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A COR PÚRPURA
Experimento cadastrado por Raquelfaria em 18/02/2009
Classificação
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baseado em 3 avaliações
Total de exibiçõeses: 758 (até 30/05/2017 16:14:30)
Palavras-chave:
Material - Onde encontrar
Em casa
Material - Quanto custa
até R$ 10,00
Tempo de apresentação
Até 10 minutos
Dificuldade
Fácil
Segurança
Seguro
MATERIAIS
• Lebre do mar
• Água do mar
INTRODUÇÃO
As lebres do mar se parecem bastante com lesmas e, geralmente, são consideradas nojentas, por apresentar um corpo mole e úmido.
Mas as lebres são bastante interessantes e não nos fazem mal. No Brasil, habitam apenas duas espécies de lebres do mar. Vamos
conferir, neste experimento, uma estratégia por elas utilizada para fugir de predadores.
PASSO 01 - COMO ENCONTRAR A LESMA DO MAR
Lebres do mar se alimentam de algas que vivem em águas rasas. Por isso, procure-as em buracos de recifes de corais e pedras, nos
lugares mais escondidos perto das praias e próximo das algas. As lebres brasileiras são a Aplysia brasiliana e a Aplysia juliana e
nenhuma delas faz mal ao homem. Então, você pode pegá-las com a mão sem medo.
© 2017 pontociência / www.pontociencia.org.br
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A COR PÚRPURA
Lebre do mar apresentando coloração críptica ou camuflada. A função
dessa coloração semelhante ao fundo do mar é fazer com que o animal
não seja percebido pelo predador.
Lebre do mar debaixo da água e próximo às algas.
PASSO 02 - OBSERVANDO A DEFESA NATURAL
Quando encontrar uma lebre do mar, aproxime-se devagar para não assustá-la. Quando quiser observar como é a sua estratégia de
defesa contra predadores, é só encostar sua mão nela. Ela solta uma tinta púrpura, que se espalha na água do mar. Depois que a
tinta se dispersar, pegue-a e sinta o muco produzido por ela que recobre sua parte inferior, a região sobre a qual ela se arrasta
deixando um rastro viscoso. Na região da cabeça, observe também os pequenos olhos e os tentáculos.
Confira o vídeo:
Lebre do mar soltando sua tinta púrpura. Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Opisthobranchia
- Clique para assistir
PASSO 03 - O QUE ACONTECE
Classificação: Filo: Moluscos Classe Gastrópoda Sub-classe Opisthobranchia Ordem: Anaspidea ou Aplysidea Família: Aplysiidae
Gênero: Aplysia Nome popular: Lebre do mar
A espécie que participa da filmagem possui um pé grande, muscular e com sola rastejadora achatada. A sola tem cílios e é repleta de
células glandulares, que produzem uma trilha de muco sobre a qual o animal desliza. Por isso, pode-se observar pela filmagem areia
grudada na região do pé da lesma.
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A COR PÚRPURA
A cabeça é bem individualizada, possui dois olhos pequenos, um par de tentáculos sensoriais e um par de rinóforos. Rinóforos são
quimiorreceptores ramificados ou pregueados, que servem para perceber as concentrações das diferentes substâncias químicas
presentes no meio, como uma espécie de olfato.
As lebres do mar possuem o manto: uma espessa camada de pele que envolve o corpo e desempenha um papel importante na sua
organização. A parte dorsal do manto forma pregas ou dobras em quilha, chamadas de parapódios laterais. Eles podem ser
movimentados em ondulações rítmicas, o que faz as lesmas nadarem. Imersa no manto, entre os parapódios, existe uma concha
interna fina que armazena uma tinta arroxeada, a qual é produzida pela glândula da púrpura. Quando perturbadas, muitas liberam
essa tinta defensiva, derivada de pigmentos das algas vermelhas das quais se alimentam. A é composta por um conjunto de
substâncias químicas que são liberadas com a finalidade de confundir o predador, deixá-lo sem visão clara de sua presa. Assim, a
presa tem mais tempo para se esconder em algum buraco inacessível ao predador. A tinta é composta de amônia e cromoproteínas
instáveis, que dão a coloração púrpura, mas, como elas são instáveis, depois de um tempo a cor desaparece.
Essa estratégia adaptativa é resultado de muitos anos de pressão seletiva do meio. As lebres ou seus ancestrais que, por acaso,
apresentaram uma mutação genética que lhes permitiu soltar substâncias químicas tóxicas, quando os predadores se aproximavam,
sobreviveram por mais tempo. Conseqüentemente, puderam deixar mais descendentes que herdaram essa mutação genética. Assim,
os ancestrais das lebres e as lebres que sabiam se defender melhor dos predadores, ou seja, as melhores adaptadas ao meio
conseguiram sobreviver até hoje.
PASSO 04 - PARA SABER MAIS
Os polvos também são moluscos, mas pertencem à ordem Cefalópode. São famosos por liberarem uma tinta, assim como as lebres
do mar. Eles possuem um grande saco de tinta localizado próximo ao intestino e uma glândula responsável por produzi-la, situada na
parede deste saco. A glândula secreta um fluido marrom ou preto com alta concentração de melanina e muco, o qual é armazenado
no saco de tinta. Quando se sente ameaçado, o polvo libera o fluido através do ânus e este chega até a água circundante. A tinta
forma, na água, uma nuvem que não se desfaz facilmente, e isso confunde os possíveis predadores. Ela é alcalina e, além de
dificultar a visão do predador, pode interferir na sua quimiorrecepção. Pode-se notar que, tanto o polvo quanto a lebre do mar
apresentam um mecanismo semelhante de defesa contra predadores e muito importante para a sobrevivência dos indivíduos. Essa
semelhança nos indica duas possibilidades: ou isso é a retenção de um caractere comum ao ancestral das duas ordens de moluscos
ou esse é um exemplo de convergência adaptativa. Traduzindo: a primeira opção é a de que pode ter existido um ser, não mais vivo
hoje, que durante a evolução deu origem a outras duas espécies diferentes: aos Gastrópodes e aos Cefalópodes que hoje existem.
Assim, os dois grupos citados apresentariam mecanismos de defesa semelhantes, devido a uma herança genética em comum. A
outra possibilidade é a de que isso não teria acontecido e nesse caso, os dois grupos, Gastrópodes e Cefalópodes, teriam adquirido
mecanismos de defesa semelhantes, devido a pressões seletivas também semelhantes. Talvez eles tenham se deparado com o
mesmo tipo de predador e, por isso, também passaram a utilizar as mesmas estratégias para fugir e se esconder deles.
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A COR PÚRPURA
Retirado de: http://www.iconocast.c
Polvo chocando ovos em um
om/B000000000000048_Portu/L2/N pedaço de garrafa e liberando uma
ews5.htm
nuvem de tinta como defesa contra
possíveis predadores. Retirado de:
http://ciencia.hsw.uol.com.br/polvos
2.htm
PASSO 05 - VEJA TAMBÉM
Lebre-do-mar se defende com disfarce olfativo aqui
Para observar a Aplysia nadando, se alimentando ou liberando tinta aqui Mais fotos aqui Zoologia dos invertebrados : uma
abordagem funcional-evolutiva / Edward E. Ruppert, Richard S. Fox, Robert D. Barnes. 7ª edição. São Paulo : Roca, 2005.
Para saber mais sobre os polvos:
Como funcionam os polvos por Jennifer Hord - traduzido por HowStuffWorks Brasil aqui
O polvo impar, impar pela senhorita Cellania - 18 de setembro de 2008 - 9:10 AM aqui
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