Interferência entre plantas daninhas e cultivadas - Esalq

Propaganda
3/22/2011
Referências para próxima aula (controle biológico, químico e
equipamentos de aplicação de herbicidas)
Referência 13 Correia, N.M.; Rezende, P.M. Manejo Integrado de Plantas Daninhas na cultura da soja.
UNESP - FCAV, Jaboticabal 2003, p. 6-55.
Referência 14 Miyazaki, D.M.Y; Pitelli, R.A. Estudo do potencial do Pacu (Piaractus mesopaotamicus)
como agente de controle biológico de Egeria densa, E. najas e Ceratophyllum demersum.
Planta Daninha, v. 21, edição especial, p. 53 - 59, 2003.
Referência 15 Spraying System. Informações técnicas produtos Spraying Systems. Pontas de
Pulverização, 2005, p. 9-31.
Interferência entre plantas daninhas e cultivadas
1. Tipos de interferência
direta
x
indireta
- efeitos positivos (+)
- efeitos negativos (-)
- efeitos neutros (0)
22/03/2011
[email protected]
2
1
3/22/2011
Interferência entre plantas daninhas e cultivadas
1. Tipos de interferência
direta
x
indireta
- efeitos positivos (+)
- efeitos negativos (-)
- efeitos neutros (0)
- dificulta a colheita
- reduz a qualidade do produto
- toxicidade aos animais
22/03/2011
[email protected]
3
Fonte de disseminação
das plantas daninhas
22/03/2011
[email protected]
4
2
3/22/2011
2. Definições
2.1. Alelopatia
Quando um planta ou microrganismo, através de suas
partes vivas, ou em decomposição afeta negativamente
o desenvolvimento de outra planta através de um
inibidor bioquímico liberado no ambiente.
Volatilização a
partir das folhas
Lixiviação a partir das folhas
pela chuva, neblina ou orvalho
Lixiviação a partir dos
resíduos de plantas
Decomposição dos resíduos de
plantas liberação ou transformação
Decomposição de tecidos de
raízes na rizosfera
Transformação por
microrganismos no solo
22/03/2011
2.2. Parasitismo
Exsudação
a partir das raízes
[email protected]
5
Quando um planta sobrevive as
custas de outra
Planta de Orobanque
parasitando a cultura de tomate
3
3/22/2011
2.3. Competição

Efeitos adversos mútuos dos organismos
(plantas) que utilizam os mesmos recursos
em quantidades limitantes no ambiente
Interferência = competição + alelopatia
Efeito físico
22/03/2011
Efeito químico
[email protected]
7
3. Fatores de determinam o grau de competitividade
Época relativa de emergência da planta daninha em relação a cultura
1. A primeira planta a obter água, luz e nutrientes tem vantagens sobre
as plantas que emergen depois (emergência rápida da planta daninha
2. As plantas daninhas que emergem antes ou junto com a cultura é que
tem maiores efeitos de interferência
3. A interferência durante as primeiras 4 a 6 semana é que tem maiores
impactos na produção
4. Plantas daninhas de emergência tardia geralmente não afetam a
produção, mas interferem com as operações de colheita e
incrementam o banco de sementes.
22/03/2011
[email protected]
8
4
3/22/2011
Época relativa de emergência,
vantagem competitiva do milho
sobre a planta daninha
Quenopódio que germinou
após o milho, potanto
baixa capacidade
competitiva
22/03/2011
Preparo do Semeadura Emergência
da cultura
solo
da cultura
[email protected]
Controle da
planta daninha
9
Maturidade e
colheita da cultura
Crescimento
da cultura
Superfície do solo
Sementes de plantas Emergência da
daninhas enterradas planta daninha
Emergência da
planta daninha
Maturidade e dispersão
das sementes das
plantas daninhas
Tempo
22/03/2011
[email protected]
10
5
3/22/2011
Densidade da planta daninha – competição inter- e intra-específica
1. Inter-específica entre diferente espécies e intra-específica entre mesma espécies
2. A redução de produção da cultura é diretamente proporcional a densidade da
planta daninha, porém o efeito da densidade é também afetado pela biomassa,
hábito de crescimento e altura da planta daninha
3. Altas densidades de plantas daninhas resultam em competição intra-específica,
diminuindo o efeito relativo de cada planta na competição
4. Densidade não é um bom parâmetro para prever perdas de produção nas
culturas devido a competição das plantas daninhas
22/03/2011
[email protected]
11
Milho em competição com
plantas daninhas
Modelos de previsão de perdas de
produção normalmente não são
baseados em densidade mas área
foliar relativa ou cobertura
Produção da cultura
Competiçao intra-específica
entre as plantas daninhas
Diminuição da importância relativa da planta daninha
22/03/2011
[email protected]
Densidade da planta daninha
12
6
3/22/2011
Perdas causadas pela interferência das plantas daninhas (Blanco, 1974)
Culturas
Perdas (% da área livre de planas daninhas)
Arroz
45 – 90
Milho
20 – 83
Feijão
30 – 80
Soja
29 – 90
Algodão
68 – 94
Cana-de-açúcar
24 – 86
Café
56 – 77
Citrus
41
94 – 100
Alho
Cebola
85 - 95
22/03/2011
[email protected]
13
Fatores de determinam o grau de competitividade
Espécie
Densidade
Período de convivência
Distribuição espacial
Planta
daninha
Modificado pelas
condições edáficas
e climáticas
Espaçamento
Densidade
Variedade
Época de desbaste
Grau de
competição
Planta
cultivada
(Bleasdale, 1960)
22/03/2011
[email protected]
14
7
3/22/2011
Espaçamento na cultura do algodão
22/03/2011
[email protected]
15
[email protected]
16
Vidal et al. 1998
22/03/2011
8
3/22/2011
Biomassa das plantas daninhas (g/m2)
Efeito do “stand”da soja no crescimento das plantas daninhas
100.000
200.000
300.000
400.000
População de soja (plantas/ha) na colheita
Arce, Pederson e Hartzler, 2006
Perdas da produção (Y)
22/03/2011
22/03/2011
[email protected]
17
Modelo de perdas de produção em função
da infestação das plantas daninhas
Y = Ymáx 1 -
(
ixD
1+ i x D
a
)
Densidade das plantas daninhas (D)
[email protected]
18
9
3/22/2011
Período crítico de controle de plantas daninhas
em uma cultura
 Um conceito importante no Manejo Integrado de Plantas Daninhas
 É o intervalo no ciclo de vida da cultura quando ela deve ser mantida livre
da presença das plantas daninhas para evitar perdas de produção
 Auxilia na determinação do momento de aplicação de um herbicida pósemergente não residual e do residual ideal de um herbicida pré-emergente
 É definido normalmente pelo estádio de crescimento da cultura
 Normalmente os limites do período crítico de controle estão baseados em
perdas de produção inferiores a 5%
22/03/2011
[email protected]
19
Período crítico de controle de plantas daninhas em uma cultura
Período 1
Período 2
Período 3
Mantido livre de
plantas daninhas até x
dias após a emergência
da cultura
Mantido infestado de
plantas daninhas até x
dias após a emergência
da cultura
x, dias a partir da emergência da cultura
22/03/2011
[email protected]
20
10
% da Produção potencial máxima
Livre de plantas daninhas
3/22/2011
Dias após o plantio
Ghanizadeh, Lorzadeh e Ariannia, 201021
[email protected]
22/03/2011
Período crítico de controle para grandes culturas
Culturas
22/03/2011
Período crítico de controle
Milho
3ª a 8ª folha verdadeira
Soja
1º ao 5º trifólio
Feijão
2º trifólio a 1ª flor
[email protected]
22
11
3/22/2011
Nível de dano econômico:
Custo, Benefício
Perda de produção evitada
> custo de controle de plantas
daninhas
Valor do incremento
na produção
C
Custo do controle
Nível econômico
de dano
% da Produção potencial máxima
Livre de plantas daninhas
D1
Densidade da planta daninha (D)
Momento adequado
de manejo
3 folhas
9 folhas
Dias após o plantio
22/03/2011
[email protected]
Page e Swanton, 2009
24
12
3/22/2011
% perda em soja com 1 e 5 plantas daninhas/m 2 que emergiram com a
cultura e foram mantidas sem controle durante todos o ciclo da cultura
Folhas largas anuais
Perdas de Produção da soja (%)
1 planta/m2
5 plantas/m2
Xanthium strumarium
15
41
Solanum americanum
14
40
Ambrosia trifeda
14
40
Chenopodium album
13
38
Amaranthus sp
12
36
Artemisia artemisifolia
10
33
Abutilon Theophrastis
6
23
Sinapsis arvensis
5
20
Polygunum convolvulus
4
15
Adaptado de “Herbicide Application Decision Support System Software, 2002”
22/03/2011
[email protected]
25
% perda em soja com 1 e 5 plantas daninhas/m 2 que emergiram com a
cultura e foram mantidas sem controle durante todos o ciclo da cultura
Folhas largas anuais
Perdas de Produção da soja (%)
1 planta/m2
5 plantas/m2
Milho voluntário
4
15
Setaria faberii
3
12
Panicum milleaceum
3
12
Echinochloa crus-galli
3
12
Panicum dichotomiflorum
2
10
Setaria viridis
2
8
Setaria lutescens
1
5
Panicum capillare
1
4
Digitaria horizontalis
1
4
Adaptado de “Herbicide Application Decision Support System Software, 2002”
22/03/2011
[email protected]
26
13
3/22/2011
Período crítico de competição entre plantas daninhas e a
cana-de-açúcar, plantio de ano, com ciclo de 12 meses
PERÍODO DE CONVIVÊNCIA
30 dias após o plantio
% DE PERDAS
0,9
60 dias após o plantio
10,2
90 dias após o plantio
34,5
120 dias após o plantio
78,9
todo o ciclo
83,4
PERÍODO DE CONTROLE
Período crítico de
controle das
% DE PERDAS
30 dias após o plantio
37,0
60 dias após o plantio
11,7
90 dias após o plantio
2,4
120 dias após o plantio
1,8
todo o ciclo
0,0
plantas daninhas, 30 a
90 dias após o plantio
[email protected] (Rolim & Christoffoleti, 1982)
27
22/03/2011
Período crítico de competição (PCC) entre plantas daninhas e a cana-de-açúcar
Usina Cruz Alta
PCC
{
110
Período de controle
Produção (%)
100
90
80
70
60
Período de competição
50
0
100
200
300
400
500
Dias após plantio
22/03/2011
[email protected]
28
14
3/22/2011
PERÍODO DE MATOCOMPETIÇÃO - Eucalipto
Período de
matocompetição
- 60 a 210 dias após transplante – (DAT)
(Toledo, 2002)
- 14 a 28 dias após transplante(DAT)
(Toledo, 2002)
22/03/2011
[email protected]
29
Estádios fenológicos do feijoeiro e períodos de
interferência com as plantas daninhas
Estádios fenológicos do feijoeiro
Semeadura
V1V2V3
V4
R5 R6
R7
R8
R9
Colheita
Período crítico de
controle das
plantas daninhas
Aceleração do crescimento
22/03/2011
“Fechamento da cultura"
[email protected]
30
15
3/22/2011
Limpo
2500
2500
2000
2000
1500
1500
1000
500
1000
3 trifolio
21 DAE
controle
0
kg/ha
kg/ha
Sujo
500
0
Floração
42 DAE
- V1 (folhas primárias expandidas) a R5 (aparecimento dos botões florais)
(10 a 35 dias) Fancelli (2000)
22/03/2011
Colheita
EmergênciaSemeadura
Período crítico de controle de plantas
daninhas na cultura de algodão
20 - 60 d
Período crítico de
matocompetição
[email protected]
16
3/22/2011
A boa dessecação
Vantagem competitiva da cultura sobre as plantas daninhas
(dianteira competitiva)
*
[email protected]
Plantio direto em
área de capim-braquiária
33
Aplicação do herbicida em pré-emergência - residual
Residual até o final do período crítico de competição
*
[email protected]
34
17
3/22/2011
Pós-emergência tardia da planta daninha, após início do período de matocompetição
Importante é o momento do controle
Cultura de algodão infestada de caruru
22/03/2011
[email protected]
35
Atraso nas aplicações em pós-emergência pode gerar
interferência das plantas daninhas na cana
*
[email protected]
36
18
3/22/2011
Controle em pós-emergência antes do início do processo de interferência
22/03/2011
[email protected]
37
Protetores de barra em algodão
Aplicação em pós-emergência tardia para complementar medidas anteriores
*
[email protected]
38
19
3/22/2011
Momento de controle é fundamental no manejo das plantas daninhas
Número de folhas (fenologia)
semeadura
Emergência
da cultura
Semana 1
Semana 2
Semana 3
Semana 4
As plantas daninhas que emergem neste
período causam altas perdas
Prevenção da produção de sementes
& baixa proteção da produtividade
Alta proteção da
produtividade
22/03/2011
[email protected]
39
Estratégias de manejo químico e período crítico de controle em soja convencional
Período crítico de controle
(mato-competição)
S
VE VC
V1
Pré-emergente
Dessecação
V2
V3
V5
V6
V7
V8...
R
Pós-normal
C - Até 2 a 3 folhas
FL - 4 a 6 folhas
G - 1 a 3 perfilhos
Pós-precoce
C - Até 1 folha
FL - Até 2 folhas
G - Não perfilhada
22/03/2011
V4
Pós-Tardia
C - Até 5 a 6 folhas
FL - > 6 folhas
G - > 3 perfilhos
[email protected]
20
3/22/2011
Efeito do momento de controle das plantas daninhas na competição inicial
(precoce) com a cultura do milho. Média de 37 experimentos
Altura da planta daninha no momento
da aplicação do herbicida (cm)
Perdas
médias (%)
Variação dos resultados de
perdas médias (%)
5
0
0-3
10
2
0-7
12
6
0-13
20
8
0-18
25
22
7-35
Hartzler e Pringnitz, 2000
22/03/2011
[email protected]
41
5. Fatores de competição
 Nutrientes
 Água
 Luz




Mais importante
CO2
Agentes de disseminação
Agentes de dispersão
Espaço
5.1. Competição por nutrientes
 N, P e K são os mais importantes
 N é o primeiro nutriente que existe competição
 Não existe tendência de maior ou menor consumo de nutriente pela
cultura
22/03/2011
[email protected]
42
21
3/22/2011
Quantidade relativa de nutrientes necessários para produzir a mesma
quantidade de matéria seca das plantas relacionadas, considerando
índice 100 para a cultura do trigo. (Vengris et al. (1955).
Planta
Nitrogênio
Culturas
Trigo
100
Aveia
88
Cevada
151
Plantas Daninhas
Erva de Santa Maria
136
Caruru
92
Beldroega
55
Mostarda
177
Fósforo
100
136
207
121
107
61
214
(Vengris et al. (1955).
22/03/2011
[email protected]
43
Produção de trigo em kg/ha crescendo em competição com aveia
brava em três níveis de adubação (Carlson et al., 1986).
0
Aplicação de N em pré-plantio (kg/ha)
67
134
Média
Produção de trigo em kg/ha
6990
7520
7650
7390
4
6430
6660
6640
6580
Aveia-brava
(pl./m2)
0
8
6460
6100
6140
6230
16
5940
5200
5470
5540
32
5400
4120
3450
4320
Média
6240
5920
5870
(Carlson et al., 1986)
22/03/2011
[email protected]
44
22
3/22/2011
5.2. Competição por água
 É o primeiro e mais crítico fator de competição
 As plantas daninhas absorvem água com maior eficiência
 Regiões áridas dos EUA - 150 milhões de litros de água
consumida pelas plantas daninhas
Eficiência de uso da água pelas plantas – Zimdahl, 1993
Planta
Eficiência de uso da água*
Plantas daninhas
Amaranthus sp
3,3-3,8
Chenopodium album
1,5-2,3
Panicum capilare
3,9
Portulaca oleracea
3,5
Salsola iberica
3,2-4,5
Culturas
Milheto
3,7-4,0
Sorgo
3,5-3,7
Trigo
1,8-2,5
Milho
22/03/2011
Soja
2,7
[email protected]
1,6
45
polegadas
Trigo
22/03/2011
Mostarda-brava
[email protected]
46
23
3/22/2011
polegadas
Mostarda-brava
Trigo
Pavlychenko, 1937
22/03/2011
[email protected]
47
Desenvolvimento do sistema radicular das plantas
Planta
daninha
Carrapichão
Sorgo
Kochia
Caruru
Prof. de
enraiz. (m)
2,9
1,7
2,2
2,4
Diâm. de
emraiz. (m)
8,5
4,3
6,7
3,6
Área de
enraiz. (m2)
17,9
6,5
9,5
5,2
n. de
plantas
704
2841
1136
3853
Capacidade de absorção de água pelas raízes
Estádio de
crescimento
Vegetativo
Reprodutivo
22/03/2011
Espécies de plantas
Soja
Carrapichão
Soja
Carrapichão
[email protected]
xilema/meio dia
-8,92a
-11,82b
-15,72b
-14,53a
48
24
3/22/2011
5.3. Competição por luz




A luz não pode ser armazenada
A competição ocorre por sombreamento
Resposta da planta é o estiolamento
Quanto maior o IAF (índice de área foliar) mais intensa é a competição
Biomassa parte aérea (g)
Efeito do sombreamento sobre o crescimento das ciperáceas
22/03/2011
tiririca
tiriricão
% de sombreamento
[email protected]
49
6. Características das plantas e competitividade
6.1. Parte aérea
 Desenvolvimento rápido da parte aérea
 Folhas horizontais/oblíquas
 Folhas bem desenvolvidas
 Via C4 de fixação do carbono
 Folhas arranjadas de forma a obter o máximo de luz
 Plantas de hábito trepador
 Alta/rápida produção de biomassa
 Rápido estiolamento em resposta ao sombreamento
22/03/2011
[email protected]
50
25
3/22/2011
6.2. Sistema radicular
 Enraizamento precoce e penetração rápida em um grande volume
de solo
 Alta densidade de raízes
 Alta relação raiz/parte aérea
 Grande quantidade de raízes crescendo ativamente
 Pelos absorventes compridos e abundantes
 Alto potencial de absorção de nutrientes
22/03/2011
[email protected]
51
26
Download