada de cera d f d cutícula m e s *Cutícula: superfície hidrofóbica (impede a formação do filme de água) i d e 1. Estruturais: Pré-existentes - cutícula e parede celular e c l a - Bactérias: Pseudomonas syringae pv. lachrymans Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum - Colonização somente nas áreas entre as nervuras n t a a S S 2 M e c a n Manchas angulares Xilema e células esclerenquimáticas das veias bloqueiam o aumento das manchas angulares (bactérias e fungos) i M e a n i s s m m o o s s d d e e d d e e f f e e s s a a d d e e p p l a n t a S M e Mancha angular - cucurbitacea Patógeno: Pseudomonas syringae pv. lachrymans Mancha angular - morangueiro Patógeno: Xanthomonas fragariae (COSTA et al., 2015) n i s m o s d l a t a 1. Estruturais: Pré-existentes – Estômatos M e a n i o s d e f f e e s s a a d d e e p p l l a a Estômatos de espécies de citros resistente e suscetível a Xanthomonas axonopodis pv. citri. S 1. Estruturais: Pré-existentes – Tricomas i s m t a M 1. Estruturais: Pós – formados (celular) a n i s - Agregação citoplasmática m o s s d d e e d d e e f f e e s s a a d d e e p p l l a t Portanto, podem se mostrar resistentes ao fungo c *poucas evidências – intervenção na continuidade do filme de água - Repelir insetos - produção de substâncias tóxicas o n - os esporos germinados durante o período de orvalho noturno acabam por sofrer dessecamento antes dos estômatos se abrirem n e c n - estomatos se abrem tardiamente durante o dia S e a Algumas variedades de trigo d e M Variedades de trigo X Puccinia graminis s m d t 1. Estruturais: Pré-existentes – Estômatos c - Número (100-300/mm2) - morfologia - localização - período de abertura -P e a Mancha angular em algodoeiro Patógeno: Ramularia areola (BARBOSA et al., 2011) n e n Mancha angular em feijoeiro Patógeno: Phaeoisoriopsis griseola S c a Manchas angulares c - Halos *calose, lignina, lipídeos cuticulares, silício - Papilas *calose (β-1,3-glucana), lignina, derivados fenólicos, celulose, silício, suberina - lignificação a (ARAGÃO et al., 2000). n t a a S S 3 M e 1. Estruturais: Pós – formados - celular M e c c a a n n i i s s m m o o s s d d e e d d e e f f e e s s a a d d e p l a n Possíveis alterações estruturais em células epidérmicas de plantas em resposta a tentativa de penetração por fungo (PASCHOLATI, 2011) t e l a n t a a S 1. Estruturais: Pós – formados - celular e c a n i s m o s d e d e f M e - Agregação citoplasmática Ex: raízes de repolho/zoósporos encistados de Plasmodiophora brassicae (Formação em 20 segundos) c a s o s d - Halos (comum em folhas de gramíneas em resposta à penetração fúngica) e d e f s - Papilas (comum em gramíneas/fungos) Ex.: trigo/Gaeumannomyces graminis var. tritici p l a n t a e a d e p - lignificação Ex: Batata/Phytophthora infestansEEX S M l a n t a 1. Estruturais: Pós – formados (histológicos) TILOSES a M c a n i i s s Ex: algodoeiro/Verticillium albo-atrum (V. dahliae) d f p - resistência da planta t Tecido doente Células lignificadas d f e a d - reduz o avanço sistêmico do fungo l a n s Tecido sadio s d e o e tiloses s a Camada de abscisão s m e - rápida obstrução dos vasos do xilema por e e CAMADAS DE ABSCISÃO d e d 1. Estruturais: Pós-formados (histológicos) e n o Vaso do xilema sadio (esquerda) Vasos com tiloses (centro e direita) V: vaso do xilema; XP: células parenquimática; T: tilose S c m TILOSES m e e 1. Estruturais: Pós – formados (histológicos) i s a Formação de uma bainha (tubo lignífero) ao redor de uma hifa (H) penetrando em uma célula da parede celular (CW). A = apressório; AH = hifa avançando encapsulada pela bainha; HC = hifa no citoplasma; S = bainha. (AGRIOS, 2005) n e d lignificação p S M 1. Estruturais: Pós – formados (celular) e p l - acúmulo de terpenóides fungitóxicos a n t a a S S Camada de abscisão 4 M 1. Estruturais: Pós-formados (histológicos) e c a M e CAMADAS DE ABSCISÃO n i i s s m m o o s s d d e e d d e e f f e e s s a a d d e e p p l l n t a Manchas foliares e buracos causados por Xanthomonas arboricola pv. pruni em A: folhas de planta ornamental, B: pessegueiro, C: ameixa (AGRIOS, 2005) a n t a S S M M e e c c a n 1. FATORES DE RESISTÊNCIA ESTRUTURAIS i n i s m m o o s 2. FATORES DE RESISTÊNCIA BIOQUÍMICOS e s d e d 2.1. Pré-formados f e s 2.2. Pós-formados d a e p l l a a n n t t a a S S 2.1. Fatores de resistência Bioquímicos: Pré-formados M e e c c a a n n i i s s m m o o s s d d e e d d e e f f e e s s e p l a n t (AGRIOS, 2005). 2. FATORES DE RESISTÊNCIA BIOQUÍMICOS 2.1. Pré-formados *Compostos fenólicos (catecol e ácido protocatecóico) ANTRACNOSE DA CEBOLA (Colletotrichum circinans) d e p a Formação de uma camada de cortiça em tubérculo de batata infectado com Rhizoctonia (AGRIOS, 2005) e s d Formação da camada de cortiça (CL) entre as áreas da folha infectada (I) e sadia (H) grão de amido e f M epiderme micélio d e a cortiça a s d CAMADA DE CORTIÇA a n a 1. Estruturais: Pós-formados (histológicos) c Antracnose da cebola causada por Colletotrichum circinans. Em bulbo branco o fungo se desenvolve e, em bulbo colorido (vermelho ou amarelo) não. A resistência é devida ao catecol e ácidoprotocatecóico (fenóis) ambos tóxicos para o fungo (AGRIOS, 2005). bulbo branco – suscetível bulbo vermelho ou amarelo – resistente 2.1. Fatores de resistência Bioquímicos: Pré-formados *Ácido clorogênico Ex.: batata / Verticillium albo-atrum - conteúdo de ácido clorogênico nas raízes está diretamente relacionado com a resistência à murcha de Verticillium a d e p l a n t a a S S ww.apsnet.org/edcenter/intropp/lessons/fungi/ascomycetes/ ww.apsnet.org/edcenter/intropp/lessons/fungi/ascomycetes/ 5 M 2. Fatores de resistência Bioquímicos: Pré-formados M e e c c a n substância forma ativa i s m avenacinas - o grupo químico Saponina triterpenóide s d e d e f α-solanina α-chaconina ácidos clorogênico e caféico - Saponina alcalóide fenol espécie a Avena sativa (aveia) Solanum tuberosum (batata) Arbutina Hidroquinona Pyrus communis (pêra) α-quinonas - Malus sylvestris (maçã) i a d p l n tomatina - Saponina alcalóide Solanum lycopersicum (tomate) 2. FATORES DE RESISTÊNCIA BIOQUÍMICOS 2.2. Pós-formados a n s a a c e e Floridizina e floretina n e t a M c a Elicitores: n i s s m Bióticos * origem microbiana (exógeno), resultantes de estruturas fúngicas, células bacterianas ou partículas virais o * origem da própria planta (endógeno), na forma de carboidratos, glicoproteínas, polipetídios, enzimas ou lipídios e e d e f e s a d e p l a n t a s e d e f Abióticos * luz ultravioleta * metal pesado (HgCl2) s a d e l t a M e c c a a n n i i s s m m o o s s d d e e d d e e f f e e s s a a l a n t a S primeira fitoalexina cristalizada (PISATINA) 20 anos após vagens de ervilha / Monilinia fructicola a e p • n M d Níveis da fitoalexina phaseolina produzida em vagens de feijoeiro inoculadas com três raças de Pseudomonas syringae pv. phaseolicola. A raça virulenta 6 ( ) causa infecção sem causar a resposta de defesa nem produção fitoalexinas. A mesma raça 6 foi transformada com um gene avirulento correspondendo ao gene de resistência R2 ( ) e com um gene avirulento R3 ( ), sendo que, os transformados induziram diferentes respostas de Hipersensibilidade e também diferentes níveis de fitoalexinas (AGRIOS, 2005). • p S d 1941 - Muller e Borger: batata x Phytophthora infestans Pertencem a diferentes classes químicas d S e Fitoalexinas – e o s - produzidos em função de estímulos resultantes de elicitores S m d Fitoalexinas – Compostos antimicrobianos, de baixo peso molecular, que se acumulam nas células em respostas às infecções d f S M s e - a t 2.2. Pós-formados o d e l s m e d p 2.1. Pré-formados a n i e s 2. FATORES DE RESISTÊNCIA BIOQUÍMICOS e 1. FATORES DE RESISTÊNCIA ESTRUTURAIS 2. FATORES DE RESISTÊNCIA BIOQUÍMICOS 3. REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE - resposta celular extrema por parte da planta - resulta na morte repentina de um número limitado de células do hospedeiro ao redor do local de infecção p l a n t a S 6 M Reação de hipersensibilidade M e e c c a a n n i i s s m m o o s s d d e e d d e e f f e e s s a a d d e e p p l a n t a l Mudanças morfológicas e fisiológicas durante a resposta de hipersensibilidade (RH) de células vegetais à presença de patógenos. Papel dos elicitores constitutivos na acúmulo de fitoalexinas nessas células (PASCHOLATI , 2011). a n t S M M e e c c a a n n s m m o o s s d d e e d d e e f f e e s s a a d d l t a (A) Partículas de Tobacco mosaic virus; (B) Lesões locais (resposta de Hipersensibildade) em uma folha de fumo resistente; (C) Sintoma sistêmico de mosaico em folha de fumo compatível (suscetível) (AGRIOS, 2005). M c a i e d e l a n t a e i s m o - Proteção sistêmica – * Resistência sistêmica adquirida (RSA) * Resistência sistêmica induzida (RSI) s d e d e f f e s s a a d d e e p p l a a n n t Resistência induzida c e l - Duração variável (dias, semanas, ou a vida toda da planta) proteção ou imunidade a o d - Resulta da ativação dos mecanismos latentes de resistência de uma planta através de tratamentos com agentes bióticos (microrganismos) ou abióticos (metais pesados) n - Proteção local m s p M 4. RESISTÊNCIA INDUZIDA n s - indução de proteção ou imunidade adquirida S S e 4. RESISTÊNCIA INDUZIDA e e a 1. FATORES DE RESISTÊNCIA ESTRUTURAIS 2. FATORES DE RESISTÊNCIA BIOQUÍMICOS 3. REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE i i s n Estágios de desenvolvimento de reação de defesa necrótica em uma célula de variedade de batata muito resistente, infectada por Phytophthora infestans. N, núcleo; PS, fios de protoplasma; Z, zoósporo; H, hifa; G, material granular; NC, célula necrótica (AGRIOS, 2005). a S p Reação de hipersensibilidade t a a S S Indução de resistência local em tubérculos de batata em respostas à inoculação de raça incompatível de Phytophthora infestans seguida, 24 horas mais tarde, por inoculação com uma raça compatível do fungo (Goodman et al., 1986), (BERGAMIN FILHO, et al. , 1995) 7 M Resistência sistêmica adquirida (RSA) e c a Resistência sistêmica adquirida (RSA) n i s m o s o Sinal é transportado Através da planta Indução por químicos ou microrganismos s a a n t a S Relação patógeno/hospedeiro interações complexas biológicas e moleculares e * sintomas visuais associados com resistência ou suscetibilidade f e a * Estudos iniciados no final da década de 1950 d e l e d s d p i m s d f Fisiologia do parasitismo: Defesa das Plantas d e e a n s Indução por químicos ou microrganismos d e M e c e Princípio da resistência ativada (ou adquirida). Uma folha tratada com certos químicos, ou com patógenos causando lesões necróticas produz composto(s) de sinalização que é transportado sistemicamente através da planta e, ativa seus mecanismos de defesa deixando a planta inteira resistente às infecções subsequentes (AGRIOS, 2005). p l a n t a S M e c Referências bibliográficas a n i s m o s AGRIOS, G. N. How plants defend themselves against pathogens. In: AGRIOS, G. N. Plant pathology. San Diego: Academic Press, 2005. 5 ed., cap. 6, p. 207-248.. d e d e f e GWINN, K. D. et al. Defesas do hospedeiro: um enfoque físico e fisológico. In: TRIGIANO, R. N.; WINDHAM, M. T.; WINDHAM, A.S. Fitopatologia. Conceitos e exercícios de laboratório. Porto Alegre: Artmed, 2010. 2 ed., cap. 31. p. 371-378. s a d e p l a PASCHOLATI, S. F. Fisiologia do parasitismo: como as plantas se defendem dos patógenos. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A. Manual de Fitopatologia: princípios e controle. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 2011. 4. Ed. v.2, cap. 35, p. 593636. n t a S 8