Patricia Bezerra Acosta Eficácia da terapia antifúngica na esporotricose felina: relato de casos Porto Alegre / RS 2013 Patricia Bezerra Acosta Eficácia da terapia antifúngica na esporotricose felina: relato de casos Monografia apresentada como requisito para conclusão do curso de Pós-Graduação, Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, do Centro de Estudos Superiores de Maceió, da Fundação Educacional Jayme de Altavila, orientada pela Prof.ª Dr.ª Melissa Orzechowski Xavier. Porto Alegre / RS 2013 RESUMO A esporotricose é uma micose subcutânea de evolução subaguda a crônica, causada por fungos dimórficos do complexo Sporothrix schenckii. É considerada uma zoonose, já que além de afetar uma grande variedade de animais pode ser transmitida destes para o ser humano. A infecção ocorre por inoculação traumática do agente na derme e a transmissão zoonótica se dá principalmente através da arranhadura e/ou mordedura de felinos acometidos, pois suas lesões contém uma grande quantidade de microrganismos fúngicos infectantes. Estes animais têm um importante papel epidemiológico na doença, especialmente os machos, não castrados e de livre acesso à rua, devendo ser tratados quando diagnosticados. No entanto, o tratamento adequado é de difícil realização devido ao alto custo e tempo prolongado, sendo frequentemente indicada a eutanásia do animal. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo relatar dois casos de felinos com esporotricose na forma cutânea-localizada, que tiveram sucesso terapêutico com itraconazol e cura total da doença, demonstrando a importância de um diagnóstico precoce para que seja instituída a terapia adequada, não sendo necessária a realização da eutanásia do animal. Palavras-chave: Itraconazol, zoonose, fungo. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Fungo do complexo Sporothrix schenckii na forma filamentosa (25ºC) ................. 8 Figura 2 – Fungo do complexo Sporothrix schenckii na forma leveduriforme (37ºC) ............. 8 Figura 3 – Lesão ulcerada e sanguinolenta em região supraorbital esquerda de um gato .................................................................................................................................................. 16 Figura 4 – Lesões ulceradas e crostosas no pavilhão auricular esquerdo de um gato ............. 17 Figura 5 – Lesão supraorbital em processo de cicatrização após 21 dias de tratamento com itraconazol em um gato diagnosticado com esporotricose ..................................................... 18 Figura 6 – Lesão do pavilhão auricular em processo de cicatrização após 21 dias de tratamento com itraconazol em um gato diagnosticado com esporotricose ...................... 18 Figura 7 – Cura completa da lesão supraorbital após 90 dias de tratamento com itraconazol em um gato com esporotricose ...................................................................................................... 19 Figura 8 – Cura completa da lesão no pavilhão auricular após 90 dias de tratamento com itraconazol em um gato com esporotricose ............................................................................. 19 Figura 9 – Felino com lesões ulceradas e sanguinolenta em face e pavilhão auricular .......... 20 Figura 10 – Cicatrização total das lesões da face e pavilhão auricular do felino após tratamento com itraconazol por 90 dias .................................................................................. 21 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ALT Alanina amino transferase AST Aspartato amino transferase BID Duas vezes ao dia cm Centímetro IPEC Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas kg Quilograma mg Miligrama SID Uma vez ao dia SRD Sem raça definida VO Via oral SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 6 1. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 7 1.1. Definição e histórico ........................................................................................ 7 1.2. Agente etiológico ............................................................................................. 7 1.3. Epidemiologia .................................................................................................. 9 1.3.1. Importância do gato na epidemiologia da esporotricose ....... ........... 10 1.4. Patogenia e apresentações clínicas ................................................................. 11 1.5. Diagnóstico ..................................................................................................... 12 1.6. Tratamento ...................................................................................................... 13 1.7. Medidas de controle e Prevenção ................................................................... 14 2. RELATO DE CASOS ................................................................................................... 16 2.1. Felino 1 ........................................................................................................... 16 2.2. Felino 2 ........................................................................................................... 20 3. DISCUSSÃO ................................................................................................................. 22 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 24 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 25 INTRODUÇÃO A esporotricose é uma micose subcutânea que acomete o homem e uma grande variedade de animais, e que tem como agente causal fungos do complexo Sporothrix schenckii (LARSSON, 2011). Na maioria das vezes, a doença se manifesta como uma infecção benigna limitada à pele e ao tecido subcutâneo (NUNES; ESCOSTEGUY, 2005), no entanto, os felinos domésticos infectados tendem a desenvolver uma forma mais grave da esporotricose com lesões generalizadas e inclusive com comprometimento sistêmico, frequentemente culminando com óbito (BARROS et al., 2010). É uma doença atualmente considerada um problema de saúde pública devido ao aumento do número de casos zoonóticos descritos, cuja transmissão do agente etiológico para as pessoas ocorre especialmente pela arranhadura ou mordedura de felinos domésticos infectados (SCHUBACH; SCHUBACH, 2000). Os gatos são considerados grandes transmissores da esporotricose, pois apresentam uma quantidade exuberante de células fúngicas nas lesões cutâneas, o que potencializa a capacidade infectante dessas lesões (MARQUES et al., 1993), além disso, as relações entre os animais e o ser humano estão cada vez mais estreitas, facilitando também, a transmissão (HAY; MORIS-JONES, 2008). Existem alguns fatores que podem dificultar a cura da esporotricose felina, como a necessidade de um tratamento prolongado e regular, a dificuldade na administração de medicamentos por via oral em gatos e o custo do fármaco (SCHUBACH, 2004). Apesar desses fatores, se o tratamento for instituído de forma adequada pode ser considerado eficaz, diminuindo o número de casos resultantes em óbito, eutanásia ou abandono, e consequentemente reduzindo a transmissão da doença para outros animais ou para seres humanos. Este trabalho teve como objetivo fazer uma revisão de literatura, e relatar dois casos de pacientes felinos com esporotricose que tiveram a cura clínica total, através da terapia com antifúngicos. 1. REVISÃO DE LITERATURA 1.1. Definição e histórico A esporotricose é uma micose subcutânea de evolução subaguda a crônica (LACAZ et al., 2002) e foi descrita pela primeira vez por Benjamin Schenck, em 1898 nos Estados Unidos, e em 1900, a doença foi relatada pela segunda vez por Hektoen e Perkins que classificaram como sendo o agente etiológico o fungo Sporothrix schenckii (LOPESBEZERRA et al., 2006). No Brasil, o primeiro caso de esporotricose foi relatado em 1907 por Lutz e Splendore e desde então, casos isolados, séries de casos e surtos, vêm sendo relatados nos cinco continentes (BARROS et al., 2010). 1.2. Agente Etiológico O agente etiológico da esporotricose, o Sporothrix schenckii, pertence à Família Ophiostomataceae, Ordem Ophiostomatales, Subclasse Euascomycetes e Divisão Ascomycota (LARSSON, 2011). Atualmente é considerado um complexo que abrange cinco distintas espécies (S. mexicana, S. albicans, S. brasiliensis, S. globosa e S. schenckii), no entanto sua discriminação a este nível somente é possível a partir de técnicas moleculares (MARIMON et al., 2007), não sendo ainda empregada rotineiramente para o diagnóstico. Os fungos do complexo Sporothrix schenckii são dimórficos, ou seja, tem aspectos micro e macromorfológicos distintos, em função do substrato e da temperatura, no ambiente (25º) é filamentoso e a 37º é leveduriforme, tal como se apresenta no tecido do hospedeiro acometido, seja animal ou humano (LACAZ et al., 2002). Na fase saprófita, o micélio é caracterizado por hifas delgadas, hialinas e ramificadas, e os conídios são escuros ou hialinos e estão dispostos ao longo dessas hifas em uma aparência de buquê (KAUFFMAN, 1999), já na fase de levedura as células são fusiformes e/ou oval semelhante a um “charuto” (LOPES-BEZERRA et al., 2006) (Figuras 1 e 2). Figura 1 – Fungo do complexo Sporothrix schenckii na forma filamentosa (25ºC). Fonte: www.studyblue.com Figura 2 – Fungo do complexo Sporothrix schenckii na forma leveduriforme (37ºC). Fonte: www.studyblue.com O S. schenckii é encontrado em cascas de árvores e solos ricos em matéria orgânica e vegetação em decomposição, crescendo principalmente em locais quentes e úmidos (KWON-CHUNG; BENNETT, 1992) e, segundo Larsson et al. (1989), também é comumente encontrado no pelame de animais e em vetores mecânicos, como formigas e pulgas. 1.3. Epidemiologia A esporotricose tem distribuição mundial e é endêmica em alguns países, incluindo México, Costa Rica, Guatemala, Colômbia, Brasil, Uruguai, África do Sul, Índia, Japão e Peru (LÁZARO et al., 2008). É uma doença comum em áreas de clima predominantemente úmido, tropical e temperado. No Brasil, é a mais frequente das micoses subcutâneas (DONADEL et al., 1993). Segundo estudo realizado na região central do Rio Grande do Sul, por Lopes e colaboradores (1999), no período de 1988 a 1997, houve um decréscimo no número de casos de esporotricose em humanos em comparação a um estudo realizado de três décadas anteriores, mas assim mesmo continua sendo a micose mais frequente. Xavier et al. (2004) e Madrid et al. (2008) relataram casos de esporotricose nas cidades de Pelotas/RS e Rio Grande/RS respectivamente, e Colodel et al. (2009) também relataram casos da micose no estado de Santa Catarina, evidenciando a presença de casos desta enfermidade na região sul do país. No Brasil, a esporotricose ocorre mais comumente no estado do Rio de Janeiro, onde já foram descritos centenas de casos em humanos, cães e gatos (BARROS et al., 2001). Segundo Barros et al. (2010), até o ano de 1997, o Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC) diagnosticava no Rio de Janeiro, de um a três casos de esporotricose por ano, já em 1998 foram diagnosticados nove casos em seres humanos, seis com história prévia de contato com gatos com lesão cutânea. Um estudo realizado de 1998 a 2001 no Rio de Janeiro mostrou 178 casos em seres humanos, sendo que destes, 156 relataram contato domiciliar ou profissional com gatos com esporotricose (BARROS et al., 2004). Dados preliminares do Serviço de Vigilância em Saúde do IPEC apontaram para aproximadamente 2200 casos humanos até dezembro de 2009 e 3244 gatos e mais de 120 cães com esporotricose (BARROS et al., 2010). De acordo com Lopes et al. (1999) os grupos de risco são formados por pessoas que trabalham em jardinagem, horticultura, agricultura entre outros. Entretanto, na esporotricose, não há somente o risco ocupacional, sendo também uma doença dos esportes e do lazer. Para Larsson (2011) a enfermidade se caracteriza como verdadeira ergodermatose que acomete pessoas que lidam com a terra e que se infectam através de espinhos, talos de plantas, palha ou ainda, tosadores e tratadores de animais, acadêmicos de Medicina Veterinária, e profissionais veterinários que são vítimas ocasionais de arranhadura e mordedura. Proprietários de felinos também são grandes suscetíveis a esporotricose, devido à estreita relação que têm com seus animais (HAY; MORIS-JONES, 2008). Estudos realizados por Barros et al. (2004) mostraram diversos casos de proprietários que desenvolveram a doença a partir do contato com seus gatos de estimação. 1.3.1. Importância do gato na epidemiologia da esporotricose No Brasil, é inegável que as doenças de etiologia fúngica representam o segundo tipo de dermatose mais frequente dos felinos e devem sempre estar entre as hipóteses de diagnóstico de gatos portadores de lesões ulceradas (LARSSON, 2011). A maioria dos felinos acometidos com esporotricose tem menos de quatro anos de idade e os machos são acometidos cerca de duas vezes mais do que as fêmeas (TABOADA, 2004), principalmente aqueles não castrados e de livre acesso à rua (FARIAS et al., 1997). Estes têm o hábito de sair de casa, mexer em plantas e se envolver em brigas e disputas por território ou por fêmeas com outros gatos, que muitas vezes culminam com lesões, favorecendo a infecção e a disseminação do fungo (SCHUBACH et al., 2002). Os gatos têm um importante papel epidemiológico na transmissão e propagação da doença, pois as lesões cutâneas nestes animais contém uma quantidade exuberante de células fúngicas infectantes, característica essa, que distingue o felino de outras espécies e o caracteriza como fonte de infecção (MARQUES et al., 1993). Além disso, segundo Madrid et al. (2008), o isolamento do agente etiológico a partir de amostra da cavidade oral de felino demonstra a importância dessa espécie na possibilidade de inocular o fungo através da mordedura na pele de outros animais e humanos, e até mesmo, se auto-inocular, provocando desta forma, múltiplas lesões cutâneas. O microrganismo também pode ser carreado nas unhas desses animais podendo ser transmitido por arranhadura (FARIAS et al., 1997), e deve-se ressaltar também, que o felino doméstico pode ser um portador assintomático do S. schenckii (MEINERZ et al., 2007). 1.4. Patogenia e apresentações clínicas A infecção pelo S. schenckii em cães e gatos ocorre através de um trauma que resulta na inoculação de conídios infecciosos, embora os blastoconídios da fase leveduriforme presente nas lesões cutâneas possam também ser infectantes, sendo potencial fonte zoonótica de transmissão por meio da contaminação de feridas prévias (porta de entrada) ou via arranhões e mordeduras (TABOADA, 2004). De acordo com Larsson (2011), a infecção se dá pelo contato com o solo (transmissão dita geofílica: a partir de escavar e encobrir os dejetos com terra pelo hábito inato dos felinos), com vegetais secos ou em decomposição (locais de afiação ungueal de gatos errantes), pela mordedura e arranhadura do suscetível. Esporadicamente, a infecção esporotricótica pode ocorrer também, por vias alternativas, tais como a aérea ou digestiva, levando à subsequente doença sistêmica. Após a inoculação de conídios na pele ou tecido subcutâneo, uma lesão primária desenvolve-se dentro de dias ou semanas no local de inoculação. A lesão começa como uma pápula, lentamente amplia e torna-se nodular, e muitas vezes ulcera, a dor geralmente é leve (KAUFFMAN, 1999). Segundo Nunes e Escosteguy (2005), na maioria das vezes a doença manifesta-se como uma infecção benigna limitada à pele e ao tecido celular subcutâneo que raramente dissemina-se para os ossos e órgãos internos, mas para Barros et al. (2010), nos gatos, a esporotricose tem curso muitas vezes longo, frequentemente com acometimento sistêmico, levando a formas graves de difícil tratamento e evolução para óbito. Marques et al. (1993) também relatam a tendência à disseminação sistêmica, com comprometimento principalmente dos pulmões, fígado, baço, ossos e linfonodos. Provavelmente contribuem para o agravamento do quadro clínico, a imunossupressão provocada por outra doença como, por exemplo, o Complexo Respiratório Felino, e a induzida iatrogênicamente pelo uso de corticosteroides (LARSSON et al., 1989). As lesões podem aparecer como feridas pequenas, penetrantes, drenantes e não são prontamente diferenciáveis de abscessos bacterianos ou celulites causadas por mordidas e arranhões em brigas entre gatos. As lesões geralmente estão localizadas na cabeça e extremidades, mas ao se lamberem, a doença pode se espalhar para áreas distintas (MARTINS, 2003). 1.5. Diagnóstico O diagnóstico presuntivo de esporotricose deve basear-se nas lesões clínicas associadas aos dados relativos à anamnese: animais machos, de raça indefinida, por vezes menos sujeitos a cuidados de seus proprietários; já que os donos são mais permissivos quanto à deambulação extradomiciliar; criação no exterior do domicílio e tipo de destinação (como cães de caça) (LARSSON, 2011). A citologia das lesões cutâneas é um meio comum de diagnóstico, já que as lesões dos felinos contêm grande quantidade de microrganismos, tornando o diagnóstico razoavelmente fácil (TABOADA, 2004). O citodiagnóstico, a partir de material (exsudato, aspirado, biopsia) submetido à coloração de Gram, Wright, Giemsa, Rosenfeld, permite que se evidenciem, principalmente em gatos, formas leveduriformes, arredondadas, ovaloides, em forma de “charuto” (LARSSON, 2011). O diagnóstico definitivo depende do isolamento do microrganismo a partir do local da infecção. O material pode ser obtido através de um esfregaço com “swab” estéril, ou aspirado de uma lesão cutânea ou ainda por biopsia (KAUFFMAN, 1999). A cultura fúngica é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico definitivo da esporotricose. O Sporothrix spp. pode ser cultivado em meios de cultivo de rotina (tal como agar Sabouraud dextrose) a 25ºC. O crescimento geralmente pode ser detectado após três a sete dias, mas a incubação deve ser mantida por quatro a cinco semanas para confirmar um resultado negativo. Inicialmente as colônias são de cor creme, mas depois de algumas semanas se tornam marrom ou preto (MORIS–JONES, 2002). Para demonstrar o dimorfismo do fungo, as amostras devem ser incubadas a 25ºC e a 37ºC, onde as colônias serão leveduriformes à 37ºC, com coloração creme e consistência cremosa, e à 25ºC serão colônias filamentosas de cor escura. Na micromorfologia, na forma leveduriforme as células serão ovais e alongadas, enquanto que na forma filamentosa as hifas são finas, septadas e ramificadas (XAVIER et al., 2004). Estudos realizados por Schubach et al. (2004) demonstraram que a cultura do coágulo sanguíneo obtido através de uma amostra de sangue coletado, é um método alternativo, prático, eficiente e econômico para diagnosticar a doença disseminada em felinos. 1.6. Tratamento Tradicionalmente, a esporotricose era tratada com iodeto de potássio, cetoconazol ou a combinação deles (TABOADA, 2004). A dose recomendada do iodeto varia de 1020mg/kg, a cada 12 ou 24h, por via oral. Os felinos são muito sensíveis a essa medicação, e os sinais mais frequentes de iodismo são depressão, anorexia, vômito, espasmos musculares, hipotermia, entre outros (PEREIRA et al., 2009). No entanto, estudo recente (REIS et al., 2012) com 48 gatos, mostrou que destes, 47,9% obtiveram a cura da esporotricose com o uso de cápsulas de iodeto de potássio diariamente, 37,5% tiveram falha no tratamento e o restante dos animais foram abandonados ou morreram. Em treze gatos foi observado um ligeiro aumento nos níveis das transaminases hepáticas, e apenas seis destes, apresentaram sinais clínicos de hepatotoxicidade, e o autor considera que as cápsulas de iodeto de potássio são uma alternativa para o tratamento de esporotricose felina. Estudos utilizando cetoconazol, na dosagem de 5-10mg/kg, por via oral diariamente, demonstraram eficácia variável de cura em felinos com esporotricose (MARQUES et al., 1993), sendo necessária sua utilização por um período de um mês após a resolução dos sinais clínicos, que deveria ocorrer em torno de três meses (GRAM, 2003). Seus efeitos colaterais são considerados frequentes, podendo haver vômito, anorexia, náuseas e aumento das enzimas hepáticas, além disso, é teratogênico e embriotóxico (PEREIRA et al., 2009), sendo sua única vantagem o custo reduzido ao final da terapia (ANDRADE, 2002). A anfotericina B é um antibiótico macrolídeo que apresenta ação antifúngica e imunoestimulante, aumentando a resistência do hospedeiro à infecção. Sua dose total em cães e gatos varia de 4-12mg/kg, fracionada em 0,15-0,5mg/kg/dia por via intravenosa em dias alternados (PEREIRA et al., 2009). A nefrotoxicidade é o efeito adverso mais significativo e é dependente da dose, em geral, a azotemia é reversível e a função renal retorna ao normal após a interrupção da terapia, mas pode demorar vários meses (TABOADA, 2004). Os antifúngicos mais utilizados atualmente no tratamento da esporotricose incluem os ditos quimioterápicos: derivados azólicos, principalmente triazólicos (de primeira geração: itraconazol e fluconazol), e alilamínicos (terbinafina). Destes, a terbinafina é o único fungicida (LARSSON, 2011), no entanto, embora a terbinafina tenha demonstrado atividade antifúngica in vitro frente ao fungo Sporothrix schenckii (MEINERZ et al., 2007), um estudo in vivo, realizado por Antunes et al. (2009), demonstrou que, em condições experimentais, este fármaco não foi efetivo no tratamento da esporotricose cutânea. O itraconazol é considerado o fármaco de eleição para o tratamento da esporotricose, pois apresenta bons resultados no processo de cicatrização das lesões, além de ter boa tolerabilidade para as espécies canina e felina (ANTUNES et al., 2009), com efeitos colaterais reduzidos, que podem ser distúrbios gastrointestinais, depressão, febre, icterícia e sinais neurológicos (GRAM, 2003). A maioria dos efeitos adversos desse fármaco está relacionada a altas concentrações séricas, e os animais que apresentam esses efeitos geralmente respondem bem com a metade da dose inicial (TABOADA, 2004). Em função de alguns raros casos relatados de hepatotoxicidade induzida pelo itraconazol, deve-se fazer a monitorização bioquímica sérica das transferases (ALT e AST) e da fosfatase alcalina (LARSSON, 2011). Aumentos assintomáticos nas concentrações das transferases são observados em cerca da metade dos animais tratados com o itraconazol, mas isso não exige modificação na terapia, a menos que o animal também apresente anorexia, vômito, depressão ou dor abdominal (TABOADA, 2004). O itraconazol é utilizado no Brasil desde o ano de 1993, na dosagem de 10mg/kg, diariamente, por via oral, durante meses, havendo casos em que a terapia pode se prolongar por até um ano (LARSSON, 2011), o importante é que seja mantida por trinta dias após a resolução das lesões clínicas (GRAM, 2003). Sua absorção é maior quando a administração é realizada após a ingestão de alimentos (SOUZA et al., 2009) e a suspensão oral é preferida às cápsulas (TABOADA, 2004). A dificuldade na administração de medicamentos orais em gatos domésticos e a necessidade de um tratamento por tempo prolongado e de forma regular contribuem para casos de insucesso na cura clínica da esporotricose (SCHUBACH, 2004). 1.7. Medidas de controle e Prevenção Considerando o extenso reservatório ambiental do Sporothrix spp., a prevenção total da esporotricose é quase impossível; porém, algumas medidas rígidas de proteção individual devem ser instituídas ao lidar com felinos suspeitos de apresentarem a esporotricose com a finalidade de minimizar a exposição ao fungo e evitar contaminação (MARTINS, 2003). Neste sentido, deve-se minimizar o contato com exsudato e lesões de gatos infectados, utilizando sempre luvas e lavando punhos, mãos e braços com iodopovidona ou clorexidine após a manipulação do animal (TABOADA, 2004). Além disso, a separação de gatos doentes de outros animais criados no mesmo ambiente é indicada (SCHUBACH et al., 2002). Os proprietários devem sempre ser informados do potencial zoonótico da esporotricose (MARTINS, 2003) e da importância dos cuidados necessários para manipular este animal. Segundo Barros et al. (2010), outras medidas importantes que devem ser adotadas para diminuir o risco de transmissão em nível populacional, incluem o aumento do número de unidades de controle de zoonoses para o tratamento e castração de felinos, eutanásia dos animais em casos de impossibilidade terapêutica, cremação dos corpos que evoluíram para óbito e educação para a posse responsável de animais domésticos. 2. RELATO DE CASOS 2.1. Felino 1 Em novembro de 2008 foi atendido na Clínica Veterinária MiAu, localizada na cidade de Rio Grande/RS, um gato, SRD, macho, não castrado, com três anos de idade que apresentava lesões ulceradas no pavilhão auricular esquerdo e região supraorbital esquerda (Figuras 3 e 4). Figura 3 – Lesão ulcerada e sanguinolenta em região supraorbital esquerda de um gato. Fonte: ACOSTA, 2008. Figura 4 – Lesões ulceradas e crostosas no pavilhão auricular esquerdo de um gato. Fonte: ACOSTA, 2008. Segundo o proprietário, o animal tinha livre acesso à rua e apresentava as lesões há aproximadamente cinco semanas. No inicio eram lesões pequenas semelhantes com as causadas em brigas entre gatos, e com o passar dos dias, foram aumentando de tamanho e tornando-se mais profundas. Essas lesões eram ulceradas e úmidas, com secreção serosanguinolenta e tinham em média dois centímetros de diâmetro. No exame clínico o animal apresentava-se em bom estado geral, alerta, com normorexia, hidratação adequada e temperatura retal de 38,6ºC. Para confirmação da hipótese diagnóstica de esporotricose, foi realizada colheita de amostra clínica a partir da fricção de “swab” estéril nas lesões, o qual foi encaminhado para o laboratório para realização de exames micológicos. Nesse mesmo dia instituiu-se o tratamento com Cefalexina 30mg/kg, VO, BID, por 10 dias para redução da infecção bacteriana secundária. Após o resultado confirmatório de esporotricose, demonstrado a partir do isolamento de fungos do complexo Sporothrix schenckii no cultivo micológico iniciou-se o tratamento com Itraconazol 10mg/kg, VO, SID, por três meses. Após 21 dias do inicio da medicação as lesões haviam regredido e apresentavam-se mais secas, crostosas e menos sangrantes, em processo evidente de cicatrização (Figuras 5 e 6). Figura 5 – Lesão supraorbital em processo de cicatrização após 21 dias de tratamento com itraconazol em um gato diagnosticado com esporotricose. Fonte: ACOSTA, 2008. Figura 6 – Lesão do pavilhão auricular em processo de cicatrização após 21 dias de tratamento com itraconazol em um gato diagnosticado com esporotricose. Fonte: ACOSTA, 2008. A administração do itraconazol foi mantida por um período de 30 dias após a cura completa das lesões (Figuras 7 e 8), totalizando 90 dias de tratamento. Embora não tenham sido realizados exames de sangue para verificar as enzimas hepáticas, o animal não apresentou nenhum efeito colateral, permanecendo clinicamente saudável durante todo o tratamento. Figura 7 – Cura completa da lesão supraorbital após 90 dias de tratamento com itraconazol em um gato com esporotricose. Fonte: ACOSTA, 2008. Figura 8 – Cura completa da lesão no pavilhão auricular após 90 dias de tratamento com itraconazol em um gato com esporotricose. Fonte: ACOSTA, 2008. 2.2. Felino 2 No dia 2 de fevereiro de 2012, um gato, SRD, macho, não castrado, com aproximadamente quatro anos de idade foi levado à Clínica Veterinária MiAu, situada na cidade de Rio Grande/RS, devido à presença de lesões ulceradas na face e pavilhão auricular. O animal havia sido encontrado na rua há três semanas, já apresentando as lesões, tendo sido tratado com antibiótico Enrofloxacina, 5mg/kg, VO, SID, por 10 dias, sem apresentar melhora clínica (Figura 9). Figura 9 – Felino com lesões ulceradas e sanguinolenta em face e pavilhão auricular. Fonte: ACOSTA, 2012. Durante a consulta, foi realizado o exame clínico, onde não se observou nenhuma alteração, exceto as lesões na face. Essas lesões eram crostosas, profundas, sangrantes e causavam um leve prurido. Foram colhidas amostras da secreção e encaminhadas ao laboratório de micologia para realizar o cultivo fúngico e determinar a presença do Sporothrix schenckii. Após o laudo confirmatório iniciou-se o tratamento com itraconazol, 10mg/kg, VO, SID, por 90 dias. Não foram observados, clinicamente, efeitos colaterais da medicação. Passado esse período o animal apresentou a cura completa da doença (Figura 10), e foi submetido à orquiectomia. Figura 10 – Cicatrização total das lesões da face e pavilhão auricular do felino após tratamento com itraconazol por 90 dias. Fonte: ACOSTA, 2012. 3 DISCUSSÃO Os dois casos de esporotricose relatados ocorreram em felinos machos não castrados e de livre acesso à rua, similarmente ao descrito pelos autores Farias et al. (1997) e Taboada (2004). Essas características representam um maior risco de infecção aos felinos devido ao hábito destes animais de escavar e encobrir seus dejetos na terra e afiar suas unhas em árvores, locais considerados como habitat do fungo Sporothrix schenckii (LARSSON, 2011), e, especialmente, ao envolvimento dos mesmos em brigas e disputas com outros felinos que podem disseminar a doença (MARTINS, 2003), a qual provavelmente tenha sido a causa da esporotricose do felino do caso 1. As lesões se localizavam na cabeça (face e orelhas) e eram profundas, drenantes e crostosas, apresentação clínica típica da esporotricose (MARTINS, 2003). Os animais não apresentaram sinais sistêmicos, assim como relataram Barros et al. (2010) e Marques et al. (1993). As lesões do felino do caso 1 iniciaram semelhantes às causadas por brigas entre gatos, fato comumente encontrado na literatura e que merece atenção pois a precocidade diagnóstica culmina com maior eficácia terapêutica e menor risco de transmissão da doença pelo animal (MARTINS, 2003). Nos dois casos, o diagnóstico foi realizado através de cultura fúngica a partir do material coletado da lesão por “swab” estéril, já que este método é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico definitivo da esporotricose (MORIS-JONES, 2002). O tratamento com itraconazol se mostrou eficiente nos dois casos, havendo a remissão total das lesões, concordando com Antunes et al. (2009) e Larsson (2011) que afirmam que esse antifúngico é a melhor opção de tratamento para a esporotricose. Um fator que contribuiu para o sucesso desses tratamentos foi a realização do diagnóstico precoce, quando as lesões ainda estavam na forma cutânea-localizada. Existem fatores que interferem na realização do tratamento, como por exemplo, o custo da medicação, o tempo prolongado e a via de administração do fármaco (SCHUBACH, 2004), no entanto, nos casos relatados, esses fatores não foram barreiras para a realização da terapia de forma adequada. Apesar de não ter sido realizado acompanhamento das enzimas hepáticas como sugere Larsson (2011), os dois animais permaneceram clinicamente saudáveis, não apresentando efeitos colaterais do fármaco, que poderiam ter sido distúrbios gastrointestinais, depressão, febre, icterícia e sinais neurológicos (GRAM, 2003). O animal do caso 2 foi submetido à orquiectomia como recomendam Barros et al. (2010), para que ficasse mais domiciliado, diminuindo o risco de transmissão da doença. Nos casos descritos não houve transmissão para seres humanos, como já foram relatados em outros casos (MEINERZ et al., 2007, XAVIER et al., 2004). Os proprietários haviam sido avisados das formas de contágio da micose, que são através da arranhadura e mordedura e pelo contato direto com a lesão (SCHUBACH; SCHUBACH, 2000), e também estavam informados sobre a necessidade do uso de luvas para manipulação do animal e da forma correta de higienização de mãos e punhos após o contato com o felino (TABOADA, 2004). CONSIDERAÇÕES FINAIS A esporotricose é considerada uma importante doença, devido seu caráter zoonótico, sendo necessário ressaltar o papel do felino doméstico na transmissão dessa enfermidade, já que a principal forma de transmissão se dá pela mordedura e/ou arranhadura do animal acometido. Neste trabalho foi possível perceber a importância de ter a esporotricose como hipótese diagnóstica em todos os casos de felinos com lesões ulcerativas, para que o diagnóstico seja feito de forma rápida e segura e assim instituir-se o tratamento adequado precocemente, aumentando as chances de cura total da doença e diminuindo os casos de abandono ou eutanásia desses animais e reduzindo também, o número de casos da doença em seres humanos. REFERÊNCIAS ANDRADE, S. F. Manual de Terapêutica Veterinária. 2. ed. São Paulo: Roca, p. 314, 2002. ANTUNES, T. A. et al. Esporotricose cutânea experimental: avaliação in vivo do itraconazol e terbinafina. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. v. 42, n. 6, p. 706710, nov.-dez. 2009. BARROS, M. B. L. et al. Sporotrichosis: an emergent zoonosis in Rio de Janeiro. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. v. 96, n. 6, Rio de Janeiro, p. 777-779, ago. 2001. BARROS, M. B. L. et al. 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