1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA MATERIAL DE MACROECONOMIA I E II BOA VISTA, RORAIMA, 2013 1. A MACROECONOMIA E O HIATO DO PRODUTO John Brian Taylor (8 de dezembro de 1946) é um economista novo-keynesiano dos Estados Unidos. Ele é professor da Universidade de Stanford, onde também recebeu o título de PhD. Desde os anos 1970, Taylor tem publicado trabalhos no campo da economia monetária e financeira. Ele é um dos acadêmicos envolvidos no Novo Consenso. 2 Taylor contribuiu para a evolução do modelo IS-LM sob expectativas racionais, com uma hipótese sobre a trajetória da taxa de juros básica da economia: a Regra de Taylor. Em particular, ele desenvolveu um princípio simples que explicava o comportamento das taxas de juros do Banco Central dos EUA, as quais não eram explicitamente anunciadas. A crise financeira de 2008-2009 foi, segundo Taylor, resultado de políticas incorretas implementadas pelo seu amigo, o ex-presidente do Fed Alan Greenspan. Sob esta análise, as taxas de juros dos EUA, excessivamente baixas, deturparam a tomada de decisão dos agentes, causando uma queda artificial das expectativas; a discussão teórica é orientada pelo Modelo da Preferência de Liquidez de Tobin. John B. Taylor trabalhou em três governos republicanos dos EUA: os de Gerald Ford, George H. W. Bush e George W. Bush. Ele integrou o Council of Economic Advisers. - O Produto total de uma economia oscila intra e entre períodos analisados pelos economistas, utilizando os dados das contas regionais; - As variações do produto permitem aos planejadores observar quais setores produziram mais riquezas e aqueles que não obtiveram um resultado expressivo; - Nem sempre o produto “esperado” é realizado, pois os ciclos econômicos de curto prazo se encarregam de modificá-lo por diversas razões: 1. - Choques de oferta (quebra de safra, etc) 2. - demanda efetiva (elasticidade da demanda) 3. - investimento (elasticidade da oferta) 4. - política fiscal (gastos com investimento e custeio) 5. - política monetária (Regra de Taylor)1 Por exemplo, um valor positivo para o hiato do produto pode indicar a necessidade de a autoridade monetária elevar a taxa de juros para conter as pressões de demanda da economia (Cusinato, ET AL, 2010); 6. - política cambial (regimes de câmbio), também eleva a inflação e a atividade econômica; 7. Dessa forma, o PIB efetivo diferencia-se do PIB potencial (esperado) provocando todo tipo de incerteza nos mercados de bens, de trabalho e, principalmente, no monetáriofinanceiro; 8. Para Taylor, os ciclos de expansão (boom) e de contração (bust) de preços de ativos e de distribuições não-normais de rendimentos não resultam do fracasso inerente dos mercados, mas são, ao contrário, o resultado das interferências do banco central; 9. Por essa equação, a condução da taxa de juros pelo Banco Central atinge a inflação e ao excesso de nível de atividade da economia. 10. Se a inflação subir, a taxa de juros nominal deve crescer mais rapidamente, para aumentar a taxa de juros real da economia. Ora a inflação representa um aumento de preços devido a pressões de demanda ou aumento de custos. Aumentando a taxa de juros reais, os consumidores preferirão poupar, reduzindo a demanda. Isso deve aliviar as pressões sobre os custos e descomprimir os preços. Assim, a regra de Taylor 3 postula um aumento de taxa de juros para desincentivar o excesso de atividade, desviando recursos para poupança. 11. Quanto ao excesso de atividade, a lógica é mais sutil. Existe uma ficção em economia chamada produto potencial, que mede a capacidade da economia produzir sem gerar pressões inflacionárias. Isso não é observado, mas uma analogia com os indivíduos pode ser feita, desde que lembremos que o produto potencial não mede a capacidade máxima de produção. 12. Depois da evidência empírica apresentada por Taylor, a pesquisa em teoria monetária voltou-se para definir os fundamentos que poderiam justicar essa regra. Versões mais elegantes foram desenvolvidas, pelas quais o banco central fixa o juros com base nas expectativas futuras de inflação e excesso de atividade, pelo regime de Metas de Inflação; HIATO DO PRODUTO Fonte: Elaboração Própria Y (Y 'Y *) Em termos gerais, o hiato do produto é a diferença entre o PIB efetivo e o de Pleno Emprego (potencial), mas já mensurado a partir de dados coletados. A Regra de Taylor é uma regra de política macroeconômica enunciada por John B. Taylor em 1993. Trata-se de uma determinação exógena da taxa de juros e que influencia o ciclo econômico (controle monetário do ciclo via dos juros). Ela pode ser escrita como: - A regra de Taylor calcula a taxa de juro que cada banco central deseja (esperada), dadas as condições econômicas do seu país; – A idéia é que os bancos centrais reagem a desvios da inflação face ao valor alvo da mesma e a desvios entre o produto atual e potencial (output gap); – A taxa de juro desejada é calculada com base numa fórmula i i* a ( *) a y (Y Y*) i: taxa de juros real estimada por Taylor. i * : taxa de juros real de equilíbrio. p: taxa de inflação anual observada. p * : meta de inflação do Banco Central Y: produto interno bruto (PIB). 4 Y * : PIB de pleno emprego dos fatores de produção (tendencial) y − y * pode ser definida como o "hiato do produto". aπ coeficiente de sensibilidade à variação da inflação. ay coeficiente de sensibilidade à variação do produto. Taylor estimou valores de 0,5 para *aπ e *ay se certas condições macroeconômicas fossem satisfeitas, e verificou que essa estimativa era bastante próxima à taxa de juros praticada pelo Fed. A recomendação de política que advém dessa regra, aplicando-se dados econômicos, é conhecida como o princípio de Taylor: Variáveis Valores Macroeconômicos Valores Macroeconômicos 2012 2011 a 0,5% 0,5% ay 0,5% 0,5% 6,5% 6,5% * 4,5% 4,5% Y 1% 7% Y* 3,5% 3,5% Para 2012 i i* a ( *) a y (Y Y*) i = 1% + 0,5% (6,5% - 4,5%) + 0,5%(1% – 3,5%) i = 1%+ 0,5% (2%) + 0,5%(-2,5%) i= 1% + 1% – 1,25% i = 2% – 1,25% i= 0,75% se i fosse nominal seria de = 0,75% + 6,5% = 7,25% Para 2011 i i* a ( *) a y (Y Y*) i = 1% + 0,5% (6,5% - 4,5%) + 0,5%(7% – 3,5%) i = 1%+ 0,5% (2%) + 0,5%(3,5%) i= 1% + 1% + 1,75% i = 2% + 1,75% i= 3,75% se i fosse nominal seria de = 3,75% + 6,5% = 10,25% 5 REUNIÕES DO COPOM 170ª 169ª 168ª 167ª 166ª 165ª 164ª 163ª 162ª 161ª 160ª 159ª 158ª 157ª 156ª META 7,25 7,5 8 8,5 9 9,75 10,5 11 11,5 12 12,5 12,25 12 11,75 11,25 EFETIVA 7,14 7,39 7,89 8,39 8,9 9,65 10,4 10,9 11,4 11,9 12,42 12,17 11,92 11,67 11,17 - Em suma, o hiato do produto é descrito pela política econômica como a diferença entre os valores finais e potenciais da atividade, promovidos pelo Ciclo Real e pelo Ciclo de Negócios. O ciclo somente se estabiliza em seu processo transitório entre o ponto mais elevado e o ponto mais baixo da economia (Gordon, 2000). - Conforme Gordon (2000), a problemática dos governos se resume em amenizar as flutuações econômicas cíclicas, tornando o produto mais suavizado e as surpresas macroeconômicas mais brandas.2 2 Em algumas nações costuma-se fazer revisões do PIB, porque os dados reais nem sempre representam confiança, dadas as especificidades regionais, conforme Cusinato et al (2010) (i) o conjunto de informação disponível para estimar determinado dado aumenta, permitindo melhorar a estimativa da variável; (ii) os fatores sazonais (quando há ajuste sazonal) são reestimados, modificando a série histórica; e (iii) periodicamente, visando aprimorar a qualidade dos dados, há uma mudança metodológica de cálculo da variável, e a série histórica é reconstruída. - A reestimação é denominada com “vintage” e o conjunto de “vintages” é o conjunto de dados em tempo real (Tabela atualizada na forma de números índices que levam em consideração o percentual corrigido a partir do ano base IBGE); - As considerações do papel das flutuações econômicas sobre a conjuntura, partem do princípio que há uma associação positiva entre o PIB positivo e a elevação da inflação, já que neste período ocorrem elevações do salário nominal e dos salários de eficiência. Esse ajuste ocorrerá quando o PIB efetivo chegar ao nível de pleno emprego daquela economia, o que não significa um crescimento exponencial do produto (Cardoso e Resende, 1980). 6 14 12 10 8 6 4 2 0 170ª 169ª 168ª 167ª 166ª 165ª 164ª 163ª 162ª 161ª 160ª 159ª 158ª 157ª 156ª REFAZENDO COM NOVOS VALORES TEMOS: Variáveis Valores Macroeconômicos Valores Macroeconômicos 2012 2011 a 0,5% 0,5% ay 0,5% 0,5% 2,5% 1,5% * 4,5% 3,5% Y 8% 7% Y* 5,5% 4,5% i (PROCURADA POR TAYLOR) ? ? i* (SELIC – INFLAÇÃO) 10,25% - 3,25% = 7% 10,5% - 4,5% = 6% Para 2012 i i* a ( *) a y (Y Y*) i = 7% + 0,5% (2,5% - 4,5%) + 0,5%(8% – 5,5%) i = 7% + 0,5% (- 2%) + 0,5%(2,5%) i= 7% -1% + 1,25% i = 8,25% - 1% i= 7,25% se i fosse nominal seria de = 7,25% + 2,5% = 9,75% 7 Para 2011 i i* a ( *) a y (Y Y*) i = 6% + 0,5% (1,5% - 3,5%) + 0,5%(7% – 4,5%) i = 6%+ 0,5% (- 2%) + 0,5%(2,5%) i= 6% - 1% + 1,25% i = 7,25% - 1% i= 6,25% se i fosse nominal seria de = 6,25% + 1,5% = 7,75% 8 A MACROECONOMIA E A LEI DE OKUN A Lei de Okun: relaciona o crescimento do produto à variação no desemprego. Arthur Melvin Okun foi um importante analista e chefe do Conselho de Assessores Econômicos do Presidente dos Estados Unidos Lyndon B. Johnson. Estudou a relação entre o desemprego e o Produto Interno Bruto, e foi o formulador da Lei de Okun. Nascimento: 28 de novembro de 1928, Jersey City Falecimento: 23 de março de 1980, Washington, D.C. Desenvolvida por Arthur Okun, a LEI DE OKUN faz uma relação entre o crescimento do PNB e o desemprego: “quantos pontos percentuais pode-se reduzir no desemprego se crescer o PNB a uma taxa mais elevada que a tendencial??????? u t u t 1 0,4%(g Yt 3%) ONDE 1. Hipótese Básica da Formula A taxa de crescimento anual do produto tem que ser de pelo menos 3% para impedir que a taxa de desemprego aumente; A partir desse ponto, a meta do PIB tem que ser revista 2. gYt = taxa de crescimento efetivo do produto; 3. 3% Corresponde a taxa de produtividade do trabalho + a taxa de crescimento do emprego e da riqueza PIB 4. -0,4 mede o desvio do crescimento do produto (taxa normal de crescimento). Se o produto crescer 1% acima da taxa normal de crescimento ter-se-á uma redução de 0,4 no desemprego. 5. A inclinação (β) da lei de Okun reflete a organização interna das firmas, bem como as restrições legais e sociais quanto a demissões e contratações. Resolução de um Caso: Suponhamos que a Economia Brasileira espere para certo ano um crescimento de 3% (esperado). Com este crescimento de 3%, o mercado de trabalho se aquece e o desemprego formal (oficial) registra uma redução de (-) 0,4% quando isso, de fato ocorre. Mas, conforme ocorrem as oscilações do ciclo de negócios e devido a euforia propiciada por uma elevação do PIB, a meta de crescimento é elevada gradativamente em 1% percentual ao ano, ceteris paribus o (variável de sensibilidade ao crescimento econômico e que transmite as informações ao mercado de trabalho. Dada esta conjuntura indaga-se: 1) Se o crescimento efetivo for mais elevado que o esperado, como se comportam nos níveis do exército industrial e o de reserva? 2) Se houver arrefecimento do PIB efetivo o que acontecerá com o mercado de trabalho? 9 3) Quais são as modificações que deverão ocorrer na Lei de Okun caso o PIB efetivo recue muito ou se torne negativo? 4) Que tipo de ação deve ocorrer para que este caso não ocorra e comprometa, assim, o crescimento esperado? Equação inicial = PIB de Equilíbrio ut ut 1 0,4( gYt 3%) ut ut-1 10% 10 – 1 = 9% 9 – 0,8 = 8,2 % 8,2 – 1,6 = 6,6 % 6,6 + 2,6 = 9,2 % -0,4% -0,4% -0,4% -0,4% -0,4% gYt (Efetivo) 3% 6,5% 7% 10% 0% Y (esperado) 3% 4% 5% 6% 6,5% = 0% -1% -0,8% -1,6% 2,6% Ano base 2005 2006 2007 2008 2009 Equação ajustada ao novo PIB de Equilíbrio e a nova taxa de Desemprego ut ut 1 0,8( gYt 4,5%) ut ut-1 9,2 + 2,8 = 12% 12 + 0,8 = 12,8% 12 – 0,8 = 11,2 % 11,2 – 1,04 = 10,16% -0,8% -0,8% -0,8% -0,8% gYt (Efetivo) 1% 2% 4% 4,5% Y (esperado) 4,5% 3% 3% 3,2 = 2,8% 0,8% -0,8% -1,04% 2010 2011 2012 2013 1 Graficamente temos: 14 12,8 12 12 11,2 10 10 10,16 10 9,2 9 8,2 8 6,5 6 7 6,6 6 6,5 5 4 4,5 4 3 4 3 2 3 4,5 3,2 2 1 0 0 2005 2006 2007 PIB Efetivo 2008 2009 PIB Potencial 2010 2011 Desemprego 2012 2013 1 A CURVA DE PHILLIPS HISTÓRICO E CONCEITO Alban William Phillips (1958) construiu a análise na economia do Reino Unido para os idos de 1861 a 1957, enfatizando que a elevação do desemprego (de sua taxa natural) corresponderia a um nível de preços de equilíbrio (trade off). Influenciado pelo pensamento de Irving Fisher e de John Maynard Keynes (demanda efetiva), em sua análise ressaltou de que a taxa natural de desemprego afetaria os níveis de demanda agregada e, por conseguinte, o nível de preços. Seria possível, então, manter uma inflação baixa com níveis de desemprego elevado (curva inversamente proporcional). Obra: The Relationship Between Unemployment And Rate Of Change Of Money Wages In The Unitened Kingdom, 1861- 1957. “A RELAÇÃO ENTRE DESEMPREGO E TAXA DE VARIAÇÃO DE SALÁRIOS NOMINAIS NO REINO UNIDO, 1861-1957” IRVING FISHER JOHN MAYNARD KEYNES (1867-1947) (1883-1946) ALBAN WILLIAM PHILLIPS (1904 1975) 2 FEITOS ECONÔMICOS DE ALBAN WILLIAM PHILLIPS MONIAC Computer – Hydraulic Macroeconomics – Fluxo e Estoque de Fisher INFLUENCIOU Paul Samuelson Robert Solow Edmund Phelps - Paul Samuelson e Robert Solow escreveram um artigo descrevendo a influente possibilidade sugerida pela curva de Phillips no contexto dos Estados Unidos. VARIÁVEIS ENVOLVIDAS NA ANÁLISE PERGUNTA NORTEADORA: “A INFLAÇÃO E O DESEMPREGO SÃO PATOLOGIAS QUE DEVEM SER CONTROLADAS NO CURTO PRAZO OU SÃO METAS DE LONGO PRAZO??? RESPOSTA: DEPENDE DO NÍVEL DESEMPREGO E, TAMBÉM, DO ECONÔMICA; DE INFLAÇÃO E DO NÍVEL DE ATIVIDADE 3 FONTE DAS CAUSAS DA INFLAÇÃO E DO DESEMPREGO 1) LEI DA OFERTA E DA PROCURA DA OA 4 A) ELEVAÇÃO DOS SALÁRIOS NOMINAIS W SE HOUVER UMA ELEVAÇÃO DO SALÁRIO NOMINAL, HAVERÁ UM EFEITO DE TRANSMISSÃO À PROPENSÃO À CONSUMIR (c) E À DEMANDA EFETIVA; - A ELEVAÇÃO DA DEMANDA EFETIVA ELEVARÁ O CONSUMO DE CURTO PRAZO DAS FAMÍLIAS ACIMA DE ALGUNS ESTOQUES INVOLUNTARIOS; - A DEMANDA EXERCERÁ UMA PRESSÃO SOBRE OS PREÇOS VIGENTES E CRIARÁ ESPAÇO PARA A INFLAÇÃO DE “DEMANDA”. B) CUSTO DA ELEVAÇÃO DOS SALÁRIOS NOMINAIS CT A ELEVAÇÃO DOS SALÁRIOS NOMINAIS REPRESENTARÁ UM INCREMENTO NOS CUSTOS TOTAIS DAS FONTES PAGADORAS; - OCORRE QUE A ELEVAÇÃO DOS SALÁRIOS NOMINAIS (EXÓGENA NÃO SE RELACIONA COM A ELEVAÇÃO DA PRODUTIVIDADE), GERA CUSTOS ADICIONAIS ÀS EMPRESAS; -DESSA FORMA, DEVE HAVER UM REPASSE DE PREÇOS AOS PRODUTOS PRODUZIDOS (SISTEMA CLÁSSICO FLEXÍVEL); C) VARIAÇÃO DO PIB DE EQUILÍBRIO Y HÁ UMA ELEVAÇÃO DE PREÇOS DEVIDO AO NÍVEL DA ATIVIDADE ECONÔMICA NATURAL; - QUANDO HÁ ELEVAÇÃO DO PIB, ALGUNS PREÇOS SE ELEVAM, MAS SÃO ABSORVIDOS PELA ELEVAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DOS FATORES; ALÉM DISSO, SUBSTITUTOS PERFEITOS E BENS COMPLEMENTARES PODEM TAMBÉM TER SEUS PREÇOS ELEVADOS E NESTE CASO, NÃO PODEM EXERCER NENHUMA PRESSÃO DE PREÇOS PARA BAIXO; 5 D) SENHORIAGEM M OCORREM AUMENTOS DE PREÇOS DEVIDO AO AUMENTO DA DEMANDA AGREGADA, EM DECORRÊNCIA DA ELEVAÇÃO DE OFERTA MONETÁRIA (SENHORIAGEM); E) NEGOCIAÇÕES DE LONGO PRAZO OU DETERMINADAS - DE ACORDO COM OS ÍNDICES DE PREÇO (INFLAÇÃO), PODE HAVER NEGOCIAÇÕES DE LONGO PRAZO NOS SALÁRIOS (NÃO DETERMINADAS NO MERCADO, MAS INFLUENCIADAS POR ELE); - CONTUDO, DE ACORDO COM AS CONVENÇÕES COLETIVAS, OS SALÁRIOS PODEM SER ELEVADOS EM TEMPOS DIFERENTES (SOBREPOSTOS) OU AO MESMO TEMPO (SINCRONIZADOS); - A ELEVAÇÃO DE SALÁRIOS INDUZ AO AUMENTO NA DEMANDA AGREGADA E NA INFLAÇÃO DE DEMANDA, NECESSITANDO DO MECANISMO DE CONTROLE MACROECONÔMICO MAIS CONHECIDO (ELEVAÇÃO DOS JUROS E, CONSEQUENTEMENTE DOS PREÇOS); - A INFLAÇÃO ATUAL DEPENDE DO EQUILÍBRIO ENTRE A TAXA NATURAL DE DESEMPREGO (DADA PELOS SALÁRIOS FIXADOS) E PELA PRESSÃO DESTE DESEMPREGO SOBRE OS SALÁRIOS VIGENTES (RELAÇÃO ENDÓGENA, PRESSIONADA PELA EXÓGENA); - ASSIM, O NÍVEL SALARIAL DADO PELO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE É PRESSIONADO PELO UNIVERSO DE DESEMPREGADOS QUE TRANSITAM NO MERCADO DE TRABALHO E SUAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL; - JÁ NO CASO DOS EMPRESARIOS, O NÍVEL DE PREÇOS FIXADOS DEPENDE DO SALÁRIO NOMINAL PAGO/NEGOCIADO E DAS CONDIÇÕES ESTRUTURAIS INTERNAS DA ECONOMIA (CUSTO DO CAPITAL, IMPOSTOS, INFRA-ESTRUTURA, INSUMOS, ESTRUTURA DE MERCADO, MODAL DE TRANSPORTES, CÂMBIO E BARREIRAS À ENTRADA) 1 EXPOSIÇÃO GRÁFICA DA CURVA DE PHILLIPS A B A CURVA DE PHILLIPS “A” É CHAMADA DE CURVA ORIGINAL E A CURVA DE PHILLIPS “B” É DENOMINADA DE MODIFICADA (FRIEDMAN-PHELPS NAIRU e as expectativas adaptativas) 1 ALGEBRICAMENTE TEMOS A CURVA DE PHILLIPS ORIGINAL DA SEGUINTE FORMA A PRIMEIRA VERSÃO DA CURVA DE PHILLIPS DESCONSIDEROU A EXISTÊNCIA DE UM EVENTUAL ESPIRAL DE SALÁRIOS E PREÇOS, PERÍODOS EM QUE ELEVAÇÕES NO SALÁRIO NOMINAL PROVOCAM ELEVAÇÕES NO NÍVEL GERAL DE PREÇOS, E VICE VERSA. - ESTA RELAÇÃO NÃO SE MANTEVE NO LONGO PRAZO, POIS EM ALGUNS PAÍSES HOUVE UMA ELEVAÇÃO DA INFLAÇÃO E DO DESEMPREGO TAMBÉM, MODIFICANDO A RELAÇÃO; 2 A CURVA DE PHILLIPS MODIFICADA (ACELERACIONISTA) - AS MUDANÇAS NA CONJUNTURA INTERNACIONAL FIZERAM COM QUE AS CRÍTICAS, JÁ DO FINAL DÉCADA DE 60, DOS ECONOMISTAS EDMUND PHELPS E MILTON FRIEDMAN GANHASSEM NOTORIEDADE. -SEGUNDO ELES NO LONGO PRAZO A ECONOMIA TENDERIA A TAXA NATURAL DE DESEMPREGO (NAIRU - NONACCELERATING INFLATION RATE OF UMPLOYMENT – Taxa de Inflação não acelerada pelo Desemprego); - SERIA MAIS OU MENOS DA SEGUINTE FORMA: SE O GOVERNO UTILIZASSE UMA EXPANSÃO DA BASE MONETÁRIA OU FISCAL COM O OBJETIVO DE AMPLIAR O PRODUTO, EM CONSEQÜÊNCIA ELEVARIA-SE O NÍVEL DE EMPREGO E TER-SEIA UM AUMENTO DO PRODUTO E NO NÍVEL DE PREÇOS TAMBÉM; - TODAVIA, NESSE MOMENTO O NÍVEL DE EMPREGO ESTARIA ACIMA DA SUA TAXA NATURAL, FATO GERADO PELO EXCESSO DE DEMANDA POR TRABALHO, PRESSIONANDO DESTA MANEIRA O AUMENTO DOS SALÁRIOS DE EFICIÊNCIA; - COMO O MERCADO DE TRABALHO É REGIDO POR CONTRATOS DETERMINADOS, ESTA PRESSÃO NÃO SERIA SENTIDA DE FORMA IMEDIATA. NO ENTANTO, QUANDO OS CONTRATOS FOREM RENEGOCIADOS HAVERÁ UM AUMENTO DOS SALÁRIOS, REDUZINDO A DEMANDA POR TRABALHO; - COM ISSO, OS PREÇOS AUMENTAM, MAS O PRODUTO E O EMPREGO VOLTAM A SUAS TAXAS NATURAIS. ISSO SIGNIFICA DIZER QUE AÇÃO DA POLÍTICA ECONÔMICA NÃO TERIA EFEITO SOBRE O LONGO PRAZO, GERANDO APENAS INFLAÇÃO. MACRO II - INFLAÇÃO E DESEMPREGO PATOLOGIAS MAIS DIFÍCEIS DE CONTROLAR NA MACROECONOMIA (VARIÁVEIS SOCIAIS – PERDA DO PODER DE COMPRA E IMPOSSIBILIDADE DE CONSUMO); 3 RELAÇÃO PHILIPS); ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO (CURVA DE TRATAMENTO FORMAL DA VARIÁVEL INFLAÇÃO OCORREM AUMENTOS DE PREÇOS DEVIDO AO AUMENTO DA DEMANDA AGREGADA, EM DECORRÊNCIA DA ELEVAÇÃO DE OFERTA MONETÁRIA (SENHORIAGEM); TAMBÉM OCORREM AUMENTOS DE PREÇOS DEVIDO AS VARIAÇÕES DA OFERTA AGREGADA (PRODUÇÃO), MESMO COM A CURVA DE DEMANDA AGREGADA INALTERADA; FATORES DETERMINANTES DO AUMENTO DE PREÇOS PELA DEMANDA AGREGADA PODEM SER OBTIDOS POR UMA POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA (CORTE DE JUROS, AUMENTO DE CRÉDITO E AUMENTO DOS GASTOS PÚBLICOS); HÁ TAMBÉM FATORES DETERMINANTES DE AUMENTO DE PREÇOS PELA VIA DA OFERTA AGREGADA DESAJUSTADA DA DEMANDA AGREGADA, OCORRENDO CHOQUES DE OFERTA (PRODUÇÃO AGRÍCOLA, ELEVAÇÃO SALARIAL POR CONTRATO SINDICAL, AUMENTOS DO PETRÓLEO, PESTES, DOENÇAS E CATÁSTROFES); GRAFICAMENTE TEMOS: 4 CONTUDO, AS ESPIRAIS INFLACIONÁRIAS PERCEBIBAS NAS ECONOMIAS MUNDIAIS FORAM UM PROCESSO DE COMBINAÇÃO ORA DE UMA INFLAÇÃO DE DEMANDA, ORA DE CHOQUES DE OFERTA; OS AUMENTOS SALARIAIS (SALÁRIOS CONSIDERADOS CHOQUES DE OFERTA, ENDÓGENA E NÃO EXÓGENA; DE ACORDO COM OS ÍNDICES DE PREÇO (INFLAÇÃO), PODE HAVER NEGOCIAÇÕES DE LONGO PRAZO NOS SALÁRIOS (NÃO DETERMINADAS NO MERCADO, MAS INFLUENCIADAS POR ELE); CONTUDO, DE ACORDO COM AS CONVENÇÕES COLETIVAS, OS SALÁRIOS PODEM SER ELEVADOS EM TEMPOS DIFERENTES (SOBREPOSTOS) OU AO MESMO TEMPO (SINCRONIZADOS); DESSA FORMA, A ELEVAÇÃO DE SALÁRIOS INDUZ AO AUMENTO NA DEMANDA AGREGADA E NA INFLAÇÃO DE DEMANDA, NECESSITANDO DO MECANISMO DE CONTROLE MACROECONÔMICO MAIS CONHECIDO (ELEVAÇÃO DOS JUROS E, CONSEQUENTEMENTE DOS PREÇOS); NOMINAIS) SÃO MAS DE FORMA ESTABILIZAÇÃO E A DINÂMICA SALÁRIOS-PREÇOS A PERGUNTA É: CONTROLAR A INFLAÇÃO OU GERAR DESEMPREGO???? ESTA É A DOR DE CABEÇA DOS PLANEJADORES ECONÔMICOS!!!! SUPOSIÇÃO 1 – o nível de salários está determinado por contratos anuais (convenção), sendo que o salário será reajustado sem se conhecer o nível futuro de preços (inflação). A negociação salarial vai levar em consideração o desemprego e a taxa esperada de inflação entre o ano corrente e o ano seguinte. Além disso, o nível de produção vai afetar o salário real e, por conseguinte o salário nominal. Balisamento (nível de preços) onde P^+1=nível de preços (esperado), p = nível de preços correntes (atual). 5 ( p1 p) p 1 p ^ Impacto [mercado de trabalho(salários reais)]: onde w p f = salários e no nível de emprego Lf . Hipótese 1 salários rígidos (premissa keynesiana) com evolução gradual das negociações (sobreposição); Hipótese 2 níveis diferentes de salários; Níveis de salários: 1. 2. w p reta dos salários (eixo do cartesiano y); w p 1 acima do ponto de equilíbrio (mais pessoas dispostas a trabalhar do que a contratar); 3. w p f ponto de equilíbrio entre salário e nível de emprego; 4. w p 2 abaixo do ponto de equilíbrio (as empresas procuram empregos e há funcionários escassos) Graficamente temos: 6 Gera-se a condição de que, a variação dos salários reais depende do nível de emprego (desemprego): ^ w b(U Un) p 1 Ou seja: o nível esperado de salários reais é uma função da relação entre a taxa de desemprego e a taxa natural de desemprego e do coeficiente que determina a resposta dos salários a esta variável. Contudo, o planejador deve observar que mesmo no pleno emprego existem pessoas inseridas na categoria do desemprego friccional ou estrutural; ORDENANDO AS VARIÁVEIS, PODEMOS REESCREVER A PREOCUPAÇÃO DE LONGO PRAZO COM O DESEMPREGO E A INFLAÇÃO EM CONJUNTO DE ACORDO COM PHILIPS, ONDE: ^ ^ ^ w W 1 P 1 (a preocupação dos analistas é p 1 tanto com os salários reais esperados e com suas variações futuras), assim: ^ ^ W 1 P 1 b(U Un) ^ ^ W 1 P 1 b(U Un) 7 ^ Assim, P 1 = nível de preços “esperado” pelo ^ e sindicato ou pelo governo ^ ^e W 1 P 1 P 1 b(U Un) EQUAÇÃO DA CURVA DE PHILLIPS Em resumo: a eficácia de políticas salariais reais é fruto das variações da taxa de desemprego vigente e da taxa natural de desemprego, em decorrência das expectativas do nível de preços futuro (subordinado ás condições de demanda agregada e das variações da oferta agregada) CRÍTICAS A EQUAÇÃO DE PHILLIPS ECONOMISTAS CONTEMPORÂNEOS CRITICARAM A ANÁLISE COLOCANDO QUE A CURVA DE PHILLIPS ORIGINAL NÃO SE APLICAVA A PARTIR DA DÉCADA DE 1980. ISSO OCORRERIA PELO SIMPLES FATO DE QUE NOS IDOS DE 1950 E 1960, TANTO A EUROPA, QUANTO OS EUA TINHAM ESTABILIDADE DE PREÇOS E O SETOR PRODUTIVO ERA POUCO TECNIFICADO.