Biologia - Estuda Que Passa

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Biologia
Tecidos Vegetais
Professor Enrico Blota
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Biologia
TECIDOS VEGETAIS – PARTE 1
Desde as sementes, os vegetais apresentam tecidos embrionários e, à medida que crescem,
as plantas formam tecidos organizados com diversas funções. Esse processo é chamado
diferenciação e vai formando novos tecidos ou novas estruturas.
Os tecidos vegetais podem ser divididos em:
1. Meristemáticos ou embrionários
1.1 Meristemas primários
São os tecidos que permitem o crescimento longitudinal dos vegetais. Estão localizados
nas extremidades das plantas. As células meristemáticas deste tecido demonstram uma
permanente capacidade de efetuar mitoses, promovendo um crescimento contínuo.
Em uma planta jovem, por exemplo, os meristemas apicais existentes na ponta do caule estão
em grande atividade. Os meristemas primários são divididos em:
•• Dermatogênio (protoderme) – Forma a epiderme e anexos da epiderme.
•• Periblema (meristema fundamental) – Forma a casca ou córtex. Desse tecido surgem os
parênquimas e os tecidos de sustentação.
•• Pleroma (procâmbio) – Forma o cilindro central. Origina os vasos do xilema e floema.
Anotações:
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1.2 Meristemas secundários
Promovem o crescimento em espessura do vegetal. Ao longo do tempo suas células perdem
a capacidade de efetuar mitoses, voltando à característica embrionária (desdiferenciação). Os
meristemas secundários são divididos em câmbio e felogênio.
•• Câmbio – Instala-se entre os tecidos vasculares primários, produzindo os tecidos
vasculares secundários. Quando em atividade, são células altamente vacuoladas, com
núcleo pequeno. A porção diferenciada a partir do procâmbio formará os elementos de
condução (xilema e floema). Existe uma parte do câmbio diferenciada a partir de um outro
meristema, chamado periciclo, que produzirá raios parenquimáticos.
•• Felogênio – É o meristema lateral que origina a periderme, um tecido secundário que
substitui a epiderme em muitas dicotiledôneas e gimnospermas lenhosas. Pode ser
observado em cortes transversais, como uma faixa mais ou menos contínua e suas células
iniciais são retangulares.
Obs.: Periciclo: tecido primário que origina o felogênio e a parte do câmbio (câmbio
interfascicular, em frente aos polos de protoxilema) que origina os raios parenquimáticos
(presentes entre o xilema).
Visão geral do crescimento primário e secundário
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2. Adultos ou permanentes
2.1 Revestimento – Epiderme e súber
A epiderme das plantas vasculares é um tecido formado, de modo geral, por uma única camada
de células de formato irregular, achatadas, vivas e aclorofiladas. É um tecido de revestimento
típico de órgãos jovens (raiz, caule e folhas). A epiderme de uma raiz mostra uma camada
cilíndrica de revestimento, com uma zona pilífera, cujos pelos nada mais são do que extensões
de uma célula epidérmica.
Leitura obrigatória – Anexos vegetais
Tricomas (secretores ou absorventes)
São geralmente estruturas especializadas contra a perda de água por excesso de transpiração,
ocorrendo em planta de clima quente. Podem ser, no entanto, secretores, produzindo secreções
oleosas, digestivas ou urticantes. As plantas carnívoras possuem tricomas “digestivos” e a
urtiga, planta que provoca irritação da pele, possui tricomas urticantes.
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Cutícula
As células epidérmicas secretam para o exterior substâncias impermeabilizantes, que formam
uma película de revestimento denominada cutícula. O principal componente da cutícula é a
cutina, um polímero feito de moléculas de ácidos graxos. Além de evitar a perda de água, a
cutícula protege a planta contra infecções e traumas mecânicos.
Lenticelas
São pontos de ruptura do tegumento (súber) de áreas mais velhas do caule. Permite trocas
gasosas entre os meios interno e externo.
Acúleos
São estruturas pontiagudas com função de proteção da planta contra predadores, são
frequentemente confundido com espinhos, que são folhas ou ramos modificados. Os acúleos
são fáceis de destacar e são provenientes da epiderme. Podem ser encontrados nas roseiras.
Hidatódios
Hidatódios são especializados em eliminar excessos líquidos da planta. Os hidatódios
geralmente presentes nas bordas das folhas, onde, pela manhã, é possível observar as gotas de
líquido que eles eliminam, fenômeno conhecido como gutação.
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Estômatos
Os estômatos são os anexos mais importantes relacionados com a troca de gases e água entre
as folhas e o meio. As células estomáticas são as únicas na epiderme que possuem clorofila.
Um estômato visto de cima, assemelha-se a dois feijões dispostos com as concavidades frente
a frente: são as duas células estomáticas ou células-guarda, que possuem parede celular mais
espessa na face côncava e cuja disposição deixa entre elas um espaço denominado fenda
estomática ou ostíolo.
Atenção – “Periderme”: Na estrutura secundária da raiz e caule de angiospermas e
gimnospermas, a epiderme é substituída pela periderme, camada formada pelo súber,
felogênio e feloderme. O felogênio produz para fora o súber, formado por células com parede
celular impregnada de suberina, uma espécie de cera que impermeabiliza as células, o que
torna o tecido morto pois não absorve substâncias. Para dentro, o felogênio produz a feloderme
composta por células vivas.
OBS.: O súber pode se desprender da planta à medida que é renovado, chamamos então de
Ritidoma, que são cascas que se desprendem do vegetal.
Estômatos, um olhar mais aprofundado
Anotações:
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TECIDOS VEGETAIS – PARTE 2
2.2 Preenchimento
A folha é totalmente revestida pela epiderme, e seu interior, denominado mesófilo (do grego,
mesos, meio e phylon, folha), é constituído por parênquima clorofiliano, tecidos condutores e
tecidos de sustentação.
O parênquima clorofiliano foliar pode ser, em geral de dois tipos:
•• Paliçádico – constituído por células prismáticas e justapostas como uma paliçada
•• Lacunoso – constituído por células de forma irregular, que deixam espaços ou lacunas entre si.
OBS.: O parênquima clorofiliano (assimilador) realiza fotossíntese e, por isso, é mais encontrado
em folhas e caules verdes; o parênquima amilífero ou de reserva é o que armazena reservas
energéticas (principalmente amido) e é muito encontrado em raízes; o parênquima aerífero
(aerênquima) armazena ar, mas não para respirar, mas para flutuar em ambientes aquáticos; o
parênquima aquífero armazena água para resistir em regiões áridas (quentes e secas) como é o
caso dos desertos e da caatinga e é bem desenvolvido em cactáceas.
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2.3 Sustentação
Colênquima
É um tecido flexível, localizado mais externamente no corpo do vegetal e encontrado em
estruturas jovens como pecíolo de folhas, extremidade do caule, raízes, frutos e flores.
Esclerênquima
O esclerênquima é um tecido mais rígido que o colênquima, encontrado em diferentes locais
do corpo de uma planta.
2.4 Condução – Transporte
Inicialmente, ocorre a absorção de água e nutrientes minerais pela zona pilífera da raiz. Os
diferentes tipos de íons são obtidos ativa ou passivamente e a água é absorvida por osmose.
Forma-se uma solução aquosa mineral, a seiva bruta ou seiva inorgânica. Essa solução caminha
de célula a célula radicular até atingir os vasos do xilema (ou lenho) existentes no centro da
raiz. A partir daí, o transporte dessa seiva ocorre integralmente dentro dos vasos lenhosos até
as folhas. Lá chegando, os nutrientes e a água difundem-se até as células e são utilizados no
processo da fotossíntese.
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Os compostos orgânicos elaborados nas células do parênquima clorofiliano das folhas difundem-se para outro conjunto de vasos do tecido condutor chamado floema ou líber. No interior dos vasos liberianos, essa seiva orgânica ou seiva elaborada é conduzida até atingir as células do caule,
de um fruto, de um broto em formação, de uma raiz etc., onde é utilizada ou armazenada.
Xilema e suas células:
Organização do xilema
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Floema e suas células:
Ao lado, observe a parte interna da raiz é o cilindro central,
composto principalmente por elementos condutores, fibras e parênquima. O cilindro central é delimitado pela endoderme, uma camada de células bem ajustadas e dotadas
de reforços especiais nas paredes, as estrias casparianas
(ou de Caspary). Essas estrias são como cintas que unem
firmemente as células vizinhas, vedando completamente
os espaços entre elas. Assim, para penetrar no cilindro central, toda e qualquer substância tem que atravessar diretamente as células endodérmicas, uma vez que as estrias de
Caspary fecham os interstícios intercelulares. São formadas
por suberina e, em certos casos, há lignina. Abaixo, observe
como a água desloca-se dentro do vegetal.
Anotações:
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Os modelos de Munch e Dixon
2.5 Secretores
São tecidos com capacidade de secretar substâncias com alguma função (defesa, digerstão,
cicatrização, entre outros). São divididos em 4 tipos:
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Pêlos – Defesa, absorção e predação. Podem conter enzimas digestivas (como na Drosera)
Nectários – Produzem o néctar
Vasos Lactíferos – Látex, seringueira- borracha.
Bolsa Secretora – Pode servir de defesa e acumular cristais de oxalato de cálcio. Notam-se
duas formas, as drusas ou ráfides.
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