1 Prof. Marcio Kimpara Laboratório Instalações Elétricas

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Laboratório Instalações Elétricas Industriais
Professor: Marcio Luiz Magri Kimpara
PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO
Introdução
A chave estrela-triângulo é um dispositivo auxiliar de partida de motores com o objetivo de reduzir a
corrente de partida. Durante a partida (principalmente se for a plena carga) um motor pode absorver uma
corrente, normalmente, de seis a oito vezes a sua corrente nominal, para que a inércia seja vencida. Para
minimizar esta condição, alguns artifícios podem ser utilizados para diminuir a corrente de partida, sendo
um deles a partida com tensão reduzida, provocada por um fechamento temporário em estrela do motor.
Esse sistema é usado nos motores para duas tensões com relação (Y-∆) e no mínimo seis terminais,
devendo obrigatoriamente a menor delas coincidir com a tensão da rede. O que se faz é uma ligação
onde se conecta o motor para a maior tensão (Y) no momento da partida, aplicando-lhe a menor tensão
(rede-∆). Depois de embalar por completo, as ligações são trocadas e o fechamento do motor passa a ser
em triângulo, fazendo com que a tensão que o motor recebe da rede seja o valor nominal.
Objetivos
- Conhecer e entender o funcionamento da chave estrela-triângulo manual
- Entender os diagramas de força e comando da partida estrela-triângulo automática
- Familiarização com os elementos do sistema de comando (botoeiras, dispositivos de proteção, contator,
Leds de sinalização, etc..) e respectivas simbologias
- Realizar o acionamento do motor de indução trifásico utilizando a chave estrela-triângulo manual e
automática
Características da partida estrela-triângulo
- Permitida para motores com potência de 5 até 15 cv (Concessionária local);
- A tensão da rede deve coincidir com a tensão em triângulo do motor;
- Pode ser manual ou automática;
- A chave só pode ser aplicada a motores cujos seis bornes ou terminais sejam acessíveis;
- Enquanto conectado em estrela, as bobinas recebem apenas 58% da tensão nominal (
)
- Conectado em triângulo as bobinas recebem 100% da tensão nominal.
- A comutação de estrela para triângulo geralmente é feita quando o motor atinge aproximadamente
90% da velocidade nominal
- Vantagens:
 Proporciona redução da corrente de partida para aproximadamente 33% (ou 1/3) de
seu valor, em comparação com a partida direta;
 Não tem limite quanto ao seu número de manobras.
- Desvantagens:
 Se automática, utiliza 3 contatores;
 Na maioria dos casos a partida deve ser a vazio;
 Se automática, precisa de relé temporizador;
 Com a corrente de partida reduzida para aproximadamente 1/3 da corrente
nominal, reduz-se também o torque de partida para 1/3.
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Chave Manual
A chave estrela triângulo manual é bastante simples e possui uma alavanca com três posições: repouso
(0), arranque (Y) e serviço (Δ).
O funcionamento deste dispositivo acontece mecanicamente quando a
R S T
alavanca é movimentada por um operador. Basicamente a chave possui as
indicações para a conexão dos seis terminais do motor e as indicações
para a conexão das três fases da rede. Quando o operador movimenta a
F1,2,3
alavanca para a posição Y, um sistema mecânico interno à chave faz a
conexão entre os terminais 4, 5 e 6 e a conexão dos terminais 1, 2 e 3 a
cada uma das fases. De maneira semelhante, quando a alavanca é
colocada na posição triângulo, as conexões são mecanicamente trocadas
(apenas pelo movimento da alavanca) e então tem-se o fechamento dos
L1
L2 L3
terminais 1-6, 2-4 e 3-5, internamente. Cada um destes pares são ainda
conectados a cada um dos terminais onde entram as fases.
1 2 3 4 5 6
Geralmente a alavanca não possui retenção para a posição de arranque
(Y), ou seja, o operador precisa manter a alavanca na posição de arranque
para que se consiga vencer a inércia do motor e então imediatamente se
faz a troca da posição da alavanca para a posição triângulo.
MIT
Ilustração do funcionamento
Y
Colocando a alavanca na posição Y
L1
L2
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1 2 3 4 5 6
Os contatos são estabelecidos internamente
apenas pelo movimento da alavanca.
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Y
Colocando a alavanca na posição Δ
L1
L2
L3
1 2 3 4 5 6
Os contatos são estabelecidos internamente
apenas pelo movimento da alavanca.
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Chave Automática
DIAGRAMA DE FORÇA
R
S
T
F1,2,3
L1
L2
L3
L1
L2
L1
L3
L3
K3
K2
K1
L2
RELÉ
TÉRMICO
3
6
2
4
MIT
1
R
5
Lâmpada (LED) H1:
(vermelha) - motor
parado
DIAGRAMA DE COMANDO
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96
Lâmpada (LED) H2:
(amarela) - estado
intermediário
(estrela)
S0
13
13
S1
43
K3
K1
14
14
K1
44
21
K1
22
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K2
RELE
TEMPO
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RELE
TEMPO
22
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A1
A1
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K2
A2
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K1
A1
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S
H3
K3
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H1
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Lâmpada (LED) H3:
(verde) - motor em
operação
(condições
nominais)
4
Descrição do funcionamento
Energizando o sistema e enquanto nenhum comando é acionado, o circuito de potência não sofre
alteração. No circuito de comando, o único caminho fechado para a corrente elétrica é através do LED H1.
R
S
R
T
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F1,2,3
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L1
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K2
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K1
44
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K2
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TEMPO
RELÉ
TÉRMICO
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2
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TEMPO
4
MIT
1
H3
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A1
5
H2
K1
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K3
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A2
K2
A2
S
Pressionando o botão S1 (liga), o relé de tempo é energizado, iniciando a contagem do tempo programado.
Além disso, o contator K3 é energizado através do contato NF do relé de tempo. Com isso, tem-se o
fechamento dos contatos principais de K3 no diagrama de força e o fechamento do contato auxiliar 13 e 14
de K3, que por sua vez, energiza K1. O contato NF (21 e 22) do contator K3 é aberto evitando que K2 seja
energizado e provoque um curto-circuito (intertravamento).
R
S
R
T
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F1,2,3
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K1
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TEMPO
RELÉ
TÉRMICO
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TEMPO
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MIT
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5
S
H3
K3
K2
6
A2
H1
A2
5
Energizando K1, os contatos principais são fechados no diagrama de força e o motor recebe tensão da
rede nos terminais 1, 2 e 3 e tem os terminais 4, 5 e 6 curto-circuitados, ou seja, a ligação estrela fica
completa e o motor começa a operar.
No diagrama de comando tem-se o fechamento do contato de selo através do contato auxiliar de K1 (13 e
14), mantendo o caminho da corrente mesmo após a retirada do dedo da botoeira de "liga". O contato
auxiliar NA (43 e 44) de K1 também é fechado, garantindo a auto-sustentação do contator K1. Já o contato
NF (21 e 22) de K1 é aberto fazendo com que o LED vermelho se apague, indicando que o motor saiu do
repouso. Apenas o LED amarelo permanece aceso.
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S
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T
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F1,2,3
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S0
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L2
L3
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L2
L1
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K2
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RELÉ
TÉRMICO
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TEMPO
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A1
A1
5
H2
K1
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K3
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H1
A2
K2
A2
S
Após estabelecido o tempo programado no relé, o contato NF do relé se abre e o contato NA se fecha.
Desta forma, a corrente no contator K3 é interrompida provocando a abertura dos contatos principais do
diagrama de força e fazendo com que os contatos auxiliares voltem ao seu estado inicial, ou seja, o
contato NA (13 e 14) irá se abrir e o contato NF (21 e 22) irá se fechar. O fechamento do contato 21 e 22
de K3 faz com que o contator K2 seja energizado (bobinas A1 e A2).
Note ainda que o contato auxiliar 43 e 44 de K1 garante o caminho para a corrente chegar até as bobinas
A1 e A2 de K1, mantendo-se energizado e atracado (auto-sustentação)
A lâmpada que indicava a operação em estrela (LED H2) será apagada.
R
S
R
T
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F1,2,3
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L1
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L1
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L1
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RELÉ
TÉRMICO
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S
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K3
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A2
H1
A2
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Energizando K2, os contatos principais no diagrama de força irão conectar os terminais 1-6, 2-4 e 3-5,
fazendo a conexão em triângulo. No circuito de comando, o contato auxiliar NF (21 e 22) de K2 irá abrir
para garantir que K3 não seja energizado (o que provocaria curto-circuito) e o contato auxiliar NA (13 e 14)
se fecha fazendo com que H3 se acenda, indicando que o motor está operando nas condições nominais.
R
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TÉRMICO
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A1
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K1
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K3
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H1
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K2
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S
Pressionando a botoeira S0 (desliga) toda a corrente do circuito de comando será interrompida, fazendo
com que todos os contatores abram seus contatos principais no circuito de força, desligando o motor. Além
disso, os contatos auxiliares de todos os contatores retornarão para a posição inicial, permitindo uma nova
partida do motor da mesma maneira como foi descrita.
OBS: o mesmo aconteceria caso o relé bimetálico atuasse por aquecimento.
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F1,2,3
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L3
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TÉRMICO
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