8 DOMINGO - O Estado do Maranhão - São Luís, 22 de julho de 2012 SAÚDE/BEM-ESTAR Prática de corrida requer cuidados para evitar lesões Esporte traz muitos benefícios à saúde, mas deve ser feito da maneira correta para evitar sobrecarga nos joelhos; equilíbrio muscular, programa de treinamento com acompanhamento profissional e um bom tênis são fundamentais B RASÍLIA - Seja na academia ou nas ruas, a prática de corrida tem ganhado cada vez mais adeptos. Isso porque o esporte oferece benefícios para a beleza e saúde do corpo, sem que seja preciso um grande investimento em equipamentos. De acordo com estudiosos, uma hora de corrida, a 11 km/h, por exemplo, é capaz de queimar cerca de 700 calorias. Porém, o esporte requer cuidados para evitar lesões, principalmente nos joelhos. "O impacto de cada passada numa corrida impõe aos joelhos uma sobrecarga que chega a cinco vezes o peso do corpo do praticante. Com o tempo, se não houver o preparo adequado da musculatura dos membros inferiores, o joelho passa a sofrer um processo de desgaste, levando a lesões meniscais e cartilaginosas", revela o médico Paulo Henrique Araujo, cirurgião ortopedista especializado em trauma ortopédico e cirurgia de joelho, membro das sociedades Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), de Cirurgia de Joelho (SBCJ) e de Trauma Ortopédico (SBTO). A diferença da prática de corrida em esteira, rua ou pista de atletismo está tanto no tipo de piso onde o esporte se desenvolve, como nos riscos de cada um deles. "O asfalto é uma superfície mais dura e gera um maior impacto aos joelhos, enquanto que a esteira e a pista de atletismo têm melhor absorção do impacto. Outra diferença diz respeito a possíveis irregularidades do piso que podem levar a entorses. Na rua e numa pista mal conservada de atletismo, os riscos são maiores", alerta o ortopedista. Além de um piso mais duro, a prática de corrida nas ruas também conta com um percurso diferenciado, com subidas e descidas que interferem na biomecânica do corpo. "Quando a corrida é praticada em aclive ou declive, os grupos musculares mais envolvidos mudam e as forças que agem nos joelhos também. Nas subidas, o trabalho muscular é maior e, com isso, existe uma diminuição no ritmo e um menor impacto sobre os joelhos. Nas descidas, há a tendência de aumentar o ritmo e, com isso, o impacto pode ser maior e a musculatura do quadríceps passa a ser utilizada para frear a velocidade da descida. Esse mecanismo provoca uma sobre- carga no tendão patelar, no tendão quadriciptal e cartilagem da articulação patelofemoral, podendo desencadear lesões nestas estruturas", esclarece. Lesões mais comuns - Segundo o Dr. Paulo Henrique Araujo, as lesões mais frequentes são condropatia patelar (condromalácia), a síndrome do trato iliotibial (joelho de corredor) e as canelites (que podem evoluir para fraturas na tíbia por estresse). As lesões nos joelhos podem acometer tantos corredores de longas como de curtas distâncias. "Em todas as modalidades, as estruturas dos joelhos são afetadas. Os corredores de curta distância se utilizam da explosão muscular para atingir grandes velocidades e, por isso se expõem a impactos maiores, porém com curta duração, enquanto que os corredores de longa distância têm impactos menores por mais tempo", comenta especialista. Segundo o ortopedista, o tratamento varia de acordo com a patologia, mas, de forma geral, é feito por meio do reequilíbrio muscular, sessões de fisioterapia, um bom programa de treinamento e um bom tênis. Gordura abdominal é inimiga da saúde Curitiba - Furos a mais no cinto não são apenas sinais de um grande problema estético. Além do incômodo no espelho, a gordura abdominal é, acima de tudo, questão de saúde. Acumulada no abdômen e próxima a locais importantes como fígado, rins e coração, ela pode sobrecarregar estes órgãos tão importantes para o bom funcionamento do corpo humano. Descobrir se aquela "barriguinha de chope" é perigosa, é fácil: basta medir a circunferência do abdômen. Atenção homens com mais de 94 centímetros de circunferência e mulheres acima de 80 centímetros: o risco de desenvolver doenças cardiovasculares é aumentado quando se apresenta essas medidas. Além de prejudicar o coração, a gordura abdominal é responsável por problemas hepáticos. "A obesidade por si só acontece por fatores genéticos e ambientais, como sedentarismo, dieta errada ou hipercalórica. Para a gordura ser acumulada especificamente no abdômen a questão é simplesmente genética, não é nada que alguém fez ou comeu que levou a isto", explica o médico endocrinologista Dilermando Brito. De acordo com o especialista, a gordura abdominal pode acometer todas as faixas etárias, incluindo as crianças. Em adultos o risco é maior, por causa da possibilidade da existência de outros problemas concomitantes, como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos, somando-se os riscos. A atenção com o tamanho da barriga deve ser redobrada após os 30 anos. "Os cuidados são os mesmos de qualquer paciente com obesidade: dieta balanceada e equilibrada sem calorias em excesso, atividade física regular e acompanhamento médico e nutricional. Exercício abdominal fortalece a musculatura, mas não elimina em na- da a gordura abdominal", detalha. Apesar de ser mais comum em homens, o Dr. Dilermando Brito conta que a gordura abdominal não é exclusiva do sexo masculino. "A mulher costuma ganhar mais quadril e coxas [forma de pêra] e homem mais barriga [forma de maçã]", explica. O médico alerta sobre o uso de chás e cremes que prometem eliminar a gordura indesejada. "Nunca e sob hipótese alguma devem ser usados no tratamento, pois ou não resolvem ou podem ter risco. Se existisse milagre ninguém estaria com 1 kg acima do peso ideal”, completa o especialista.