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várias experiências, um só lugar
A cor púrpura
Intro
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Introdução
As lebres do mar se parecem bastante com lesmas e, geralmente,
são consideradas nojentas, por apresentar um corpo mole e úmido.
Mas as lebres são bastante interessantes e não nos fazem mal.
No Brasil, habitam apenas duas espécies de lebres do mar. Vamos
conferir, neste experimento, uma estratégia por elas utilizada para
fugir de predadores.
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Cadastrada por
Raquel Faria
Material - onde encontrar
em supermercados ou lojas
especializadas
Material - quanto custa
até 10 reais
Tempo de apresentação
até 10 minutos
Dificuldade
fácil
Materiais Necessários
* Lebre do mar;
*Água do mar.
Segurança
seguro
várias experiências, um só lugar
A cor púrpura
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Passo 1
Como encontrar a lebre do mar
Lebres do mar se alimentam de algas que vivem em águas rasas. Por isso, procure-as em buracos de
recifes de corais e pedras, nos lugares mais escondidos perto das praias e próximo das algas. As lebres
brasileiras são a Aplysia brasiliana e a Aplysia juliana e nenhuma delas faz mal ao homem. Então, você
pode pegá-las com a mão sem medo.
Lebre do mar apresentando coloração críptica ou camuflada. A função dessa coloração semelhante ao fundo do mar é fazer com que o animal não seja percebido pelo
predador.
Lebre do mar debaixo da água e próximo às algas.
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Passo 2
Observando a defesa natural
Quando encontrar uma lebre do mar, aproxime-se devagar para não assustá-la. Quando quiser observar
como é a sua estratégia de defesa contra predadores, é só encostar sua mão nela. Ela solta uma tinta
púrpura, que se espalha na água do mar. Depois que a tinta se dispersar, pegue-a e sinta o muco
produzido por ela que recobre sua parte inferior, a região sobre a qual ela se arrasta deixando um rastro
viscoso. Na região da cabeça, observe também os pequenos olhos e os tentáculos.
Confira o vídeo:
Lebre do mar soltando sua tinta púrpura. Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Opisthobranchia
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Passo 3
O que acontece
Classificação:
Filo: Moluscos
Classe Gastrópoda
Sub-classe Opisthobranchia
Ordem: Anaspidea ou Aplysidea
Família: Aplysiidae
Gênero: Aplysia
Espécie: Aplysia brasiliana
Nome popular: Lebre do mar
A espécie que participa da filmagem possui um pé grande, muscular e com sola rastejadora achatada.
A sola tem cílios e é repleta de células glandulares, que produzem uma trilha de muco sobre a qual o
animal desliza. Por isso, pode-se observar pela filmagem areia grudada na região do pé da lesma.
A cabeça é bem individualizada, possui dois olhos pequenos, um par de tentáculos sensoriais e um par
de rinóforos. Rinóforos são quimiorreceptores ramificados ou pregueados, que servem para perceber as
concentrações das diferentes substâncias químicas presentes no meio, como uma espécie de olfato.
As lebres do mar possuem o manto: uma espessa camada de pele que envolve o corpo e desempenha
um papel importante na sua organização. A parte dorsal do manto forma pregas ou dobras em quilha,
chamadas de parapódios laterais. Eles podem ser movimentados em ondulações rítmicas, o que faz as
lesmas nadarem. Imersa no manto, entre os parapódios, existe uma concha interna fina que armazena
uma tinta arroxeada, a qual é produzida pela glândula da púrpura. Quando perturbadas, muitas liberam
essa tinta defensiva, derivada de pigmentos das algas vermelhas das quais se alimentam. A é composta
por um conjunto de substâncias químicas que são liberadas com a finalidade de confundir o predador,
deixá-lo sem visão clara de sua presa. Assim, a presa tem mais tempo para se esconder em algum
buraco inacessível ao predador. A tinta é composta de amônia e cromoproteínas instáveis, que dão a
coloração púrpura, mas, como elas são instáveis, depois de um tempo a cor desaparece.
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A cor púrpura
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Passo 3
Essa estratégia adaptativa é resultado de muitos anos de pressão seletiva do meio. As lebres ou
seus ancestrais que, por acaso, apresentaram uma mutação genética que lhes permitiu soltar
substâncias químicas tóxicas, quando os predadores se aproximavam, sobreviveram por mais tempo.
Conseqüentemente, puderam deixar mais descendentes que herdaram essa mutação genética. Assim, os
ancestrais das lebres e as lebres que sabiam se defender melhor dos predadores, ou seja, as melhores
adaptadas ao meio conseguiram sobreviver até hoje.
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Passo 4
Para saber mais
Os polvos também são moluscos, mas pertencem à ordem Cefalópode. São famosos por liberarem
uma tinta, assim como as lebres do mar. Eles possuem um grande saco de tinta localizado próximo ao
intestino e uma glândula responsável por produzi-la, situada na parede deste saco. A glândula secreta
um fluido marrom ou preto com alta concentração de melanina e muco, o qual é armazenado no saco
de tinta. Quando se sente ameaçado, o polvo libera o fluido através do ânus e este chega até a água
circundante. A tinta forma, na água, uma nuvem que não se desfaz facilmente, e isso confunde os
possíveis predadores. Ela é alcalina e, além de dificultar a visão do predador, pode interferir na sua
quimiorrecepção.
Pode-se notar que, tanto o polvo quanto a lebre do mar apresentam um mecanismo semelhante de
defesa contra predadores e muito importante para a sobrevivência dos indivíduos. Essa semelhança
nos indica duas possibilidades: ou isso é a retenção de um caractere comum ao ancestral das duas
ordens de moluscos ou esse é um exemplo de convergência adaptativa. Traduzindo: a primeira opção
é a de que pode ter existido um ser, não mais vivo hoje, que durante a evolução deu origem a outras
duas espécies diferentes: aos Gastrópodes e aos Cefalópodes que hoje existem. Assim, os dois grupos
citados apresentariam mecanismos de defesa semelhantes, devido a uma herança genética em comum.
A outra possibilidade é a de que isso não teria acontecido e nesse caso, os dois grupos, Gastrópodes e
Cefalópodes, teriam adquirido mecanismos de defesa semelhantes, devido a pressões seletivas também
semelhantes. Talvez eles tenham se deparado com o mesmo tipo de predador e, por isso, também
passaram a utilizar as mesmas estratégias para fugir e se esconder deles.
Baixe o JPEG aqui
Retirado de: http://www.iconocast.com/
B000000000000048_Portu/L2/News5.htm
Polvo chocando ovos em um pedaço de garrafa e liberando uma nuvem de tinta como defesa contra possíveis predadores. Retirado de: http://ciencia.hsw.uol.com.br/polvos2.htm
várias experiências, um só lugar
A cor púrpura
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Passo 5
- Lebre-do-mar se defende com disfarce olfativo aqui
- Para observar a Aplysia nadando, se alimentando ou liberando tinta aqui
- Mais fotos aqui
- Zoologia dos invertebrados : uma abordagem funcional-evolutiva / Edward E. Ruppert, Richard S. Fox,
Robert D. Barnes. 7ª edição. São Paulo : Roca, 2005.
- Para saber mais sobre os polvos:
- Como funcionam os polvos, por Jennifer Hord - traduzido por HowStuffWorks Brasil aqui
- O polvo impar, impar, pela senhorita Cellania - 18 de setembro de 2008 - 9:10 AM aqui
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