Produtores em plantio direto antecipam a dose de nitrogênio (N

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Silas Maciel de Oliveira
Prof. José Laércio Favarin
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ESALQ-USP
Produtores
em
plantio
direto
antecipam a dose de nitrogênio (N) para
antes da semeadura na cultura de
cobertura, no outono-inverno (aveia, trigo e
braquiária). Este sistema de adubação é
realizado pela vantagem operacional, a
qual proporciona redução do custo da
semeadura. Neste sistema o N é aplicado a
lanço, em época que as máquinas não são
muito usadas. Este procedimento continua
em prática, porque o critério para avaliá-lo
é a produtividade.
Fornecer
N antecipado
seria
mesmo um bom negócio?
Não, não é!
As
pesquisas
realizadas
nos
municípios
de
Guarapuava-PR
e
Taquarituba-SP,
na
safra
2013,
comprovaram o erro dos que adotam este
sistema de adubação, ainda que a
produtividade não tenha sido alterada (em
Guarapuava a produtividade média de
grãos foi de 14,2 t ha-1, e em Taquarituba
10,6 t ha-1). O “critério produtividade” até
então usado para continuar com esse
sistema de adubação, não é eficiente.
Quando o N do milho foi antecipado
na aveia, reduziu 37% a eficiência de uso
do N fornecido pelo fertilizante.
Ao reduzir a eficiência do fertilizante,
o milho dependeu muito mais do estoque
de N do solo, acumulado ao longo dos
anos. Isto é um risco, pois o solo libera
parte do N da reserva sob “certas
condições”, como temperatura e umidade
adequada, o que nem sempre acontece de
um ano para outro, como foi em 2014.
A adubação feita em cobertura foi a
melhor opção para o milho, pois a
eficiência de uso do N foi 30% maior que a
adubação feita na aveia, e 15% maior em
relação a adubação efetuada em présemeadura e na semeadura do milho.
Com base nesses dados fica claro
que quanto maior for o tempo entre a
aplicação do fertilizante e a época de maior
demanda de N pelo milho (V3 a V8) reduz
o aproveitamento de N fornecido pelo
fertilizante. Em resumo, aumentam as
perdas para o ambiente.
•
Os
valores
do
esquema são a média
entre Guarapuava e
Taquarituba.
• Antecipar o N na aveia
aumentou as perdas na
média em 29% se
comparado
com
a
aplicação em cobertura
no milho.
• Prejuízo estimado em
-1
R$
390,00
ha
considerando o custo
do fertilizante perdido.
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