EMPREGO PROMISSOR DA OPTOGENÉTICA NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO Ao aplicar estimulação luminosa sobre neurônios altamente específicos no cérebro, pesquisadores conseguiram reestabelecer um comportamento normal em camundongos que apresentavam comportamento patológico repetitivo semelhante aos observados em humanos que sofrem de transtorno obsessivo compulsivo. Comportamento repetitivo é característico de alguns de transtornos neuropsiquiátricos, em especial o transtorno obsessivo compulsivo. Tais comportamentos chegam ao ponto de se tornarem verdadeiras limitações para a vida diária (por exemplo, lavar as mãos até 30 vezes por dia; ou conferir excessivamente se uma porta está trancada, etc.). O transtorno obsessivo compulsivo afeta 2 a 3% da população e, na França, estima-­‐se que cerca de um milhão de pessoas padece deste transtorno. [...] Estudos de neuroimagem realizados anteriormente permitiram aos cientistas a identificarem o mal-­‐funcionamento em circuitos de neurônios localizados entre a parte frontal do cérebro (o córtex orbitofrontal) e estruturas cerebrais mais profundas (os gânglios da base), em algumas pessoas com transtorno obsessivo compulsivo. [...] No estudo em questão, publicado na edição de 07/06/2013 no periódico "Science" (http://www.sciencemag.org/content/340/6137/1243), Eric Burguière e seus colaboradores [...] concentraram sua pesquisa neste circuito de neurônios a fim de examinar seu funcionamento em detalhes e também desenvolver uma abordagem para tratar transtornos obsessivos compulsivos num modelo de roedores mutantes. [...] Para conferir essa hipótese, foi empregada a optogenética, um método que consiste na modificação de neurônios para que expressem proteínas sensíveis à luz conhecidas com opsinas. Como são mais sensíveis à luz, é possível controlar a atividade desses neurônios modificados, excitando-­‐os ou inibindo-­‐os por meio de um simples feixe de luz. [...] Quando os pesquisadores empregaram estimulação luminosa para excitar os neurônios no córtex que enviavam mensagens para o estriado, os transtornos compulsivos nos camundongos foram muito atenuados. Por outro lado, quando deixou de haver estímulo, o comportamento compulsivo foi retomado. [...] Desenvolvida em meados dos anos 2000, a optogenética é uma técnica que combina ótica e engenharia genética. Consiste em modificar geneticamente alguns neurônios para torná-­‐los mais sensíveis à luz. A intenção disso é ativar ou inibir remotamente uma subpopulação específica de neurônios por meio de um feixe de luz e, diferente da estimulação elétrica, sem afetar as células ao redor. O propósito do método é estudar as relações entre a atividade das vias cerebrais escolhidas e o comportamento controlado por elas. Mais informações no link abaixo: http://www.inserm.fr/espace-­‐journalistes/les-­‐promesses-­‐de-­‐l-­‐optogenetique-­‐pour-­‐ aider-­‐a-­‐mieux-­‐traiter-­‐les-­‐toc