SÃO PAULO, 04 DE JUNHO DE 2013. SUPERQUADRANEWS A gestão do parque O Parque dos Eucaliptos, que fica na Super Quadra Morumbi, promoverá eleições para o seu conselho gestor. “As eleições acontecerão entre os meses de agosto e setembro de 2013”, declarou Helena Motomura, que atualmente faz parte do Conselho Gestor. Além disso, os idosos aguardam há mais de dois anos, isso mesmo, a instalação dos equipamentos de ginástica. A caminho de outro planeta por Antonio Luiz Costa* Para preservar a velha terra, a concentração de dióxido de carbono teria de se limitar a 350 partes por milhão. Já está em 400 e em aceleração. A mudança na composição da atmosfera nos forçará a enfrentar a vida em um mundo hostil e desconhecido. Ninguém ouviu sete anjos tocarem trombetas ou viu quatro cavaleiros galoparem sobre as nuvens. Mas algo de muito sério aconteceu em maio de 2013: pela primeira vez em 2,6 milhões de anos a concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre alcançou 400 partes por milhão. Não é a média anual (que deve ficar próxima de 397) e sim uma medição próxima do pico sazonal, mas justifica soar o sinal de alarme. Ao ritmo atual, a média anual deve superar as 400 ppm, o mais tardar, em dois anos. Da última vez que isso aconteceu, mastodontes passeavam pelas Américas, nossos ancestrais ainda pouco diferentes de chimpanzés começavam a aprender a lascar pedras e o aspecto dos oceanos e continentes era visivelmente outro, pois o nível do mar era 25 metros mais alto e não havia gelo no Ártico. A humanidade presenciará mudanças ambientais igualmente impressionantes, mas comprimidas em um período muito mais curto. Tão assustador quanto o índice em si é a rapidez com que sobe. Na era glacial, a atmosfera continha 180 ppm de dióxido de carbono. Do princípio da civilização ao início da Era Industrial, era 280 ppm. Em 1958, ao se iniciarem as medidas de precisão no alto do vulcão havaiano Mauna Loa (escolhido pela distância de fontes de poluição), era 316 ppm. Em 1992, durante a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, era 356. Cinco anos depois, ao se assinar o Protocolo de Kyoto, 364, e no ano 2000, 369. O aumento era de 1 ppm por ano em meados do século XX, 2 ppm por ano na primeira década deste século e foi de quase 3 ppm desde o ano passado. Não só não se consegue estabilizar a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera, como o desequilíbrio se acelera e não dá sinais de frear. Em um estudo de 2007, o climatologista James E. Hansen advertiu que “se a humanidade deseja preservar um planeta semelhante àquele em que a civilização se desenvolveu e ao qual a Terra se adaptou, as evidências paleoclimáticas e as mudanças climáticas em curso sugerem que o dióxido de carbono terá de ser reduzido das (então) atuais 385 ppm para no máximo 350 ppm, mas provavelmente menos do que isso”. Esse estudo motivou o jornalista e escritor Bill McKibben a criar em 2009 a 350.org, com o objetivo de conscientizar governos e sociedades da ameaça e tentar reverter o processo. Sem sucesso, como se vê. É como se a humanidade estivesse para ser teletransportada para um planeta diferente, certamente bem menos hospitaleiro do que a Terra que o Homo sapiens conheceu durante todos os seus 150 mil a 200 mil anos de existência. O quanto menos depende de vários fatores, mas o principal é até que ponto a atmosfera será modificada. As propostas debatidas na conferência internacional de Copenhague em 2009 (COP15) e na Rio+20 de 2012 tinham como meta estabilizar a proporção de dióxido de carbono em 450 ppm, limite dentro do qual os climatologistas julgavam haver 66% de probabilidade de limitar o aumento da temperatura média global a 2 graus Celsius, incluído o aumento de 0,8 grau verificado desde 1900, dois terços do qual desde 1980. Parece pouco? Considere o que significa quando a temperatura do seu corpo sobe de 36,7 graus para 37,5 e depois para 38,7. Essa alta, que é uma média – partes do mundo terão aumentos de até 4 graus –, bastará para provocar mudanças sérias nos regimes de chuvas e ventos e a piora dos furacões, secas e inundações em grandes porções do planeta, além do agravamento da acidificação dos oceanos, que já aumentou 30% desde o início da Era Industrial e cujos efeitos sobre organismos com esqueletos de carbonato de cálcio (principalmente os corais) são visíveis e graves. Mesmo isso se tornou utopia. Seria preciso, segundo estudo da OCDE em 2010, reduzir as emissões de gás carbônico em 12% até 2020 e 70% até 2050, mas os resultados da COP15 e da Rio+20 foram notoriamente pífios e a crise do Norte arquivou os planos de ação eficaz no futuro próximo. Principalmente na União Europeia, antes líder em política ambiental, apesar da falta de contrapartida das outras potências. Substituir os combustíveis fósseis para conter as emissões de gás carbônico exige investimentos públicos e privados de retorno lento e as autoridades políticas e empresariais do mundo preferem cortar gastos e acumular lucros hoje a evitar um desastre ecológico capaz de lançar as próximas gerações na miséria. Os 450 ppm serão, no ritmo atual, ultrapassados por volta de 2030. Se na década de 2020 o tema for levado a sério e as emissões por fim começarem a cair, a meta passa a ser conter o gás carbônico na atmosfera a 550 ppm até 2100. Neste cenário, há 50% de chances de conseguir limitar o aumento da temperatura média a 3 graus, mas sem nenhuma garantia. É possível que, nesse patamar, o derretimento do solo congelado (permafrost) do Ártico lance quantidades incontroláveis de metano na atmosfera, iniciando um processo de autoalimentação do efeito estufa que ninguém mais poderá conter. Só resta desejar boa sorte a nossos descendentes que terão de viver neste planeta hostil e desconhecido. * Publicado originalmente no site Carta Capital. Municípios brasileiros precisam acabar com lixões até 2014 Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê fim dos lixões e a mudança da cultura de enterrar o lixo. Sensibilização dos prefeitos é considerada um dos desafios para cumprimento da lei Cada brasileiro produz em média 1,1 kg de lixo por dia. São coletadas quase 200 toneladas por ano. Considerada uma revolução em termos ambientais, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, quer mudar a logística do lixo no Brasil. Depois de 21 anos de discussões no Congresso Nacional, um dos maiores desafios propostos pela lei é que até 2014 o País não tenha mais lixões. Outro avanço proposto por ela é que fabricantes, distribuidores e consumidores de limpeza pública sejam obrigados a implantar um sistema de logística reversa, ou seja, uma vez descartadas, as embalagens são de responsabilidade dos próprios fabricantes, que devem criar um sistema para reciclar o produto. A sensibilização dos prefeitos para o cumprimento da lei é considerada um dos desafios, especialmente no que se refere ao fim dos lixões. "As ações não estão acontecendo no ritmo desejado. Cumprir integralmente com essa meta provavelmente seja difícil", vislumbra a Coordenadora Executiva do Instituto Pólis, que compõe a Coordenação do Fórum Lixo e Cidadania da Cidade de São Paulo, Elisabeth Grimberg. Pela política nacional de resíduos sólidos, todos os municípios devem oferecer a coleta seletiva à população. Além disso, a nova lei também disciplina a coleta, o destino final e o tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais. "A lei é inovadora. Ela traz obrigações desde o consumidor até o empresário, passando pelo governo e organizações de classe, atinge toda a sociedade", considera a diretora de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Zilda Veloso. Para ela, o primeiro grande desafio é acabar com os lixões no país. Por isso, há a necessidade de uma mudança de cultura, do comportamento de enterrar o lixo. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mais da metade dos municípios brasileiros possuem lixões. São ao todo 2.906 lixões, que devem ser fechados até o próximo ano. Dos 5.564 municípios brasileiros, somente 766 fazem coleta seletiva do lixo. Mudança na forma de tratar o lixo Na avaliação da professora Emília Wanda Rutkowski, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a nova lei trouxe avanços importantes. Para ela, a questão dos resíduos sólidos passou a ser vista de forma diferenciada. "Ela vai para a agenda pública de outra maneira. Até então era colocada pelos prefeitos como a maior despesa e se resumia a isso. Com a lei, passou a ser uma discussão da sociedade", defende. Na avaliação da professora, a nova lei ainda não levou a uma mudança de comportamento. "Mas as prefeituras estão mudando sua postura em relação aos resíduos”, observa. Como exemplo ela cita o estado de São Paulo, que tenta fazer acordos com a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) para a execução da política da logística reversa. "O destino mais nobre para o lixo é não ser lixo. É poder pensar o que é passível de ser reciclado, reutilizado ou compostado", analisa a professora. Logística reversa Um dos aspectos considerados inovadores da lei, na avaliação dos especialistas, é o que se chama de logística reversa. A intenção é instituir a responsabilidade de reciclagem dos produtos para fabricantes. Segundo o conceito, eles seriam obrigados a implantar sistemas de retorno para a indústria de materiais como eletroeletrônicos e pneus. Mas a aplicação do novo sistema ainda precisa ser viabilizada. De acordo com Grimberg, há um acordo setorial encaminhado para questão de embalagens junto ao MMA que poderia ser considerado um avanço. "Mas, na minha opinião, não é, porque o empresariado não quer arcar com o custeio desse sistema", conclui. ONU abre novas negociações para chegar a acordo climático antes de 2015 Delegações de todo o mundo começaram nesta segunda-feira (3) em Bonn, na Alemanha, uma rodada de negociações, sob a direção da ONU (Organização das Nações Unidas), para elaborar um grande acordo sobre a luta contra as mudanças climáticas antes da Conferência de 2015. A reunião durará 12 dias. "As negociações entraram em uma fase crítica de criação do acordo de 2015", disse aos delegados a costa-riquenha Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Seis meses depois dos poucos resultados obtidos na Conferência de Doha, Figueres advertiu sobre a necessidade de desviar o planeta da inquietante trajetória em direção a um aquecimento climático de 3 graus Celsius a 5 graus Celsius. Uma trajetória cada vez mais preocupante, já que a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera superou o limite simbólico de 400 partes por milhão (ppm). "Diante do desafio de termos ultrapassado as 400 ppm pela primeira vez na história da humanidade, não preciso lembrar que não podemos não alcançar resultados urgentes", disse Figueres.