Em Foco - Ano XI • nº 22 • 2014

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O ÍNDICE DE CASOS DE HANSIENÍASE NA ESF DO
BAIRRO DO MARACANÃ NO TRIÊNIO 2010 A
2012 NA CIDADE DE SANTARÉM-PA
Layla de Cássia Bezerra Bagata1
Aldir de Almeida Siqueira1
Ariane Cintia Sales Mendes1
Laiane Jorge Campos1
Samila Sousa Sales1
Ricardo Santos do Nascimento1
Maria Eliane Lavor de Sousa 2
RESUMO:
A hanseníase tem uma grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder
incapacitante, atingindo principalmente a faixa etária economicamente ativa (BRASIL, 2008 apud SILVA et al., 2010).
O presente estudo propôs analisar a incidência de casos noticados de hanseníase na Estratégia Saúde da FamíliaESF do bairro do Maracanã durante os anos de 2010, 2011 e 2012 através do Livro de Registro de Hanseníase.
Trata-se de uma pesquisa documental de caráter quantitativo. Foram noticados 25 casos de Hanseníase, destes
72% classicados como Casos Novos. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar agravos e o enfermeiro tem
importantíssimo no diagnostico e prevenção da hanseníase.
Palavras chaves: Hanseníase, Mal de Hansen, Santarém –PA.
ABSTRACT:
Leprosy is of great importance to public health because of its magnitude and its high disabling power, affecting mainly
the economically active age group (BRAZIL, 2008 apud SILVA et al., 2010). The present study was to assess the
incidence of reported cases of leprosy in the Family Health Strategy-ESF Maracanã neighborhood during the years
2010, 2011 and 2012 through the Leprosy Record Book. This is a documentary research of quantitative character. 25
cases of leprosy were reported, 72% of these cases classified as new. Early diagnosis is key to avoiding illness and
the nurse has important in the diagnosis and prevention of leprosy.
Key words: leprosy, Hansen's disease, Santarém-PA.
¹ Acadêmicos do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará. E-mail: [email protected].
2
Enfermeira Esp. em Obstetrícia, Docente no Centro de Educação Profissional Esperança (CEPES).
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INTRODUÇÃO
A situação epidemiológica das doenças transmissíveis tem apresentado mudanças signicativas, observadas através dos padrões de mortalidade em todo o
mundo, esses grupos de doenças continuam a oferecer
desao aos programas de prevenção. Endemias importantes como a hanseníase persistem, fazendo com que
esse grupo de doenças represente um importante problema de saúde publica (BRASIL, 2010).
A hanseníase ou Mal de Hansen (MH) é uma doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae, bacilo álcool-acido resistente, intracelular obrigatório, sendo a única espécie
de micobactéria que infecta nervos periféricos, especialmente células de Schwann. Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto, poucos adoecem (baixa patogenicidade). Este bacilo não cresce em meios de cultura
articiais, ou seja, não é cultivável in vitro. A classicação operacional do caso de Hanseníase é baseada no
número de lesões cutâneas, onde é considerado paucibacilar (PB) casos com até 5 lesões e multibacilar (MB)
casos com mais de 5 lesões. (BRASIL, 2008a, 2010).
A hanseníase tem uma grande importância para a
saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante, atingindo principalmente a faixa etária economicamente ativa. Observa-se relação entre a sua endemicidade e baixos índices de desenvolvimento humano. A hanseníase apresenta tendência de estabilização
dos coecientes de detecção no Brasil, mas ainda apresenta patamares muito altos nas regiões Norte, Centrooeste e Nordeste. Em 2006, dos 44.653casos novos de
hanseníase diagnosticados no Brasil, 15.884 (35,6%)
ocorreram na Amazônia, região que compreendeapenas 12,9% da população do país. Já em 2010, foram diagnosticados 34.894 casos novos no Brasil, e o Pará ainda
é classicado como área hiperendêmica, com mais de
40 casos novos por 100 mil habitantes. Atualmente, a maior carga da hanseníase representada pelo número de
doente em tratamento enúmero de casos diagnosticados com lesões incapacitantes, se restringe a espaços
geográcos bem delimitados, que incluem os estados do
entorno do ecossistema amazônico (BRASIL, 2008
apud SILVA et al., 2010; BRASIL, 2008a, 2010, 2013).
O Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase
(PNEH) estabeleceu em 2004 o redirecionamento da política de eliminação da doença enquanto problema de saúde pública e da atenção à hanseníase no Brasil, em um novo contexto que permite aferir a real magnitude da endemia no País, a coordenação do PNEH assumiu em 2008,
como objetivo de saúde publica o controle da doença. A comunicação e educação em saúde é um dos componentes
estruturantes do programa que compreende três eixos:
ações de comunicação em saúde, educação permanente
e mobilização social (BRASIL, 2006, 2008a, 2008b, 2010).
A Enfermagem é uma das prossões da área da saúde cuja essência e especicidade é o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade,
desenvolvendo atividades de promoção, prevenção de
doenças, recuperação e reabilitação da saúde. Atuando
diretamente na identicação, tratamento e prevenção
da hanseníase (ROCHA, 2000).
O presente estudo propôs analisar a incidência de
casos noticados de hanseníase na Estratégia Saúde
da Família-ESF do bairro do Maracanã durante os anos
de 2010, 2011 e 2012 através do Livro de Registro de
Hanseníase, compreendendo o grau de abrangência, fatores epidemiológicos e transmissibilidade.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa documental que para Lakatos (2009) se baseia na coleta de dados, de documentos escritos ou não, de caráter quantitativo, que segundo Rodriguez (2007), traduz em números as opiniões e
informações para serem classicadas e analisadas utilizando para isso técnicas estatísticas.
O cenário da pesquisa foi a Estratégia Saúde da Família (ESF) do Bairro do Maracanã. Foi realizado um levantamento dos dados contidos no Livro de Registro de
Hanseníase da ESF, nos anos de 2010 a 2012, mediante autorização da Secretaria Municipal de Saúde SEMSA. O livro é fornecido pelo Ministério da Saúde e
padronizado para todo o território nacional.
A pesquisa foi desenvolvida seguindo as exigências
da Resolução do Conselho Nacional de Saúde-CNS
Nº466/2012, sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Foram respeitados os princípios de autonomia, benecência, não maledicência, justiça e equidade dentre
outros, e visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade cientíca e ao Estado.
Utilizou-se na coleta de dados uma cha padronizada pelos pesquisadores, para registrar as informações
contidas no livro, como modo de entrada, forma clinica,
sexo, faixa etária, dentre outros. Foram coletados todos
os dados presentes no livro nos anos de 2010, 2011 e
2012, exceto o nome do paciente.
O processamento e apresentação dos dados contidos no livro de registro deram-se por somatória de índices, tabelas e grácos produzidos pelos programas
Word 2010 e Excel 2010. O aprofundamento de informações alcançadas foi feito por meio de pesquisa bibliográca especíca ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os maiores coecientes de detecção de hanseníase são vericados nas regiões Norte e Centro-oeste,
com 42,7 e 41,3 casos novos por 100 mil habitantes em
2010, que caracterizam hiperendemicidade (BRASIL,
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2013). A partir do levantamento de dados foram obtidas
as informações a seguir.
Gráfico 01. Índice do modo de entrada prevalente dos casos
notificados na ESF do Maracanã no período de 2010 a 2012, no
município de Santarém-PA.
Fonte: Ficha de pesquisa
No período dos anos de 2010 a 2012, foram noticados 25 casos de Hanseníase na ESF do Maracanã no município de Santarém-PA. De acordo com o gráco 01Observou-se que, o modo de entrada que exibiu maior
prevalência foi por Caso Novo, com um total de 72% dos
casos noticados. Este resultado vem concordar com Palácios et al (2010)quando diz que, o estado do Pará detém, em situação consonante com a região Centro-Oeste
e os outros estados da região Norte, elevadas taxas de
detecção de casos novos de hanseníase a cada ano.
O diagnóstico precoce da hanseníase é de inquestionável importância, pois previne níveis maiores de incapacidades e evita maiores transtornospara o paciente, assim
como a busca ativa pelos contatos intradomiciliares, uma
vez que, todo multibacilar foi, um dia, um comunicante.
Os demais casos apresentaram resultados de, 16%
para transferência intramunicipal, 8% para casos de recidiva e 4%para casos que não obtiveram registro identicado.
Segundo Brasil (2002), dentre as pessoas que adoecem, algumas apresentam resistência ao bacilo, constituindo os casos Paucibacilares (PB), que abrigam um pequeno número de bacilos no organismo, insuciente para infectar outras pessoas. No entanto, as pessoas que
não apresentam resistência ao bacilo, que se multiplica
no seu organismo passando a ser eliminado para o meio
exterior, podendo infectar outras pessoas, constituem os
casos Multibacilares (MB), que são a fonte de infecção e
manutenção da cadeia epidemiológica da doença.
Gráfico 02. Quantitativo da forma clínica prevalente dos casos
notificados na ESF do Maracanã no período de 2010 a 2012, no
município de Santarém-PA.
Fonte: Ficha de pesquisa
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Com base no gráco 02, houve uma preponderância de dos casos noticados pela forma clínica Multibacilar (68%) totalizando dezessete casos, e oito casos pela
forma paucibacilar (32%). De acordo com Helene
(2011apud Oliveira& Macedo, 2012) quanto maior o atraso no diagnóstico, maior a chance de desenvolvimento
de incapacidades físicas irreversíveis e lesões decorrentes da própria evolução da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) de acordo
com Crippa et al (2004) recomenda que, em localidades
onde a baciloscopia não for disponível com boa qualidade, os pacientes portadores de hanseníase sejam classicados, para ns de tratamento, de acordo com o número de lesões cutâneas, considerando-se paucibacilares aqueles com até cinco lesões e multibacilares aqueles com mais de cinco lesões.
No que diz respeito ao gênero, a maior incidência foi
entre os homens, apresentando 60 % dos casos, conforme o gráco 03, abaixo, dados este que entra em consonância com a pesquisa de Aquino e Imbiriba (2003, 2008
apud Lima et al., 2010) onde os mesmos armam que a
hanseníase é mais freqüente no sexo masculino e o risco de exposição é determinante dessa diferença.
Gráfico 03. Relação entre gêneros e casos notificados de hanseníase
na ESF do bairro do Maracanã no período de 2010 a 2012, no
município de Santarém-PA.
Fonte: Ficha de Pesquisa
Analisando os casos noticados de MH no triênio
pesquisado, nota-se que os homens, na faixa etária economicamente ativa ente 21 a 60 anos, são mais acometidos pela hanseníase com 36% dos casos, e as mulheres com 32 %, de acordo com a tabela 01, achado este
que corrobora com a pesquisa de Palácios et al (2010),
onde o padrão epidemiológico encontrado, é o do paciente do sexo masculino e em idade economicamente ativa, demonstrando que o contato interpessoal constante
pelas atividades prossionais ainda é uma das principais formas de propagação da doença, uma vez que, na sociedade patriarcal em que estão incluídos, os pacientes
relacionados nesta pesquisa, ainda é, na maioria das vezes, o homem que toma a frente das atividades econômicas e prossionais do lar, o que leva, não por coincidência, quase sempre o chefe-de-família a ser também
o caso índice.
IDADE
(ANOS)
HOMENS
(%)
MULHERES
(%)
15 - 20
2
8
0
0
21 -30
2
8
0
0
31-45
4
16
4
16
46- 60
3
12
4
16
> 60
4
16
2
8
TOTAL
15
60
10
40
Tabela 01. Relação entre a faixa etária, gênero e incidência de
casos de hanseníase notificados na ESF do Maracanã no período de
2010 a 2012, no município de Santarém-PA.
Fonte: Ficha de pesquisa
Durante a pesquisa realizada, no que diz respeito à
relação entre a classicação do grau de incapacidade e
o tipo de MH, vericou-se que, a forma clínica MB teve
maior índice de grau de incapacidade com 70,5%. Segundo Croft et al (1999 apud Pimentel et al.,2002) vários
estudos demonstram que os pacientes portadores de
formas multibacilares de hanseníase apresentam risco
maior de desenvolverem incapacidades físicas, quando
comparados aos pacientes paucibacilares.
Destacamos que, os pacientes diagnosticados com
a forma MB da doença apresentam geralmente algum
grau de incapacidade pelo fato de haver um maior comprometimento de nervos e um maior número de lesões
na pele do que a PB, vários autores armam que, casos
multibacilares possuem imunidade especíca ao bacilo reduzida ou ausente, baciloscopia positiva, mais de
cinco lesões de pele e mais de um nervo atingido, assim,
a hanseníase promove a instalação de deciência e deformidades físicas, que resultam em graves incapacidades, desajustes e até em marginalização e ostracismo
do portador (Barbosa et al., 2004;Brasil, 2002; Gomes,2005 apud Sousa et al.,2011).
Todos os pacientes noticados passaram por avaliação de grau de incapacidade, vericando assim a efetividade da assistência prestada na ESF. Visto que uma
avaliação tardia ou a não avaliação pode gerar danos irreversíveis, que afetarão os pacientes física e psicologicamente, comprometendo suas atividades diárias, trabalho, e relações interpessoais.
GRAU DE
HANSENÍASE
INCAPACIDADE
PB
(%)
HANSENÍASE
MB
(%)
87,5
5
29,4
0
7
1
0
0
9
52,9
2
1
12,5
3
17,6
N/A
0
0
0
0
TOTAL
8
100
17
100
Tabela 02. Relação entre a classificação do grau de incapacidade e
tipo de hanseníase notificada na ESF do Maracanã no período de
2010 á 2012, no município de Santarém-PA.
Fonte: Ficha de pesquisa
De acordo com a pesquisa realizada, dos 25 casos
noticados durante o triênio 2010, 2011 e 2012, 36% efetivaram tratamento pelo período de 12 meses e 24% durante 6 meses, segundo o livro de noticações todos os
casos que realizaram tratamento tanto com doze doses,
como também com seis doses, obtiveram alta por cura.
Ressaltamos que, dos casos que encontravam-se na 4°
dose do tratamento, um com a forma clínica multibacilar
da doença, obteve cancelamento do tratamento por erro
de diagnóstico, os demais casos encontravam-se em andamento do esquema poliquimioterápico.
A equipe da Unidade Básica de Saúde deve realizar
o tratamento para hanseníase como parte de sua rotina,
seguindo esquema terapêutico padronizado de acordo
com a classicação operacional (BRASIL, 2008a).
Gráfico 04. Período de tratamento prescrito para pacientes
diagnosticados com hanseníase atendidos na ESF do Maracanã no
período de 2010 a 2012, no município de Santarém-PA.
Fonte: Ficha de pesquisa
Segundo Boechat & Pinheiro (2012), o tratamento
medicamentoso da hanseníase é negligenciado pelas
grandes indústrias farmacêuticas, por ser considerada
uma doença que tem cura e cuja quimioterapia não teria
um retorno econômico atrativo. Embora os medicamentos utilizados sejam antigos e com graves efeitos colaterais, favorecendo o abandono do tratamento, a formação de cepas resistentes e, por consequência, o crescimento de epidemias, a utilização do poliquimioterápico
tem mostrado ser bastante ecaz, apresentado raros casos de recidivos.
Para Andrade et al (2011), um grande desao para a
equipe desaúde é trabalhar para que os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) adiram ao tratamento, haja
vista que a hanseníase exige uma terapêutica e um
acompanhamento de longo prazo.
No que diz respeito ao quantitativo de comunicantes registrados e examinados, a busca ativa dos contatos intradomiciliares reete grande impacto na prevenção de novos casos de hanseníase, e desenvolve papel
importante na redução epidemiológica dessa doença.
Segundo BRASIL (2001 apud NETO, 2002), deve-se
considerar como contatointradomiciliar toda e qualquer
pessoa que resida ou tenha residido nos últimos cinco
anos com o doente, o qual deve ser submetido a exame
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dermatoneurológico e receber orientação quanto ao período de incubação, transmissão, sinais e sintomas da
hanseníase e do retorno ao serviço de saúde.
gem para o controle da doença e do doente, com pouca
inclusão das ações de controle de contatos (HELENA et
al., 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Gráfico 05. Relação entre comunicantes registrados e examinados
com suspeita de hanseníase assistidos pela ESF do Maracanã no
período de 2010 a 2012, no município de Santarém-PA.
Fonte: Ficha de pesquisa
De acordo com o gráco 05, 64% dos clientes diagnosticados com a doença em questão obtiveram todos
os comunicantes intradomiciliares registrados e examinados, 32% dos clientes com hanseníase apresentaram
contatos intradomiciliares parcialmente examinados, ou
seja, foram registrados, mas, por questões não informadas, não foram examinados, e 4% obteve todos os contatos examinados, porém, apresentava erro de diagnóstico para hanseníase.
Apesar da maioria dos diagnosticados com MH
apresentarem todos os comunicantes examinados, a
porcentagem que obteve contatos parcialmente examinados ainda é ameaçadora, visto que, a doença tem caráter silenciosamente transmissível e por não comprometer órgãos vitais manifesta-se sem que o portador perceba.
A falta de informações sobre a hanseníase e suas
formas detransmissão coloca o próprio indivíduo como
um ser passivo diante do controle da doença, pois muitos contatos domiciliares, a despeito da solicitação de
comparecimento ao serviço de saúde para exame dermatoneurológico, acabam não comparecendo
(DESSUNTI et al., 2008).
Embora certicada à necessidade do desenvolvimento das atividades voltadas para o controle de contatos, estas têm sido pouco valorizadas pelos serviços,
prossionais de saúde e pesquisadores que se interessam pela temática. Estes parecem privilegiar a aborda-
Constatamos que, apesar de todo o trabalho que
vem sendo feito em busca do controle, a hanseníase em
Santarém ainda constitui um grave problema de saúde
pública. Alguns motivos podem estar relacionados com
a alta prevalência da hanseníase, são eles: diagnóstico
tardio, erro de diagnóstico, falta de avaliação dos comunicantes, falta de ações educativas a nível comunitário,
familiar e com ênfase na saúde do homem e décit no conhecimento da população acerca da doença.
Com isso faz-se necessário uma educação continuada aos prossionais de saúde, a m de que possam
diagnosticar precocemente e com maior segurança novos casos de hanseníase. A atenção primária a saúde é
de fundamental importância assim como seus programas e prossionais capacitados para que se tenha ecácia tanto na vigilância quanto no diagnóstico precoce
e tratamento da doença. É indispensável também, que
seja feito uma avaliação precisa de todos os comunicantes.
É imprescindível que se tenha uma maior atenção
com hanseníase no sexo masculino devido sua maior incidência e risco de exposição que acomete este público,
e o descaso que a grande maioria do sexo masculino
tem com a própria saúde. Mediante isso se faz necessário uma interação entre as políticas de saúde a m de promover a saúde do homem.
A realização de educação em saúde é essencial para a prevenção da doença e redução do décit de conhecimento, visto que, somente por meio da educação irá
se formar uma população consciente quanto a importância do seu auto-cuidado e menos suscetível a agravos
decorrentes da hanseníase. O enfermeiro enquanto educador e visto seu maior contato com a comunidade tem
um papel fundamental na construção do conhecimento
e promoção da saúde, diante disso é necessário comprometimento do prossional em desempenhar suas atribuições com qualidade.
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