Prática 7: Agentes Antimicrobianos Nas aulas práticas anteriores tivemos a oportunidade de estudar alguns dos agentes bacterianos associados ao homem e outros animais, nomeadamente as espécies Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Ambas as bactérias fazem parte da flora microbiana do homem, localizando-se a E. coli a nível intestinal enquanto que o Staphylococcus aureus está associado às vias respiratórias (nariz, nasofaringe) e à pele, entre outros. Todavia várias espécies bacterianas são agentes de doenças, sendo necessário controlar o desenvolvimento destas espécies com o emprego de substâncias desinfectantes e antibióticos, assim como através da chamada esterilização (Singleton, 1997; Prescott et al. 2002). A esterilização é um processo que objectiva a morte dos microrganismos. Esta técnica pode efectuar-se pelo calor de uma chama, no caso das ansas e pinças que se utilizam diariamente no laboratório, utilizando as lamparinas ou o bico de Bunsen, através do uso de uma estufa de secagem, ou através da autoclave. Este aparelho é muito utilizado na esterilização dos meios de cultura. A esterilização pode também fazer-se por filtração e pela acção de agentes químicos. A esterilização tem assim o objectivo de eliminar todos os microrganismos. Distintamente, a desinfecção destrói ou inactiva microrganismos potencialmente nocivos, sem afectar os outros microrganismos. Por exemplo espécies de Pseudomonas podem desenvolver-se em soluções diluídas de fenol (Singleton, 1997). Os desinfectantes que exterminam as bactérias, são chamados de “bactericidas”. Aqueles que param o seu crescimento, sem inviabilizar a bactéria chamam-se bacteriostáticos. Alguns dos desinfectantes utilizados no controle de microrganismos incluem o fenol, e os hipocloritos (Prescott et al. 2002). Os antibióticos são produtos de origem microbiana (inicialmente), com acção inibitória ou letal sobre outros microrganismos. Actualmente comercializamse muitos antibióticos produzidos sintéticamente, em laboratórios farmacêuticos. Não se conhece um único antibiótico que seja efectivo contra todas as bactérias (Singleton, 1997). Alguns deles são efectivos contra diversos microrganismos e por isso designados de largo espectro, outros actuam sobre um número restrito de microrganismos. O nível de actuação do antibiótico é variável. Alguns afectam a parede celular, interferindo na síntese do peptidoglicano, outros actuam na membrana citoplasmática ou a nível da síntese proteica nos ribossomas. Os principais antibióticos foram descobertos antes de 1955. Desde então têm sido feitas pesquisas, tentando modificar e adaptar esses antibióticos. A penicilina é um exemplo de um antibiótico com efeito na síntese do peptidoglicano, produzido pelo fungo do género Penicillium (ver Prescott et al. 2002, ou Black, 2002). As cefalosporinas, como exemplo, são antibióticos efectivos contra gram (+)s e gram (-)s. Os antibióticos com efeito sobre a membrana citoplasmática das bactérias incluem a polimixina B, antibiótico produzido pelo género Bacillus. Esta droga é efectiva contra as infecções provocadas por Pseudomonas. As sulfonamidas e trimetoprim actuam na síntese de ácido tetrahidrofólico, um co-factor necessário para a síntese das bases timina, guanina, uracil e adenina. Para muitos microrganismos, nomeadamente, Pseudomonas, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Proteus, Serratia etc., não se sabe com exactidão qual o antibiótico efectivo no seu controle. Isto acontece devido ao desenvolvimento de estirpes resistentes. A nível laboratorial pode-se testar a sensibilidade ou susceptibilidade dos agentes bacterianos a diversos antibióticos. Um dos métodos mais utilizados é o método de difusão de Kirby-Bauer. Material e Métodos - Culturas bacterianas em meio de agar sólido: Escherichia coli, (gram negativa) Staphylococcus aureus,(gram positiva) Enterococcus sp. (gram positiva), Proteus sp. (gram negativa). - Caixas de petri com meio agar Mueller-Hinton. - Tubos de ensaio com caldo nutriente ou caldo TSB - Cotonetes esterilizadas, ansas, pinças, lamparinas - Prepare antecipadamente as amostras das bactérias cuja susceptibilidade aos antibióticos se deseja testar, inoculando essas bactérias em meio líquido estéril, por exemplo em caldo nutriente ou TSA, em tubos de ensaio. Coloqueos em banho-maria ou na incubadora no dia anterior, ou por algumas horas, de modo a obter uma boa turvação. - Inocule meio de agar Mueller-Hinton com a solução bacteriana a testar, uma caixa para cada espécie, de modo a cobrir toda a superfície do agar, utilizando a cotonete previamente mergulhada na solução bacteriana, executando os movimentos indicados na figura: . - Deixe secar o meio por cerca de 5 minutos. - Coloque em cima, assépticamente, com auxílio de pinça esterilizada, os discos de antibióticos espaçados disponibilizados pelo seu orientador (da OXOID). - Incube os meios a 35- 37oC por 24h. Resultados e Discussão No próximo período laboratorial, será necessário medir o diâmetro das zonas de inibição, que entretanto se formaram com auxílio de uma régua (em mm). Consoante as dimensões destas zonas de inibição, classifique a susceptibilidade das bactérias aos antibióticos em “susceptível”, “moderadamente susceptível” ou “resistente”. Recorra às fotocópias e literatura indicada pelo seu orientador. Poderá então concluir qual ou quais os antibióticos mais efectivos sobre as suas bactérias, e com auxilio da literatura recomendada saber a que nível esse antibiótico actua. Bibliografia recomendada: - Prescott, L.M., Harley, J.P., Klein, D.A. (2002). Chapter 35: Antimicrobial chemotherapy. - Singleton, P. (1997). Chapter 15: Man against bacteria