FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA-PIBIC PÓS-GRADUAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: UM DEBATE DE GÊNERO. Bolsista: Luciane Gomes Lopes. Orientadora: Maria das Graças Silva Nascimento Silva. Co-orientadora: Sheila Ximenes. PORTO VELHO-RO, JULHO DE 2009. 2 PÓS-GRADUAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: UM DEBATE DE GÊNERO. PESQUISADORA/BOLSISTA: LUCIANE GOMES LOPES. Relatório Final apresentado ao Comitê Técnico Científico/ CTC da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR e ao Comitê Técnico Científico Externo do Conselho Nacional de Pesquisa CNPq como exigência do Programa de Iniciação Científica – PIBIC. ORIENTADORA: Profª. Drª. Maria das Graças Silva Nascimento Silva. Co-orientadora: Pesquisadora Sheila Ximenes. PORTO VELHO – JULHO/2009. 3 "Pode-se graduar a civilização de um povo pela atenção, decência e consideração com que as mulheres são educadas, tratadas e protegidas” (Marquês de Maricá). 4 SUMÁRIO 1. Introdução.........................................................................................08 1.1. Histórico da Pós-Graduação no Brasil...................................09 1.2. Histórico da Pós-Graduação na UNIR...................................10 2. Problema da Pesquisa.....................................................................12 3. Justificativa.......................................................................................13 4. Objetivos..........................................................................................14 4.1. Objetivos Gerais....................................................................14 4.2. Objetivos Específicos............................................................14 5. Metodologia.....................................................................................15 5.1. Referencial Metodológico......................................................15 5.2. Procedimento para coleta de dados......................................15 5.3. Caracterização dos PPGs.....................................................15 5.4. Estruturação e aplicação dos instrumentos da pesquisa......17 6. Referencial Teórico..........................................................................18 7. Resultados e Discussões finais........................................................26 8. Considerações Finais.......................................................................40 9. Recomendações para Estudos Futuros...........................................42 10. Cronograma das Ações Desenvolvidas...........................................43 11. Referências......................................................................................44 12. Atividades desenvolvidas de agosto/2008 a junho/2009.................46 5 LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS GRÁFICOS Gráfico 01: Discentes matriculados no PPG em Administração........................26 Gráfico 02: Discentes matriculados no PPG em Ciências da Linguagem.........27 Gráfico 03: Discentes matriculados no PPG em Des. Reg. e Meio Ambiente...27 Gráfico 04: Discentes matriculados no PPG em Geografia...............................28 Gráfico 05: Devolutiva dos questionários quanto ao sexo.................................29 Gráfico 06: Naturalidade dos discentes dos PPGs............................................30 TABELAS Tabela 01: Total de discentes matriculados nos Programas de Mestrado........17 Tabela 02: Total de discentes matriculados no Programa de Doutorado..........17 Tabela 03: Questionários respondidos e devolvidos.........................................18 Tabela 04: Situação quanto ao programa de Pós-Graduação..........................29 Tabela 05: Faixa etária dos discentes dos PPGs..............................................30 Tabela 06: Condição financeira.........................................................................31 Tabela 07: Como concilia dupla jornada família e pesquisa..............................32 Tabela 08: Áreas de graduação dos discentes dos PPGs................................33 Tabela 09: Linhas de pesquisas........................................................................34 Tabela 10: Participação em Iniciação Científica................................................35 Tabela 11: Participação em grupos de pesquisa da UNIR................................35 Tabela 12: Financiamento em pesquisas com bolsa de estudos......................35 Tabela 13: Tipo de Instituição no período da graduação .................................36 6 Tabela 14: A existência ou não de dificuldades durante as atividades acadêmicas.......................................................................................................36 Tabela 15: A existência ou não de dificuldades para publicar..........................37 Tabela 16: Tipos de publicações nos últimos 02 anos......................................37 Tabela 17: Local de publicação dos últimos 02 anos........................................38 Tabela 18: Grau de satisfação quanto às atividades desenvolvidas.................38 Tabela 19: Interesse em continuar com a Pós-Graduação...............................39 7 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo principal analisar sob o enfoque de gênero as características d@s acadêmic@s1 matriculad@s nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu da UNIR, bem como investigar as possíveis diferenças na realização de atividades acadêmicas e de produção científica desenvolvidas por eles e por elas. Levando em consideração o fato de que as relações de gênero são social e culturalmente construídas, colaboradoras de restrições impostas às mulheres no que tange às suas atribuições em um contexto social. Fator que atribui relevância ao estudo da história construída pelas mulheres e as conquistas advindas da busca por uma situação de equidade, enfocando, no caso desta pesquisa, a situação das mulheres no ambiente da pós-graduação, verificando como ela está posicionada neste meio, ao qual foi garantida sua participação após um longo período de exclusão. Utilizando a metodologia do estudo de caso, que permite um maior esclarecimento no que diz respeito a um determinado caso a ser considerado o das relações de gênero no espaço da Pós-Graduação - foi feito, primeiramente, um levantamento quantitativo dos Programas de PósGraduação da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, posteriormente, foram aplicados questionários aos alunos e alunas que compõe esses programas, a partir dos quais foram levantados os dados que propiciaram um melhor diagnóstico da questão analisada para a elaboração desta pesquisa. Nesta pesquisa verificamos a presença de diferenças, no que tange ao exercício da Pós-Graduação, moldadas por caracteres de gênero. Grande parte delas encontra entraves para o exercício das atividades acadêmicas e de pesquisadoras, a exemplo, o fato de as mulheres chegarem mais tarde na PósGraduação, dividindo-se grande quantidade delas entre as atividades do lar, cuidados com a família e pesquisa. 1 Considerando as novas perspectivas em relação à linguagem escrita, utiliza-se o arroba (@) a fim de representar homens e mulheres, pois muitas mulheres não se sentiam contempladas com a utilização do pronome masculino para a abrangência de todos os sexos. 8 1. INTRODUÇÃO O projeto: Construindo Ciência na Amazônia e o sub-projeto: PósGraduação e Produção do conhecimento: um debate de gênero, surgiu com o objetivo de contribuir para uma maior compreensão acerca do tema que se caracteriza em um grande desafio da contemporaneidade, o alcance da igualdade entre os gêneros. As relações e os modos de vida na sociedade atual são marcados por uma série de entraves principalmente para as mulheres, as quais vêm buscando cada vez mais seu espaço e igualdade de direitos em relação aos homens. Historicamente a ciência era considerada uma ferramenta utilizada basicamente por homens. Às mulheres os espaços destinados à produção e conhecimento científico eram velados, a elas associavam-se atividades relacionadas aos cuidados com o lar e com a família. Os fatores que condicionam diferenciações aos sexos são unicamente biológicos, o fato de haver diferentes constituições genéticas entre homens e mulheres não influenciará nas formas como estes irão se posicionar na sociedade. As demais diferenças atribuídas a ambos são meras construções sociais elaboradas para caracterizar o que é masculino e o que é feminino. Costuma-se atribuir a mulher o papel da dona de casa, dedicada ao zelo do o lar e da família, já ao homem associa-se o papel de trabalhar fora para manter o sustento da família. As diferenças, os valores, qualidades e até mesmo defeitos atribuídos ao feminino e ao masculino geram enormes disparidades no que se refere à autoridade e melhores posições na sociedade. Desprivilegiando o culturalmente considerado “sexo frágil”, o feminino. Essas características imputadas a elas, tradicionalmente, adquiriram ao longo dos anos a capacidade de influenciar na escolha das áreas de atuação profissional. Dessa maneira, nota-se a grande participação de mulheres em cursos considerados 9 tradicionalmente femininos como: Enfermagem, Serviço Social, Pedagogia e outros cursos ligados à educação. De acordo com dados do IBGE (2008), as mulheres que possuem nível superior completo têm um rendimento equivalente a 60% do recebido pelos homens com o mesmo nível de escolaridade. No que diz respeito a população trabalhadora feminina, 51, 3% possuíam 11 anos ou mais de estudo em janeiro de 2003, contra 59,9% em janeiro de 2008. Entre os homens, esses mesmos níveis de escolaridade eram de 41,9% e 51,9%, respectivamente, em janeiro de 2003 e 2008. A partir de questionamentos de relações de poder entre os “sexos”, passou a existir uma maior relevância ao conceito de gênero, que permite desnaturalizar as idéias constituídas culturalmente a partir da prática social, extinguindo a idéia de que as diferenças biológicas são determinantes justificáveis para atitudes sociais diferenciadas e até mesmo discriminatórias entre pessoas com capacidades iguais, porém com dessemelhantes caracteres biológicos e genéticos. E é a partir desse contexto que a pesquisa apresentada fará referência às questões relacionadas ao gênero no espaço da PósGraduação da Universidade Federal de Rondônia. 1.1. HISTÓRICO DA PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL O parecer CFE (Conselho Federal de Educação) nº. 977/65 é texto fundador da pós-graduação sistemática no Brasil e, após ele, parece não haver nenhum outro texto que articule a doutrina e a normatização sobre o assunto com tanto impacto sobre esse nível da educação superior no Brasil. (Cury, 2005). De acordo com o parecer CFE, no Brasil, a Pós-Graduação tem com objetivo principal a formação tanto de membros de um corpo docente preparado quanto pesquisadores bem qualificados e de alto nível de 10 conhecimento. Ela surgiu como uma estratégia adotada para o desenvolvimento da produção nacional de tecnologia e ciência. Em nosso entender, um programa eficiente de estudos pósgraduados é condição básica para conferir à nossa universidade caráter verdadeiramente universitário, para que deixe de ser instituição apenas formadora de profissionais e se transforme em centro criador de ciência e cultura. (Parecer CFE nº. 977/65). A Pós-Graduação no Brasil veio a garantir uma maior firmação, com um aumento significativo do número de programas dessa categoria, a partir da criação de órgãos como o CAPES (1951) - Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior – e CNPq (1949) – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. A CAPES propicia suporte às instituições de ensino superior contribuindo para a formação de pesquisadores e o CNPq com seu grande número de auxílios, investimentos e programas, como o PIBIC, também colabora para a formação de pesquisadores e estudiosos em todas as áreas do conhecimento, tanto da graduação quanto da pós-graduação. 1.2. HISTÓRICO DA PÓS-GRADUAÇÃO NA UNIR A Universidade Federal de Rondônia, ao longo de seus vinte e sete anos vem buscando métodos para instalar melhores condições em sua estrutura básica. Situada em uma unidade federativa do país caracterizada por um intenso processo migratório e de colonização, levou muito tempo para estabilizar a formação de seu quadro técnico e de professores. Dada dificuldade que a região teve em seu processo de formação, e em certas situações ainda tem, de fixar profissionais qualificados. E com a finalidade de preparar seus profissionais, a instituição optou por implantar os programas de Pós-Graduação que possibilitaram o aumento do efetivo de professores mestres e doutores da instituição, bem como colaboraram para garantir, a mesma, status de Universidade. 11 A UNIR conta atualmente com seis programas de mestrado e um de doutorado, são eles: Mestrados: Mestrado em Administração, Mestrado em Biologia Experimental, Mestrado em Ciências da Linguagem, Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Mestrado em Geografia e mais recentemente, o Programa de Mestrado em Psicologia. Quanto ao Programa de Doutorado há na universidade o Doutorado em Biologia Experimental. Dessa forma, a partir da inserção dos cursos de Pós-Graduação na Universidade, e consequentemente com um aumento ao acesso a estes pelos discentes da instituição, lhe foi garantido um acréscimo nos números de docentes mais qualificados, com títulos de mestrado e doutorado. 12 2. PROBLEMA DA PESQUISA Estimulando-se pela importância da análise das diferenças entre os gêneros e como elas são empregadas nos mais diferentes espaços, principalmente no espaço universitário e de Pós-Graduação, realizamos esta pesquisa com os alunos e alunas destes Programas da Universidade Federal de Rondônia. Os campos dos saberes científicos e da Pós-Graduação foram negligenciados historicamente às mulheres e pela necessidade de saber de que forma as relações de gênero mantidas pela sociedade irão se configurar nesse meio de aprendizagem científico realizamos esta pesquisa buscando levantar dados dos acadêmicos e acadêmicas dos Programas de PósGraduação da UNIR a fim de verificar e comparar entre el@s as condições como de satisfação com as atividades desenvolvidas e de produção científica. Nesse sentido, a problemática que se apresenta em tais circunstâncias é sobre as condições dos acadêmicos da Pós-Graduação, desta instituição, no que se refere à produção científica, ao exercício das atividades acadêmicas e ao grau de satisfação com as atividades desenvolvidas, bem como envolvimento com pesquisa, e se são diferenciadas, uma vez que sua colocação e interações sociais imputadas cultural e socialmente podem influenciar na vida acadêmica, e levantam questões como: a) O exercício das atividades acadêmicas é realizado da mesma maneira entre homens e mulheres? b) Diferenças de gênero ocasionam diferentes dificuldades ou entraves aos pesquisadores e pesquisadoras no que tange à produção científica? c) Quem se considera mais satisfeito acadêmicas, o homem ou a mulher. com as atividades 13 3. JUSTIFICATIVA As relações entre os indivíduos em um grupo social são definidas e influenciadas por padrões e representações de masculino e feminino. Na maioria dos casos o masculino é representado como mais forte, mais inteligente, dinâmico e corajoso, já ao sexo feminino são atribuídas características como frágil, dócil, organizado e paciente. Tais diferenças impostas refletem nas categorias dos espaços a serem ocupados por homens e mulheres, a eles são garantidas posições de maior status social, melhores empregos e salários mais altos. No que se refere ao acesso às instruções, vale ressaltar o fato de as universidades terem se mantido com as portas fechadas para as mulheres por aproximadamente oito séculos. Às mulheres foram limitados os setores da vida pública, seu espaço era basicamente o do lar, com atividades que envolvessem o ato de zelar pela casa e família. Mesmo com a ascensão feminina ao longo dos anos, o acesso delas às universidades continuou restrito. Na grande maioria das vezes sua formação está relacionada basicamente às áreas de saúde e educação, conciliando na grande maioria das vezes a dupla jornada de acadêmica e dona de casa. Sendo importante avaliar como elas vêm conseguindo se manter e desenvolver suas atividades no meio científico e se, estas, encontram dificuldades no exercício das atividades acadêmicas e se lhes são satisfatórios os resultados e a qualidade dos programas dos quais fazem parte. E é com enfoque nessas situações que a pesquisa foi elaborada. 14 4. OBJETIVOS 4.1. OBJETIVO GERAL Analisar sob o enfoque de gênero as características dos acadêmicos e acadêmicas matriculados nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu da Universidade Federal de Rondônia a fim de investigar as atividades e a produção científica desenvolvidas por eles e elas, bem como o grau de satisfação deles e delas no que tange às suas atividades em relação à produção do conhecimento. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Realizar levantamento da produção científica das pesquisadoras e pesquisadores matriculados nos cursos de Pós-Graduação da UNIR; Analisar os entraves para o exercício das atividades acadêmicas; Verificar o grau de satisfação em relação às atividades acadêmicas. 15 5. METODOLOGIA 5.1. REFERENCIAL METODOLÓGICO A presente pesquisa refere-se a um estudo de caso, pois foram avaliadas as reais situações de alunos e alunas que compõem o quadro da Pós-Graduação da Fundação Universidade Federal de Rondônia no campus de Porto Velho e Guajará-Mirim. Essa avaliação foi realizada a partir de um levantamento quantitativo dos resultados obtidos. “O estudo de caso permitirá inicialmente fornecer explicações no que tange diretamente ao caso considerado e elementos que lhe marcam o contexto. A denominação refere-se evidentemente ao estudo de um caso, talvez o de uma pessoa, mas também o de um grupo, de uma comunidade, de um meio, ou então fará referência a um acontecimento especial. A vantagem mais marcante dessa estratégia de pesquisa repousa, é claro, na possibilidade de aprofundamento que oferece, pois os recursos se vêem concentrados no caso visado”. (LAVILLE E DIONNE, 1999). 5.2. PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS No primeiro momento, realizou-se um levantamento dos programas de pós-graduação desta instituição, que são representados por: 05 Programas de Mestrado e 01 Programa de Doutorado, a saber: Mestrados: Administração, Biologia Experimental, Ciências da Linguagem, Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente e Geografia. Doutorado: Biologia Experimental. Todos no Campus de Porto Velho, com exceção de Ciências da Linguagem que pertence ao Campus de Guajará-Mirim. 5.3. CARACTERIZAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Administração (PPGMAD) da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), foi criado e se desenvolverá como um ambiente de aprendizagem, adaptações e inovações 16 de organizações, principalmente, daquelas situadas na Região Ocidental da Amazônica Legal. Assim, a responsabilidade do programa e obviamente, dos seus partícipes, vai além da evolução das Ciências da Administração simplesmente, já que a abrangência desta responsabilidade envolve vetores de transformação, inovação e efetivação das organizações em uma região, cujo estágio de desenvolvimento apresenta lacunas consideráveis no seu processo de aprendizagem e evolução. O Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental (PGBIOEXP), níveis Mestrado e Doutorado, está estruturado em base de natureza Acadêmica e voltado para a geração do conhecimento, promovendo a atualização de conhecimentos básicos de Biologia Celular, Molecular, Estrutural e de Biocomputação. Fornece meios aos Acadêmicos para acompanhar os atuais progressos da Biologia, nas fases genômica e proteômica e de bioinformática. Destina-se à formação de Profissionais com amplo domínio de seu campo de saber e que pretendam atuar na mediação da apropriação social do conhecimento Científico. O Programa de Pós-Graduação Mestrado em Ciências da Linguagem autorizado pela CAPES, sediado no Campus da UNIR em Guajará-Mirim, visa a incentivar a pesquisa e a promover o aprimoramento técnico e científico de recursos humanos nas seguintes áreas de concentração: Etnolingüística Indigenista, Etnolingüística Africanista e Etnolingüística Amazônica. De acordo com a definição estabelecida, por Etnolingüística entende-se um conjunto de disciplinas que estudam as relações da língua com a cultura, a sociedade e a educação, focalizando-se especialmente as questões do relacionamento entre língua e visão do mundo, e entre ecossistemas lingüísticos e sociais. Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente-(PGDRA) estuda o desenvolvimento da Amazônia e de Rondônia objetivando formar e qualificar profissionais, analisar e proteger o meio ambiente e a biodiversidade Amazônica, desenvolvendo alternativas sustentáveis para a sociedade. Pretende rastrear e discutir os impactos que os 17 sucessivos projetos oficiais de integração regional têm causado ao meio amazônico. O Programa de Pós-graduação stricto sensu em Geografia tem como objetivos o desenvolvimento de pesquisas científicas, o aprofundamento de estudos da Geografia, Amazônia e a Gestão Territorial através da formação de profissionais capazes para contribuir para o desenvolvimento do Estado de Rondônia e da Região Norte. Em um segundo momento, através de uma coleta quantitativa de dados, levantou-se o número de alunos e alunas matriculad@s nos cursos Mestrado e Doutorado da UNIR, sendo estes: TABELA 01: Total de discentes matriculados nos Programas de Mestrado PROGRAMAS DE MESTRADO Nº DE ALUN@S MATRICULADOS Administração 65 Biologia Experimental 42 Ciências da Linguagem 60 Desenvolvimento Regional e Meio 28 Ambiente Geografia 61 FONTE: UNIR TABELA 02: Total de discentes matriculados no Programa de Doutorado PROGRAMA DE DOUTORADO BIOLOGIA EXPERIMENTAL Nº DE ALUN@S MATRICULADOS 32 FONTE: UNIR 5.4. ESTRUTURAÇÃO E APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS Ainda na segunda fase, foram elaborados os instrumentos de aplicação para levantamento dos dados, sendo utilizados, para esse fim, questionários. Os quais foram aplicados aos discentes dos programas ora referidos. 18 Na terceira fase, foi realizada a aplicação dos instrumentos da pesquisa, os questionários. Estes foram aplicados, em sua maioria, através de e-mail, mas os que foram possíveis a entrega foi feita pessoalmente, até o momento foram enviados 61 questionários aos discentes do Programa de Mestrado em Geografia, 28 aos mestrandos em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, 65 aos mestrandos em Administração, 60 aos de Ciências da Linguagem e 28 aos mestrandos em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Quanto a biologia experimental, devido os mínimos dados aos quais tivemos acesso, enviamos poucos questionários. Com os resultados advindos da aplicação de questionários a esses discentes, puderam ser avaliados os dados neles contidos e analisadas as formas de atuação deles e delas no exercício das atividades acadêmicas. Tabela 03: Questionários respondidos e devolvidos PPGs QUANTITATIVO Doutorado em Biologia Experimental 02 Mestrado em Administração 20 Mestrado em Biologia Experimental 04 Mestrado em Ciências da Linguagem 10 Mestrado em Desenvolvimento 14 Regional e Meio Ambiente Mestrado em Geografia 30 TOTAL 77 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. 19 6. REFERENCIAL TEÓRICO As relações sociais são importantes elementos constitutivos na estruturação do espaço, nessas estão inclusas as relações de gênero. A definição desse termo (gênero) é adotada, na maioria das vezes de maneira equivocada por grande parcela da sociedade. Essa, por sua vez, costuma interpretar gênero referindo-se aos aspectos físicos e biológicos, àquelas diferenças entre os corpos de homens e mulheres, diferenças sexuais e físicas. As relações humanas são caracterizadas pela existência de uma série de entraves, que culminam em prejuízos principalmente para as mulheres. A desvantagem das mulheres no que se refere às posições sociais, quando comparada com as dos homens predomina historicamente nos mais variados setores sociais. As imagens sobre a mulher na modernidade foram construídas a partir de um pensamento binário que naturalizou a separação masculino/feminino, justificando-a pelas diferenças biológicas. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág.444). Ainda é muito comum a idéia de que pode haver diferenças existentes entre o modo de ser e viver de homens e mulheres devido ao seu sexo, atribuindo valores como se essas diferenças fossem inerentes somente às suas condições biológicas. Sexo refere-se ao conjunto das características que distinguem os seres vivos, com relação a sua função reprodutora, está relacionado a condições ou diferenças biológicas relacionadas aos corpos humanos. (FERREIRA, 2004). Gênero2 trata-se das relações desiguais de poder impostas culturalmente entre homens e mulheres, relações estas que vêm a influenciar nos modos de organização e representações sociais. 2 A categoria gênero provém do latim genus e refere-se ao código de conduta que rege a organização social das relações entre homens e mulheres. Em outras palavras, o gênero é o modo como as culturas interpretam e organizam a diferença entre homens e mulheres. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 427). 20 Gênero é o modo como as culturas interpretam e organizam a diferença entre homens e mulheres. Não se trata de um atributo individual, mas que se adquire a partir da interação com os outros e contribui para a reprodução da ordem social. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 427). É um agrupamento de idéias e opiniões que a sociedade constrói através de uma cultura do que é ser homem e do que é ser mulher. O conceito de gênero permite compreender que não são as diferenças dos corpos de homens e mulheres que os posicionam em diferentes hierarquias, mas sim a simbolização que a sociedade faz delas. (SILVA, 2003, pág. 23). Através do entendimento do conceito de gênero torna-se possível desmistificar as diferenças socialmente construídas e permite-se compreender de que maneira a sociedade caracteriza o masculino e o feminino a partir da diferença biológica. A identidade social da mulher, assim como a do homem, é construída através da atribuição de distintos papéis, que a sociedade espera ver cumprido pelas diferentes categorias de sexo. A sociedade delimita, com bastante precisão, os campos em que pode operar a mulher, da mesma forma como escolhe os terrenos em que pode atuar o homem. (SAFFIOTI, 1897, p. 08). As condições impostas às mulheres na sociedade foram historicamente construídas. Longos períodos marcados por exclusão e discriminação impediram que elas pudessem participar ativamente de diversos espaços da vida pública, principalmente nas universidades. A intensa entrada da população feminina nas universidades brasileiras a partir dos anos 1970 foi um fenômeno que veio no bojo de mudanças mais amplas como o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e sucessivas quedas nas taxas de fecundidade. Apesar da dificuldade em se atribuir causalidade entre estes processos existe um consenso de que todos convergiam na mesma direção: identidades femininas menos articuladas ao âmbito doméstico. (GUEDES, 2008, pág. 01). 21 Sem direitos civis e públicos passaram a reivindicar condições igualitárias entre homens e mulheres, não igualdade de forças, mas sim igualdade de direitos dando origem a movimentos como o Feminismo3. A entrada das mulheres na cena coletiva, pela reivindicação de seus direitos civis e políticos, pela incorporação maciça no mercado de trabalho remunerado fora do lar e pelo acesso aos diferentes níveis educativos, trouxe ao mesmo tempo uma fratura do espaço público, tradicionalmente considerado território masculino, com a constituição paralela de um espaço social predominantemente feminino. Neste sentido, o feminismo constitui-se num movimento social que se torna signo no século 20. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 426). A partir da luta das mulheres nos movimentos feministas, a participação das mulheres nos campos universitários adquiriu maior expressividade, aumentou a busca por uma participação nos espaços diferentes àqueles anteriormente a elas restritos como os espaços do lar e os cuidados com a família. A humanidade assistiu, no século XX, um maior ingresso das mulheres universidades. Esse ingresso coincide com a permissão legal em muitas sociedades para que as mulheres estudassem em escolas de nível superior, poderia ter representado uma merecida valorização das idéias e dos trabalhos femininos, menosprezados durante oito mil anos de história da civilização. (CABRAL, 2006, pág. 65). Com isso, tornou-se possível a composição de novas formas de produção de conhecimentos científicos, contribuindo para uma desarticulação da ciência androcêntrica4 atribuindo maior importância aos campos dos saberes científicos relacionados ao conhecimento e aos estudos das relações de gênero. O androcentrismo considera o ser humano do sexo masculino como centro do universo, como o único capaz de se impor e ditar regras e leis para dominar e organizar o mundo. (MORENO, pág. 23, 1999). A presença das mulheres – especialmente das acadêmicas feministas – nas universidades contribuiu para percepção das mulheres como sujeito e objeto de pesquisa e simultaneamente para 3 Feminismo refere-se aos movimentos ou conjuntos de pensamentos que defendem a igualdade de direitos entre homens e mulheres. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 426). 4 Androcentrismo refere-se à concepção eu saber supostamente neutro e universal que privilegia o ponto de vista dos homens como eixo articulador do discurso social e lógicocientífico, sem considerar ou desvalorizando o ponto de vista das mulheres. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 426). 22 a transformação da ciência androcêntrica. VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 426). (YANNOULAS, Anterior a essa participação feminina nas universidades, as mulheres eram afastadas dos campos dos saberes científicos, tanto no que se refere a pesquisas e estudos elaborados por elas, quanto serem essas analisadas como objeto de estudo. A história androcêntrica, ensinada no ensino Fundamental e Médio, é uma história sem mulheres, exclusivamente masculina. (MORENO, pág. 53, 1999). Fatores relacionados à academia eram predominantemente masculinos. A mulher é a grande ausente nos textos escolares de história. Sua ausência faz-se patente tanto nas descrições das façanhas bélicas como nos escassos momentos em que se fala da organização social. Tudo isso nos indica que a mulher foi intensamente desconsiderada ao longo da história. (MORENO, 1999, pág. 57). Com o acesso à Academia as mulheres romperam paradigmas e barreiras que antes as excluíram durante séculos. As primeiras universidades foram criadas na Europa por volta do século XII, estas mantiveram-se proibidas às mulheres até aproximadamente o século XX. A primeira Universidade a admitir mulheres como estudantes foi a de Zurique em 1865, (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 434). Por intuição ou conhecimento de causa, as pioneiras universitárias fizeram incursões em novos espaços, transgredindo as fronteiras de territórios tradicionalmente masculinos. Começaram, assim, a quebrar um mito que se havia mantido por séculos: o que rezava que não cabia às mulheres ter acesso aos espaços públicos, aos saberes socialmente legitimados, nem às profissões de maior prestígio ou melhor remuneração, pelo simples fato de serem consideradas futuras mães e esposas. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 435). Mesmo tendo garantido esse direito de acesso às instruções ainda eram grandes os obstáculos enfrentados pelas mulheres na vida acadêmica e científica, que advinham de rotulações pré-estabelecidas de diferentes tempos históricos. As mulheres eram vistas como frágeis, passivas, sua imagem era assimilada à reprodução biológica e à repetição do mesmo na vida cotidiana, cuidando do lar e da família, ou seja, com capacidade inferior a dos homens, vistos como mais centrados e mais aptos aos exercícios universitários e 23 profissionais. Por esta concepção, as mulheres biologicamente geradoras ficavam excluídas de toda atividade culturalmente geradora porque estavam excluídas da ação e não tinham palavra própria. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 431). Ao longo dessa trajetória feminina nos campos universitários verificou-se uma maior participação das mulheres em áreas científicas voltadas aos serviços sociais, educação e saúde. Notadas por possíveis orientações e influências da sociedade, isso pelo fato de os modelos de conduta atribuídos às mulheres serem transmitidos a elas desde a infância e quando passam a fazer parte de ambientes como a escola e depois as universidades já têm em mente um modelo que já lhe foi pré-estabelecido. Mulheres e homens realizam trajetórias educativas diferenciadas, com saídas profissionais diversificadas. Os acessos ao saber são socialmente orientados para homens e mulheres. O lugar social que as mulheres e os homens têm ocupado na academia e no mundo profissional por meio dos estudos superiores e profissões, os territórios “corretos” que umas e outros tem habitado e as situações que condicionam suas “escolhas” adquirem assim uma relevância particular. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 436). Atualmente pode-se avaliar que ainda existem diversificações no que se refere às áreas “escolhidas” por eles e por elas. Os campos dos saberes científicos são divididos no que se refere ao gênero. Há uma predominância de participação feminina em estudos universitários que encaminharão às profissões menos privilegiadas, com salários mais baixos, enquanto aos homens são garantidas mais vantagens profissionais e conseqüentemente financeiras. Ainda que comparando trabalhadores que possuem o nível superior, o rendimento das mulheres é cerca de 60% do rendimento dos homens, indicando que mesmo com grau de escolaridade mais elevado as discrepâncias salariais entre homens e mulheres não diminuem. (IBGE, 2008). Os estudos universitários onde a presença feminina é maior conduzem, em linhas gerais, a profissões pouco valorizadas no mercado de trabalho, que redundam em salários menos vantajosos para as mulheres. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 437). 24 Caracteres de gênero irão compor as estruturas e delimitar as posições hierarquicamente na ciência. Vale salientar que são poucas as mulheres que ocupam cargos de prestígio e de tomadas de decisões nas instituições em que trabalham, fator esse advindo dos métodos educacionais, favorecendo para uma distribuição desigual de poderes. A “educação é um processo ‘generificado’, quer dizer, uma prática social constituída por gênero e que por sua vez constitui gêneros”. (YANNOULAS, VALLEJOS, LENARDUZZI, 2000, pág. 440). Aos poucos, as mulheres vêm desconstruindo a tradição da Universidade como um espaço masculino e conquistando uma maior participação no mercado de trabalho, mantendo-se na maioria das vezes dividida entre os trabalhos do lar e da maternidade, papel atribuído a elas tradicionalmente e as atividades acadêmicas. A idéia de que as meninas teriam mais propensão às artes e à literatura (facilidade nas disciplinas articuladas à sensibilidade e emoção), enquanto os meninos apresentariam mais aptidão nas ciências, devido a sua maior racionalidade, permeia o imaginário coletivo dos espaços escolares. Esse tipo de visão acaba se convertendo em uma espécie de profecia auto-realizável, em que todos os casos ‘desviantes’ não são devidamente estimulados. Essa tendência tem reflexos fundamentais na segmentação ocupacional observada nos cursos universitários. (GUEDES, 2008, pág. 120). Essa nova geração de mulheres passa a estabelecer novos moldes nas relações sociais, agora, participando mais ativamente, chegando cada vez mais próximo de alcançar a equidade entre os gêneros. Além disso, passam a ocupar com maior freqüência as vagas universitárias de maior prestígio, consideradas até então masculinas. A abertura do leque de cursos universitários concluídos pela nova geração de mulheres é reflexo de mudanças históricas de natureza dialética. [...] A efetiva entrada das mulheres nos cursos universitários historicamente masculinos influencia diretamente na construção de novas identidades sociais. Ou seja, o fenômeno reflete um quadro mais amplo de mudanças nas relações de gênero, reforçando-as e estruturando-as ao instaurar novos elementos na realidade social. (GUEDES, 2008, pág. 130). O fato de as mulheres estarem procurando melhores posições no mercado de trabalho influenciará na permanência e na continuidade que elas 25 darão na sua vida acadêmica, dessa maneira é perceptível uma maior concentração feminina em cursos de pós-graduação. No que se refere às participações masculinas nota-se um maior abandono ou distanciamento da vida acadêmica, fator que pode ser influenciado pela figura tradicionalmente construída do homem como responsável pelo sustento da família, pela possível necessidade de se dedicar ao trabalho remunerado. (GUEDES, 2008, pág. 127). É relevante a avaliação da forma como as relações de gênero irão influenciar na carreira científica masculina e feminina. Porém, a ausência de mulheres na produção de conhecimento, principalmente em estudos relativos ao gênero e a ciência torna-se um meio a contribuir ainda mais para a nãopredominância do estudo desses fatos na historiografia. A participação das mulheres nos Programas de Pós-Graduação é resultado da ruptura de determinados paradigmas socialmente construídos, uma luta por equidade que instaura novas características e elementos no quadro social. Tal fato proporcionou diferenciações no que se refere à elaboração de pesquisas e grau de satisfação, relacionados à produção de conhecimento, bem como na ocupação de alguns postos em ambientes profissionais. Assim, é imprescindível o entendimento e a utilização do conceito de gênero para a análise e entendimento das relações sociais, inclusive no âmbito da Pós-Graduação. 26 7. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na primeira etapa desta pesquisa foi realizada a coleta quantitativa dos dados, através de documentos informados pelos programas de pós-graduação disponibilizados no site da UNIR ou a partir das secretarias de administração dos próprios Programas de Pós-Graduação. Os resultados da referida coleta serão demonstrados nos gráficos seguintes: 01, 02, 03, 04, 05, representando, respectivamente os Programas: Mestrado em Administração, Mestrado em Ciências da Linguagem, Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente e Mestrado em Geografia. Mestrado em Administração 25% Homens Mulheres 75% Gráfico 01: Discentes matriculados no PPG em Administração. FONTE: UNIR Neste primeiro gráfico estão representados discentes do PPGMA/UNIR – Programa de Pós-Graduação em Administração. No qual, verifica-se uma pequena participação feminina, representada por apenas 25% do total, valor que equivale ao universo de 16 discentes de um total de 65. O que ocorre de acordo com o visto teoricamente, no que se refere à predominância de homens em disciplinas que envolvam mais exatas,ou áreas de controladoria. 27 Mestrado em Ciências da Linguagem 26% Homens Mulheres 74% Gráfico 02: Discentes matriculados no PPG em Ciências da Linguagem. Fonte: UNIR. O gráfico acima se refere à representação quantitativa dos discentes matriculados no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da UNIR, do campus de Guajará-Mirim, distintos quanto ao sexo. Este Programa tem o seu quadro de discentes composto em sua maioria por alunos do sexo feminino, representando um total de 74% do total, num total de 43 dos 58 que estão devidamente matriculados no programa. Já o sexo masculino é representado por 26% destes discentes, 15 do total. Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente 32% Homens Mulheres 68% Gráfico 03: Discentes matriculados no PPG em Des. Reg. e Meio Ambiente FONTE: UNIR No Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, há um maior número de mulheres matriculadas. Elas representam 28 68% do corpo de discentes deste programa, representadas com um total de 19 dos 28 matriculados e eles apenas 32%. Mestrado em Geografia 44% 56% Homens Mulheres Gráfico 04: Discentes matriculados no PPG em Geografia. Fonte: UNIR Neste gráfico está representado o quantitativo, no que se refere ao sexo, dos discentes matriculados no Programa Institucional de Pós-Graduação em Geografia da UNIR. Nele, as mulheres representam 56% do quantitativo d@s discentes deste programa de pós-graduação da UNIR, num total de 34 dos 61 alunos que compõe esse programa. Nos programas de Pós-Graduação apresentados verificamos um contingente feminino maior na maioria dos cursos, com exceção do Programa de Pós-Graduação em Administração, composto 75% por homens. A partir da aplicação do Instrumento da Pesquisa, o questionário, pode-se verificar o perfil d@s discentes que compõe o quadro dos Programas de PósGraduação da Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Foram aplicados aproximadamente 200 questionários, porém, foi feita a devolutiva num total de 77 devidamente respondidos. A partir dessa representação fez-se uma avaliação comparativa sob o aspecto de gênero das produções científicas dos mesmos, dos possíveis percalços existentes no que se refere às atividades acadêmicas e se estão ou não satisfeitos com as atividades desenvolvidas. 29 Sendo que, destes 77 que fizeram as devolutivas 47 são do sexo feminino e 30 do masculino. Como pode ser observado no gráfico abaixo: Devolutiva dos questionários no que se refere ao sexo 30; 39% Homens Mulheres 47; 61% Gráfico 05: devolutiva dos questionários quanto o sexo. Fonte:Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Sobre a situação acadêmica quanto ao programa de Pós-Graduação, d@s discentes que fizeram a devolutiva do instrumental da pesquisa, 29% estão na situação de ingressante e 71% de concluinte, considerando que das 47 mulheres que responderam os questionários, 07 deixaram de responder a referida questão, como pode ser observado na tabela abaixo: Tabela 04: situação quanto ao programa de Pós-Graduação SITUAÇÃO ACADÊMICA QUANTO AO PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO SITUAÇÃO HOMENS MULHERES Ingressante 12 08 Concluinte 18 32 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Com a intenção de ampliarmos o nosso conhecimento a respeito do perfil dess@s discentes, constou em nosso instrumental de pesquisa questões de 30 caráter pessoal como idade, naturalidade, condição financeira, bem como o acadêmico concilia a dupla jornada (família + pesquisa). Tabela 05: Faixa etária d@s discentes dos PPGs IDADE D@S DISCENTES DOS PPGs FAIXA ETÁRIA HOMENS MULHERES Mais de 30 anos 18 37 Menos de 30 anos 12 10 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. No que diz respeito à faixa etária, as mulheres representam um contingente maior com idade superior a 30 anos. 37 do total das 47 mulheres que devolveram os questionários possuem mais de trinta anos, e 18 dos 30 homens estão acima da faixa etária de 30 anos. Fator esse, que possa ser explicado pelo fato de as mulheres, na maioria das vezes, terem que interromper suas atividades acadêmicas pelo fato de virem a ser mães. A pesquisa constatou que 64% das mulheres, que devolveram os questionários já são mães, representando um total de 30 das 47 que colaboraram com a pesquisa. Naturalidade dos hom ens Naturalidade das m ulheres 6; 13% 6; 20% Norte Norte 7; 15% 21; 44% 12; 40% Nordeste Sul Sudeste 4; 9% Sul 6; 20% Sudeste Centro-Oeste 9; 19% Nordeste 3; 10% 3; 10% Centro-Oeste Gráfico 06: Naturalidade d@s discentes dos PPGs. Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Neste, estão representadas as naturalidades de homens e mulheres que compõe o quadro dos discentes dos PPGs da Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Tanto eles quanto elas são em sua maioria naturais da Região Norte do país, sendo representados por 44% e 40%, respectivamente. O segundo maior número, no caso das mulheres é advindo das regiões 31 Nordeste e Sudeste, representadas com 19% e 15%, respectivamente. Já no caso dos homens o segundo maior número corresponde aos vindos das regiões Centro-Oeste com 20% e Sudeste também com 20%. logo atrás a região Sudeste com 19%. A partir da questão perguntada na pesquisa a respeito da condição financeira, pode ser confirmado o que havia sido visto previamente, de que se assemelha, tradicionalmente, ao homem uma figura como responsável pelo sustento da família, pela possível necessidade de se dedicar ao trabalho remunerado. (GUEDES, 2008, pág. 127). Tabela 06: Condição financeira CONDIÇÃO FINANCEIRA OPÇÕES HOMENS MULHERES Não trabalha e os 02 05 - 02 Trabalha e se sustenta 04 09 Trabalha e contribui com 06 16 18 12 gastos são financiados pela família Trabalha e recebe ajuda da família o sustento da família Trabalha e é o principal responsável pelo sustento da família Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Verificou-se que a maioria dos homens trabalha e é o principal responsável pelo sustento da família 18 dos 30 afirmaram essa condição, representando um universo de 62% desse total (parcial). No que se refere às mulheres das 44 que informaram a situação 12 trabalham e são as principais responsáveis pelo sustento da família, ou seja, um total de 27%. 20% trabalham e se sustentam 36% trabalham e contribuem com o sustento da família e 11% não trabalham e possuem seus gastos financiados pela família. 32 Cabe ressaltar, também, os números constatados no que se refere ao número de filhos que cada discente possui e o seu estado civil. No que diz respeito ao estado civil das mulheres, 43 delas informaram seu estado causando uma baixa de quatro respostas, e deles 29 de um total de 30 informaram. Foram sugeridas opções de respostas como: casad@, solteir@ e outros. Das mulheres, 19 informaram serem casadas, 16 solteiras, e 08 informaram “outros” para seu estado civil. Já dos homens, 15 responderam casados, 12 solteiros e 02 responderam “outros”. Com relação ao número de filh@s, as mulheres são a maioria a possuílos, 30 do total, afirmaram ter filh@s e, 18 dos homens afirmaram o mesmo. Logo, avalia-se que há casos de algumas serem mães, porém serem solteiras podendo estar inclusas no grupo de 27% que trabalham e são principais responsáveis pelo sustento da família. Tabela 07: como concilia dupla jornada família e pesquisa COMO CONCILIA A DUPLA JORNADA (FAMÍLIA E PESQUISA)? Opções Homens Mulheres 02 06 10 14 08 14 08 12 02 01 Dedica-se exclusivamente à pesquisa Divide ambas atividades com companheir@ Divide ambas com família e outros Assume todas as responsabilidades Outros Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. O exercício das atividades acadêmicas e pesquisas, na maioria das vezes, tanto no que se refere aos homens quanto às mulheres, é conciliado com outras atividades e responsabilidades como o trabalho e a família. Contribuindo para a existência de uma dupla jornada (família + pesquisa) e até 33 mesmo tripla (família + trabalho + pesquisa). A tabela acima mostra possíveis formas de conciliação, como dividir as atividades com a família, ou outros e como assumir as responsabilidades. Uma vez que as mulheres vêm cada vez mais participando dos espaços públicos, como as universidades, sem deixar de lado os cuidados com o lar e com a família. Do grupo em questão, das representantes do sexo feminino somente 06, ou 13% do total, dedicam-se exclusivamente à pesquisa, 30% dividem as atividades com companheiro, 30% dividem-nas com família e outros e 26% assumem todas as responsabilidades. Dos homens, 07% dedicam-se exclusivamente à pesquisa, 32% divide ambas atividades com companheira 27% divide ambas com família e outros, 27% assume todas as responsabilidades e 07% optou por outros como resposta. Tabela 08: Áreas de graduação dos discentes dos PPGs GRADUAÇÃO DOS DISCENTES DOS PPGs ÁREAS HOMENS MULHERES Vida e Saúde 02 07 Exatas e da Terra 15 07 Humanas e Sociais 12 31 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. A partir da aplicação do instrumento da pesquisa, aos alunos devidamente matriculados nos cursos de Pós-Graduação da UNIR, avaliamos e fizemos a separação por área de atuação da seguinte forma: Vida e Saúde (Enfermagem, Medicina, Educação Física, Biologia), Exatas e da Terra (Geografia Física, Química, Física, Informática, Matemática e as Engenharias) e em Humanas e Sociais (Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Ciências Jurídicas, Educação, Psicologia, Geografia Humana, História, Psicologia). Verificamos, também, uma conformidade com o que foi visto previamente ao tratar-se de haver uma predominância feminina em cursos que 34 compreendem as áreas Humanas e Sociais das 47 mulheres, 31 compõe essas áreas, no geral, das mulheres matriculadas nos PPGs 66% estão nas áreas das ciências Humanas e Sociais, considerando que entre os questionários recebidos duas deixaram de responder essa questão, e deles 41%, considerando, também, uma baixa na resposta dessa questão. Nas áreas das Ciências Exatas e da Terra das 45 que responderam a questão, 07, ou seja, 16% são graduadas nessas áreas, nas quais os homens predominam com 52%. Nas áreas da Vida e Saúde eles estão com uma representação de 7% e elas 16%. Tabela 09: Linhas de pesquisas LINHAS DE PESQUISAS DOS PPGs LINHA DE PESQUISA HOMENS MULHERES Controladoria das 06 07 Organizações Gestão do Agronegócio 07 e Sustentabilidade Políticas Públicas 05 06 Monitoramento 01 Ambiental Diagnóstico Ambiental e 01 Biodiversidade Gestão do Território 03 03 Populações Amazônicas 02 04 e Cidadania Meio Físico e 03 04 Desenvolvimento Sustentado Genética Molecular 01 02 Humana Etnolinguística 01 07 Entomologia médica 01 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero . No que se refere às linhas de pesquisas, se observa que há uma diferença entre as linhas seguidas por homens e mulheres. Nota-se que elas preferem estudos relacionados às áreas mais relacionadas ao campo das Ciências Humanas, como as de estudos sobre populações e sobre políticas públicas. 35 Tabela 10: Participação em Iniciação Científica PARTICIPOU DE PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA? OPÇÕES HOMENS MULHERES SIM 08 15 NÃO 21 29 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Quanto à participação em Programa de Iniciação Científica, tendo como referência os questionários devolvidos, dos quais dentre os homens 29 responderam a questão e destes, somente 08 participaram desse Programa. Das mulheres, dentre as 44 que responderam 15 participaram e 29 não. Tabela 11: Participação em grupos de pesquisa da UNIR PARTICIPA DE GRUPOS DE PESQUISA DA UNIR? OPÇÕES HOMENS MULHERES SIM 13 24 NÃO 15 21 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. A participação em grupos de pesquisa é notavelmente maior que a participação em iniciação científica. E a presença feminina corresponde um número maior que a masculina. O que mostra como as mulheres vêm procurando ocupar mais espaços no que se refere aos meios acadêmicos. Tabela 12: Financiamento em pesquisas com bolsa de estudos QUE TIPO DE BOLSA DE ESTUDOS RECEBE? CAPES CNPq OUTRAS NÃO RECEBE HOMENS 05 03 - 22 MULHERES 10 01 04 31 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. O resultado obtido a respeito do recebimento ou não de bolsas de estudos mostra que os homens recebem mais bolsas que as mulheres. Dados do CNPq (2007) mostram que em 2001 48% das bolsas no Brasil eram destinadas às mulheres, e neste mesmo ano, as bolsas destinadas aos homens atingiam a 36 um número de 52%. Já no ano de 2008 o número de bolsas distribuídas às mulheres chegou a 49% quanto aos homens o número diminuiu para 51%. Comprovando que o financiamento de pesquisas realizadas por mulheres vêm aumentando. Tabela 13: Tipo de Instituição no período da graduação EM QUE TIPO DE INSTITUIÇÃO CURSOU A GRADUAÇÃO? OPÇÕES HOMENS MULHERES PÚBLICA 25 32 PRIVADA 05 12 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Como pode-se observar (tabela:13), a maioria dos integrantes dos cursos dos PPGs, que contribuíram com a devolução dos questionários, que cursaram a Graduação em universidades públicas são do sexo masculino. No que se refere à graduação em universidades privadas, em sua maioria são mulheres. Considerando que das quarenta e sete mulheres, três cursaram metade em universidade particular, metade em universidade pública. Tabela 14: A existência ou não de dificuldades durante as atividades acadêmicas TEM OU TEVE DIFICULDADES NO EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES ACADÊMICAS? OPÇÕES HOMENS MULHERES SIM 08 17 NÃO 20 24 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Um número maior no grupo feminino afirma ter dificuldades no exercício das atividades acadêmicas do que no masculino. Mas tal fator segue de longa data desde o início do período de inserção das mulheres nas universidades. Outro fator a ser considerado é o da difícil conciliação com atividades como as do lar e da família. A existência de tabus implica que as mulheres optem a fazer graduação em cursos socialmente considerados femininos, ligados a área da educação e saúde, e às vezes quando optam por cursos diferentes àqueles tradicionalmente classificados como femininos, como a 37 Engenharia ou Matemática, por exemplo, se deparam com alguns preconceitos e outros tipos de entraves. Tabela 15: A existência ou não de dificuldades para publicar TEM DIFICULDADES PARA PUBLICAR? OPÇÕES HOMENS MULHERES SIM 16 29 NÃO 12 13 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Levando em consideração os questionários devolvidos, pode-se levantar a informação de as mulheres têm mais dificuldades para publicar do que os homens. Algumas delas especificaram suas respostas pela falta de tempo, por ter que conciliar com outras atividades. Tabela 16: tipos de publicações nos últimos 02 anos O QUE TEM PUBLICADO NOS ÚLTIMOS 02 ANOS? TIPO DE PUBLICAÇÃO HOMENS MULHERES ARTIGOS 17 24 CAPÍTULOS DE 02 05 LIVROS - - RESUMO EXPANDIDO 09 12 OUTROS 08 09 LIVROS Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. A pesquisa visa conhecer a produção do conhecimento da PósGraduação, então, perguntou-se o que esses discentes têm publicado nos últimos dois anos, fornecendo opções de respostas como tipos de publicações que envolveram: artigos, capítulo de livros, livros, resumo expandido e outros. Os discentes puderam assinalar mais de uma alternativa, a partir daí, observou-se que tanto mulheres quanto os homens tem um maior índice de publicação de artigos, seguido este, por publicações de resumo expandido e outros, a exemplo, apresentações em Congressos e Simpósios. 38 Tabela 17: Local de publicação dos últimos 02 anos ONDE TEM PUBLICADO NOS ÚLTIMOS 02 ANOS? REVISTAS HOMENS MULHERES 05 11 Circulação regional 05 08 Circulação local 02 08 Outras 14 15 ESPECIALIZADAS De circulação nacional e internacional Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Ainda sobre publicação, perguntamos onde os nossos colaboradores mais têm publicado nos últimos 02 anos, nesta, também lhes foi permitido assinalar mais de uma alternativa. Verificamos que as mulheres publicaram mais em revistas especializadas de circulação nacional e internacional, o que nos proporcionou uma apreciação deste resultado, uma vez que as mulheres afirmaram uma maior dificuldade para publicar. Tabela 18: Grau de satisfação quanto às atividades desenvolvidas CONSIDERA-SE SATISFEIT@ COM AS ATIVIDADES DO PROGRAMA QUE DESENVOLVE NA UNIVERSIDADE? OPÇÕES HOMENS MULHERES SIM 26 26 NÃO 04 15 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. Dentre os grupos que não se consideram satisfeitos com as atividades do Programa que desenvolvem na universidade, há um maior universo feminino do que masculino. Algumas não se consideram satisfeitas por falta de interação entre docentes e discentes nas atividades desenvolvidas pelo Programa e das condições do acervo da biblioteca, que não correspondem às necessidades do Programa. Outras justificam que poderia ser melhor sua atuação se dispusesse de mais tempo, fator esse, que pode ser justificável pela necessidade de conciliação com outras atividades, como os cuidados com a família, por exemplo, uma vez que maior parte dessas mulheres tem filh@s. 39 Tabela 19: Interesse em continuar com a Pós-Graduação TEM INTERESSE EM CONTINUAR COM A PÓS-GRADUAÇÃO: DOUTORADO OU PÓS-DOUTORADO? OPÇÕES HOMENS MULHERES SIM 27 40 NÃO 02 04 Fonte: Pesquisa: Pós-Graduação e Produção do Conhecimento: um debate de gênero. No que se refere ao interesse em continuar com a Pós-Graduação, a maior parte afirma interesse em prosseguir com as qualificações de Doutorado e Pós-Doutorado. De um total de 30 homens, 26 tem interesse em dar continuidade aos estudos, 04 não e 01 não informou a opção. Quanto às mulheres, maioria delas assegurou tal interesse, porém 04 não almejam continuar com os com os mesmos e 03 não assinalaram resposta alguma. Mesmo a tabela referente ao interesse em continuar com a PósGraduação (tabela 19) estando equilibrada nota-se que os homens predominam quando se trata de interesse por maior qualificação. Ainda que eles representem um menor contingente a ingressar nos Programas de PósGraduação, a partir da avaliação do instrumental da pesquisa adquirido podemos verificar que eles são a maioria no que se refere a demonstrar interesse em avançar para os estudos de Doutorado e Pós-Doutorado. 40 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados da pesquisa mostram que as mulheres são a maioria nos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, com exceção do Programa de Pós-Graduação em Administração que possui apenas 25% dos seus participantes do sexo feminino. Desse grupo total de alunos que compõe os Programas de PósGraduação da UNIR, tanto no campus de Porto Velho, quanto no campus de Guajará-Mirim, verificou-se que os homens são a maioria dos que se dedicam ao trabalho remunerado logo, os principais responsáveis pelo sustento da família. Porém, tanto eles quanto elas se dividem em uma dupla jornada (família + pesquisa) e até mesmo tripla (família + pesquisa + trabalho). Verificamos ainda que a maioria das mulheres venha chegando mais tarde na Pós-Graduação, acima de 30 anos, destas, a maioria não participou de iniciação científica, fator que vem a comprometer sua carreira como pesquisadora bem como sua participação em grupos de pesquisas. Quanto às entraves para o exercício das atividades acadêmicas nota-se que o número de mulheres que afirmam possuir dificuldades para o exercício das atividades acadêmicas é superior ao de homens, o que se justifica pela conciliação de atividades como o lar e a família. No que tange a produção científica, constatou-se que esta se realiza com certa equivalência quando se trata de produções científicas elaboradas por homens e mulheres. Contudo, essas últimas, representam um maior número em produções, publicam na maior parte em veículos de circulação nacional, artigos e resumo expandido, fato que reflete positivamente para a consolidação dos PPGs. Porém quando se trata da distribuição de bolsas de estudos apuramos que o número de homens que as recebe é superior ao de mulheres. Elas são minoria quanto à distribuição de bolsas, devido ao fato de geralmente trabalharem, pois muitas são responsáveis pela família, outro fator é a idade. 41 Quanto ao grau de satisfação, elas são maioria em não considerar-se satisfeitas com as atividades que desenvolvem no programa, justificando a insatisfação, na maioria das vezes, pela própria indisponibilidade, devido à falta de tempo. Os resultados da pesquisa mostram que caracteres de gênero diferenciam os discentes dos PPGs da UNIR. As mulheres representam um maior número de integrantes dos Programas de Pós-Graduação. Constatamos que tanto eles quanto elas se dividem em uma dupla jornada (família + pesquisa) e, até mesmo tripla (família + pesquisa + trabalho). Porém, mesmo afirmando grande parte delas um menor grau de satisfação com as atividades desenvolvidas, são maioria a realizar produções científicas. 42 9. RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS. Sujere-se uma seleção dos discentes da Pós-Graduação, pelo fato de acreditarmos que com um número menor de discentes não haja tantas baixas no que se refere ao recebimento de instrumentos da pesquisa. É cabível sugerirmos, também, a adoção de métodos para levantamento de dados mais específicos de cada colaborador, como, por exemplo, entrevistas. E, a partir destas, nos sendo possível adquirir um maior conhecimento a respeito das condições desses acadêmicos na PósGraduação quanto ao gênero. 43 10. CRONOGRAMA DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS Agosto 2008 a Julho 2009 Atividade Seminários no GEPGÊNERO Leituras Elaboração dos Instrumentos da Pesquisa Aplicação dos instrumentos da Pesquisa Tabulação dos dados da pesquisa e elaboração do Relatório Parcial da Pesquisa Apresentação da Pesquisa no Seminário Parcial Retorno a campo Elaboração dos Produtos finais da Pesquisa Apresentação no Seminário Final do PIBIC. Apresentação em outros eventos de Pesquisa 2008 2009 Ag. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. x x x x x x x x x Mai. Jun. Jul. x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 44 11. REFERÊNCIAS ABRAMOVAY, Miriam; CASTRO, Mary Garcia. Engendrando um novo Feminismo: mulheres líderes de base. Brasília: UNESCO, 1998. ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de. Masculino/Feminino: tensão insolúvel: sociedade brasileira e organização da subjetividade. Rio de Janeiro: Rocco, 1996. BANDEIRA, Lourdes. A Contribuição da Crítica Feminista à Ciência. In Estudos Feministas, Florianópolis, 16(1): 207-230, janeiro-abril/2008. BITENCOURT, Silvana Maria. Gênero e Ciência: relevância e contemplação da temática no cenário brasileiro. In VIII Seminário Internacional Fazendo Gênero: corpo, violência e poder. Florianópolis: Mulher. 2008. CABRAL, Carla Giovana. Pelas telas, pela janela: o conhecimento dialogicamente situado. Santa Catarina: Cadernos Pagu, 2006. COSTA, Maria Conceição. Ainda somos poucas: exclusão e invisibilidade na ciência. Resenha do livro Ciência, Tecnologia e Gênero. 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Mulher e Homem: o mito da desigualdade. São Paulo: Moderna, 1988. YANNOULAS, Silvia Cristina; VALLEJOS, Adriana Lucila; LENARDUZZI, Zulma Viviana. Feminismo e Academia. V. 81, n 199, p. 425 – 451, Brasília: R. Brás. Est. Pedag., set/dez 2000. VERONESE, Silvia Mara. Novas rotas, novos voos: a mulher ocupando o espaço na educação e no trabalho. In VIII Seminário Internacional Fazendo Gênero: corpo, violência e poder. Florianópolis: Mulher. 2008. Sites visitados: Estudo Especial Sobre a Mulher – PME. Comunicação Social 07 de Março de 2008. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php? id_noticia=1099. Acesso em: 26/01/2009 www.unir.br www.cnpq.br www.scielo.br 46 12. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE AGOSTO DE 2008 A Julho DE 2009: OFICINA COM O TEMA: SAÚDE E PREVENÇÃO NAS ESCOLAS. 19 de Agosto de 2008. Porto Velho, Rondon Palace Hotel. I FÓRUM LOCAL DE ESTUDANTES DE ORIGEM POPULAR – FLEOP. 29 a 30 de Setembro. Porto Velho, Auditório Paulo Freire, UNIR. SEMANA DE PEDAGOGIA 2008: AS MÚLTIPLAS FACES CONTEMPORÂNEAS DA PEDAGOGIA. 27 a 31 de Outubro. Porto Velho, Auditório Paulo Freire, UNIR. SEMANA DE GEOGRAFIA E III ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO. 17 a 22 de Novembro. Porto Velho, Auditório Paulo Freire, UNIR. SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE SUSTENTABILIDADE. 24 de Novembro. Porto Velho, auditório da Faculdade São Lucas. I ENCONTRO DE HUMANIDADES SOBRE A MATRIZ CURRICULAR. 24 e 25 de Novembro. Porto Velho, Auditório Paulo Freire, UNIR. SEMINÁRIO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: SOCIEDADE, DIÁLOGO, DIVERSIDADE E CIDADANIA. 26 a 27 de Novembro. Porto Velho, Auditório Paulo Freire, UNIR. HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DE CLAUDE LÉVI-STRAUSS. 27 de Novembro. Porto Velho, auditório da UNIR-CENTRO. Palestra "O Pensamento Revolucionário de Milton Santos: Por uma Geografia Renovada". Proferida pela Profª. Drª. Maria Adélia 47 Aparecida de Souza (USP). Dia 29 de junho de 2009. Porto Velho: Auditório da UNIR-CENTRO. 12.1. ATIVIDADES NO GEPGÊNERO DELIMITAÇÃO DE TEXTOS A SEREM ESTUDADOS E SEMINÁRIO COM O TEMA: AS RELAÇÕES DE GÊNERO NOS LIVROS DIDÁTICOS. 24 de Junho. ESTUDO DO TEXTO: UM ENSAIO SOBRE AS POTENCIALIDADES DO USO DO CONCEITO DE GÊNERO NA ANÁLISE GEOGRÁFICA. 03 de Julho. APRESENTAÇÃO DE SEMINÁRIO COM O TEMA: A ATUAÇÃO DA MULHER NAS QUESTÕES DE MEIO AMBIENTE DIANTE DOS PARADIGMAS TECNOLÓGICOS NA AMAZÔNIA. ESTUDO DO TEXTO: FALANDO EM GÊNERO APRESENTAÇÃO DE SEMINÁRIO COM O TEMA: FEMINISMO E ACADEMIA. 17 de Julho. SEMINÁRIO COM O TEMA: HISTÓRIA DAS MULHERES E RELAÇÕES DE GÊNERO: ALGUMAS REFLEXÕES. 02 de Outubro. 12.2. REUNIÃO GERAL DA COMUNIDADE PIBIC: DIREITOS E DEVERES DOS ORIENTADORES E ORIENTANDOS. 20 de Agosto, Porto Velho, Auditório Paulo Freire. ORIENTAÇÕES SOBRE O RELATÓRIO PARCIAL E SEMINÁRIO PARCIAL. 17 de Novembro, Porto Velho Auditório Paulo Freire. 48 12.3. PARTICIPAÇÃO EM DEFESA DE MONOGRAFIA: Defesa de Monografia de Bacharelado em Geografia de Santa Paula Cunha: Título da Monografia: “Construindo Relações de Gênero no sexto ano do curso de Geografia. Data: 16 de Setembro de 2008 Membros da Banca: - Prof. Drª Maria das Graças Silva Nascimento Silva (orientadora); - Ms. Elaine Filgueiras Gonçalves Fechine (examinadora); - Prof. Ms. José Maria Botelho Leite (examinador). Defesa de Dissertação de Mestrado em Geografia de Marlene Rodrigues: Título da Dissertação: Nestas Paragens do Poente: Cerejeiras, um Espaço em Construção. Data: 06 de Outubro de 2008 Membros da Banca: - Prof. Dr. Sérgio Luiz de Medeiros Ribeiro (orientador); - Prof. Dr. Josué da Costa Silva (examinador); - Prof. Dr. Flávio Batista Simão (examinador). Defesa de Dissertação de Mestrado em Geografia de Cláudia Pinheiro Nascimento: Título da Dissertação: "Cenários da Produção do Espaço Urbano de Porto Velho" Data: 29 de junho de 2009 Membros da Banca: - Prof. Dr. Carlos Santos (Orientador) - Profª. Drª. Maria Adélia de Souza (examinadora) - Prof. Dr. Nilson Santos (examinador).