produção de silagem em diferentes densidades de plantio de

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Congresso de Inovação, Ciência e Tecnologia do IFSP - 2016
PRODUÇÃO DE SILAGEM EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO DE MILHO
(Zea mays)
JOSIANE C. FONTANELLI 1, PAULO R. P. MARTINELLI2, DEVAIR G. DA SILVA3, CARLOS R.
DE TOFFOLI4
Graduanda em Agronomia, Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior “Dr. Aristides de Carvalho Schlobach”,
[email protected]
2
Professor no curso de Agronomia, Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior “Dr. Aristides de Carvalho Schlobach”,
[email protected]
3
Graduando em Agronomia, Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior “Dr. Aristides de Carvalho Schlobach”,
[email protected]
4
Engenheiro Agrônomo, Herbae Consultoria e Projetos Agrícolas Ltda ., [email protected]
1
Área de conhecimento (Tabela CNPq): Fitotecnia – 5.01.03.00-8
Apresentado no
7° Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica do IFSP
29 de novembro a 02 de dezembro de 2016 - Matão-SP, Brasil
RESUMO: O experimento foi conduzido em uma área experimental da empresa Herbae Consultoria e
Projetos Agrícola, localizada no município de Jaboticabal – SP, com objetivo de descobrir a melhor
densidade populacional do hibrido Ag 4051 PRO para a produção de silagem, sendo testados
diferentes densidades de plantas (30.000; 40.000; 50.000; 60.000; 70.000; 80.000; 90.000 e 1000.000
plantas ha-1). Os tratamentos foram arranjados no delineamento de blocos casualizados com 8
tratamentos e 4 repetições. A coleta dos dados consistiu na pesagem da massa verde, peso da média da
massa verde das plantas (peso individual das plantas), na medição da altura e diâmetro do caule das
plantas. Conclui-se que a maior produção de silagem foi obtida na densidade de plantio (stand) de
60.000 plantas ha-1. Porem para o plantio de 70.000 a 100.000 plantas ha -1, pensando em despesas com
sementes, compensa plantar 50.000 plantas ha-1, pois vai gastar o dobro de sementes e conseguir a
mesma produtividade.
PALAVRAS-CHAVE: Zea mays, stand, população
SILAGE PRODUCTION IN DIFFERENT DENSITIES OF CORN PLANTING (Zea mays)
ABSTRACT: The experiment was lead in an experimental field of the Company Herbae Consultoria
e Projetos Agricola (Herbae Consulting and Agricultural Projects), located in the city of Jaboticabal São Paulo State, Brazil. The main objective of the project was to find out the most effective population
density of AG 4051 PRO hybrid for an improved silage production. It was tested different population
density (30.000; 40.000; 50.000; 60.000; 70.000; 80.000; 90.000 and 100.000 plants ha -1). The
treatments were arranged in a randomized block design with eight treatments and four replications.
The data collection consisted in weighing the green mass, the individual plant weight and the
measurement of height and diameter of plants stems.It leads to the conclusion that the greatest
production was obtained with the planting density (standard) of 60,000 plants ha -1. However, for the
planting of 70,000 to 100,000 plants ha -1, considering expenses with seeds, it worth planting 50.000
plants ha-1 because it will demand the double amount of seed to reach the same productivity
performance.
KEYWORDS: Zea mays, stand, population
INTRODUÇÃO
A utilização da prática de ensilagem no Brasil vem assumindo importância crescente como
opção na alimentação animal, minimizando os efeitos da estacionalidade de disponibilidade de
alimentos (FANCELLI & DOURADO NETO, 2000).
Entre as várias plantas que se prestam à produção de silagem, têm-se recomendado o milho
(Zea mays), devido às suas características de alto rendimento, boa qualidade e sua relativa facilidade
de fermentação no silo. Mas para que esses resultados apareçam, deve-se atentar para alguns fatores
como: escolha do híbrido, população e distribuição espacial de plantas, ponto de colheita, tamanho de
partículas, compactação e vedação do silo, além de conhecer os níveis consideráveis bons da
composição química: 7% de proteína bruta (PB), 26% de fibra em detergente ácido (FDA), 45% de
fibra em detergente neutro (FDN) e 75% de nutrientes digestivo) os totais (NDT) (NUSSIO, 1993).
A densidade e o arranjo de plantas têm grande importância na interceptação e na eficiência de
conversão da radiação fotossinteticamente ativa interceptada pelo dossel à produção de grãos. Esse
efeito é mais significativo no milho do que em outras gramíneas, em função de características
morfológicas, anatômicas e fisiológicas da planta (SANGOI, 2001). O arranjo de plantas pode
interferir sobre o crescimento e desenvolvimento do milho mediante variações na densidade
populacional, no espaçamento entre linhas e na distribuição espacial e temporal de indivíduos na linha
(ARGENTA et al., 2001).
Uma das práticas e técnicas empregadas para a obtenção de maior produtividade de milho é a
escolha da densidade de plantio, sendo uma das práticas mais importantes (ALMEIDA et al., 2000).
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em uma área na Estação Experimental da Empresa Herbae
Consultoria e Projetos Agrícolas Ltda., localizada no município de Jaboticabal-SP. O experimento em
blocos casualizados foi composto por 8 tratamentos de 4 repetições, os quais foram compostos por
diferentes estandes (30.000, 40.000, 50.000, 60.000, 70.000, 80.000, 90.000 e 100.000 plantas ha-1)
para a cultura do milho Híbrido AG4051PRO. A adubação de plantio e de cobertura, bem como o
manejo de plantas daninha e insetos pragas foram realizados de acordo com as recomendações para a
cultura do milho.
Os parâmetros avaliados das plantas foram a altura, diâmetro do caule, massa verde e peso por
planta.
Para a avaliação de altura e diâmetro dos colmos foram escolhidas aleatoriamente 10 plantas
por parcela. Para a altura, foi utilizada uma trena graduada em centímetros, medindo-se desde nível do
solo até a lígula da folha bandeira. O diâmetro do colmo foi medido com um paquímetro graduado em
milímetros, no qual foram medidos 20 cm acima do nível solo.
Para massa verde, realizou-se a coleta de toda a parte aérea (colmo, folhas, espigas e pendão)
das plantas de 10 metros da área útil de cada parcela e posteriormente realizou-se a pesagem de cada
amostra com uma balança digital. Este peso foi transformado em toneladas de massa verde por
hectare. Esta avaliação foi realizada quando as plantas encontravam-se no estádio R5.
Para a variável peso médio por planta, foram obtidas o peso médio da massa verde das plantas,
dividiu-se o peso total da massa verde das plantas coletadas em 10 metros lineares de cada parcela
pelo número de plantas coletadas.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias comparadas
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a variável altura, observou-se que houve diferença estatística entre os tratamentos. Para
os tratamentos com as menores densidades de plantio (30.000 e 40.000 plantas ha-1) as plantas
apresentaram menor porte, variando de 2,63 a 2,69 metros, respectivamente. Nas maiores densidades
avaliadas (a partir de 50000 plantas ha-1), as plantas apresentaram maior porte, como valores entre
2,79 e 2,82 metros (Figura 1).
A maior altura de plantas nas maiores populações, decorrente do alongamento dos entrenós, é
devido ao efeito combinado da competição intraespecífica por luz e o estímulo da dominância apical
das plantas (SANGOI, 2000), além do valor adaptativo em alocar seus recursos em direção a um
crescimento mais rápido para evitar a sombra, aumentando as chances de crescer acima do dossel,
porém sacrificando o diâmetro do colmo (TAIZ & ZEIGER, 2004)
Para a variável diâmetro do caule, observa-se que quanto maior a densidade de plantio, menor
foi o diâmetro do caule das plantas de milho e apresentou diferença estatística significativa entre os
tratamentos (Figura 1). Este fato pode ser explicado pelo aumento da competição por luz e nutrientes
entre as plantas. A menor densidade de plantio (30.000 plantas ha-1) apresentou 29,60 mm de
diâmetro, enquanto que a maior densidade (100.000 plantas ha-1) de plantio apresentou 22,13 mm de
diâmetro. Segundo FANCELLI & DOURADO NETO (1996) a competição por luz em plantios densos
resulta em plantas maiores e com menor diâmetro de colmo e menor ganho de massa seca.
Figura 1 - Altura (metros) e diâmetro do caule (milímetros) das plantas de milho em função
das diferentes densidades de plantio.
Na variável Massa verde houve diferença estatística significativa. O aumento da massa verde
foi crescente com o aumento das densidades de plantio entre 30.000 a 60.000 plantas ha-1, sendo que a
densidade de 30.000 plantas ha-1 apresentou 48,51 toneladas ha-1, enquanto que a densidade de 60.000
plantas ha-1 apresentou 65,02 toneladas ha-1. Para os tratamentos com densidade a partir de 70.000
plantas ha-1 notou-se que houve uma estabilização no peso da massa verde que apresentou valor médio
de 60 toneladas ha-1 (Figura 2).
O teste de F revelou diferença estatística significativa para a variável de peso médio por
planta. O peso de massa verde foi decrescente em relação ao aumento da densidade de plantio. Para a
densidade de plantio de 30.000 e 100.000 plantas ha-1 apresentaram 1,62 e 0,61 kg, respectivamente.
Evidenciando que conforme aumentou a população de plantas por área, houve uma maior
competitividade por luz e nutriente, consequentemente causando a redução de fotoassimilados por
planta. O incremento da densidade de plantas aumenta a competição entre indivíduos por agua, luz e
nutrientes, reduzindo disponibilidade de fotoassimilados para atender à demanda, e manutenção da
estrutura da planta (SANGOI & SALVADOR, 1998). Sob baixas densidades populacionais, a
produção individual por planta é máxima (FORNASIERI FILHO, 2007).
Figura 2 - Massa verde (toneladas/ha) e peso médio (kg) por planta de milho em função das diferentes
densidades de plantio.
Verificou-se neste trabalho que o CV variou suas características entre 3 a 6%, indicando um
bom nível de precisão (PIMENTEL GOMES 2000).
CONCLUSÕES
Para o produtor que visa o plantio de milho somente para a produção de silagem, o stand mais
interessante é de 60.000 plantas ha -1, pois foi o que rendeu maior quantidade de matéria verde. Para o
plantio de 70.000 a 100.000 plantas ha-1, pensando em despesas com sementes, compensa plantar
50.000 plantas ha-1, pois vai gastar o dobro de sementes e conseguir a mesma produtividade.
AGRADECIMENTOS
A Empresa Herbae Consultoria e Projetos Agrícolas Ltda., pelo apoio na condução deste
trabalho.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M.L.; SANGOI, L.; ENDER, M. Incremento na densidade de plantas: uma alternativa
para aumentar o rendimento de grãos de milho em regiões de curta estação estival de crescimento.
Ciência Rural, v.30, p.23‑29, 2000.
ARGENTA, G.S.; SILVA, P.R.F.; SANGOI, L. Arranjo de plantas em milho: análise do
estado‑da‑arte. Ciência Rural, v.31, p.1075‑1084, 2001.
FANCELLI, A. L.; DOURADO NETO, D. Produção de milho para silagem. In:.Produção de milho.
Guaíba: Agropecuária, 2000. p.299-338.
FANCELLI, AL.; DOURADO NETO, D. Milho: fisiologia da produção. In: Seminário sobre
fisiologia e manejo de água e manejo de água e de nutrientes na cultura do milho de alta
produtividade. Piracicaba: Potafos, p.9-12, 1996.
FORNASIERI FILHO D. 2007. Manual da cultura do milho. Jaboticabal: Funep. 576p.
NUSSIO, L. G. Milho e sorgo para a produção de silagem. In: SANTOS, F. A. P. et al. Volumosos
para bovinos. Piracicaba: FEALQ, 1993. p. 75-177.
PIMENTEL GOMES, F. Curso de estatística experimental. 14. ed. Piracicaba: Nobel, 2000. 477 p.
SANGOI, L.; SALVADOR, R.J. Effect of maize detasseling on grain yield tolerance to high plant
density and drought stress. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.33, n.5, p.677-684, 1998.
SANGOI L. Understanding plant density effects on maize growth and development: an important
issue to maximize grain yield. Ciência Rural, 31: 159- 168, 2000.
SANGOI, L. Understanding plant density effects on maize growth and development: an important
issue to maximize grain yield. Ciência Rural, Santa Maria, v.31, p.159-168, 2001.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. Porto Alegre: Armed, 2004. 710p.
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