A IMPORTÂNCIA DO SUPORTE FAMILIAR OFERECIDO AO IDOSO EM TRATAMENTO DE DIÁLISE PERITONEAL: A REALIDADE DO CENTRO DE TRATAMENTO DE DOENÇAS RENAIS DE JUIZ DE FORA/MG Luciana Gonçalves Pereira de Paula 1 Nayara Pires de Melo 2 Thamiris Pereira Marco de Rezende 3 RESUMO A população idosa mundial vem passando por uma constante ascensão, considerando o Brasil, este ocupará em um curto espaço de tempo a sexta posição na escala global, com o aumento do número de pessoas idosas em seu território. Por se tratar de um país periférico, cujo capitalismo se deu tardiamente, se faz necessário evidenciar os rebatimentos dessa lógica que incidem sobre o contexto da pessoa idosa. Para a compreensão do envelhecimento na sociedade contemporânea, admite-se que a velhice se configura através de vivências pessoais, competências básicas e adquiridas e, além disso, por fatores cronológicos, psicológicos, sociais, políticos, culturais e econômicos que estão submetidos. Adentrando à doença renal crônica, constata-se que sendo o indivíduo diabético, hipertenso e com idade avançada, passa a integrar o grupo de risco na perda progressiva e irreversível da função dos rins. Com a maior debilidade que passa a acometer o idoso, percebe-se a necessidade de um cuidador para o suporte social, que em geral é oferecido por um familiar do sexo feminino. Para compreender o cuidado oferecido ao idoso doente renal crônico, foram aplicados dois questionários aos pacientes desta faixa etária do Centro de Tratamento de Doenças Renais. Pelos resultados obtidos, pode-se ressaltar que proporcional ao tamanho da rede de suporte social, é o seu grau de satisfação e que portanto, a presença de um cuidador interfere na qualidade de vida. Palavras-chave: Idoso. Diálise. Renal. Família. Cuidador. 1 Professora Adjunta na Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, Doutora em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2 Assistente Social. Graduada no curso de Serviço Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora. 3 Graduanda no curso de Serviço Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora. 1 INTRODUÇÃO O idoso 4 vem alcançando, gradativamente, um papel de destaque em nossa sociedade, fato confirmado através de indicadores demográficos apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que alertam sobre a mudança ocorrida na estrutura etária de nosso país. Observa-se um significativo crescimento da população idosa (considerada com 65 anos ou mais), pois em 1991 o total era de 4,8%; avançando no ano 2000 para a 5,9%; já em 2011, o número de idosos saltou para o equivalente a 10,8% da população e, conforme as atuais projeções indicam, pode-se esperar para 2020 a taxa de 14%, o que representa a quantia de 30,9 milhões de idosos no Brasil. Este envelhecimento populacional acelerado implica novas necessidades e demandas sociais que requerem respostas pertinentes por parte da família, da sociedade e do Estado. Segundo estatísticas do IBGE (2013), os dados evidenciam que, na proporção em que a pessoa envelhece, maiores são as chances de contrair doenças crônicas e, concomitante a esse processo de adoecimento, emerge o desafio do cuidado desse idoso. De acordo com Veras (2003), as mudanças nos estilos de vida seguidos de alterações dos hábitos alimentares, o aumento do estresse e sedentarismo na população, vinculados a maior expectativa de vida, aumentam a incidência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) 5. Segundo Schmidt (2011, p. 61), “em 2007, cerca de 72% das mortes no Brasil foram atribuídas às DCNT, 10% às doenças infecciosas e parasitárias e 5% aos distúrbios de saúde materno-infantis”. Dentre as DCNT que crescem em proporcionalidade ao alto número de idosos no país, se constituindo hoje como um problema de saúde pública, destaca-se a Doença Renal Crônica (DRC) 6. Sua incidência e prevalência têm aumentado de forma geral em toda a população mundial. Esse aumento tem ocorrido, principalmente, devido ao próprio processo de 4 Para a definição do que venha ser “idoso”, admite-se uma série de amplos critérios existentes. A Política Nacional do Idoso, o Estatuto do Idoso e a Organização Mundial da Saúde se fundamentam no critério mais comum que é o de limite etário. Adotam como população idosa aquela que se encontra com 60 anos de idade ou mais, característica válida para os países em desenvolvimento. Já nos países desenvolvidos, passam a ser consideradas idosas, pessoas com 65 anos de idade ou mais. No entanto, Camarano (2004) acredita que ao definir “idoso”, não se deve considerar apenas os indivíduos em um aspecto específico do ciclo de vida orgânico, deve-se ponderar também elementos fundamentais do curso da vida social, visto que essa categorização posiciona os indivíduos em lugares distintos dentro do trabalho, da família, em relação à educação, ao sexo etc. 5 Segundo dados do IBGE (2013) as DCNT constituem o problema de saúde de maior relevância no Brasil, gerando incapacidade e alto grau de limitação das pessoas doentes em suas atividades de trabalho e lazer, correspondendo também à grande parte das mortes no país. 6 Segundo Junior (2004), a doença renal crônica consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins. Em sua fase mais avançada, os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente. 2 envelhecimento da população e ao aumento do número de portadores de diabetes mellitus e hipertensão arterial, principais causas da doença renal crônica (DRC), no Brasil. A maioria dos portadores da DRC descobrem a doença em fase avançada, fazendo-se necessária a Terapia Renal de Substituição (TRS) 7. A insuficiência renal crônica terminal (IRCT), por exemplo, consiste em uma doença de caráter progressivo e debilitante, que causa incapacidades e apresenta alta mortalidade. Nesse momento, em que o tratamento dialítico se faz necessário, as pessoas acometidas pela DRC se deparam com uma série de dificuldades, como: restrições de hábitos alimentares, limitação ou incapacidade de exercer atividade física, interferindo no lazer e principalmente nas suas atividades profissionais e sociais, afetando diretamente sua qualidade de vida (MARTINEZ et al., 2011). Muitos usuários, em tratamento de hemodiálise, relatam alterações na qualidade de vida como: angustia, pânico, depressão, insegurança, perda de funções do dia a dia, diminuição de rendimento no trabalho, entre outros. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida implica na percepção do próprio indivíduo acerca de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e no sistema de valores em que vive e em relação a suas expectativas, seus padrões e suas preocupações. No caso dos idosos, portadores de insuficiência renal crônica (IRC), ao longo do tratamento, não é só a sua qualidade de vida é afetada, mas o cotidiano e a rotina de todos os familiares, pois estes precisam alterar vários hábitos, de acordo com as necessidades do portador da DRC (MARTINEZ et al., 2011). Nesse cenário, o apoio e o suporte oferecidos pela família apresentam-se como fatores determinantes para a melhor aceitação da doença e a manutenção do tratamento. Além dos vínculos familiares fortalecidos, a adesão do usuário é de suma importância, para que o tratamento seja avaliado como um mal necessário que, apesar de ocasionar algumas limitações, oferece maior qualidade de vida (MARTINEZ et al., 2011). Desse modo, torna-se imprescindível que os profissionais da área da saúde, especialmente o assistente social, realize intervenções que estimulem e incentivem a estruturação de um suporte familiar a ser ofertado ao idoso portador de DRC. Para isso, faz-se necessária a busca de conhecimento sobre o suporte familiar oferecido ao usuário idoso acometido pela doença renal crônica, bem como a elaboração de estratégias profissionais que possam contribuir para a construção ou o fortalecimento dos vínculos familiares. 7 Como opções de tratamento têm-se o transplante renal e os processos dialíticos, sendo eles a hemodiálise e a diálise peritoneal, podendo esta ser diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC) e a diálise peritoneal automática (DPA), com objetivo de manter a homeostase do organismo a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao doente renal crônico (REIS et al., 2008). 3 No entanto, constatamos através da realização de uma revisão bibliográfica, a escassez de produção teórica sobre essa temática, elaborado na perspectiva do Serviço Social, profissão que trabalha diretamente com esses usuários na garantia de seus direitos e no fortalecimento dos laços afetivos, ressaltando a importância do suporte familiar neste momento de maior vulnerabilidade dos idosos com DRC. Nesse sentido, o crescimento do número de idosos em nosso país; o aumento das doenças crônicas não transmissíveis, em destaque a DRC, nessa parcela da população; as potencialidades do Serviço Social no processo de fortalecimento dos vínculos familiares; assim como a carência de produções teóricas sobre esse tema, no campo do Serviço Social; estimularam as reflexões apresentadas no presente trabalho 8, buscando analisar, especialmente, a importância do suporte familiar oferecido ao idoso, nesse contexto. APARATO CRÍTICO Para compreendermos o processo de envelhecimento, na sociedade atual, devemos analisar fatores distintos como cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Schneider e Irigaray (2008), afirmam que a representação da velhice se individualiza mediante a interação das vivências pessoais e das condições históricas, políticas, econômicas, geográficas e culturais em que a pessoa idosa está inserida. Desse modo, este processo progressivo e irreversível, se expressa de forma variável entre os indivíduos (FECHINE; TROMPIERI, 2012, p. 108). Goldman (2009) aponta que o processo de envelhecimento é um fenômeno que deve ser analisado por várias disciplinas e diversos ângulos. Deve ser compreendido em seu determinado tempo, em suas relações de gênero, etnia, classe social, entre outras variáveis, e não apenas em seus aspectos demográficos. É necessário considerar as diferenças de acordo com o tempo, a cultura, o espaço, as condições socioeconômicas e sanitárias individuais e/ou coletivas. As sociedades antigas mantinham enorme devoção às pessoas mais velhas, pois em decorrência de experiências vividas, aos idosos eram atribuídos poderes de decisão, liderança 8 As reflexões aqui apresentadas são uma compilação do trabalho de conclusão de curso intitulado: A importância do suporte familiar oferecido ao idoso em tratamento de diálise peritoneal: uma análise da realidade do Centro de Tratamento de Doenças Renais, apresentado e aprovado pela Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, em fevereiro de 2016. 4 e aconselhamento 9. Contudo, a partir da Revolução Industrial, no século XVIII, com a instauração do modo de produção capitalista e a inserção do homem no mercado de trabalho assalariado, de acordo com Cunha (2008), essa estima pela população idosa vem se alterando (OLIVEIRA et al., 2011). Conforme Marx (apud OLIVEIRA et al., 2011, p. 2), é fundamentado no trabalho que o homem se torna sujeito social, colaborando para a edificação da sociedade e de si mesmo. Entretanto, na lógica capitalista, o trabalho assalariado admite a definição da posição que o indivíduo assume na organização social, política e cultural, sendo vendedor de sua força de trabalho ou detentor dos meios de produção, e as relações construídas por meios delas são os alicerces da dominação de classes (CUNHA, 2008). Sendo assim, O modelo de sociedade capitalista ancorado em bases extremamente perversas voltado para o mercado e o lucro, coisifica e mercantiliza tanto as relações efetivamente econômicas, quanto as de cunho afetivo, emocional e social. O capitalismo periférico ocidental, prima pelo individualismo, pela indiferença, pela competição entre os seres humanos, que destituídos da sua condição de SER, (humano, gente, pessoa, indivíduo), são inseridos no conjunto da sociedade enquanto força de trabalho a serviço do capital (SANTOS; VASCONCELOS, 2009, p. 2). Por conseguinte, segundo Santos e Vasconcelos (2009), devido ao fato de não ser mais um trabalhador ativo; por ter alcançado a idade tida como improdutiva, onde fisiologicamente se torna inadaptável; por não estar mais participando da geração de mais-valia, perdendo seu valor no sistema capitalista; e nem poder completar o denominado exército industrial de reserva; o idoso passa a desintegrar a perspectiva do trabalho e da produção. Observa-se que, quando o trabalhador alcança a qualidade de velho, ele é descartado pelo capital, desencadeando, assim, um sentimento de desapropriação da própria vida e ampliação de suas necessidades, as quais o trabalhador envelhecido não encontra possibilidades de atender (SANTOS; VASCONCELOS, 2009). O tratamento da velhice como um “problema social”, exclusivamente por conta do declínio biológico e do aumento demográfico dos idosos, esquecendo-se da forma como esse sistema expropria e explora a sua força de trabalho, muitas vezes, contribui para os processos de adoecimento dessa população. 9 No momento atual, semelhante cultura ainda é notada entre os povos orientais, que possuem por tradição o respeito a seus idosos (OLIVEIRA et al., 2011). 5 Pensando na saúde dos idosos, a maioria deles necessita dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pois apenas uma minoria possui condições financeiras para arcar com o alto custo dos planos de saúde, que aumentam o seu valor proporcionalmente com a idade. Entretanto, são estes idosos com menor poder aquisitivo, detentores de pequenas aposentadorias e pensões, afastados do processo de produção, muitas vezes, fazendo uso contínuo de medicamentos, devido a doenças crônicas, que mantêm a sobrevivência de suas famílias e movimentam a economia do local onde moram (LOBATO apud DUARTE et al. 2014). Muitos desses idosos fazem parte do grupo de risco da DRC, por apresentarem diminuição fisiológica da Filtração Glomerular, assim como as lesões renais que, comumente, ocorrem com o avanço da idade. A sociedade brasileira, de modo geral, supõe que cuidar de uma pessoa adoecida, particularmente no nosso caso do idoso, seja responsabilidade da família. Esse entendimento é fruto de uma reprodução sócio-cultural, reforçada pela Constituição de 1988, pela Política Nacional do Idoso – Lei Federal nº 8.842/1994 e pelo Estatuto do Idoso – Lei Federal nº 10.741/2003, que estabelece: é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2003). Apesar de o Estatuto ser um grande avanço em nosso país, segundo Martinez et al. (2009), o idoso ainda não tem uma política de proteção social fortemente estabelecida, assim como, é possível observar a falta de uma efetiva rede de serviços públicos implementada para atender, aos idosos, em seus direitos e necessidades sociais. No caso dos idosos acometidos pela DRC, no que tange ao suporte domiciliar, por exemplo, essa responsabilidade vem sendo repassada para a família que pode delegar a função para uma terceira pessoa: “o cuidador”, sendo necessário, desse modo, onerar exponencialmente sua renda na contratação de serviços de cuidados. Por questões financeiras, muitas vezes isso não é possível, fazendo com que o próprio familiar assuma o cuidado para a garantia do bem estar necessário ao idoso. Uma pesquisa realizada em São Paulo mostrou que em 98% dos casos pesquisados, o cuidador era algum familiar, predominantemente do sexo feminino (92,9%). A maior parte eram as esposas (44,1%), e em seguida as filhas (31,3%). Nesta pesquisa, o cuidador familiar mostrou-se como o ator social principal nessa dinâmica dos cuidados pessoais que são 6 necessários às atividades de vida diária dos portadores de doenças que lhes tiraram a sua autonomia (KARSCH, 2003, p.106). Desta forma, os cuidados dispensados aos idosos são desenvolvidos dentro de suas residências, ignorados pelas autoridades e pelas organizações que poderiam se responsabilizar por uma rede de suporte e atendimento para amparar o cuidador (KARSCH, 2003). Buscando tecer uma análise crítica sobre as questões que foram brevemente abordadas, realizamos uma pesquisa, de caráter quantitativo e qualitativo, que buscou refletir sobre a importância da família no cuidado ao idoso em tratamento dialítico. O método utilizado na pesquisa, os procedimentos metodológicos, os dados coletados e a análise realizada serão apresentados a seguir. METODOLOGIA E ANÁLISE A pesquisa aqui apresentada orientou-se pelo método materialista-histórico-dialético que teve suas bases definidas por Karl Marx e Friedrich Engels, enfatizando a dimensão histórica dos processos sociais. Determina que a esfera da produção material e social, assim como o intercâmbio de seus produtos, configuram a base dessa ordem social. Dessa forma, o modo de produção da vida material é o que determina o processo social, político, cultural e espiritual das sociedades. Em primeira instância, como parte da pesquisa exploratória foi realizada uma revisão bibliográfica, a partir do levantamento de livros, monografias, teses, dissertações e artigos que debatem o suporte familiar oferecido ao idoso em tratamento dialítico. Em paralelo com esse “estado da arte”, foram realizados estudos sobre os seguintes temas: o idoso; o processo de envelhecimento; os rebatimentos do capitalismo no processo de envelhecimento; as legislações direcionadas para os idosos; as doenças crônicas e especificamente a doença renal crônica; e a importância do suporte familiar. Em seguida, realizou-se uma pesquisa empírica de caráter, tanto qualitativo – que se caracteriza pela qualificação dos dados coletados durante a análise do problema –, como quantitativo – propondo quantificar estatisticamente as informações colhidas –, por assim entender que ela nos permite compreender com maior propriedade toda complexidade existente nas inter-relações humanas. O estudo teve como objetivo geral analisar a importância do suporte familiar oferecido ao idoso em tratamento de diálise peritoneal, tendo como cenário o Centro de Tratamento de 7 Doenças Renais (CTDR) de Juiz de Fora/MG 10. Portanto, a pesquisa foi realizada no município de Juiz de Fora, com usuários do CTDR, com idade igual ou superior a 60 anos, que exerceram a modalidade de tratamento de diálise peritoneal nos meses de dezembro de 2015 e janeiro de 2016. No total foram realizadas seis abordagens 11. No CTDR realizam-se as duas modalidades de tratamentos dialíticos: hemodiálise e diálise peritoneal, além da triagem para o transplante renal. Nosso estudo teve como foco a modalidade de diálise peritoneal 12 devido à relevância da quantidade de idosos nesse tratamento e a necessidade de suporte domiciliar durante o procedimento. Dentre um total de trinta e um pacientes nestas condições específicas, em julho de 2015, dezessete desses eram idosos, o que corresponde a um percentual de 54,83 % 13. Nas entrevistas realizadas junto aos idosos foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados: um questionário sócio-demográfico que buscou reconhecer indicadores sociais, tais como idade, sexo, estado civil, raça, escolaridade, situação previdenciária, renda familiar, entre outros; um questionário de suporte social (SSQ) – já validado e utilizado em outras pesquisas 14 –, procurando identificar a quantidade, a qualidade e a fonte do suporte oferecido ao idoso. As análises apresentadas a seguir objetivam elencar as principais questões que se apresentaram durante as abordagens realizadas na pesquisa, nos oferecendo um recorte do panorama da realidade vivenciada pelos idosos atendidos no CTDR, e correlacioná-las com os objetivos do presente trabalho. Nossa intenção não consiste em reafirmar ou refutar as 10 O CTDR é instituição de caráter centralizado, com fins lucrativos, de direito privado, por quotas de responsabilidade limitada. A Diretoria Geral é composta pelos seus sócios. Apesar da clínica ser de caráter privado, possui convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), o que possibilita um atendimento mais amplo das demandas, visto que a maioria dos pacientes é da esfera pública. 11 Foram selecionados os pacientes que estavam nessa modalidade de tratamento há pelo menos três meses, visto que para a percepção do suporte familiar é necessário um período para a própria adaptação do paciente e de seus familiares a essa nova modalidade de tratamento, nos restringindo a entrevistar apenas os pacientes que iniciaram até o mês de outubro de 2015. Outro fator limitante para a pesquisa foi avaliar a capacidade do paciente em responder as perguntas, visto que alguns pacientes, prioritariamente de idade mais avançada, possuem dificuldade de compreensão, sendo os acompanhantes que relatam o seu quadro de saúde durante a consulta. Pelo fato do questionário ser aplicado apenas aos idosos em tratamento e sem a presença do familiar, para não influenciar na resposta, os pacientes com incapacidade cognitiva não foram abordados na pesquisa. 12 Caracteriza-se por ser uma terapia realizada no domicílio do paciente e deve ser utilizada em pacientes com dificuldades de acesso aos centros de diálise (FERNANDES, et al., 2010). Geralmente o paciente vai até o hospital ou clínica uma vez por mês para coletar exames e fazer o controle do tratamento. Para a realização desse método o paciente passa por um período de treinamento e um familiar do paciente também recebe treinamento para ajudar o mesmo quando for necessário (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA). 13 Durante a realização da pesquisa, esse percentual alterou-se devido à saída de um paciente idoso da peritoneal para a hemodiálise e o falecimento de um paciente também idoso, configurando um universo de quinze usuários. 14 Para a utilização do questionário de suporte social, foi realizado contato com a equipe que o validou. Após o contato, a autora responsável pela validação nos disponibilizou o material, por meio eletrônico, no início do mês de julho de 2015. 8 tendências apontadas nas pesquisas realizadas em âmbito nacional e/ou regional, mas dialogar com seus autores, buscando identificar as especificidades locais do cenário observado. Em relação à faixa etária, entre os seis idosos abordados: três possuem idade entre 80 e 89 anos, dois estão na faixa dos 60 a 69 anos, enquanto um usuário apresenta de 70 a 79 anos. Segundo Kusumota et al. (2009), é possível observar um crescente número de idosos com DRC. Na literatura, não há um consenso sobre qual terapia renal de substituição é mais indicada para o idoso, porém, é importante observar alguns aspectos no momento da escolha, tais como as condições clínicas, psicossociais e a disponibilidade da participação familiar e/ou do cuidador, na escolha da modalidade. Quanto ao sexo dos respondentes, três eram do sexo feminino e três do sexo masculino. Configurando 50% de cada sexo. Em relação à escolaridade, cinco usuários cursaram até o Ensino Fundamental Incompleto, um total de 83%; enquanto um usuário cursou o Ensino Médio Incompleto, configurando 17%. Martin et al. (2010) observou que o baixo nível educacional associa-se a grande mortalidade e morbidade. Doenças como hipertensão, diabetes, obesidade e insuficiência renal são mais comuns em pessoas de baixa escolaridade. Em específico na DRC, renais crônicos com baixa escolaridade têm sua expectativa de vida reduzida ainda mais, quando comparados a renais crônicos com maior nível de escolaridade (MARTIN et al., 2010). O estado civil dos idosos caracterizou-se em: três casados, um em união estável, um solteiro e um viúvo. Sendo a maioria, 50% casados. Ao considerar casados mais união estável, encontra-se o percentual de 67%. Segundo Freitas, Bassolli e Vanelli (2013, p. 49), “a maior prevalência de indivíduos casados pode ser decorrente do avanço da idade e também da procura de maior apoio social, o que de alguma forma traz maior chance de adesão desses usuários à diálise”. No que se refere à renda familiar: 50% dos respondentes possuem uma renda superior a três salários mínimos; 33% apresentam uma renda de 2 a 3 salários e 17% recebem de 1 a 2 salários mínimos. Sendo a diálise peritoneal uma modalidade realizada em casa, junto de um familiar, são necessárias algumas condições de moradia, tais como higiene e espaço disponível. Esses elementos são de extrema importância para um bom resultado no tratamento (PAULA et al., 2008). Essas indicações, muitas vezes, acabam se correlacionando com a renda, por conta da necessidade de adequação de um cômodo da casa para realização do procedimento. Sobre a composição familiar, 100% dos respondentes moram com um acompanhante. Dentre eles, apenas um idoso reside com um acompanhante do sexo masculino. Todos os 9 outros acompanhantes são do sexo feminino, sendo estes os cuidadores principais relacionados ao manejo da máquina de diálise. Nesse sentido, nossa pesquisa também identifica que a responsabilidade do cuidado com os idosos vem recaindo sobre as mulheres, acompanhando o que tem sido identificado no cenário nacional. Ao serem questionados se costumam ir sozinhos às avaliações clínicas, um respondente revelou ir desacompanhado. Todos os demais vão à consulta com, ao menos, um acompanhante. Observou-se que todos os acompanhantes são do sexo feminino, com grau de parentesco próximo, como sobrinha, filha, esposa e neta. Analisando o questionário de suporte social (SSQ) que aborda a rede de apoio oferecida ao idoso, pode-se observar, com base nos dados da amostra dos seis respondentes, que os mesmos citam em média uma rede constituída de uma a duas pessoas (sendo que o total permitido pelo instrumento são nove). Na alternativa “ninguém”, a freqüência é baixa, aparecendo, uma vez a cada 27 itens do questionário. Quando interrogados sobre a fonte de suporte, os idosos informaram o tipo de relacionamento que mantém com a(s) pessoa(s) citada(s). Dessa forma, é possível analisar essa informação e a freqüência em que elas são mencionadas ao longo das questões que compõem o instrumento. Observou-se que as filhas são as mais citadas, correspondendo a 40% do total; seguidos por filhos do sexo masculino, com 16,06%; sobrinhas, com 12,45%; a esposa posteriormente com 11,80%; os vizinhos, com 7,54%; as netas, com 7,21%; com 2,62% vem as irmãs; os esposos, com 0,98% e o sobrinho, genro, nora e ajudante, cada um respectivamente com 1%. Foi apontado que 74,54% do suporte social recebido pelos respondentes é do sexo feminino, enquanto apenas 25,46% é oferecido pelo sexo masculino. Em nossa pesquisa, além das filhas e esposas, foram mencionadas sobrinhas e netas, demonstrando a influência do grau de parentesco na indicação do cuidador e a relevância do sexo feminino nessa tarefa. Em relação ao grau de satisfação dos idosos com a sua rede de suporte social, comparando as análises dos resultados obtidos pelas respostas das vinte e sete questões do SSQ, correspondentes a escala de muito satisfeito; um pouco satisfeito; um pouco insatisfeito; razoavelmente insatisfeito e muito insatisfeito, constata-se que dois idosos se consideram muito satisfeitos; em seguida, dois outros idosos se colocam como razoavelmente satisfeitos; e os outros dois idosos remanescentes, se enquadram como pouco satisfeitos com o suporte social a eles oferecido. 10 CONCLUSÕES As características da rede social, coletadas através da amostra, revelam que o suporte oferecido ao idoso é, em média, constituído por uma ou duas pessoas. As fontes de suporte social dos mesmos se configuram, em sua maioria, de mulheres. Já o grau de parentesco destaca respectivamente as filhas, sobrinhas, esposas, netas e irmãs. É possível elucidar a reduzida participação dos homens no processo de cuidado, e quando há, são originados dos filhos em situações práticas do cotidiano residencial. Não se verificou o acompanhamento do cuidador do sexo masculino nas consultas mensais realizadas no Centro de Diálise. Correlacionando o tamanho da rede com o grau de satisfação, observa-se que os usuário(a)s com maior tamanho da rede de suporte social conferem também um grau satisfatório maior, em contrapartida, os que possuem menor tamanho de rede, apresentam-se com níveis menos satisfatórios de apoio. Foi possível identificar que quanto maior o tamanho da rede de apoio, maior é o grau de satisfação do idoso perante o suporte ofertado por seus familiares/cuidadores. Nesse aspecto, isso confirma a hipótese das autoras sobre a relevância do suporte social para o idoso em tratamento dialítico, acarretando maior adesão ao tratamento e consequentemente na melhora de sua qualidade de vida. Ao se pensar a qualidade de vida do doente renal crônico, além da importância do suporte familiar, nota-se a necessidade de um trabalho em conjunto dos familiares/cuidadores com a equipe multidisciplinar do centro de tratamento, visando à totalidade do usuário(a), uma vez que os aspectos emocionais, físicos e sociais são de extrema relevância para um intervenção de qualidade, implicando em um maior comprometimento do idoso em seu tratamento. Na perspectiva do Serviço Social, de acordo com os “Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde” (CFESS, 2010, p. 28), na área da saúde, o objetivo da profissão deve ser perpassado pelo entendimento dos determinantes sociais, econômicos e culturais que influenciam no processo saúde-doença do indivíduo, bem como intencionar estratégias político-institucionais para o enfrentamento dessas questões. O assistente social, no seu exercício profissional, se vê no dever de ponderar as dimensões subjetivas vividas pelo usuário, sem, no entanto focalizar a defesa de uma hipotética particularidade entre o trabalho realizado pelos assistentes sociais nas distintas especialidades da medicina. Como demandas referentes à realidade vivida pelos usuários neste campo, se enfatizam a falta de moradia, o desemprego e subemprego, a violência nas suas diferentes especificidades, acidentes de trabalho e abandono do usuário. As ações previstas pelos 11 profissionais do Serviço Social exigem a superação do cunho emergencial e burocrático, a reflexão das condições sócio-históricas que são impostas aos usuários e a adoção de uma postura socioeducativa, bem como de incentivo à mobilização e à participação nos movimentos de defesa da garantia do direito à saúde (CFESS, 2010, p. 43). Diante da perspectiva desse estudo, buscando analisar a importância do suporte familiar para o idoso em tratamento de diálise peritoneal, a partir da reflexão da realidade do idoso, da compreensão da doença crônica, da modalidade de diálise peritoneal e do suporte familiar, admite-se que o(a) assistente social fundamentado nos parâmetros de atuação na área da saúde, se torna um profissional capacitado para intervir na realidade desse usuário por meio de ações que fortaleçam os vínculos familiares, possibilitando o idoso, em foco, e sua família a promoção, proteção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde e da qualidade de vida. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n°. 10.741, de 1° de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial, Brasília, 2 de outubro de 2003. ______. Lei n°. 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. 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