Biografias - Jose Adelino Maltez

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Biografias
Abade de S. Clemente de Basto
Abreu, José Maria de
Barbacena, 1º conde e 6º visconde de. Luís antónio furtado de castro do rio mendonça e
faro (1754-1830). Ministro dos negócios estrangeiros no governo nomeado por D. João VI em 3 de Julho
de 1821, até 29 de Julho do mesmo ano. Ministro da guerra de 15 de Janeiro de 1825 a 1 de Agosto de 1826.
Ministro da guerra de D. Miguel desde 21 de Fevereiro de 1829 a 15 de Agosto de 1833.
Barca, 1º Conde da Ver Azevedo, António de Araújo e
Barradas, Fernando Luís Pereira de Sousa
(1757-1841)
Fernando Luís Pereira de Sousa Barradas (1757-1841). Como ministro do último governo de D. João
VI em 1825-1826, conhecido como governo Lacerda/Barros, e que substituiu o de Palmela/ Subserra. Foi
este gabinete que tentou pacificar a sociedade portuguesa através de uma série de amnistias e que
preparou o reconhecimento da independência do Brasil, visando a criação de uma monarquia dual. Alguns
historiadores acusam o gabinete de reunião de mediocridades que visava a mera acalmação pela inércia,
quando as individualidades que nele participam tentam o impossível da autonomia portuguesa de acordo
com a táctica joanina. Secretário de Estado da regência nomeada pelas Cortes em 28 de Janeiro de 1822.
Assume então os chamados assuntos do reino.Ministro da justiça de 15 de Janeiro de 1825 a 1 de Agosto
de 1826. Preso em 1828-1833.
Barros, José António de Oliveira Leite de
4º Conde de Basto desde 1829 (1749-1833)
José António de Oliveira Leite de Barros (1749-1833), 4º conde de Basto desde 1829. Figura central da ala
dura do partido apostólico e símbolo da opressão do governo miguelista, em tensão com a facção
moderada de Cadaval e Santarém. Intimamente ligado ao chamado partido rainhista. Formado em leis em
1780 e desembargador desde 1795. Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei
fundamental. Ministro do reino e da justiça de 19 de Março a 14 de Maio de 1824. Ministro do reino e da
marinha de D. Miguel, desde 26 de Fevereiro de 1828. Passa a chefiar o governo, substituindo Cadaval, em
1 de Julho de 1831. Morre em 2 de Agosto de 1833 de colera morbus em Coimbra. Em 1834, os pedristas
profanam o respectivo túmulo e arrastam o corpo pelas ruas da cidade de Coimbra.
Bastos, José Joaquim Rodrigues de
(1777-1862)
Advogado e magistrado. Adere à martinhada de 11 de Novembro de 1820. Deputado em 1821-1822, sendo
secretário das Cortes. Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental
Intendente geral da polícia em 1827. Afastado em 1833, transforma-se em escritor de assuntos religiosos,
nomeadamente Meditações e discursos religiosos, de 1842, e A Virgem da Polónia, 1857.
Bayard, Ildefonso Leopoldo
(1785-1856)
Ildefonso Leopoldo Bayard (1785-1856). Maçon. Diplomata de 1822 a 1828 (Dinamarca e Prússia) e de
1839 a 1843 (Rio de Janeiro). Director da Companhia das lezírias em 1837. Ministro da guerra de
Saldanha, entre 28 de Abril e 3 de Maio de 1847. Acumula os estrangeiros, desde essa data até 22 de Agosto
de 1847.
Beirão, Caetano Maria Ferreira da Silva
(1807-1871)
Lente da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e deputado miguelista em 1842 e 1862. Participa na revolta de
1844 contra o cabralismo. II13 IX9
Beresford, William Carr (1768-1854). Oficial inglês. Comandante chefe do exército português de 1816 a
1820. Feito duque de Elvas.
Bezerra, João Paulo Ministro da fazenda e interino da guerra e dos negócios estrangeiros do governo de
D. João VI, no Rio de Janeiro, entre 21 de Junho de 1817 e 29 de Novembro de 1817, data em que faleceu.
Sucedeu ao conde da Barca. Neste período, o outro ministro junto de D. João VI era apenas Tomás António
de Vila Nova Portugal.
Bóbeda, Visconde da Ver Pizarro, Joaquim de Sousa Quevedo (1777-1838)
Bonfim, 1º Conde do. José Lúcio Travassos Valdez (1787-1862). Maçon. Clérigo e oficial do
exército. Coadjutor da Sé de Elvas. Participa na guerra peninsular, nomeadamente nas batalhas da Roliça e
do Vimeiro. Fez parte do estado-maior de Beresford. Reprime a revolta de 1823. Nomeado em 1832
ajudante-general do Estado-Maior do exército pedrista. Ministro da guerra e da marinha no governo de Sá
da Bandeira, de 9 de Novembro de 1837 a 18 de Abril de 1839. Entre 26 de Novembro de 1839 e 9 de Junho
de 1841, presidente do ministério e ministro da guerra e da marinha. Par do reino em 1842, opôs-se ao
governo de Terceira-Cabral em 1843..Participante da patuleia, em 1846-1847, será deportado para
Moçâmedes.
Borges, José Ferreira (1786-1838). Maçon. Formado em cânones (1805). Advogado no Porto e
secretário da Companhia dos Vinhos do Alto Douro. Membro do Sinédrio. Deputado em 1821-1822.
Emigrado em Londres de 1823 a 1827. Autor do projecto de Código Comercial de 1833. Principios de
Syntetologia
Botelho, José Maria de Sousa (1758-1825) Morgado de Mateus Embaixador em Madrid desde 6 de
Janeiro de 1801. Enviado para negociar a paz com a França, por mediação de Madrid. Embaixador em
Paris junto de Bonaparte, em 1802-1803.
Bourmont, Louis Auguste Victor de Ghaines, Conde de (1773-1846) Marechal francês, vendeiano.
Colabora com Luís XVIII. Célebre pelos feitos cometidos na colonização de Argélia. Ministro da guerra de
D. Miguel, nomeado em 15 de Agosto de 1833, demite-se logo em 21 de Setembro seguinte. Tinha sido
chefe de estado maior de Loison. Contratado em Paris por António Ribeiro Saraiva, depois de ter estado
implicado na conspiração da duquesa de Berry.
Braamcamp de Almeida Castelo Branco (Ou Braamcamp Senior), Anselmo José (1791-1841)
Deputado em 1821-22 e 1824-32; senador em 1838-41. Membro fundador da Sociedade Patriótica
Lisbonense em 9 de Março de 1836. Secretário de Estado da regência do reino nomeada pelas Cortes em 26
de Janeiro de 1821.
Branco, António Roberto de Oliveira Lopes (1808-1889). Magistrado. Maçon. Governador civil de
Coimbra em 1842-1843. Deputado em 1842-1845; 1846; 1848-1851; 1851-1852; 1860-1861; 1861-1864;
1868-1869. Segundo Lavradio, III, p. 283, homem sem princípios fixos, isto é, homem de ganhar, pois tem
pertencido a todos os partidos. Era da oposição ao cabralismo em 1846, mas ofendeu-se com o governo de
Palmela e passou a seguir Saldanha depois de 6 de Outubro de 1846. Ministro da fazenda de Saldanha,
entre 29 de Janeiro e 18 de Junho de 1849.
Brandão, João (1827-1880) Bandido da Beira, a partir de Midões. Foi apoiante dos Cabrais. Depois de
1851, transformou-se num iinfluente local, apoiando ora o governo, ora a oposição.
Breyner, Pedro de Melo (1751-1830). Maçon. Licenciado em cânones (1777) Desembargador da Relação
do Porto (1783) e da Casa da Suplicação (1787). Membro do conselho de regência em 1807, depois da ida
da Côrte para o Basil, colaborará com os franceses, nomeadamente quando fez parte do Conselho de
Guerra que Junot estabeleceu para julgar a revolta de 1808. Diplomata em Roma (1819), Nápoles (1822)
Génova e Paris (1824-1825). Ministro da justiça do governo da regência de D. Isabel Maria de 14 de
Novembro a 16 de Dezembro de 1826. Tenta, então, golpe palaciano em 6 de Dezembro, visando afastar
Lavradio e Sobral, mas estes no dia 11 já regressam às respectivas funções ministeriais. Preso em 18281830.
Cabral, António Bernardo da Costa (1803-1889). 1º Conde (1845) e 1º Marquês de Tomar
(1878) Bacharel em direito (1823). Maçon. Juiz de fora em Penela (1828). Exílio de 1828 a 1832.
Procurador na relação do Porto em 1832-33; juiz nos Açores em 1833-1834. Deputado em 1834-1835.
Membro fundador da Sociedade Patriótica Lisbonense em 9 de Março de 1836. Administrador geral do
distrito de Lisboa em 9 de Março de 1838. Ministro da justiça no governo do conde de Bonfim, entre 26 de
Novembro de 1839 e 9 de Junho de 1841. Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano de 1841 a 1846 e de
1847 a 1849 (tem como colaboradores o visconde da Oliveira, como grande inspector, e Moura Coutinho,
como grande orador). Ministro da justiça no governo de Joaquim António de Aguiar, desde 9 de Junho de
1841. Em 27 de Janeiro de 1842 comanda o pronunciamento de restauração da Carta, no Porto. Chega a
Lisboa em 19 de Fevereiro. Assume a pasta do reino em 24 de Fevereiro de 1842, substituindo Luís
Mouzinho de Albuquerque, mantendo-se em tal posição até 20 de Maio de 1846. Acumula com o cargo de
ministro da justiça de 27 de Junho de 1842 a 3 de Maio de 1845. Vence as eleições de 5 de Junho de 1842
(onde enfrenta a ampla coalição) e de 13/ 17 de Agosto de 1845. Jugula as revoltas radicais de Fevereiro e
Abril de 1844 (as chamadas revoltas de Torres Novas e de Almeida, respectivamente). Feito conde de
Tomar em 8 de Setembro de 1845. Regressa à pasta da justiça em 21 de Abril de 1846, até 20 de Maio
seguinte. A sublevação do Minho desencadeia-se em 19 de Março de 1846. Embaixador em Madrid de 1846
a 1849. Volta ao governo entre 18 de Junho de 1849 e 1851, como presidente do conselho. Embaixador no
Vaticano desde 1870.
Cabral, António Filho de António Bernardo da Costa Cabral. Deputado em 1868-1869; 1869-1870; 18821884 e 1884-1887.
Cabral, João Rebelo da Costa (1804-1881)
Cabral, José Bernardo da Silva Costa(1801-1869). Conde de Cabral Em 24 de Outubro de 1867
Cabreira, Sebastião Drago Valente de Brito (1763-1833). Bacharel em matemática e general.
Participou nas campanhas do Rossilhão. Comanda no Algarve a revolta contra os franceses em 1808.
Membro do Sinédrio. Vice-presidente da Junta do Porto de 1820. Presidente da Junta preparatória das
Cortes. Alinha na martinhada. Exilado em 1824, regressa em 1826. Emigra depois de 1828. Governador
militar da Terceira em 1831.
Cadaval, 6º Duque do. D. Nuno Álvares Pereira de Melo. Ministro assistente ao despacho desde 26 de
Fevereiro de 1828 a 1 de Julho de 1831. Tendo apoiado D. Miguel em 1823, é nomeado para o Conselho de
Regência de 1826, sendo, logo depois, presidente da Câmara dos Pares.
Caldeira Castelo Branco, Manuel António Velez (1791-1868). Jurista. Juiz. Maçon. Mindeleiro.
Membro da Sociedade Patriótica Lisbonense em 1835. Ministro da justiça do governo de José Jorge
Loureiro entre 18 de Novembro de 1835 e 20 de Abril de 1836. Deputado em 1834-1836. 1851-1852; 18531856; 1857-1858; 1858-1859; 1860-1861. Par do reino desde 1861. Presidente da Câmara dos Depuatdos em
1858-1859. Morre em 10 de janeiro de 1868.
Caldeira, Francisco Soares. Membro fundador da Sociedade Patriótica Lisbonense em 9 de Março de
1836. Um dos mentores dos arsenalistas em 1836. Comandante da Guarda Nacional. Nomeado
administrador do distrito de Lisboa em 1836, onde foi substituído por A. B. Costa Cabral. Autor de
Memória que o coronel de milícias de Tomar, Francisco Soares Caldeira, dirige aos seus amigoas,
narrando os acontecimentosa que tiveram lugar durante a emigração, Lisboa, 1834 (42 pp.).
Canning, George (1770-1827). Duas vezes ministro dos negócios estrangeiros britânico (1807-09, 182227) e primeiro-ministro em 1827. Apoiou as independências sul-americanas, sendo o verdadeiro autor da
chamada doutrina de Monroe. Membro do grupo tory, com Pitt desde 1796, assumiu-se sempre como um
liberal. Em 1807-1809, ministro dos negócios estrangeiros. Responsável pelo envio de Wellesley para
Portugal. Embaixador em lisboa em 1814-1815. Volta ao ministério dos negócios estrangeiros britânico em
1822. Amigo de Palmela. Em 1827, quando Jorge IV o nomeou primeiro-ministro, metade do gabinete, o
chamado grupo ultra-tory pediu a demissão e ele teve de governar com o apoio dos whigs. Os seus
apoiantes, depois da sua morte, irão integrar o grupo whig.
Canning, Stratford (1786-1880). Primo de George Canning. Diplomata. Enviado a Portugal em 1832
para tentar conciliar D. Pedro e D. Miguel.
Carmo, Bento Pereira do. (1777-1845). Grande proprietário. Magistrado. Deputado em 1821-1822.
Presidente da Relação de Lisboa em 1833. Venerável da maçonaria. Foi deputado em 1820, 1822, 1826 e
1834. Membro da Junta Governativa de Lisboa em 1820-1821. Ministro do reino da regência, desde 23 de
Abril de 1834.
Carneiro, Manuel Borges (1774-1833) Maçon. Jurista, começa a carreira como juiz de fora no Alentejo,
onde conspira contra os franceses. Preso em 1808, publica Pensamentos do juiz de fora de Vianna
d’Alentejo..., 1808. Em 1812 aparece na comarca de Leiria Nomeado então pela regência secretário da
comissão encarregada de convocar as cortes tradicionais. Participa na revolução e publica Portugal
Regenerado em 1820, obra que teve três edições em apenas noventa dias Deputado vintista, chega a
declarar ser necessário fazer uma constituição que dure até à consumação dos séculos, porque nós
estamos em uma regeneração e é preciso que a Nação toda se regenere e que o despotismo vá para baixo.
Encarcerado em 1828, morrerá na prisão, vítima de cólera.
Portugal Regenerado em 1820
Lisboa, Typ. Lacerdeira, 1820.
Direito Civil de Portugal
Lisboa, 1826-1840, 4 vols..
Adelino da Palma Carlos, Manuel Borges Carneiro, in in Jurisconsultos Portugueses do Século XIX, 2º
vol., edição do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, Lisboa, 1960, pp. 1 ss.
Carreira, Visconde e Conde da. Luís António de Abreu e Lima (1787-1871). Diplomata português.
Nomeado ministro dos negócios estrangeiros em 6 de Outubro de 1846, no governo de Saldanha, mas não
aceita exercer essas funções.
Carvalho, Joaquim Martins de (1822-1898). Proprietário em Coimbra. Funda O Conimbricense em
1847. Maçon. Membro da Carbonária. Combatente da Patuleia. Apontamentos para a História
Contemporânea, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1868.
Carvalho, José Liberato Freire de (1772-1855) Maçon. Um liberal radical que toma como modelo
Camile Desmoulins. Influenciado pelas teses de Rousseau e Condorcet. Foi cónego regrante de Santo
Agostinho até 1808 (José do Loreto), quando juntou ao nome de baptismo o nome de Liberato. Traduziu a
Arte de Pensar de Condillac e foi membro da maçonaria, onde confraternizou com Bocage. Evadiu-se para
Inglaterra em 1813, onde funda, juntamente com Bernardo José Abrantes de Castro e Pedro Nolasco da
Cunha, o Investigador Português, ainda subsidiado pelo Rio de Janeiro, e o Campeão Português ou Amigo
do Rei e do Povo (1819-1821). Em 1820 assume a defesa de uma federação liberal com a Espanha,
criticando o facto de nos termos tornado uma colónia do Brasil. Depois de nesse ano regressar a Portugal,
funda o Campeão Português em Lisboa, onde continuou a atacar D. Pedro. Deputado às constituintes por
Viseu, será desterrado para Coimbra depois da Vilafrancada. Depois de 1834, será deputado pela Madeira e
arquivista da Câmara dos Pares. Com o setembrismo passará a administrador da Imprensa Nacional. Grãomestre da chamada maçonaria do sul em 1834-1835.
Ensaio Histórico-Político
1830.
Autopsia dos Partidos Políticos e Guarda-Quedas dos Governos ou Ensaio sobre as Contínuas
Revoluções de Portugal
Lisboa, 1847
Memórias da Vida de José Liberato Freire de Carvalho
Coimbra, 1855 (2ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 1982)
Castlereagh, Robert Stewart, Visconde de (1769-1822). Secretário da guerra (1805-1806 e 18071809). Secretário dos negócios estrangeiros britânico (1812-22). Não aprovou a Santa Aliança. Suicidou-se.
Castro, D. António de S. José e. Bispo do Porto desde 1798. Assume a formal chefia da revolta contra
Junot em 1808 Morre em 1815
Castro, António Manuel Lopes Vieira de (1796-1842)
Castro, Bernardo José de Abrantes e (1771-1833) Maçon. Doutor em medicina. Fundador de O
Investigador Português em Inglaterra (1811-1819), juntamente com José Liberato e Pedro Nolasco da
Cunha..
Castro, J. J. Gomes de 1794-1878 José Joaquim Gomes de Castro. Visconde (desde 23 de Dezembro
de 1848) e 1º Conde de Castro (desde 1862). Negociante. Maçon. Perseguido pelo miguelismo.
Desembarca com D. Pedro. Vogal do Tribunal Superior Administrativo. Deputado em 1834-36; 1838-1840;
1840-42; 1842-44. Par do reino desde 26 de Dezembro de 1844. Ministro dos negócios estrangeiros em
1842-46 e 1848-1849, enquanto cabralista. Acusado de alta-traição em Novembro de 1836, na sequência da
belenzada. Par do reino de 1844. Ministro dos negócios estrangeiros no governo cartista de Terceira, desde
14 de Setembro de 1842, até 20 de Maio de 1846 e de 29 de Março de 1848 a 18 de Junho de 1849. Assumese como um dos líderes do partido cabralista logo após 1851. Ministro dos negócios estrangeiros e das
obras públicas, comércio e indústria de 4 de Setembro de 1865 a 9 de Maio de 1866, no governo da fusão,
enquanto regenerador.
Castro, D. Manuel de Portugal e Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da
lei fundamental. Foi miguelista e Vice-Rei da Índia Ministro da marinha e ultramar de Saldanha, de 6 de
Outubro de 1846 a 28 de Abril de 1847. Ministro dos negócios estrangeiros do mesmo governo, desde 4 de
Novembro de 1846 até 28 de Abril de 1847.
Castro, Martinho de Melo e (1716-1795) Maçon. Bacharel em filosofia e cânones. Embaixador em
Madrid de 1764 a 1775. Ministro da marinha e ultramar do marquês de Pombal, continua no governo
depois da morte de D. José em 24 de Fevereiro de 1777., sendo substituído por D. Rodrigo de Sousa
Coutinho. Partidário de uma aproximação com Espanha.
Castro, D. Frei Vicente da Soledade e Arcebispo da Baía. Eleito presidente das Cortes Constituintes
em 26 de Janeiro de 1821. Beneditino. Mestre de teologia da Universidade de Coimbra.
Castro, D. Frei Vicente da Soledade e. Arcebispo da Baía. Eleito presidente das Cortes
Constituintes em 26 de Janeiro de 1821. Beneditino. Mestre de teologia da Universidade de Coimbra.
Castro, Filipe Ferreira de Araújo e (1771-1849). Maçon. Bacharel em leis 1794. Intendente Geral da
Polícia depois de 1820. Ministro do reino de 7 de Setembro de 1821 a 28 de Maio de 1822. Exílio em França
1828-1833. Amigo íntimo de Silvestre Pinheiro Ferreira, foi um dos poucos vulgarizadores e
colaboradores científicos do grande publicista. Era defensor dos modelos económicos fisiocráticos.
Segundo conta Inocêncio F. da Silva, Dicionário..., II, p. 296, Araújo e Castro, enquanto Ministro do Reino,
não quis aceitar uma comenda de D. João VI. O rei ter-lhe-á dito que não gostava de ver sem ela os
secretários de estado, que assim lhe pareciam republicanos demais. Respondeu-lhe Araújo e Castro que
não era decente despachar-se a si.Deputado em 1826-1828.Morreu em 4 de Dezembro de 1849: depois de
haver ocupado os primeiros lugares neste Reino e ter vivido sempre muito modestamente, morreu tão
pobre, que não havia dinheiro para o enterro (Lavradio, III, p. 285).
Castro, José da Gama e. (1795-1873). Médico desde 1819. Físico-mor em 1834. Emigra para a Itália em
Dezembro de 1834, onde redige O Precursor, órgão do miguelismo no exílio. Em 1837 passa pela Suíça e
pela Alemanha. Instala-se no Brasil a partir de 1838. Aí publica O Federalista, publicado em inglez por
Hamilton, Madison e Jay, cidadãos norte-americanos e traduzido em portuguez, 3 tomos, Rio de Janeiro,
1840, bem como O Novo Príncipe ou o espírito dos governos monarchicos, Rio de Janeiro, 1841.
Castro, Manuel Marinho Falcão de. Ministro da justiça de 1 de Junho de 1823 a 19 de Março de 1824.
Considerado próximo da facção rainhista.
Castro, Martinho de Melo e (1716-1795). Maçon. Bacharel em filosofia e cânones. Embaixador em
Madrid de 1764 a 1775. Ministro da marinha e ultramar do marquês de Pombal, continua no governo
depois da morte de D. José em 24 de Fevereiro de 1777., sendo substituído por D. Rodrigo de Sousa
Coutinho. Partidário de uma aproximação com Espanha.
Castro Marim, 2º Conde do. 2º Marquês de Olhão D. Pedro de Melo da Cunha Mendonça e
Meneses Participa na revolta contra Junot em 1808, no Algarve. Membro de Conselho de Regência em
1808. Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental.
Castro Marim, 2º Conde do. 2º Marquês de Olhão D. Pedro de Melo da Cunha Mendonça e
Meneses Participa na revolta contra Junot em 1808, no Algarve. Membro de Conselho de Regência em
1808. Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental.
Chateaubriand, François René (1766-1848). Ministro dos negócios estrangeiros francês com Luís
XVIII. Opõe-se à instauração de um regime constitucional em Portugal, quando D. João VI queria dar uma
carta ou restaurar as Cortes tradicionais. Autor de La Monarchie selon la Charte.
Clinton, Sir William Henry (1769-1846). General inglês, comandante das tropas enviadas para
Portugal em Dezembro de 1826 e saídas em 1828.
Coelho, Francisco Duarte (1767-1833). Bacharel em cânones desde 1799. Magistrado. Desembargador
da Relação do Porto em 1793. Da Casa da Suplicação desde 1802. Lente, membro da Junta dos Três
Estados em 1808.Preso em 1808 e em 1810. Maçon. Secretário de Estado da regência do reino nomeada
pelas Cortes em 26 de Janeiro de 1821
Coelho, António Fernandes. Ministro do reino no governo de Sá da Bandeira, de 22 de Março a 18 de
Abril de 1839.
Coelho, Francisco Duarte 1767-1833 Bacharel em cânones desde 1799. Magistrado. Desembargador
da Relação do Porto em 1793. Da Casa da Suplicação desde 1802. Lente, membro da Junta dos Três
Estados em 1808. Preso em 1808 e em 1810. Maçon. Secretário de Estado da regência do reino nomeada
pelas Cortes em 26 de Janeiro de 1821
Constâncio, Francisco Solano (1777-1846). Maçon. Médico. Doutor em medicina na Escócia,
Edimburgo (1795). Representante de Portugal nos Estados Unidos em 1822-1823. Deputado em 1837, não
chega a tomar posse. Colabora no Observador Portuguez.
Costa, António Hipólito da. Visconde de Alhos Vedros. Chefe da revolta liberal de 1828, quando
tenente-geral.
Costa, José Inácio da. Ministro da fazenda de 7 de Setembro de 1821 a 28 de Maio de 1822.
Costa, José Maria Neves da. Nomeado para o governo por D. João VI, de 27 de Maio a 1 de Junho de
1823.
Costa, José Maria Neves da Ministro da guerra de 27 de Maio a 2 de Junho de 1823. Alinha com os
constitucionais.
Costa, J. V. F. Cardoso da (1765-1834) José Vicente Ferreira Cardoso da Costa. Professor de direito
em 1788-1789, passou depois para a magistratura, chegando a desembargador da relação do Porto.
Perseguido pela setembrizada de 1810. Passou a viver nos Açores onde casou em 1815.
Court, William A. Lord Heitisbury (n. 1779). Plenipotenciário britânico em Lisboa desde Setembro de
1824. Substitui Thornton. Em 1826 influencia a formação das listas para deputados.
Coutinho, José Joaquim de Almeida Moura (1801-1861). Bacharel em leis. Juiz. Jornalista. Exílio
em 1828-1829. Deputado em 1843-1846. Maçon desde 1833. Grande Orador do Grande Oriente Lusitano
de 1841 a 1846. Promove a cisão do Grande Oriente Lusitano em 1849. Grão-mestre do Grande Oriente de
Portugal de 1853 a 1861.
Coutinho Teixeira de Andrade Barbosa, Rodrigo de Sousa (1745-1812) Rodrigo de Sousa Coutinho
Teixeira de Andrade Barbosa. 1º Conde de Linhares. Irmão de D. Domingos de Sousa Coutinho.
Embaixador em Turim até 1 de Agosto de 1797, quando foi nomeado ministro da marinha e do ultramar.
Elabora, cerca de 1798, um Projecto de Carta de lei sobre as Reformas na Agricultura. Ministro da
fazenda no governo do duque de Lafões (1799-1802). Ordena o recenseamento geral da população em
1801-1802. Adepto da aliança com a Inglaterra. Ministro da guerra e dos negócios estrangeiros desde 10 de
Março de 1808, quando a Corte se instala no Rio de Janeiro, a 29 de Janeiro de 1812, data do seu
falecimento. Considerado pró-britânico. Será substituído pelo 5º conde de Galveias. Sócio da Academia
das Cências.
Coutinho Teixeira de Andrade Barbosa, Rodrigo de Sousa (1745-1812) 1º Conde de Linhares.
Irmão de D. Domingos de Sousa Coutinho. Embaixador em Turim até 1 de Agosto de 1797, quando foi
nomeado ministro da marinha e do ultramar. Elabora, cerca de 1798, um Projecto de Carta de lei sobre as
Reformas na Agricultura. Ministro da fazenda no governo do duque de Lafões (1799-1802). Ordena o
recenseamento geral da população em 1801-1802. Adepto da aliança com a Inglaterra. Ministro da guerra e
dos negócios estrangeiros desde 10 de Março de 1808, quando a Corte se instala no Rio de Janeiro, a 29 de
Janeiro de 1812, data do seu falecimento. Considerado pró-britânico. Será substituído pelo 5º conde de
Galveias. Sócio da Academia das Cências.
Coutinho, Domingos António de Sousa (1760-1833). 1º Conde (Desde 1808) e 1º Marquês (Desde
1833) do Funchal. Maçon, embora o tenha negado oficialmente. Irmão de D. Rodrigo de Sousa Coutinho,
1º conde de Linhares. Bacharel em leis. Embaixador em Copenhague (1790-1795), Sardenha (1796-1803),
Londres (1803-1814 e 1833). Assina o tratado de Paris de 1814. Embaixador em Londres, depois da
Vilafrancada, demite-se em 1828. Membro da regência em 1819-1820. Ministro de D. Pedro IV em
Londres. Escreveu sob o pseudónimo de R. de Gouveia Resposta pública à Denúncia Secreta, Londres,
1820
Coutinho, Domingos António de Sousa(1760-1833). 1º Conde (Desde 1808) e 1º Marquês
(Desde 1833) do Funchal. Maçon, embora o tenha negado oficialmente. Irmão de D. Rodrigo de Sousa
Coutinho, 1º conde de Linhares. Bacharel em leis. Embaixador em Copenhague (1790-1795), Sardenha
(1796-1803), Londres (1803-1814 e 1833). Assina o tratado de Paris de 1814. Embaixador em Londres,
demite-se em 1828. Membro da regência em 1819-1820. Ministro de D. Pedro IV em Londres. Escreveu sob
o pseudónimo de R. de Gouveia Resposta pública à Denúncia Secreta, Londres, 1820
Coutinho, Luís Pinto de Sousa(1735-1804). 1º Visconde de Balsemão, Desde 1801 Ministro do
reino em 1784. Embaixador em Londres. Ministro dos negócios estrangeiros a partir de Julho de 1788.
Ministro dos negócios estrangeiros e da guerra desde 1792. Defende a nossa aliança com a Inglaterra entre
1796 e 1800. Ministro dos negócios estrangeiros em 1803, quando substitui D. João de Almeida de Melo e
Castro.
Coutinho, Luís Máximo Alfredo Pinto de Sousa Coutinho(1774-1832).. 2º Visconde de
Balsemão Filho do 1º visconde de Balsemão. Maçon. Negoceia com Londres apoios à revolta de
1808.Membro da Junta Provisional do governo Supremo do Reino em 1808. Par do reino desde 1826.
Coutinho, Vicente de Sousa.Embaixador de Portugal em Paris, em 1789. Morre em 8 de Maio de 1792,
em Paris. Autor de Diário da Revolução Francesa, Lisboa, Távola Redonda, 1990 (org. de Manuel Cadafaz
de Matos)
Coutinho, Luís Pinto de Sousa (1735-1804) 1º Visconde de Balsemão, desde 1801. Embaixador em
Londres em 1774, depois de ter sido governador do Mato Grosso no Brasil. Ministro do reino em 1784.
Ministro dos negócios estrangeiros a partir de Julho de 1788. Ministro dos negócios estrangeiros e da
guerra desde 1792. Defende a nossa aliança com a Inglaterra entre 1796 e 1800. Ministro dos negócios
estrangeiros em 1803, quando substitui D. João de Almeida de Melo e Castro.
Coutinho, Luís Máximo Alfredo Pinto de Sousa (1774-1832) 2º Visconde de Balsemão Filho do 1º
visconde de Balsemão. Maçon. Negoceia com Londres apoios à revolta de 1808. Membro da Junta
Provisional do governo Supremo do Reino em 1808. Par do reino desde 1826.
Coutinho, Vasco Pinto de Sousa (1802-1863) 4º Visconde de Balsemão Bibliotecário da Biblioteca
Nacional de Lisboa em 1834. Publicou no exílio,
Memórias sobre algumas antigas cortes portuguesas, Paris, 1832.
Coutinho, Vicente de Sousa Embaixador de Portugal em Paris, em 1789. Morre em 8 de Maio de 1792,
em Paris.
Diário da Revolução Francesa
Lisboa, Távola Redonda, 1990 (org. de Manuel Cadafaz de Matos)
Cunha e Meneses, D. Carlos da (1759-1825) Patriarca de Lisboa de 1819 a 1825. Um dos mais
destacados militantes do partido apostólico que se reunia no palácio da Junqueira, onde hoje se sitiou o
ISCSP. Aí se fazem os principais encontros dos grandes do reino. O patriarca tenta imitar as reuniões da
cúria romana. Considerado um tolinho, dado que se preocupava muito puritanamente com o cumprimento
rigoroso das regras canónicas do jejum e da abstinência, chegando a expedir directivas para os próprios
estalajadeiros.
Cunha e Meneses, D. Carlos da (1759-1825). Patriarca de Lisboa de 1819 a 1825.Foi um dos mais
destacados militantes do partido apostólico.
Deus Sousa Coutinho, Faustino da Madre de (m. 1833). Oficial da armada e ex-maçon, professor
particular e doutrinador contra-revolucionário. Autor de Epístola à Nação Francesa, Lisboa, 1823; A
Constituição de 1822 comentada e desenvolvida em prática, 1823; Os Povos e os Reis, 1824; Justificação
da Dissidência Portuguesa contra a Carta, Lisboa, 1828; O Manifesto da facção revolucionária destruído
inteiramente em suas próprias doutrinas e diplomas que alega, Lisboa, 1832.
Dias, Miguel António (1805-1878) Exílio desde 1828. Médico por Lovaina, desde 1833. Participa na
Patuleia. Grão-mestre da Maçonaria Eclética Portuguesa de 1853 a 1860.
Memorias em defeza da maçonaria por um maçon portuguez fiel ao rei e à patria
Lisboa, 1861
História da Franc-maçonaria ou dos Pedreiros Livres
Lisboa, 1843
Durão, Carlos Honório Gouveia Desembargador. Deputado em 1821-1822. Ministro da justiça do
governo da regência de D. Isabel Maria, de 13 de Outubro a 14 de Novembro de 1826. Ministro do reino e
da marinha desde 7 de Setembro de 1827, substituindo o visconde de Santarém.
Ega, Conde da. Aires Saldanha. Filho de Manuel Saldanha e Albuquerque, o primeiro conde da Ega,
vice-rei da Índia, morto em 1771. Membro da Junta do Três Estados em 1808. Chefe do partido dos
fidalgos apoiantes de Junot e inspirador de uma súplica dirigida a Napoleão onde se sugere a ascensão de
Junot ao trono português.
Faca, Zacarias Alves. Advogado. Propagandista contra-revolucionário, autor de Academia das
Mulheres ou o liberalismo do século, combatido até pela fraqueza deste sexo, Coimbra, 1823.
Falcão, Joaquim José (1796-1863). Maçon. Oficial do exército. Cabralista. Deputado de 40-46 e 48-51.
Ministro da marinha e ultramar de 15 de Setembro de 1842 a 20 de Maio de 1846, no governo cabralista de
Terceira. Ministro da fazenda de Saldanha, de 18 de Dezembro de 1847 a 29 de Janeiro de 1849.
Conselheiro de Estado de 1845 a 1863.
Farinho, José Jacinto Valente. Saldanhista, foi expulso da Terceira por Palmela em 1831. Ministro da
justiça do governo de Saldanha, entre 6 de Outubro de 1846 e 28 de Abril de 1847.
Felgueiras, João Baptista (1787-1845). Maçon. Bacharel em direito. Magistrado. Secretário das Cortes
Constituintes eleito em 26 de janeiro de 1821. Ministro da justiça no governo de Terceira entre 20 e 24 de
Fevereiro de 1842, não chegando a tomar posse.
Ferrão, Francisco António Fernandes da Silva (1798-1874). Doutor em cânones desde 1820.
Maçon. Juiz da Relação de Lisboa. Membro do Supremo Tribunal de Justiça. Activista do batalhão de
voluntários académicos. Deputado em 1834-36, 42-45 e 46. Par do reino desde 1851. Ministro da justiça no
governo de Saldanha, entre 22 de Agosto e 18 de Dezembro de 1847. Ministro da fazenda de 5 a 21 de
Agosto de 1851.
Theoria do Direito Penal Applicada ao Código Penal Portuguez
Lisboa, Typ. Universal, 1856
Repertorio Commentado sobre Foraes e Doações Regias
2 vols., Lisboa, Imprensa Nacional, 1848.
Tractado sobre Direitos e Encargos da Sereníssima Casa de Bragança
Lisboa, Imprensa de J. J. Andrade e Silva, 1852.
Diccionario Elementar Remissivo ao Codigo Civil Portuguez com Annotações e Indicações Juridicas
2 vols., Lisboa, Imprensa Nacional, 1852.
Ferraz, Flórido Rodrigues Pereira (1790-1862) 1º Visconde de Castelões (1851). Maçon. Proprietário e
comerciante do Porto. Deputado e par do reino. Ministro de Bonfim e do cabralismo, de que foi destacada
figura.
Deputado em 1834-36; 1840-42; 42-45; 46; 48-49. Par do reino desde 1849. Ministro da fazenda no
governo do conde de Bonfim, entre 26 de Novembro de 1839 e começos de 1841, sucedendo-lhe Manuel
Gonçalves de Miranda. Ministro do governo de Costa Cabral, desde 18 de Junho de 1849 a 1851. Ministro
marinha em 1849-51 e da guerra em 1851.
Ferreira dos Santos, Joaquim (1782-1866) 1º Visconde e 1 Conde de Ferreira. Capitalista. Maçon.
Par do reino de 1842 a 1866. Um dos trinta pares da fornada cabralista de 3 de Maio de 1842. Assume-se
sempre como apoiante de Costa Cabral.
Ferreira, Silvestre Pinheiro (1769-1846). O mais importante dos publicistas portugueses do século
XIX. Vai deixar marca indelével tanto no direito público francês. Basta recordar a invenção estruturada da
ideia de poder de sufrágio, mais tarde desenvolvida por Hauriou, como as próprias concepções políticas,
até porque está demonstrada a influência do corporatismo de Ferreira em autores como Proudhon e Blanc.
Contudo, acabou por não ser profeta na sua própria terra, onde vieram a preponderar, primeiro, as
vulgarizações simplificadoras do krausismo, a partir de Ahrens, e, depois, os delírios ideologistas do
positivismo comteano.
A recepção deste modelo organicista estrangeirado impede que, entre nós, frutifique a influência de um dos
mais originais publicistas do século XIX, o portuguesíssimo Silvestre Pinheiro Ferreira (1769-1846),
exilado em Paris de 1826 a 1842, autor do célebre Précis d'un Cours de Droit Public Interne et Externe,
Paris, Imp. de Casimir, 1830, considerado como um dos primeiros corpos completos de direito público da
Europa, abrangendo tanto o direito interno como o direito constitucional.
Segue-se, do mesmo autor, o Projecto de Ordenações para o Reino de Portugal, Paris, 1831, em três
tomos, onde se propõe uma reforma das leis fundamentais portuguesas, pela edição de leis orgânicas para
a respectiva execução.
O mais notável dos publicistas da cultura portuguesa, se vai deixar marca indelével tanto no direito público
francês (basta recordar a invenção estruturada da ideia de poder de sufrágio, mais tarde desenvolvida por
Hauriou) como nas próprias concepções políticas (está demonstrada a influência do corporatismo de
Ferreira em Proudhon e Blanc), acabou por não ser profeta na sua própria terra, onde vieram a
preponderar, primeiro, as vulgarizações simplificadoras do krausismo, a partir de Ahrens, e, depois, os
delírios ideologistas do positivismo comteano.
Estuda na Congregação do Oratório em Lisboa de 1784 a 1791, os chamados congregados, chegando a
tomar ordens menores.
Professor particular de filosofia em Lisboa em 1792 e, depois, professor de filosofia do Colégio das Artes
em Coimbra.
Passa clandestinamente para o estrangeiro em 1797, primeiro para Londres, onde se encontrou com o
Abade Correia da Serra, e depois para Paris. Reclama contra a perseguição, através de António de Araújo e
Azevedo, futuro conde da Barca, então em Paris.
Logo reabilitado pelo governo, fica em Paris, onde colabora como secretário da missão diplomática. Passa
em 1798 para a Haia, onde encontra o morgado de Mateus, com quem viaja pelo Norte da Alemanha em
1798-1799. Contacta com Fichte e Schelling em Berlim.
Regressa a Lisboa, onde permanece até 1802 como oficial da secretaria dos negócios estrangeiros.
Entre 1802 e 1809 é secretário da legação de Portugal em Berlim. Segue daí para o Rio de Janeiro.
Em 1811 é membro da Junta do Comércio. Propõe em Abril de 1814 que D. João VI outorgue uma carta
constitucional.
Nomeado embaixador em Washington em 1820, acaba por não partir, ficando no Rio como director da
Imprensa Régia.
Ministro dos negócios estrangeiros e da guerra desde 26 de Fevereiro de 1821, substituindo Palmela.
Regressa a Lisboa com D. João VI. Parte em 26 de Abril. Nomeado pela regência estabelecida pelas Cortes,
ministro do interior e da guerra, em 26 de Janeiro de 1821. Interrompe as suas funções governativas até
Julho.
Ministro dos negócios estrangeiros no governo nomeado por D. João VI de 29 de Julho a 7 de Setembro
do mesmo ano. Manteve-se em tal pasta no governo nomeado de 7 de Setembro de 1821 a 28 de Maio de
1823.
Depois da queda do governo de Pamplona/Palmela, em Janeiro de 1825, D. João VI convida-o de novo
para a pasta dos estrangeiros.
Ainda em 1825 publica um Parecer sobre um projecto de pacto federativo entre o Império do Brasil e o
Reino de Portugal.
Sai de Portugal em finais de 1825 e instala-se a partir de 1826 em Paris. Eleito deputado em 1826, 1836,
1838, nunca chega a exercer tais funções.
Regressa a Portugal em 1841 e logo é eleito deputado pelo Minho em 1842. Desempenha o cargo em 1843,
apresentando na Câmara uma série de leis orgânicas que nem sequer chegam a ser discutidas.
Colabora com A Revolução de Setembro em 1844.
Prelecções Filosóficas
1813.
Essai sur la Psychologie
Paris, 1826.
Précis d'un Cours de Droit Public Interne et Externe,
Paris, Imp. de Casimir, 1830, considerado como um dos primeiros corpos completos de direito público da
Europa, abrangendo tanto o direito interno como o direito constitucional.
Projecto de Ordenações para o Reino de Portugal
Paris, 1831, em três tomos, onde se propõe uma reforma das leis fundamentais portuguesas, pela edição de
leis orgânicas para a respectiva execução. Outras obras de alta densidade política foi editando,
nomeadamente
Observações sobre a Constituição do Império do Brazil e sobre a Carta Constitucional do Reino de
Portugal
Paris, 1831
Manual do Cidadão em um Governo Representativo, ou Princípios de Direito Constitucional,
Administrativo e das Gentes
Paris, Rey et Gravier- J. P. Aillaud, 1834, em 3 vols (Tomo I — Direito Constitucional; Tomo II — Direito
Administrativo e das Gentes; Tomo III — Projecto de Código Geral de Leis Fundamentaes e Constitutivas
duma Monarquia Representativa);
Declaração dos Direitos e Deveres do Homem e do Cidadão
Paris, Rey et Gravier, 1836;
Projecto de Código Político para a Nação Portuguesa
Paris, Rey et Gravier, 1838;
Projecto de Associação para o Melhoramento da Sorte das Classes Industriosas
Paris, Rey et Gravier- J. P. Aillaud, 1840;
Questões de Direito Público e Administrativo, Filosofia e Literatura
[1844], Lisboa, Typ. Lusitana, 1844;
Précis de Droit Politique
Lisboa, 1845.
Noções Elementares de Philosophia Geral, e Applicada às Sciencias Moraes e Politicas. Ontologia,
Psychologia, Ideologia
Paris, Typ. du Casimir, 1839, onde diz defender as ideias de Aristóteles, Bacon, Leibniz, Locke e Condillac
contra o tenebroso barbarismo dos Heraclitos da Alemanha (Kant, Fichte, Schelling, Hegel) e a brilhante
phantamasgoria dos ecléticos da França.
Noções Elementares de Ontologia
Paris, 1836, onde defendia que as sciencias morais e políticas [...] constituem por si sós um corpo de
sciencia.
Theodicée ou Traité Elémentaire de la Réligion Naturelle et de la Réligion Revellée
Obra não publicada, de 1845.
Armando Marques Guedes, Silvestre Pinheiro Ferreira, in Jurisconsultos Portugueses do Século XIX, 2º
vol., edição do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, Lisboa, 1960, pp. 26 ss. A. A. Corte Real, O
Universalismo de Silvestre Pinheiro Ferreira, Conselheiro do Rei D. João VI, Braga, 1969José Esteves
Pereira, Silvestre Pinheiro Ferreira. O Seu Pensamento Político, Coimbra, 1974.
Ferreri, Adriano Maurício Guilherme Oficial do exército. Ministro do governo de Costa Cabral,
desde 18 de Junho de 1849. Morre em 14 de Março de 1860
Figueiredo, Bernardo António Bispo do Algarve. Ministro da justiça do governo da regência de D.
Isabel Maria, desde 8 de Junho a 14 de Agosto de 1827.
Fonseca, Manuel da Silveira Pinto da (1784-1830) 2º Conde de Amarante e Marquês de Chaves
(desde 1823). Herói da guerra peninsular. Instigador da revolta antivintista de Vila Real de 1823. Entra em
Lisboa em 24 de Junho de 1823, recebendo o título de marquês de Chaves. Apoiante do partido miguelista.
Forjaz, D. Miguel Pereira (1769-1827) Conde da Feira desde 1820 Militar. Participa na campanha do
Rossilhão. Membro do Conselho da Regência em 1807. Organiza a resistência militar contra os franceses,
com Bernardim Freire. Membro da Junta Governativa de 1808. Par do reino em 1826. António Sardinha
qualifica-o como organizador da resistência nacional.
França, Luís Paulino de Oliveira Pinto da (1771-1824). Maçon. Militar da guerra peninsular.
Deputado em 1821-1822 e 1822-1823. Vice-presidente da Câmara dos Deputados em 1822.
França, Rodrigo José Rodrigues Bento da. Capitão. Inspecto do Arsenal, bastião radical durante o
setembrismo.Demitido em 9 de Março de 1838.
Marino Miguel Franzini (1779-1861). Filho de um professor de matemática italiano, trazido pelo
marquês de Pombal em 1772. Oficial da marinha. Membro da comissão da Academia das Ciências, autora
do projecto constitucional de 21 de Outubro de 1820. Deputado em 1821, 1822, 1834 e 1837. Par do reino
desde 1861. Ministro da fazenda do governo de Saldanha, entre 22 de Agosto e 18 de Dezembro de 1847.
Ministro da justiça e da fazenda de 1 a 17 de Maio de 1851, no governo presidido por Saldanha. Mantém-se
na pasta da fazenda de 22 de Maio a 21 de Agosto de 1851.
Freire, Agostinho José 1780-1836 Militar da Guerra Peninsular, com o posto de alferes. Deputado em
1821-1822. Exilado em Paris desde 1823. Regressa em 1826, torna ao exílio em 1828. Brigadeiro. Ministro
da guerra e da marinha na regência de D. Pedro, desde 3 de Março de 1832. Cede a marinha a Sá Nogueira
em 10 de Novembro de 1832. Substitui Palmela nos estrangeiros em 15 de Outubro de 1833. Opõe-se a
Palmela e Silva Carvalho em 1835. Ministro do reino em Abril de 1836. Membro do partido dos amigos de
D. Pedro. Ministro do reino no governo de Palmela entre 16 de Fevereiro e 27 de Maio de 1835. Ministro do
reino no governo de Terceira, de 20 de Abril a 10 de Setembro de 1836. Assassinado durante a Belenzada,
em 4 de Novembro de 1836.
Freire de Andrade e Castro, Gomes Pereira (1752-1817). Militar e activista maçónico. Coronel nas
campanhas do Rossilhão (1739-1795). Campanha da Rússia. Participa nos motins de Campo de Ourique de
1803. Participa ao lado de Napoleão na invasão da Rússia (1817). Enforcado em 1817.
Fronteira, Marquês (1802-1881) D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto. Político e memorialista
português. 7º Marquês de Fronteira e 5º Marquês de Alorna. Um dos membros da alta nobreza,
combatente pelo liberalismo, que, vindo da esquerda, durante o primeiro período de vigência da Carta, se
assume, depois de 1834, como opositor dos chamorros. Setembrista moderado, passa para os ordeiros e
acaba por ser um dos principais apoiantes do cabralismo. Retira-se da política depois da Regeneração.
Filho de D. João José Mascarenhas Barreto (6º marquês de Fronteira) e de D. Leonor d’Oyenhausen e
Almeida (filha da marquesa de Alorna).
Casado com D. Maria Constança da Câmara.
Irmão de D. Carlos Mascarenhas (1803-1861).
Ajudante de campo de Bernardo Sepúlveda e do Duque da Terceira.
Par do reino desde 1826 (um dos treze pares que se mantêm em 1834).
Implicado nas archotadas de 1827.
Mindeleiro, bate-se no cerco do Porto e destaca-se na batalha de Asseiceira.
De 1834 a 1836 alinha na oposição, ao lado de Loulé e do conde da Taipa.
Deputado em 1837.
Senador em 1838.
Assume, durante o setembrismo a linha dos ordeiros, mas logo em 1838 passa a alinhar com os cartistas.
Retoma o lugar de par do reino em 1842.
Cabralista, foi governador civil de Lisboa (1846-1851).
Afasta-se da política em 1851.
Mordomo-mor da rainha D. Estefânia.
Memórias do Marquês de Alorna e Fronteira
Ver ed. de Lisboa, Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1986, em 7 vols.
Galvão, Joaquim de Santo Agostinho Brito França (1767-1845) Da ordem de Santo Agostinho,
Licenciado em teologia (1793). Professor de direito natural no seminário de Santarém.Deputado em 1822.
Criticou em 1809 o Correio Braziliense que defendia a aplicação a Portugal do modelo constitucional
britânico. Autor de
Compêndio de Direito Natural
Reflexões feitas em abono da verdade sobre... o “Correio Braziliense
Gama, D. Alexandre de Saldanha da (1778-1839) 1º Conde de Porto Santo Desde 1823 Oficial da
marinha. Ajudante de campo do duque de Sussex. Maçon. Governador do Maranhão (1802-1806) e de
Angola (1807-1810). Representante de Portugal no Congresso de Viena (1814-1815), na Rússia (1815-1818)
e em Espanha (1820 e 1823). Na sequência da Vilafrancada é feito conde de Porto Santo e regressa à
embaixada de Madrid. Ministro dos negócios estrangeiros de 15 de Janeiro de 1825 a 1 de Agosto de 1826,
no governo de Lacerda/ Barros. Presidente da comissão municipal de Lisboa em 1833.
Garrett, João Baptista da Silva Leitão de Almeida (1799-1854) Natural do Porto, vai com a família para a
ilha Terceira em 1809, por causa das invasões francesas, onde é educado, nomeadamente pelo tio, o bispo
de Angra, D. Frei Alexandre da Sagrada Família. Matricula-se em leis, em 1816. Membro activo da loja
maçónica, Sociedade Jardineira. Termina o curso de direito em 19 de Novembro de 1821. Instalado em
Lisboa, entra em Agosto de 1822 para a secretaria de estado do reino. Publica O Dia 24 de Agosto de 1821.
Exilado de 1823 a 1826, primeiro em Londres e depois em França, onde publica o poema Camões. Regressa
a Lisboa em 1826, publicando Carta de guia para eleitores. Dedica-se ao jornalismo político. Participa nas
archotadas. De novo, no exílio depois de 1828 em Londres e em França. É adido junto de Palmela e
publica em Londres, em 1830, Portugal na Balança da Europa e Da Educação. Colabora com Mouzinho
da Silveira no governo de Angra. Mindeleiro. Encarregado de negócios em Bruxelas (1834-1836). Começa a
publicar em Julho de 1836 O Português Constitucional, ligado ao grupo de Passos Manuel. Membro
fundador da Sociedade Patriótica Lisbonense em 9 de Março de 1836. Subscritor da acusação de altatraição aos implicados na belenzada de Novembro de 1836. Deputado pelos Açores em 1837-1842. Funda o
Teatro Nacional e o Conservatório Nacional em 1838. Cria um reportório de teatro português, onde se
destaca Frei Luís de Sousa, de 1843. Escreve Viagens na Minha Terra, também em 1843, obra apenas
publicada em 1846. Opõe-se ao cabralismo, regressa ao activo da política com a Regeneração. Visconde em
1851. Autor do relatório da lei eleitoral de 1846 e da lei sobre as misericórdias de 26 de Novembro de 1851.
Ministro dos negócios estrangeiros de Saldanha, entre 4 de Março e 19 de Agosto de 1852. Apresenta na
Câmara dos Pares um relatório sobre a reforma administrativa em 21 de Janeiro de 1854.
1822
O Dia 24 de Agosto de 1821
1826
Carta de guia para eleitores, em que se trata da opinião pública, das qualidades para deputado, e do
modo de as conhecer
1829
Tractado de Educação
Londres, 1829.
1830
Portugal na Balança da Europa. Do que tem sido e do que ora lhe convém ser na nova ordem de coisas do
mundo civilizado
(Londres, 1830
Reed. port., Lisboa, Livros Horizonte, s.d.).
1843
Frei Luís de Sousa
1846
Viagens na Minha Terra
Obra escrita em 1843, mas apenas publicada em 1846.
João Gaspar Simões, João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, in Jurisconsultos Portugueses do
Século XIX, 2º vol., edição do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, Lisboa, 1960, pp. 174 ss.
Geraldes, João José Vaz Preto (m. 1843) Bacharel em direito, agricultor. Um dos pares do reino
nomeados pela fornada de 3 de Maio de 1842. Passa, depois, para a oposição a Costa Cabral.
Godoy, Manuel de (1767-1851) Natural de Badajós. Chefe do governo espanhol de 1792 a 1808. Duque
de Alcudia e Príncipe da Paz. A Espanha, governada por Godoy, aproveita-se então das circunstâncias de
ser aliada da França e trata de obter algumas contrapartidas com as novas circunstâncias, donde sairão
prejudicados os interesses portugueses. Num tratado de Março de 1801, a Espanha conseguia, além do
regresso da ilha de Minorca e da promessa de reocupação da ilha de Trinidad, que uma princesa espanhola
passasse a titular do reino da Etrúria, considerado como propriedade da Espanha (este novo reino
sucedia ao Grão-Ducado da Toscana, estabelecido pelos Medici em 1569, na base da anterior república de
Florença; em 1807 será integrado no Império francês; em 1809 será restabelecido, sendo atribuído a Elisa
Bonaparte) . Já antes, em Janeiro desse mesmo ano, entre Paris e Madrid, firmava-se o tratado secreto de
Fontainebleau, no qual se prevê expressamente a a partilha de Portugal. Um mês depois, em 27 de
Fevereiro de 1801, já Carlos IV declara guerra a Portugal. É neste quadro que, durante dez dias, entre 20 e
30 de Maio de 1801, se desenrola a chamada Guerra das Laranjas, que, no plano militar, se resumiu a uma
série de escaramuças no Alentejo, onde apenas participam cerca de meio milhar de homens em cada parte.
Como então reconhecia o nosso generalíssimo, o Duque de Lafões, em carta dirigida ao comandante
espanhol, Solano: Para que nos havemos de bater? Portugal e Espanha são duas mulas de carga. A
Inglaterra lançou-nos, a França espicaça-nos; saltemos, agitemos os guizos, mas, por amor de Deus, não
nos façamos mal nenhum: muito se ririam à nossa custa. Foi obedecendo a esta estratégia que as praças
portuguesas da Juromenha, de Olivença e de Campo Maior se renderam sem resistência. E logo em 6 de
Junho eram assinados dois Tratados em Badajoz, um com a Espanha, onde renunciávamos a Olivença, e
outro, com a França, onde ficávamos obrigados a aderir ao Bloqueio Continental e a entregar uma grossa
indemnização. Afinal, no jogo das mulas sempre levávamos um forte coice, cuja marca se tornaria
permanente. Não se pense que Napoleão exultou com a circunstância. Não só não ratificou o tratado com a
França, como logo taxou Godoy de miserável e traidor, por ter impedido que as tropas francesas
comandadas por Leclerc prosseguissem a sua marcha para a conquista de Portugal. E como represália não
entregou à Espanha a ilha da Trinidad. Aliás Godoy parece que estabeleceu boas relações com o nosso
enviado especial, Luís Pinto de Sousa Coutinho, futuro Visconde de Balsemão.
Gordo, Manuel Ferreira (1770-1830). Agostinho. Maçon. Doutor em cânones. Perseguido pela
setembrizada de 1810. Volta a ser preso em 1828.
Guerreiro, José António (1789-1834) Deputado vintista e ministro da justiça, fiel ao modelo da Carta
Constitucional, chega a membro da regência dos Açores.
Jurista. Formado em cânones em 1816. Advogado. Deputado em 1821.
Ministro da justiça de 27 de Maio a 2 de Junho de 1823, durante a vilafrancada, quando alinha com os
constitucionais vintistas, apoiando D. João VI.
Ministro da justiça do governo da regência de D. Isabel Maria, entre 15 de Agosto e 13 de Outubro de
1826, onde foi substituído por Gouveia Durão.
Chega à Terceira em 15 de Março de 1829.
Faz parte da regência colectiva estabelecida por D. Pedro em 15 de Junho de 1829.
Manifesto dos direitos de Sua Magestade Fidelissima a srª D. Maria II, e exposição da questão portugueza
Londres, 1829. Com Palmela
Guião, António José Jurista. Procurador régio. Ministro miguelista. Membro da junta criada em 18 de
Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental. Membro da Junta de 13 de Julho de 1826 que organiza
as instruções para a eleição de deputados. Membro da Junta que prepara as Cortes de 1828. Ministro do
reino e da marinha de D. Miguel, desde 22 de Setembro de 1833. Acompanha D. Miguel na partida para o
exílio em Sines, depois da Convenção de Évora Monte.
ISABEL MARIA, Infanta D. (1801-1876). REGENTE ENTRE 1826 E 1828. Instituído o Conselho de
Regência em 6 de Março de 1826. Morte de D. João VI no dia 10. Jura a Carta em 31 de Julho de 1826.
D. João VI (1767-1824) Governa efetivamente Portugal de 1792 a 1826, primeiro como príncipe regente
e, depois, como rei, desde 1816. Instala a Corte no Brasil em 1806 e lança o Reino Unido em 1815. Regressa
a Lisboa em 1821 e sofre as desventuras da independência do Brasil (1822), da Vilafrancada (1823) e da
Abrilada (1824). Acreitando na instauração de uma monarquia dual, insiste nos direitos de D. Pedro IV
como seu sucessor 1826).
Nasce em 13 de Maio de 1767.
Casa com D. Carlota Joaquina, filha do rei de Espanha Carlos IV, em 1785.
Entre os seus filhos, D. Pedro IV, D. Miguel; Maria Teresa (n. 1793), casada com o infante D. Pedro de
Espanha; Isabel Maria (n. 1801), regente de Portugal; Maria Isabel (n. 1797), casada com o rei Fernando
VII de Espanha; Maria Francisca de Assis (n. 1800), casada com infante D. Carlos Maria Isidro de
Espanha; Ana de Jesus Maria (n. 1806), casada com o marquês e futuro duque de Loulé.
Assume efectivamente a regência desde 10 de Fevereiro de 1792.
Assume oficialmente a regência em 15 de Julho de 1799.
Por carta de lei de 16 de Dezembro de 1815, surge o Reino Unido de Portugal e do Brasil.
Rei desde 20 de Março de 1816.
Em 6 de Fevereiro de 1818 é solenemente aclamado rei de Portugal, do Brasil e dos Algarves, no Rio de
Janeiro.
Parte do Rio de Janeiro para Lisboa em 26 de Abril de 1821.
Fundeia no Tejo em 3 de Julho.
Desembarca em 4 de Julho e jura as bases da Constituição na Ajuda.
Jura a Constituição em 1 de Outubro de 1822. Vilafrancada em 27 de Maio de 1823.
Regressa a Lisboa em 5 de Junho.
Revolta de D. Miguel no Rossio em 30 de Abril de 1824 (abrilada).
Regressa ao palácio da Bemposta em 14 de Maio de 1824.
Carta-patente sobre o Brasil em 13 de Maio de 1825.
Assinado o tratado do Rio de janeiro em 29 de Agosto de 1825.
Ratificado por D. João VI em 15 de Novembro de 1825.
Adoece gravemente em 4 de Março de 1826.
Instituído Conselho de Regência em 6 de Março de 1826.
Morre em 10 de Março de 1826.
Jordão, Joaquim Teles (1777-1833) Oficial do exército. Vintista, exaltado da martinhada, da extremaesquerda, acaba como um dos símbolos do terrorismo miguelista.
Adere è revolução de 1820, como comandante de tropas em Braga.
Participa na martinhada de 11 de Novembro.
Será, com o miguelismo, comandante de tropas que cercam o Porto e governador da Torre de S. Julião da
Barra.
Morto em Cacilhas em 23 de Julho de 1833.
Junot, Andoche (1771-1813). General francês. Duque de Abrantes. Comandou a invasão de Portugal em
1807-1808. Havia sido ajudante de campo de Napoleão na campanha de Itália.
Lacerda, José Joaquim de Almeida e Araújo Correia de Pai do clérigo José Maria (1803-1875) e do
jurista José Joaquim (1793-1856). Ministro do reino de 15 de Janeiro de 1825 a 1 de Agosto de 1826.
Maçon.
Exame dos artigos historicos políticos que se contêm na collecção periodica intitulada Correio
Braziliense ou Armazem Litterario” no que pertence somente ao reino de Portugal
Lisboa, Impressão Régia, 1810
Lacerda, José Maria de Almeida Araújo de Portugal Correia de (1803-1875) Filho de José Joaquim de
Lacerda. Agostinho. Deão da Sé de Lisboa. Tesoureiro-mor da sé da Guarda. Traduziu Tácito em 1846.
Sucessivamente cartista, anti-setembrista e cabralista, vai, depois, assumir-se contra a lei da rolhas de
1851. Reitor do liceu de Lisboa em 1854 e autor de um dicionário de língua portuguesa.
A. B. da Costa Cabral. Apontamentos Históricos
Lisboa, 1844-1845, em dois volumes.
Da Forma dos Governos, com respeito à prosperidade dos povos, e das cousas políticas de Portugal
Lisboa, 1854.
Um Papel Político. Ontem, Hoje e Amanhã
1ª ed., anónima, Lisboa, 1842; 2ª ed., Lisboa, 1990.
Lafões, 2º Duque de. D. João Carlos de Bragança Sousa Ligne Tavares Mascarenhas e Silva
(1719-1806). Maçon. Irmão do 1º duque de Lafões. Opositor do marquês de Pombal, retira-se para
Londres. Voluntário na Guerra dos Sete Anos (1756-1763) nos exércitos austríacos. Regressa a Portugal em
1777. Apoia o abade Correia da Serra na fundação da Academia das Ciências (1779) de que foi presidente
(1779-1806). Mordomo mor e ministro assistente ao despacho, acumulando a pasta da guerra de D. João
VI, de 6 de Janeiro 1801 a 1804. Morre em 1806.
Lannes, Jean (1769-1809) Duque de Montebello. Marechal de França. Embaixador de Napoleão em
Lisboa entre Maio de 1802 e Julho de 1804.
Lapa, José Joaquim Januário (1796-1859) Barão de Vila Nova de Ourém Deputado em 1848-1851.
Par do reino em 1854. Ministro da marinha e ultramar de 20 de Março a 10 de Julho de 1848 Ministro da
guerra de Saldanha, de 29 de Janeiro de 1848 a 18 de Junho de 1849. Interino da marinha de 3 de Maio a
18 de Junho de 1849. Governador da Índia em 1850-1851, enfrenta a revolta dos Ranes de Satari.
Larcher, Joaquim (1797-1865) Bacharel em leis. Filho de um industrial de lanifícios de Portalegre.
Colega de estudos de Garrett, com quem funda O Português. Maçon. Exila-se em Paris em 1828. Deputado
em 1834-1836; 1851-1852. Governador civil de Lisboa em 1835-1836. Par do reino de 1852 a 1865. Funda,
com Garrett, Companheiro de Mouzinho da Silveira no exílio parisiense, onde estuda modelos
administrativos. Prefeito do Alentejo em Fevereiro de 1834. Convidado por Rodrigo da Fonseca, em 1835,
para elaborar um projecto de reforma administrativa. Director da Biblioteca Pública. Um dos autores do
projecto de reforma da Universidade que Rodrigo da Fonseca queria transferir de Coimbra para Lisboa.
Anti-setembrista, é exonerado das funções públicas que exercia. Colabora com Costa Cabral na elaboração
do Código Administrativo de 1842. Director das Alfândegas das Sete Casas. Colabora na criação do
Ministério das Obras Públicas em 1852, chamado por Fontes Pereira de Melo.
Lavradio, 2º Marquês do (1756-1833) D. António Máximo de Almeida Portugal. Pai de D. Francisco de
Almeida Portugal, 2º conde do Lavradio. Não seguiu D. Miguel.
Lavradio, 5º Marquês do D. António Máximo de Almeida Portugal. Ajudante de campo de D.
Miguel. Procurador em 1828 por Torres Vedras. Ministro de D. Miguel em Roma. Consegue o
reconhecimento de Gregório XI em 5 de Agosto de 1831.
História Abreviada das Sociedades Secretas
Lisboa, 1854
Lavradio, 2º Conde 1797-1870 D. Francisco de Assis de Almeida Portugal. Oitavo filho do 3º marquês
de Lavradio. Diplomata. Ministro dos negócios estrangeiros do governo da regência de D. Isabel Maria, de
1 de Agosto de 1826 a 8 de Junho de 1827, onde é substituído formalmente por Palmela, então embaixador
em Londres. Deputado em 1826-1827. Representante em França da regência 1830-1833. Em 1842 destaca-
se na Câmara dos Pares como opositor ao governo de Terceira-Costa Cabral. De novo ministro dos
negócios estrangeiros no governo de Palmela de 26 de Maio a 6 de Outubro de 1846. Embaixador em
Londres de 1851-1869.
D. José de Almeida Correia de Sá, Memórias do Conde do Lavradio, D. Francisco de Almeida Portugal,
5 vols, Coimbra, 1932-1938
Lavradio, D. João de Almeida Melo e Castro Embaixador de Portugal em Londres. Ministro dos
negócios estrangeiros desde 6 de Janeiro de 1801.
Leão, António José da Silva(1793-1850). 1º Barão de Almofala Desde 1847. Militar da guerra
peninsular. Maçon. Mindeleiro. Ministro da guerra do governo de Saldanha entre 22 de Agosto e 18 de
Dezembro de 1847.
Leitão, Manuel Duarte (1787-1856) Ministro da justiça em 1835 (de 28 de Abril a 27 de Maio). Pulido
Valente considera-o um velho vintista inofensivo. Ministro da justiça no governo de Sá da Bandeira, de 22
de Março a 18 de Abril de 1839. Volta à pasta em 28 de Abril de 1847, no governo de Saldanha, até 22 de
Agosto seguinte.
Leite, José Xavier Bersane (1780-1843) Almirante. Amigo de Bocage. Ministro da marinha e ultramar
do frustrado governo da belenzada, constituído de 4 para 5 de Novembro de 1836. Governador de Angola
em 1842.
Lemos, José de Vasconcelos Bandeira de (1794-1873) 1º Barão de Leiria. General. Ministro da
guerra do frustrado governo da belenzada, constituído de 4 para 5 de Novembro de 1836.
Lichnowsky, Príncipe Félix (1814-1848) Oficial prussiano. Serve os cartistas espanhóis. Autor de
Portugal Erinnerungen aus dem Jahre 1842, Mogúncia, 1843. A primeira edição portuguesa é de 1845 (ver
Portugal. Recordações do Ano de 1842, prefácio de Castelo Branco Chaves, Lisboa, Ática, 1946).
Lima, Cândido Figueiredo e (1782-1851) Professor de direito romano. Deputado por Trás-os-Montes
em 1822. Procurador às Cortes Gerais de 1828, por Chaves. Ministro do reino e da fazenda de D. Miguel,
nomeado em 18 de Agosto de 1834. Demitido de professor pelo governo de D. Pedro, em 15 de Julho de
1834. Conspirdor no Minho em 1846. Defende então o modelo constitucional inglês, considerando que "o
commum dos homens, se conduz melhor pelos seus hábitos, que pelo juízo", pelo que a regra vulgar da
política, e recebida em todas as Naçoens, e em todos os séculos, que as Leis fundamentaes , e Políticas
(dos) Estados, se não devem alterar, sem huma absoluta necessidade, que he só quando ellas são
contrárias à recta razão, e oppostas ao bem público; e que neste cazo único, ainda a alteração, e
mudança se deve operar muito lenta, e imperceptivelmente aos homens, porque a antiguidade de
qualquer estabelecimento,e Leis, sempre foi tido por couza Sancta e venerável. E isto porque os costumes
dos Povos necessitão do socorro das Leis para serem mantidos; e as Leis tem precizão dos costumes dos
Povos , para serem observadas"( Para ele "a máxima vulgar da política , e adoptada na Arte de Reinar,
pelos mais graves homens d'Estado, que he precizo ganhar o coração dos homens, para se submetterem de
vontade; e que, quanto for possível, se devem conduzir sem coacção pela boa ordem, e pela esperança das
recompensas"
Lima, Lourenço José de (1767-1839) 1º Conde de Mafra Desde 1836 Maçon. Filho do 1º marquês
de Ponte de Lima e irmão do marquês de Nisa. Embaixador em Turim (1791-1792), Viena (1794-1801),
Londres (1801-1803) e Paris (1804-1807). 1º Conde de Mafra desde 1836. Membro da embaixada a
Napoleão de 1808.
Lisboa, José da Silva (1756-1835) Barão e Visconde de Cairu. Influencia D. João VI no sentido da
abertura dos portos do Brasil. Liberal, apoia a independência brasileira, destacando-se como deputado
apoiante de D. Pedro.
Principios de Economia Politica
Lisboa, Imprensa Regia, 1807.
Principios de Direito Mercantil e Leis da Marinha
Lisboa, 1808.
Extracto das Obras Politicas e Economicas de Edmund Burke
Rio de Janeiro, 1812, 2 vols..
Memoria dos Beneficios Politicos do Governo de El-Rey Nosso Senhor D. João VI
Rio de Janeiro, 1818.
Lobo, Frei Francisco Alexandre (1763-1844). Membro da ordem de S. Bento de Aviz. Lente de teologia
de 1806 a 1820. Bispo de Viseu desde 1819. Relator da proposta constitucional da Academia das Ciências,
aprovada em 21 de Outubro de 1820. Autor de Cauzas da Revolução Francesa, 1822. Ministro do reino do
governo da regência de D. Isabel Maria, entre 16 de Dezembro de 1826 e 8 de Junho de 1827. Autor do
discurso de proposição nas Cortes Gerais de 1828. Exilado depois de 1833, em França e Roma. Regressa
em 1844, reconhecendo as novas instituições. As suas Obras foram publicadas em 3 tomos, 1848, 1849 e
1853.
Londres, 1831
Londres, 1832.
Loulé, 1º Marquês de (Desde 1799). 8º Conde de Vale dos Reis. Agostinho Domingos José de
Mendonça Rolim de Moura Barreto (1780-1824). Comandante da Legião Lusitana, ao serviço de
Napoleão. Assassinado em Salvaterra de Magos em 28 de Fevereiro de 1824. Era venerável da maçonaria e
confidente de D. João VI. Ver António Cabral, Uma Tragédia na Corte. A Morte do Marquês de Loulé,
Lisboa, 1936.
Loureiro, João Bernardo da Rocha 1778-1853 Responsável pelo jornal O Portuguez ou Mercurio
politico, commercial e literario, Londres 1813-1822. Depois de 1820, foi nomeado cronista mor do reino.
Emigrou depois da vilafrancada. Opositor de D. Pedro IV. Amigo de Passos Manuel, passou à oposição logo
em Novembro de 1836. Chegou a sugerir que Passos Manuel fosse enforcado, por não cumprir a
Constituição de 1822. Foi de novo para o exílio, agora em Espanha, a partir de 1842, donde só regressou
em 1851. Morre pobre e esquecido em Lisboa. LOUREIRO,João Bernardo da Rocha -Governo
misto,130,904 Esta mesma filosofia básica do Estado já aparece também entre os próprios emigrados
liberais sitos em Londres. João Bernardo da Rocha Loureiro, em O Portuguez, em 1814, se repudia o
governo absoluto e despótico, diz também claramente que nenhum apreço damos à democracia pura,
preferindo um governo misto como o da Inglaterra ou semelhante à representação nacional dos Estados
Unidos da América. Para tanto, requer uma Constituição e a restauração das Côrtes e das antigas formas
do nosso Governo, que mais se achegam às do governo britânico e tanto distam da maneira absoluta e
destemperada por que hoje somos governados.
Loureiro, José Jorge (1791-1860) Neto de negociantes, estudava direito antes de se alistar no exército.
Amigo pessoal de Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque. Participa na guerra peninsular. Brigadeiro do
exército liberal. Presidente do governo e ministro da guerra de 18 de Novembro de 1835 a 20 de Abril de
1836, um governo de oposição à situação chamorra que dura 155 dias. Ministro da fazenda e da marinha no
governo de Terceira, de 9 a 24 de Fevereiro de 1842. Assume-se então como cartista, pouco favorável à
ascensão de Costa Cabral, aparecendo aliado ao seu amigo Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque e a J. B.
Felgueiras. Ministro da guerra e da marinha no governo de Palmela, em 26 de Maio de 1846. Cede a pasta
da guerra a Sá da Bandeira em 19 de Julho. Mantém-se na marinha até 6 de Outubro de 1846. Ministro da
guerra no primeiro governo dos históricos de 6 de Junho de 1856 a 16 de Março de 1859. Acumula a
fazenda até 23 de Janeiro de 1857. Autor de Memórias Políticas (1834-1844), 2ª ed., Lisboa, 1986.
Lousã, 3º Conde da D. Diogo de Meneses de Ferreira de Eça (1772-1862). Tenente-coronel de cavalaria.
Ministro de D. João VI no Brasil. Fica na regência do Rio de Janeiro com a pasta da fazenda em 26 de Abril
de 1821. Nomeado pela regência estabelecida pelas Cortes, presidente do Real Erário (ministro da
fazenda), em 26 de Janeiro de 1821. Ministro da fazenda da regência de D. Isabel Maria, de 8 de Junho a 14
de Agosto de 1827. Ministro da fazenda de D. Miguel, desde 26 de Fevereiro de 1828.
Lumiares, 4º Conde. José Manuel Inácio da Cunha e Meneses da Gama e Vasconcelos
Carneiro de Sousa Portugal e Faro (1788-1849). Maçon. Oficial da marinha e do exército. Participa
na guerra peninsular. Brigadeiro desde 1833. Comandante do corpo de voluntários nacionais de 1832 a
1834. Um dos principais compradores dos bens da fazenda nacional em 1835. Presidente do conselho e
ministro da marinha do primeiro governo setembrista, de 10 de Setembro a 4 de Novembro de 1836. Grãomestre da chamada maçonaria do sul em 1835-1836. Segundo Fronteira tinha-se feito pedreiro-livre
depois de velho.
Lumiares, 4º Conde 1788-1849 José Manuel Inácio da Cunha e Meneses da Gama e Vasconcelos
Carneiro de Sousa Portugal e Faro. Maçon. Oficial da marinha e do exército. Participou na guerra
peninsular. Brigadeiro desde 1833. Comandante do corpo de voluntários nacionais de 1832 a 1834. Um dos
principais compradores dos bens da fazenda nacional em 1835. Presidente do conselho e ministro da
marinha do primeiro governo setembrista, de 10 de Setembro a 4 de Novembro de 1836. Grão-mestre da
chamada maçonaria do sul em 1835-1836.
Mac Donell, Reginald. Comandante do exército miguelista desde 20 de Dezembro de 1833. Comandante
das guerrilhas miguelistas em 1846.
Macedo, Joaquim José da Costa (1777-1867). Guarda-mor da Torre do Tombo. Membro da comissão
da Academia das Ciências, autora do projecto constitucional de 21 de Outubro de 1820.
Macedo, José Agostinho de (1761-1831) Agostinho, desde 1778, é expulso da ordem em 1792. Entra
na vida secular em 1794. Poeta. Contra-revolucionário.
1810
Os Sebastianistas
Lisboa, 1810.
1814
A verdade, ou pensamentos philosóphicos, sobre os objectos mais importantes da religião e do Estado
Lisboa, 1814.
1815
O homem ou os limites da razão: tentativa philosophica
Lisboa, 1815.
1816
Refutação dos princípios metaphysicos e moraes dos pedreiros livres iluminados
Lisboa, 1816.
1816
Demonstração da existência de Deus
Lisboa, 1816.
1824
Refutação Methodica das chamadas Bases da Constituição Política da Monarquia Portuguesa
Lisboa, Imp. Da Rua Formosa, 1824.
1824
Bazes Eternas da Constituição Política achadas na Cartilha do Mestre Ignacio pelo Sacristão do Padre
Cura d’Aldeia
Lisboa, Imp. Da Rua Formosa, 1824.
Mac Donell, Reginald Comandante do exército miguelista, na fase final da guerra civil, desde 20 de
Dezembro de 1833. Com a Patuleia, volta a ser chamado e chefia as guerrilhas miguelistas em 1846. Figura
controversa, acaba por morrer durante as peripécias da guerra.
Mafra, Conde de Ver Lima, Lourenço José de (1767-1839) 1º Conde de Mafra Desde 1836
Magalhães, Félix Pereira (1794-1878) Advogado. Maçon. Mindeleiro. Activista da Sociedade Patriótica
Lisbonense. Membro da Loja 11 de Agosto de 1829, em Angra. Senador entre 1838 e 1842. Assina protesto
contra a Restauração da Carta. Deputado entre 1842 e 1845. Par do reino de 1845 e 1878. Conselheiro de
Estado de 1845 e 1878. Ministro da justiça do governo de Costa Cabral, desde 18 de Junho de 1849.
Segundo Lavradio, foi nomeado por ser presidente do banco. É homem de curto entendimento, pouco
saber, muito orgulhoso e grosseiro. Morre em 25 de Janeiro de 1878.
Apontamentos para a História Diplomática de Portugal desde 1826 até 1834
Lisboa, 1872
Magalhães, João de Matos e Barbosa de Desembargador. Demitido por Saldanha em 1827. Ministro
da justiça de D. Miguel, de 11 de Abril de 1829 a 27 de Setembro de 1831.
Magalhães, J. S. Pinto de 1780-1865 João de Sousa Pinto de Magalhães. Presidente do Congresso em
1822. Promotor das traduções oficiais das obras de Jeremy Bentham. Nomeado em 17 de Maio de 1823
presidente da comissão de segurança defesa pública pelas Cortes. Membro da junta criada em 18 de
Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental Retirou-se da política entre 1824 e 1833. Ministro do
reino no governo de Saldanha, de 27 de Maio a 15 de Junho de 1835, data em que passa a assumir a pasta
da justiça, até 18 de Novembro de 1835. Vai para embaixador no Brasil depois de 1835. É então
considerado conservador, aliado de Palmela. Deputado em 1839 e em 1840-1841. Presidente da Câmara
dos Deputados em 1840-1841.
António Pereira Ferraz (Júnior), João de Sousa Pinto de Magalhães. Apontamentos Históricos, Lisboa,
1866.
Magalhães, Joaquim António de 1795-1848 Natural de Lamego. Doutor em leis desde 18 de Junho de
1820. Deputado em 1826-1828. Ministro da justiça da regência desde 3 de Dezembro de 1832, substituindo
Mouzinho da Silveira, até 31 de Abril de 1833. Ministro do reino e da justiça no governo do Entrudo em 7 e
8 de Fevereiro de 1842. Grande Administrador do Grande Oriente Lusitano em 1840.
Marcos Pinto Soares Vaz Preto, Padre (m. 1851)
Vintista, amigo de D. Pedro e confessor de D. Maria II. Membro da maçonaria. Deputado de 1834 a 1851.
Arcebispo de Lacedemónia. Dirige a Grande Loja Provincial de Portugal Livre e Aceito Maçonaria da
Irlanda, de 1842 a 1851.
Margiochi, Francisco Simões (1774-1838) Maçon. Bacharel em matemática e filosofia em 1778. Oficial
da marinha e do exército. Deputado em 1821-1823. Propôs a abolição da Inquisição. Ministro da marinha e
ultramar na regência desde 15 de Outubro de 1833.
D. Maria II (1819-1853) Rainha de Portugal desde 1826, apenas com sete anos de idade. Filha de D.
Pedro IV e neta do Imperador austríaco. Uma mistura de Braganças e Habsburgos e ligada
matrimonialmente aos Saxe-Coburgos, aparentados com a Rainha Vitória. Esta rainha de Portugal, filha do
Imperador do Brasil e mãe de dois reis de Portugal, avó e bisavó dos dois últimos da dinastia, se tivesse
atingido uma idade centenária, poderia ter assitido ao fim da Grande Guerra. Nasce no Rio de Janeiro em 4
de Abril de 1819. Chega a Lisboa, vinda de Paris, em 23 de Setembro de 1833. Considerada maior pelas
Cortes em 19 de Setembro de 1834. Morre D. Pedro IV em 24 de Setembro. Casa com D. Augusto de
Leuchtemberg (1810-1835) em 1 de Dezembro, mas este, tendo chegado a Lisboa em 25 de Janeiro de 1835,
logo morre em 28 de Março seguinte. Volta a casar em 9 de Abril de 1836 com D. Fernando Augusto SaxeCoburgo-Gotha. Deste consórcio, resultaram 11 nascimentos, entre os quais D. Pedro V e D. Luís. Sanciona
o Acto Adicional de 5 de Julho de 1852. Morre em 15 de Novembro de 1853. Tem apenas dezassete anos
quando Passos Manuel lhe propõe que se cerque o trono com instituições republicanas. Com 23 vê a
ascensão de Costa Cabral. Com 32, assiste ao começo da Regeneração. Morre aos trinta e quatro anos, a
mãe do nosso constitucionalismo monárquicos, com onze filhos, depois de ter sido rainha durante vinte e
sete anos.
Marialva, 6º Marquês de 8º Conde de Cantanhede D. Pedro José Joaquim Vito de Meneses Coutinho.
Fez parte da deputação que cumprimentou Napoleão em 1808. Embaixador de Portugal em França em
1820, assumiu-se como anti-vintista. Reintegrado depois da Vilafrancada em 1823. Ver Alberto Pimentel,
em A Última Corte do Absolutismo em Portugal, Lisboa, Ferin, 1893, insinua que D. Miguel I seria filho
adulterino deste marquês.
Mascarenhas, D. Carlos de (1803-1861). Mindeleiro. Filho do 6º marquês de Fronteira. Comandante
da guarda municipal de Lisboa em 1841. Ajudante de campo de D. Pedro V.
Massena, André (1758-1817) Marechal de França, feito duque de Rivoli. Comandou a terceira invasão
francesa em 1810. Colabora com a Restauração, morrendo como governador militar de Paris.
Mateus, Morgado de Ver Botelho, José Maria de Sousa (1758-1825)
Melo e Carvalho, António de Azevedo (1795-1862) Formado em direito em 1817. Irmão de Marcelino
de Azevedo e Melo Carvalho, visconde da Oliveira. Vive no Brasil de 1819 a 1833. Juiz da Relação de Lisboa
em 1833, seu presidente em 1839. Par do reino desde 1861. Biógrafo do Visconde de Oliveira, seu irmão.
Considerado por Fronteira uma nulidade como homem prático.
Senador em 1838. Deputado em 42-45, 51-52, 53-56 e 57-58.
Ministro da justiça de 24 de Fevereiro a 14 de Setembro de 1842, no governo de Saldanha, quando Costa
Cabral ascende a ministro do reino.
Ministro do reino, entre 22 de Agosto de 1847 e 21 de Fevereiro de 1848, no governo de Saldanha.
Melo, Aires de Sá e (n. 1715) Ministro dos negócios estrangeiros e da guerra do marquês de Pombal.
Continua no governo depois da morte de D. José I em 24 de Fevereiro de 1777. Partidário de uma maior
aproximação com os britânicos. Morre em Maio de 1786. O filho, João Rodrigues de Sá, há-de receber de
D. Maria I o título de conde da Anadia.
Melo, João de Fontes Pereira de Pai de António Maria. Governador de Cabo Verde. Ministro da
marinha e ultramar do governo de Saldanha entre 22 de Agosto e 18 de Dezembro de 1847.
Melo, Marcelino Máximo de Azevedo e. Visconde da Oliveira. Eleito em 15 de Agosto de 1846
Grande Inspector do Grande Oriente Lusitano, o grão-mestre de facto, na ausência de Costa Cabral.
Ministro da fazenda do governo de Saldanha, de 6 a 13 de Outubro de 1846. Ministro do reino no governo
de Saldanha, entre 6 de Outubro de 1846 e 26 de Abril de 1847.
Melo Freire dos Reis, Pascoal José de (1738-1798) Um dos principais teóricos do absolutismo
pombalista, defendendo aquilo que designa por monarquia pura e considerando como um sonho todos os
chamados privilégios da nação e salientando que o chamado pacto social é um ente suposto que só existe
na imaginação alambicada de alguns filósofos. Para ele, os nossos Principes não devem a sua autoridade
ao povo, nem dele receberam o grande poder que hoje e sempre exercitaram. Neste sentido, considera
que o poder do rei tem de ser ilimitado: em Portugal não há lei alguma ...que limite o poder do Rei e que
dê parte no seu governo por alguma maneira ao povo,nobres ou ecclesiásticos...a majestade só reide na
pessoa do Rei,como é da natureza do principado. Até porque o reino de Portugal, como não veio ao Rei,
por doação ou translacção dos povos, mas pelo direito do sangue e da conquista, ficou desde sempre
pertencendo ao seu livre império e administração. Salienta que D. João IV adquiriu assim por sufrágio
popular, não o poder que já lhe pertencia, mas a sua posse, não a soberania que já ostentava, mas o seu
exercício. Refere mesmo que constitui uma inépcia extraída da infame e funestíssima seita dos
monarcómanos aquilo do intróito e proémio das referidas Cortes que se lê no opúculo de Francisco
Velasco...que o povo pode eleger e depôr o rei, que o poder do rei parte do povo, e que este algumas vezes
pode, se as circunstâncias o impuserem, assumir e reinvidicar para si a soberania que a princípio
conferiu ao rei.
Novo Código de Direito Público
(1789) (publ. em Coimbra, 1844).
Institutiones Iuris Criminalis Lusitani
Lisboa, 1794. Instituições de Direito Criminal Português, Versão port. De Miguel Pinto de Menses, in
Boletim do Ministério da Justiça, ns. 155 e 156, 1966.
Institutiones Iuris Civilis Lusitani cum Publici tum Privati
Lisboa, 1789-1794.Instituições de Direito Civil Português, tanto Público como Particular Versão port. De
Miguel Pinto de Menses, in Boletim do Ministério da Justiça, ns. 161, 162, 163, 164, 165, 166, 168, 170 e 171
(1967).
História do Direito Civil Português
Versão port. de Miguel Pinto de Menses, in Boletim do Ministério da Justiça, ns. 1173, 174 e 175 (1968).
Maltez, José Adelino, «A Questão do Novo Código», in História do Direito Português, II, 1983, pp. 130153. Ensaio sobre o Problema do Estado, Lisboa, Academia Internacional da Cultura Portuguesa, 1991,
II, p. 283.
Mendizábal, Juan Álvarez (1790-1853) Estava exilado em Londres desde 1819, por ter estado envolvido
num processo de restauração da Constituição de Cádis. Chefe do governo espanhol isabelino, a partir de 14
de Setembro de 1835, durante oito meses. Responsável pelo decreto de 11 de Outubro de 1835 que
suprimiu as comunidades religiosas, para permitir a venda dos conventos e conseguir fundos para os
recursos de guerra contra os carlistas. Havia sido, a partir de Londres, o principal angariador de
empréstimos para a expedição do nosso D. Pedro IV. Era um grande amigo de Silva Carvalho.
Mendonça e Faro, Luís de Paula Furtado Castro do Rio (1796-1834) 7º Visconde e 2º conde de
Baracena. Ministro da justiça de D. Miguel, desde 26 de Fevereiro de 1828 até 11 de Abril de 1829.
Regressa à pasta em 27 de Setembro de 1831. Segundo Lavradio, antes de ser ministro, nunguém o
conhecia. Filho do 1º conde de Barbacena, governador de Minas Gerais no Brasil durante a chamada
Inconfidência Mineira.
Mendonça, Francisco de Assis Castro Imão de José da Gama e Castro. Foi autor de A Facécia Liberal
e o Entusiasmo Constitucional, Lisboa, 1822.
Mendonça, Hipólito José da Costa Pereira Furtado de (1774-1823) Responsável pelo Correio
Braziliense ou Armazem Literario, 28 vols., Londres, 1808-1821.
Mesquita, Manuel de Castro Pereira de (1778-1863) Militar da Legião Lusitana. Encarregado de
negócios em Paris em 1821-1822. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Sá da Bandeira, de 6 de
Novembro de 1837 a 18 de Abril de 1839.
História da Legião Portuguesa em França
1814.
Os acontecimentos dos dias 25 e 26 de Abril a cidade do Porto
Porto, 1836.
Mexia, João Gonçalves Vintista, redactor de O Militar Constitucional. Adere à martinhada. Será
miguelista.
Mexia, J. S. Magalhães João de Sande Magalhães Mexia Salema. Entra para a universidade em 1829 e
doutora-se em 1837. Professor da Faculdade de Direito de Coimbra, na cadeira de Direito Público
Português pela Constituição, onde substitui Basílio Alberto de Sousa Pinto. Segue Macarel e cita Silvestre
Pinheiro Ferreira.
Princípios de Direito Político Aplicados à Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 1838 ou A
Teoria Moderada do Governo Monárquico Constitucional Representativo
Coimbra, 1841. Ao que parece, depois de editar este livro, trata de o retirar do mercado.
Institutiones Juris Publici Ecclesiatici,
1863-1864.
D. Miguel I (1802-1866) Nasce em 26 de Maio de 1802. Líder da vilafrancada de 1823 e da abrilada de
1824. É obrigado a seguir para o exílio. Jura a Carta em Viena em 4 de Outubro de 1826. Celebra esponsais
com D. Maria da Glória em 29 de Outubro de 1826. Nomeado lugar-tenente de D. Pedro em 3 de Julho de
1827. Deixa Viena em 6 de Dezembro. Chega a Paris em 19 de Dezembro. A Londres em 30 de Dezembro.
Desembarca em Lisboa em 22 de Fevereiro de 1828. Nomeia novo governo em 26 de Fevereiro. Dissolve a
Câmara dos Deputados em 13 de Março de 1828.
O rei
Aclamado rei pelo Senado de Lisboa em 25 de Abri e jurado como tal pelos Três Estados, reunidos desde 23
de Junho, em 11 de Julho de 1828. O seu governo, marcado por aquilo que Oliveira Martins qualifica como
uma ditadura plebeia, acaba por embrenhar-se numa sangrenta guerra civil que apenas termina pela
Convenção de Évora Monte em 27 de Maio de 1834.
O exílio
Parte para o exílio em Sines a 30 de Maio. Emite comunicado em Génova em 20 de Junho. Casa em 1851
com Adelaide Sofia de Loewenstein-Wertheim- Rosenberg. Do consórcio nascem D. Maria das Neves
(1852-1941); D. Miguel II (1853-1927); D. Maria Teresa (1855-1944) e outros. Falece em 14 de Novembro
de 1866.
A lenda
A figura de D. Miguel (1802-1866) continua a ser objecto de perspectivas contraditórias. Coelho da Rocha
diz dele que todos os seus actos trazem o cunho da imprevidência e da ferocidade. Almeida Garrett
qualifica-o como um abjecto tirano, um rebelde traidor manifesto. Era a análise daquele D. Miguel que na
frustrada revolta da abrilada de 30 de Abril de 1824, proclamara pretender esmagar duma vez a pestilenta
cáfila de pedreiros livres... ou acabar na gloriosa luta em que estamos empenhados, ou cortar pela raiz o
mal que nos afronta, acabando de uma vez com a infernal raça maçónica, antes que ela acabe connosco.
Mas Oliveira Martins, já com uma certa distância de historiador, e que lhe valeu uma violenta diatribe de
António Sérgio, diz que ele foi o último rei que o povo amou e compreendeu, que saiu pobríssimo do seu
país e pelos seus oficiais carecidos distribuiu o dinheiro que possuía em Évora Monte, enquanto Carlos
Passos considera que mais valia a figura do príncipe que o sistema absolutista. Por seu lado, Cabral de
Moncada considera que se por legitimidade entendermos a questão dos direitos de D. Miguel ao trono
português em face das leis de sucessão do reino (leis ditas de Lamego e as Cortes de 1641), num ponto de
vista estritamente legal, é indiscutível que uma tal legitimidade só pertencia ao filho mais novo de D.
João VI (op. cit. p. 129). Mas a isto responde Garrett, dizendo que a legitimidade fez-se para os povos e
não para os reis, considerando, por seu lado, Coelho da Rocha, e que D. Miguel procedeu a uma
escandalosa transgressão do juramento, dos esponsais e dos votos feitos... em Viena à face de Deus e de
toda a Europa.
A honra sem inteligência
Talvez mais esclarecedoras sejam as próprias palavras de D. Miguel no exílio: fomos ambos infelizes, eu e
meu irmão. Por ele esteve a inteligência sem honra, por mim, a honra sem inteligência. Porque, como
dizia Garrett, na maturidade das páginas inolvidáveis das Viagens na Minha Terra, toda a guerra civil é
triste. E é difícil dizer para quem é mais triste, se para o vencedor, se para o vencido.
Miranda, Manuel Gonçalves de 1780-1841 Bacharel em matemática. Grande proprietário. Capitão na
guerra peninsular. Presidente da comissão dos emigrados em Londres. Deputado em 1820-1822, 18221823, 1826-1828 e 1834-1836. Ministro da guerra em 1822-1823. Ministro da marinha e ultramar no
governo de Terceira, de 20 de Abril a 10 de Setembro de 1836. Par do reino desde 1836. Membro da
Associação Eleitoral do Centro que concorreu às eleições de 1838. Volta a ministro em 28 de Janeiro 1841,
no governo de Bonfim, primeiro na pasta da fazenda, sucedendo a Pereira Forjaz, e depois, em 12 de
Março, na da marinha. Faleceu no exercício de funções ministeriais em 5 de Abril de 1841. Grão-mestre do
Grande Oriente Lusitano de 1839 a 1841, onde sucedeu a Silva Carvalho. Tem como grande inspector
Rodrigo da Fonseca. Xvi 223
Molelos, 1º Barão (Desde 1815) e 1ºVisconde (Desde 1826) de. Francisco de Paula Vieira da
Silva e Tovar (1774-1852). Formado em matemática e filosofia. Maçon. Chefe da revolta contra os
franceses na Beira. Deputado em 1821-1822. Vintista que, depois, adere ao miguelismo. Activista da
martinhada.
Moniz, Lourenço José (1789-1857) Médico. Maçon. Deputado em 1826-1828; 1834-1836; 1837-1838;
1838-1840; 1840-1842; 1846, 1848-1851; 1851-1852; 1853-1856. Governador civil de Coimbra em 1847.
Presidente da Câmara dos Deputados.
Monteiro, José Maria de Sousa (1810-1881) Advogado. Jornalista. Maçon. Foi comerciante no Rio de
Janeiro e secretário-geral do governo de Cabo Verde (1844-1847). Converteu-se ao catolicismo em 1851.
Historia de Portugal desde o Reinado da Senhora Dona Maria Primeira até à Convenção d’Évora
Monte, com um resumo dos acontecimentos mais notaveis que têm tido lugar desde então até aos nossos
dias
5 vols., Lisboa, 1838.
Morais, Aurélio José de. Tenente. Comandante da revolta liberal de Lisboa de 15 de Setembro de 1820.
Morais, José António. Mantas 1800-1862 Oficial do exército. maçon. Membro fundador da Sociedade
Patriótica Lisbonense em 9 de Março de 1836. Activista do 9 de Setembro. Nomeado administrador da
fábrica nacional de manta e guarda mor da Alfândega de Lisboa em 1836-1838 e em 1851-1862.
Morato, F. M. Trigoso de Aragão (1777-1838) Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato. Lente de
direito. Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental. Ministro do
reino do governo da regência de D. Isabel Maria, de 1 de Agosto a 6 de Dezembro de 1826 (onde foi
substituído por Moura Cabral). Discorda da política de D. Pedro IV em Novembro de 1833. Vice-presidente
da Câmara dos Pares em 1834. Acusado de alta-traição em Novembro de 1836, na sequência da belenzada.
Autor de várias memórias, nomeadamente sobre os escrivães da puridade e os secretários de Estado
(1838).
Memórias de Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato Começadas a Escrever por Ele mesmo em
Princípios de Janeiro de 1824 e Terminadas em 15 de Julho de 1835 (1977 a 1826)
Coimbra, 1833.
Moura, D. José Joaquim de Azevedo e. Bispo de Viseu. Ministro do reino de Saldanha, entre 21 de
Fevereiro e 29 de Março de 1848.
Moura, José Joaquim Ferreira de (1776-1829) Maçon. Farmacêutico e bacharel em leis. Traduziu,
por ordem de Junot, o código civil de Napoleão. Era então juiz de fora em Aldeia Galega. Demitido, passa a
advogado em Vila Nova de Foz CoaMembro da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino em 18201821. Deputado às constituintes de 1821, aliado de Manuel Fernandes Tomás, com quem funda o
Independente. Emigrou para Inglaterra em 1823, regressando em 1826. Aí colabora no Padre Amaro.
Murça, 1ºConde de (1766-1836) Miguel António de Melo Abreu. Governador de Angola em 1795-1800.
Presidente da junta para a reforma das leis, nomeada em 19 de Junho de 1823, depois da vilafrancada.
Ministro da fazenda de 15 de Janeiro de 1825 a 1 de Agosto de 1826.
Projecto para a Reforma da Lei Fundamental da Monarquia Portuguesa, ajustada ao génio, carácter,
vúnicas alterações e acrescentos que a diversidade dos tempos e das circunstâncias persuadem,
maiormente depois das grandes convulsões políticas que a referida nação tem padecido entre os anos de
1820 e 1827
Paris, 1828
Napier, Charles (1786-1860) Oficial da armada britânica. Sucede a Sartorius no comando da armada de
D. Pedro durante a guerra civil. Devido à sua estratégia que levou à vitória na batalha naval do Cabo de S.
Vicente, onde foi destruída a esquadra miguelista, dá-se uma inversão no processo da guerra, com a
consequente vitória dos liberais.
Guerra da Sucessão em Portugal
Nazareth, Francisco José Duarte (1805-1862)
Jurista. maçon. Professor da Universidade de 1835 a 1861.
Presidente da Câmara de de Coimbra em 1834, 1838, 1841, 1846.
Deputado em 1840-1842; 1851-1852; 1853-1856 e 1857-1858.
Neuville, Hyde de (1776-1857) jean Guillaume, barão Hyde de Neuville. Membro activo dos contrarevolucionários durante a emigração. Ministro da marinha no governo Martignac que sobe ao poder em 3
de Março de 1828. Embaixador francês em Lisboa em 1823-1824 e em 1848. Chega a Lisboa em 10 de
Agosto de 1823. Influencia Pamplona. Chateaubriand incumbe-o de impedir a emissão de uma carta
constitucional. Terá enredado o embaixador britânico Thornton, por ocasião da abrilada de 1824.
Nomeado marquês da Bemposta Subserra por D. João VI. Considerado um inimigo capital de D. Miguel.
Neves, José Acúrsio das (1766-1834) Formado em leis, foi juiz em Angra até 1807. Membro da Junta do
Comércio desde 1810, será saneado pelo vintismo. Procurador às cortes de 1828, será destacada figura do
miguelismo. Morto em 6 de Maio de 1834. Contra-Revolução consensualista,131,907 Se uma certa costela
vintista procura retomar o consensualismo pré-absolutista,o facto é que entre os adversários do liberalismo
também se encontram desenvolvimentos provindos da mesma raiz doutrinária. É o caso do miguelista José
Acúrsio das Neves.Ele revolta-se contra os vintistas porque "em lugar de seguirem o caminho trilhado pela
experiência ,tomaram pelos espaços aéreos da abstracção,para subverterem tudo com as suas vãs teorias ,e
tão vãs ,que fazem lembrar os engenhosos pensamentos do autor da história de Gulliver sobre o governo da
Lapúcia".Para ele "todos falam em pátria;porém uns para a salvarem,como Catão;outros para lhe lançarem
novos ferros,como César,quando passava o Rubicão,dizendo que ia vingá-la,ou como Sylla,e os triúnviros
quando em nome dela proscreviam os cidadãos mais respeitáveis da República". Preocupa-se, contudo,
com o facto do poder tender para o despotismo:"os governantes tendem sempre a aumentar,concentrar o
seu poder;e daqui vem que o Governo democrático propende para o aristocrático,o aristocrático para o
oligárquico,este para o monárquico,e finalmente para o despótico". Refere em seguida o despotismo como
"o governo que para se manter,for obrigado a substituir a força física à força moral,onde o amor dos
povos...não for o laço de união entre os governantes e os governados".E isto porque "segundo os publicistas
é aquela monstruosa espécie de Governo,onde um só,sem lei e sem regra ,move tudo pela sua vontade...é
todo aquele que não reconhece outro princípio senão a vontade de quem governa,ou seja um só,ou sejam
muitos,porque o distintivo consiste na natureza do mesmo Governo,e não no número das pessoas que o
exercitam".No despotismo"tudo se prostitui a quem governa ;não há emulação" e "não se querem para os
empregos senão homens servis e aduladores". Considera que a política tem de ser limitada pela moral:"que
é a política ,quando não tem por fundamento a ciência dos costumes?Porque os legisladores ,e
principalmente os modernos têm separado uma da outra,é que os povos são agitados pelas comoções mais
violentas".Acontece também , por via disso, que "a razão anda sempre em guerra com a opinião,e em seus
combates ...é sempre condenada à morte".O problema está em que "o triunfo das ideias falsas,e por
consequência o das falsas opiniões públicas não tem mais duração,que a do engano ou da vilência que as
sustenta".
Manifesto da Razão contra as Usurpações Francesas. Oferecido à Nação Portuguesa, aos Soberanos e
aos Povos
(Lisboa, 1808) (cfr. Obras Completas, 5, pp. 7 segs.).
O Despertador dos Soberanos e dos Povos. Oferecido à Humanidade
Lisboa, 1808  1809) (cfr. Obras Completas, 5, pp. 45 segs.).
A Salvação da Pátria. Proclamação aos Portugueses sobre a sua Honra e o seu Dever nas actuais
circunstâncias da Monarquia
Lisboa, 1809) (cfr. Obras Completas, 5, pp. 135 segs.).
Obras Completas de José Acúrsio das Neves
Com estudos introdutórios de António Almodovar e Armando Castro, Porto, Edições Afrontamento: vols. 1
e 2  História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal e da Restauração deste Reino; vol. 3 
Variedades sobre vários Objectos relativos às Artes, Comércio e Manufacturas, consideradas segundo os
Princípios da Economia Política; vol. 4  Memória Económica-Política sobre a Liberdade do Comércio
dos Grãos com a sua Aplicação às Ilhas dos Açores e Outros Escritos Económicos; vol. 5  Escritos
Patrióticos.
Nogueira, António Cabral de Sá (1799-1879) Maçon. Irmão de Sá da Bandeira. Bacharel em
matemática. Deputado em 1834-36; 1837-1838; 1838-1840; 1840-1842; 1842-1845; 1857-1858; 1861-1864;
1865-1868; 1868-1869; 1869-1870; 1870-1871.Presidente da Câmara dos deputados. Governador civil de
Lisboa em 1860-1861.
Nogueira de Figueiredo, Bernardo Sá (1795-1876). Ver Bandeira, Sá da
Nogueira, Ricardo Raimundo (1746-1827) Professor de direito. Membro da regência do reino de
1810 a 1820. Amigo de José Agostinho de Macedo. Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a
reforma da lei fundamental.
Prelecções de Direito Pátrio
1795 a 1796.
Noronha, António Manuel de (1761-1860) Visconde de Santa Cruz Desde 1851 Ministro da marinha
e ultramar do governo da regência de D. Isabel Maria, de 6 de Dezembro de 1826 a 30 de Junho de 1827,
quando é substituído pelo Visconde de Santarém. Governador de Angola em 1839. Deputado de 1842 a
1845.
Novion, Conde de. Comandante da guarda real do polícia em 1803. Preso por Gomes Freire durante os
motins de Campo de Ourique.
Oliveira, 1º Visconde da (Desde 1842). Marcelino Máximo de Azevedo e Melo (1794-1853).
Maçon. Bacharel em leis. Magistrado. Grande proprietário. Deputado em 1826-1828. Administrador-geral
dos distritos de Viana em 1839-1841 e do Porto, em 1839-1841. Par do reino desde 1842. Eleito, em 15 de
Agosto de 1846, Grande Inspector do Grande Oriente Lusitano, passando a ser o grão-mestre de facto, na
ausência de António Bernardo da Costa Cabral. Ministro do reino no governo de Saldanha, de 6 de
Outubro de 1846 a 26 de Abril de 1847. Visconde de Oliveira do Douro desde 1842. Grão-mestre do Grande
Oriente de Portugal entre 1849 e 1853.
Oliveira, António Dias de (1804-1863) Bacharel em leis (1825). Maçon. Magistrado. Desembargador da
Relação do Porto. Juiz do Supremo Tribunal de Justiça. Deputado em 1834-36; 1837-1838; 1840-42; 185152; 1861-1863. Espião ao serviço de Silva Carvalho em 1835, com o nome de Bernarda Clara. Passa-se para
o setembrismo. Presidente do ministério e ministro do reino e da justiça de 1 de Julho a 10 de Agosto de
1837, enfrentando a chamada revolta dos marechais, desde 12 de Julho de 1837.
Oliveira, Francisco de Paula de (1778-1846) 2º Barão de Almeida Desde 1845 Maçon. Juiz nos Açores.
Ministro da justiça do frustrado governo da belenzada, constituído de 4 para 5 de Novembro de 1836.
Deputado em 1840-1842.
Oliveira, João Gualberto de (1788-1852). Barão e Conde do Tojal. Filho de João Francisco Oliveira,
ministro de Portugal em Paris, durante o vintismo. Proprietário da fábrica de papel do Tojal. Começa como
ministro da fazenda em três gabinetes setembristas, não por militância política manifesta, mas por ser um
homem rico e com conhecimentos técnicos financeiros. Será um dos sustentáculos ministeriais do
cabralismo, onde, para além da fazenda, há-se gerir a marinha e os negócios estrangeiros, sendo também
premiado com o pariato em 1942.
Ministro da fazenda do governo de António Dias de Oliveira, de 1 de Julho a 10 de Agosto de 1837.
Segundo Oliveira Martins, era, então um homem novo, rico, sem política, banqueiro, inglesado.
Mantém-se como ministro da fazenda no governo de Sá da Bandeira, de 10 de Agosto de 1837 a 22 de
Março de 1839.
Volta a tal pasta nos começos de 1841, até Junho, no governo de Bonfim, sucedendo a Manuel Gonçalves
de Miranda.
Ministro da fazenda do governo de Terceira de 24 de Fevereiro de 1842 a 20 de Maio de 1846, quando
Costa Cabral assume a pasta do reino.
Nomeado par do reino em 3 de Maio de 1842.
Acumula a pasta da marinha, no mesmo governo, de 14 a 15 de Setembro de 1846, até à tomada de posse
de Joaquim José Falcão.
Ministro da fazenda do governo de Saldanha, de 20 de Fevereiro a 22 de Agosto de 1847.
Ministro da marinha no mesmo governo, desde 28 de Abril a 22 de Agosto de 1847.
Ministro dos negócios estrangeiros do governo de Costa Cabral, desde 18 de Junho de 1849 até 1851.
Oliveira, Joaquim Pedro Gomes de (m. em 1832) Membro do governo interino constituído em Lisboa
em 15 de Setembro de 1820 e da posterior junta provisional preparatória das cortes. Ministro do reino de 1
de Junho de 1823 a 19 de Março de 1824. Considerado próximo da facção rainhista. D. João VI oferece-lhe
o título de Conde de Azeitão, recusado pelo próprio. Avô materno de Joaquim Pedro de Oliveira Martins.
Sócio da Academia das Ciências de Lisboa
Oliveira, Visconde da (1794-1853) Marcelino Máximo de Azevedo e Melo. 1º Visconde da Oliveira
desde 1842. Bacharel em leis, magistrado e grande proprietário. Deputado, administrador de distrito, par
do reino e ministro, é também figura fundamental da maçonaria, com responsabilidades cimeiras na
instituição entre 1846 e a data da morte. Um dos sustentáculos do cabralismo, pelo menos até 1849.
Membro da junta do Porto que restaura a Carta em 25 de Janeiro de 1842. Eleito em 15 de Agosto de 1846
Grande Inspector do Grande Oriente Lusitano, o grão-mestre de facto, na ausência de Costa Cabral.
Ministro da fazenda do governo de Saldanha entre 6 de Outubro de 1846 e 26 de Abril de 1847.
Deputado em 1826-1828.
Administrador-geral dos distritos de Viana em 1839-1841 e do Porto, em 1839-1841.
Par do reino desde 1842.
Visconde de Oliveira do Douro desde 1842.
Eleito, em 15 de Agosto de 1846, Grande Inspector do Grande Oriente Lusitano, passando a ser o grãomestre de facto, na ausência de António Bernardo da Costa Cabral.
Ministro do reino no governo de Saldanha, de 6 de Outubro de 1846 a 26 de Abril de 1847. Ministro da
fazenda do mesmo governo, de 6 a 13 de Outubro de 1846.
Grão-mestre do Grande Oriente de Portugal entre 1849 e 1853
Otolini, Francisco Aguiar. Ministro da marinha e ultramar no governo de Sabrosa, de 25 de Outubro a
26 de Novembro de 1839.
Ovar, Visconde de (1782-1856) António da Costa e Silva. 1º barão e 1º visconde de Ovar. Barão de Aveiro
em 1841. Oficial de artilharia. Participa na Guerra Peninsular. Alinha com os pedristas desde 1828. Vai
com Vila Flor para os Açores. Mindeleiro. Par do reino desde 1849. Ministro da guerra do governo de
Saldanha, entre 25 de Fevereiro e 28 de Abril de 1847. Morre em 7 de Julho de 1856.
Palmela, Duque de (1781-1850). Conde (em 1812), Marquês (1823) e Duque (1833) de Palmela. D. Pedro
de Sousa Holstein. Herda, do pai, o título de conde de Sanfré, do Piemonte. Senhor dos morgados de
Monfalim e Calhariz. Começa a destacar-se como diplomata, sendo representante de Portugal no
Congresso de Viena de 1815 e, depois, embaixador em Londres. Nomeado ministro da guerra e dos
negócios estrangeiros de D. João VI em 21 de Junho de 1817, mas só abandona o posto em 14 de Junho de
1820. Chega ao Rio de Janeiro em 23 de Dezembro de 1820, depois de passar por Lisboa, onde aconselha
os membros da regência no sentido da convocação das Cortes. Apresenta, então, a D. João VI um projecto
de Carta constitucional em 22 de Fevereiro de 1821. Deixa de ser ministro da guerra e dos negócios
estrangeiros em 26 de Fevereiro de 1821. Ministro dos negócios estrangeiros de 1 de Junho de 1823 a 15 de
Janeiro de 1825. Ministro do reino nesse governo, desde 14 de Maio de 1824. Par do reino desde 1826.
Ministro dos negócios estrangeiros do governo da regência de D. Isabel Maria, nomeado em 8 de Junho de
1827, mas logo substituído por Saldanha, por se manter como embaixador em Londres. Faz parte da
regência colectiva estabelecida por D. Pedro em 15 de Junho de 1829. Ministro dos negócios estrangeiros e
do interino do reino, quando D. Pedro assume a regência individualmente, desde 3 de Março a 18 de
Novembro de 1832. Mantém-se no reino até 29 de Julho de 1832 e de 25 de Setembro a 10 de Novembro
de 1832. Volta à pasta dos negócios estrangeiros em 26 de Março e 21 de Abril de 1833. Forma governo,
entre 24 de Setembro de 1834 e 28 de Abril de 1835, sendo substituído pelo segundo conde de Linhares.
Ministro dos negócios estrangeiros de 16 de Fevereiro a 28 de Abril de 1835. Ministro dos negócios
estrangeiros no governo de Saldanha, de 27 de Maio a 18 de Novembro de 1835. Presidente da Câmara dos
Pares desde 1836, efectivo e vitalício. Acusado de alta-traição em Novembro de 1836, na sequência da
belenzada. Volta a emigrar depois dessa data. Participa na Associação Eleitoral do Centro que concorreu
às eleições de 1838. Senador eleito em 1838 e 1842. Membro do governo do Entrudo, em 7 e 8 de Fevereiro
de 1842. Novamente chefe do governo de 20 de Maio de 1846 a 6 de Outubro de 1846. Morre em 12 de
Outubro de 1850, com 69 anos de idade, durante o último governo de Costa Cabral.
Ver, Maria Amélia Vaz de Carvalho, Vida do Duque de Palmela, D. Pedro de Sousa e Holstein, 3 vols.,
Lisboa, 1898-1903.
Pamplona Corte Real, Brigadeiro Manuel Inácio Martins (1760-1832) Agraciado, A Partir de 1 de Maio
de 1823 Com O Título de Conde de Subserra). Natural de Angra. Maçon. Oficial do exército. Bacharel em
matemática. Voluntário, com Gomes Freire no exército russo. Governador militar de Coimbra com
Massena em 1810. Campanha do Rossilhão. Legião Portuguesa. Amnistiado pelas Cortes em 1821. Ministro
da guerra entre 7 de Setembro e 13 de Outubro 1821, quando assumiu as funções de deputado pelos Açores.
Voltou a exercer as funções de ministro da guerra, acumulando a pasta da marinha, de 1 de Junho de 1823
a 15 de Janeiro de 1825, na sequência da vilafrancada. Acusado de ligação aos franceses pelo representante
britânico, acaba por ser afastado, numa decisão salomónica de D. João VI, que também libertou Palmela de
tarefas governamentais, dado que este, ao inerso, era acusado pelo embaixador francês de ser um agente
britânico. Era então ministro assistente ao despacho. Preso de 1828 a 1832. Morre na prisão.
Pamplona Corte Real, Brigadeiro. Agraciado, a Partir de 1 de Maio de 1823 Com o título de Conde de
Subserra). Natural de Angra. Maçon. Oficial do exército. Bacharel em matemática. Voluntário, com Gomes
Freire no exército russo. Governador militar de Coimbra com Massena em 1810. Campanha do Rossilhão.
Legião Portuguesa. Amnistiado pelas Cortes em 1821. Ministro da guerra entre 7 de Setembro e 13 de
Outubro 1821, quando assumiu as funções de deputado pelos Açores. Voltou a exercer as funções de
ministro da guerra, acumulando a pasta da marinha, de 1 de Junho de 1823 a 15 de Janeiro de 1825, na
sequência da vilafrancada. Era então ministro assistente ao despacho. Preso de 1828 a 1832. Morre na
prisão. V 447 Xvi 225 407
Pando, José Maria (1787-1840) Ex-seminarista.Embaixador do governo constitucional espanhol em
Lisboa, no ano de 1820. Em 1824 passa ao Peru, sendo nomeado ministro da fazenda por Bolivar
Passos, José da Silva (Passos José) (1800-1863) Maçon. Foi grão-mestre adjunto da maçonaria do
Norte. Advogado. Irmão de Passos Manuel. Jurista. Presidente da câmara municipal do Porto em 18331834 e em 1846-1847. Deputado em 1826-1828 e em 1834-1840, 1851-1856; 1857-1859. Presidente da
Câmara dos Deputados em 1834-1835.
Passos, Manuel da Silva (Passos Manuel). (1801-1862). Formado em leis em 1822. Responsável pela
gazeta vintista O Amigo do Povo, de 1823. Advogado no Porto entre 1822 e 1828. Emigra em 1828, depois
da revolta de 16 de Maio. Deputado em 1834-1836; 1836; 1837-1838; 1838-1840; 1843-1845; 1846; 18511852; 1853-1856; 1857-1858; 1858-1859. Senador em 1840-1842. Par do reino desde 17 de Maio de 1861,
não chega a tomar posse. Um dos chefes da oposição ao partido dos amigos de D. Pedro em 1834, quando
era grão-mestre da chamada Maçonaria do Norte. Eleito deputado pelo Minho, logo critica as eleições, não
as considerando livres, por estarem suspensas as garantias constitucionais, por haver censura prévia e por
terem sido realizadas sob o controlo, não de câmaras municipais eleitas, mas antes de comissões
nomeadas pelo governo. Em 1835, durante o governo da fusão, já se distancia dos radicais, como Francisco
António de Campos, Leonel Tavares e Pinto Basto, considerados então como os irracionais. Lidera então
uma espécie de terceiro partido que, a partir de 2 de Julho de 1836, edita O Português Constitucional,
dirigido por Almeida Garrett, epicamente qualificado como partido da liberdade, contra o partido
corruptor. Mas tal não obste a que procure entendimento com o ministro Rodrigo da Fonseca. Nas eleições
de 17 de Julho de 1836 consegue eleger 27 deputados pelo Douro, contra um governamental chamorro,
numa altura em que governava o duque da Terceira. Assume-se como um dos líderes da Revolução de 9 de
Setembro de 1836. Ministro do reino do governo do conde de Lumiares, de 10 de Setembro a 4 de
Novembro de 1836, tenta a moderação contra os radicais. Fala então num regime de soberania nacional,
com uma constituição dada pela nação e não pela Coroa e com a abolição da Câmara dos Pares. Depois do
golpe da Belenzada, faz parte do triunvirato revolucionário da nova situação, juntamente com Sá da
Bandeira e Vieira de Castro. Institui-se então novo governo, presidido por Sá da Bandeira, de 5 de
Novembro de 1836 a 1 de Junho de 1837, onde mantém a pasta do reino, acumulando com a da fazenda. É
neste período que se assume como reformador, estando ligado ao novo código administrativo, de 31 de
Dezembro de 1836, depois de terem sido suprimidos 466 concelhos, em 6 de Novembro. Organiza as
eleições de 20 de Novembro e é um dos inspiradores da Constituição de 1838, negociada entre
setembristas e cartistas moderados. Nas eleições consegue fazer eleger uma esmagadora maioria de
setembristas moderados, criando-se uma espécie de partido revolucionário institucionalizado, de liderança
gradualista. Em 21 de Janeiro de 1837, em discurso feito em Cortes, considera querer cercar o trono de
instituições republicanas. Pretende que o rei seja o primeiro magistrado da nação e invoca a liberdade
contra a licença. Em 1 de Junho de 1837, com o governo de Dias de Oliveira, abandona a sua actividade
ministerial. Em Março de 1838 já critica a amnistia. Tendo em vista as eleições de 12 de Agosto e 12 de
Setembro de 1838 inspira a Associação Eleitoral Pública, de setembristas moderados, contra a Associação
Cívica, afecta aos radicais, e a Associação Eleitoral do Centro, juntando cartistas a ordeiros. Morre em 16
de Janeiro de 1862.
Breve Razoamento a Favor da Liberdade Lusitana
Paris, 1832
Discursos Parlamentares
Porto, Livraria Portuense Manuel Malheiro, prefácio e compilação de Luís Manuel Prado de Azevedo, 3
vols., Porto, 1880.
D. Pedro IV 1798-1834 Nasceu em 12 de Outubro de 1798. Casa em 1818 com Maria Leopoldina,
arquiduquesa de Áustria, filha de Francisco I. Nasce D. Maria da Glória em 1819. Imperador do Brasil
(1822-1831). Nasce D. Pedro, em 1825, futuro imperador do Brasil desde 1831, morrendo em 1891. Morre
D. João VI em 10 de Março de 1826. Conselho de Regência reconhece D. Pedro como rei de Portugal em 20
de Março de 1826. Concede a Carta Constitucional aos portugueses em 29 de Abril de 1826. Abdica em D.
Maria da Glória em 2 de Maio de 1826. Imperador do Brasil desde 12 de Outubro de 1822. Voltou a casar
em 1829 com Amélia de Beauharnais. Abdica de Imperador do Brasil em 7 de Abril de 1831. Parte para
França com D. Maria da Glória em 11 de Abril de 1831. Chegam a Cherburgo em 12 de Junho de 1831. Parte
de Belle Isle para a Terceira em 12 de Fevereiro de 1832. Assume individualmente a regência em 3 de
Março de 1832. Desembarque no Pampleido em 8 de Julho de 1832. Instala-se no Porto em 9 de Julho de
1832. Instala-se em Lisboa em 28 de Julho de 1833. Em 27 de Maio de 1834, no dia seguinte à Convenção
de Évora Monte foi apupado no teatro de S. Carlos. Confirmada a regência pelas Cortes em 28 de Agosto de
1834. Morreu com 36 anos, em 24 de Setembro de 1834.
Penalva, 3º Marquês de (1754-1818) e 7º Conde de Tarouca, Fernando Teles da Silva Caminha e
Meneses. Um dos teóricos portugueses do paternalismo absolutismo. O filho, que acompanhou o rei ao
Brasil, será destacado membro da maçonaria. Considera que nenhum freio é capaz de domar a fúria das
Paixões, senão a religião, proclamando não ser possível uma sociedade em que não se verifiquem as
situações de súbditos/ soberano e de obediência/ imperante. Porque o corpo moral do Estado tem um
Árbitro a quem cabe moderar as desordens internas da Nação e é o seu defensor contra os inimigos
externos. Salienta também que a obediência ao Rei é imagem da autoridade Paterna e fonte da ordem
pública
1799
Dissertação a favor da Monarquia, onde se prova pela razão, auctoridade e experiência ser este o melhor
e mais justo de todos os governos
Lisboa, Régia Officina Typographica, 1799. Obra reeditada em 1818.
Nova ed., Lisboa, Edições GAMA, 1944, com um estudo de Caetano Beirão
1804
Dissertação sobre as Obrigações dos Vassallos
Lisboa, Regia Officina Typographica, 1804.
2ª ed., Lisboa, 1815
3ª ed., Lisboa, ProDomo, 1945, com prefácio de Fernando Amado e carta de Paiva Couceiro.
Pereira, Carlos Matias Encarregado de negócios de Portugal no Rio de Janeiro em 1826. Traz a notícia
da concessão da Carta por D. Pedro IV a Lisboa. Chega em Junho, na fragata Lealdade, adiantando-se a
Charles Stuart que, antes, passa por Londres e apenas desembarca na capital em 7 de Julho.
Pereira, Joaquim Bento 1798-1875 Barão de Rio Zêzere Oficial do exército. Maçon. Cabralista.
Deputado em 1842-1845; 1846; 1848-1851; 1865; 1870-1871; 1871-1874. Par do reino em 1874-1875.
Pereira, José Maria Dantas Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei
fundamental.
Pestana, José Ferreira (1795-1885) Coronel. Lente de matemática da Universidade de Coimbra.
Participa na revolta liberal de 1828. Preso e deportado para África, foge para o Brasil. Regressa em 1834.
Ministro da marinha e ultramar no governo de Joaquim António de Aguiar, de 9 de Junho de 1841 a 7 de
Fevereiro de 1842.
Governador da Índia.
Ministro do reino de Saldanha entre 22 de Maio e 7 de Julho de 1851 (para este lugar chegou a ser
convidado Alexandre Herculano). Demite-se por discordar do decreto eleitoral de 20 de Junho.
Pinto, Agostinho Albano da Silveira 1785-1852 Maçon. Bacharel em medicina desde 1813. Lente da
faculdade de filosofia de Coimbra, de 1806 a 1814. Deputado de 1834 a 1852. Ministro da marinha e
ultramar de Saldanha, entre 18 de Dezembro de 1847 e 29 de Março de 1848.
Pinto, A. A. de Serpa (1780-1839) Alexandre Alberto de Serpa Pinto. Oficial do exército. Maçon.
Deputado em 1823; 1834-1836 e 1838-1839.
Pinto, António Joaquim de Gouveia m. 1833 Formado em leis em 1805. Magistrado. Autor de um
Manual de Apelação e Agravos, de 1813. Miguelista. orre em 10 de Outubro de 1833.
Os Caracteres da Monarquia. Expostos em rezumo, para o fim de mostrar ao mesmo tempo a
preferencia, que ella merece entre as mais fórmas de Governo
Lisboa, Imprensa Régia, 1824. Cfr. reed., Lisboa, ro Domo, 1944, com pref. de Fernando Aguiar).
Demonstração dos direitos que competem ao Senhor D. Miguel sobre a successão da Coroa de Portugal
Lisboa, Impressão Régia, 1828.
Pizarro Pimentel de Almeida Carvalhais, Rodrigo Pinto (1788-1841). Barão da Ribeira de
Sabrosa, Desde 1835. Colaborou na revolta liberal do Maranhão de 1821-1822. Foi portador do
ultimatum de Saldanha a D. Isabel Maria, forçando ao juramento da Carta em 1826; participou nas
archotadas de 1827, mas entrou em conflito com D. Pedro, impugnando a regência. Em 22 de Junho de
1834, o mesmo D. Pedro prendia-o. Deputado eleito em 1834, não chegou a tomar assento porque as
Cortes anularam a respectiva eleição. Membro fundador da Sociedade Patriótica Lisbonense em 9 de
Março de 1836. Voltou a ser deputado em 1837. Presidente do ministério, ministro da guerra e dos
negócios estrangeiros de 18 de Abril a 26 de Novembro de 1839, o último governo inteiramente
setembrista. Eleito senador em 1838 e 1840.
Pizarro, Joaquim de Sousa Quevedo (1777-1838) Visconde de Bóbeda Militar nas campanhas
brasileiras do Maranhão e Montevideu. Aderiu à revolta do Porto de 1828. Comandante das forças
pedristas que se retiraram para a Galiza em 1828. Retira-se para Plymouth. Deputado em 1834. Ministro
da guerra no governo de António Dias de Oliveira, de 1 de Julho a 10 de Agosto de 1837. Ministro da guerra
e da marinha no governo de Sá da Bandeira, de 10 de Agosto de 1837 a 9 de Novembro de 1837.
Ponte, 7º Conde da Manuel de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes de Brito (1797-1852). Filho do 6º
conde da Ponte, João Saldanha da Gama, governador da Baía em 1808. Maçon. Oficial do exército. Par do
reino desde 1826. Ministro da guerra e dos negócios estrangeiros do governo da regência de D. Isabel
Maria, em 26 de Julho de 1827, substituindo Saldanha. Ministro de Portugal em Paris em 1828-1834.
Ponte de Lima, Marquês de. Membro do chamado partido inglês. Ministro da fazenda desde 1792.
Portocarrero, J. C. Da C. A. C. João Cardoso da Cunha Araújo e Castro Portocarrero. Juiz do Supremo
Tribunal de Justiça. Ministro da justiça no governo de Sabrosa, de 18 de Abril a 26 de Novembro de 1839.
Portugal, D. Pedro de Almeida 1754-1813 D. Pedro de Almeida Portugal. 3º Marquês de Alorna.
Conde de Assumar. Comandante da Legião Portuguesa, criada por Napoleão. Condenado por traição à
pátria, foi apenas reabilitado dez anos depois de morrer.
Portugal, T. A. Villa-Nova 1754-1839 Tomás António Villa-Nova Portugal. Magistrado, desembargador
do paço, no Rio de Janeiro. Administrador da Casa de Bragança. Ministro do reino de D. João VI nomeado
em 21 de Junho de 1817 até Fevereiro de 1821. Assumiu interinamente a marinha até Fevereiro de 1818. De
29 de Novembro de 1817 até à mesma data, de Fevereiro de 1818, foi também interinamente ministro da
fazenda, da guerra e dos negócios estrangeiros, sendo o único ministro em funções junto de D. João VI, no
Rio de Janeiro. Por ter referendado a lei antimaçónica de 30 de Março de 1818, foi alvo de uma lenda
negra.
Póvoas, General (1773-1852) Álvaro Xavier da Fonseca Coutinho e Póvoas. Participou na guerra
peninsular. Aderiu à revolução de 1820, sendo eleito deputado às Constituintes por dois círculos, devido à
popularidade. Partidário de D. Miguel e um dos seus chefes militares. Nomeado governador militar das
duas Beiras em 9 de Janeiro de 1847, durante a Patuleia. Membro da maçonaria.
Preto, Padre Marcos Pinto Soares Vaz (1782-1851). Maçon. Exílio em Londres 1829-1831 Arcebispo de
Lacedemónia desde 1835. Confessor de D. Pedro IV e de D. Maria II. Deputado em 1834-35; 1842-46 e 4851. Acusado de alta-traição em Novembro de 1836, na sequência da belenzada. Grão-mestre da Loja
Provincial do Oriente irlandês de 1843 a 1851.
Proença, António Tavares. Ministro do reino no governo de Saldanha, entre 26 de Abril e 22 de Agosto
de 1847.
Queirós, Basílio Cabral Teixeira de (1794-1878) Bacharel em leis. Maçon. magistrado. Presidente do
Supremo Tribunal de Justiça desde 1836. Deputado em 1834-1836; 1837-1838; 1861-1862. Par do reino
desde 1862. Mindeleiro.
Queirós e Almeida, José Joaquim de (1774-1850). Bacharel em direito. maçon. Magistrado.
Participa na revolta liberal de Aveiro de 16 de Maio de 1828, quando era desembargador. Deputado em
1826-1828; 1834-1836. Ministro da justiça de Saldanha entre 18 de Dezembro de 1847 e 18 de Junho de
1849.
Quintela, Manuel Inácio da Costa (1763-1838) Vice-almirante. Maçon. Combate contra os franceses
em 1801. Nomeado pela regência estabelecida pelas Cortes, ministro da justiça, em 26 de Janeiro de 1821.
Ministro do reino e da justiça no governo nomeado por D. João VI em 3 de Julho de 1821, até 7 de
Setembro do mesmo ano. Ministro da marinha e ultramar do governo da regência de D. Isabel Maria, entre
1 de Agosto e 6 de Dezembro de 1826. Substitui Saldanha na pasta da guerra desde 13 de Outubro. É
substituído na pasta da marinha por António Manuel Noronha.
 Anais da Marinha Portuguesa. Iii 206 X 50
Quintela, Joaquim Pedro 1801-1869 2º Barão de Quintela e 1º Conde do Farrobo. Empresário. Deputado
em 1826. Foge em 1831, por se recusar a contribuir para o empréstimo de D. Miguel. Empresta dinheiro
aos pedristas em 1833. Comandante dos voluntários nacionais em 1833. Par do reino em 1834. Presidente
da comissão para a venda da Companhia das Lezírias em 1835. Senador em 1840 Morre abandonado e
falido
Rangel, Fonseca Major José Máximo Pinto da Fonseca Rangel. Entre Maio e Junho de 1823 é Ministro
da Guerra, no crepúsculo do vintismo.
Guerra contra todas as guerras
Propõe, em 1821, que as principais potências europeias, reunidas em Congresso, celebrem um Pacto
Imperial, onde renunciem à guerra, comprometendo-se na resolução pacífica dos conflitos. Neste sentido,
prevê a instituição de um Conselho Supremo ou Supremo Tribunal de Justiça, onde cada potência
confederada, seria representada por dois deputados. As potências confederadas poderiam fazer a guerra
defensiva ou ofensiva contra potências estranhas. Previa-se também a existência de uma força militar
ermanente.
[1821]
Projecto de Guerra Contra as Guerras, ou da Paz Permanente Offerecido aos Chefes das Nações
Europeias
Ratton, Jácome ou Jacques (1736-1822) Maçon. Industrial francês, naturalizado português em 1762.
Introdutor em Portugal da nova indústria da fiação. Deputado da Junta do Comércio em 1788. Fidalgo da
casa real em 1802. Era filho de comerciantes franceses aqui instalados. Perseguido pela setembrizada de
1810, sob a acusação de jacobino e pedreiro-livre. Exila-se em Londres. Sendo proprietário do quarteirão
industrial de Lisboa, na zona que tem hoje o seu nome, Largo do Rato, perto do qual funcionava a Real
Fábrica das Sedas.
Bibliografia
[1816]
Recordações
Londres, 1816.
[1816]
Pensamentos Patrióticos. Império Luzo
Londres, 1816.
Artigo publicado no Investigador Português, onde defende que Portugal e o Brasil devem constituir um
reino único:
Rebelo, António Teixeira (1748-1825) Militar. participa no Rossilhão. Fundador do Colégio Militar em
1803. Ministro da guerra no governo nomeado por D. João VI, de 3 de Julho de 1821, até 7 de Setembro do
mesmo ano. Secretário da regência eleita em Cortes em 28 de Janeiro de 1822.
Refoios, Barão de 1779-1842. Francisco Saraiva da Costa. Barão de Ruivós Desde 1835 Bacharel em
matemática. maçon. Oficial da marinha e do exército. Comandante das tropas liberais.
Reis, António Pereira dos (1804-1850). Caixeiro. Mindeleiro. Maçon. Membro do Clube dos camilos.
Cabralista. Secretário do duque da Terceira em 1846. Deputado de 1840 a 1846 e de 1848 a 1850.
Remexido (1797-1838) José Joaquim de Sousa Reis. Guerrilheiro miguelista, com particular incidência
nos anos de 1836 e 1837. Preso em 28 de Julho de 1838 e executado no dia 2 de Agosto seguinte. Como
refere Raul Brandão, nos finais do século XIX, nas famílias rurais do Algarve, o retrato do Remexido ainda
estava pendurado, ao lado, aliás, do de João de Deus. Dizia-se brigadeiro dos reais exércitos de sua
majestade o senhor D. Miguel I, governador do reino do Algarve e comandante em chefe das forças
realistas ao sul do Tejo.
Reis, José Joaquim de Sousa (1797-1883). Ver Remexido.
Rendufe, Barão de Simão da Silva Ferraz de Lima e Castro. Barão de Rendufe desde 1823. Nomeado
intendente-geral da polícia em 4 de Junho de 1823, na sequência da Vilafrancada. Afastado depois da
Abrilada, volta ao cargo em 1825 com o governo de Lacerda/Barros. Acusado de alta-traição em Novembro
de 1836, na sequência da belenzada.
Resende, 2º Conde de. D. Luís Inocêncio Benedito de Castro (1777-1824). Oficial do exército. Maçon.
Guerra peninsular. Governador de armas da Estremadura, adere ao movimento revolucionário de Lisboa
de 15 de Setembro de 1820. Membro da Junta Provisional Preparatória das Cortes, criada em 27 de
Outubro de 1820.
Resende, 4º Conde de. António Benedito de Castro. Vogal da Junta provisória do governo supremo do
reino nomeado pela Câmara municipal do Porto em 1846.
Resende, Marquês de. António Telles da Silva Caminha e Menezes (1790-1875). Irmão do marquês de
Alegrete. Participa na belfastada.
Rio Maior, 2º Conde de. 1825). Enviado como representante de D. João VI ao Rio de
vienense.
Rio Pardo, 1º Conde de D. Diogo de Sousa (1755-1829). Doutor em matemática. Herói da Campanha de
Montevideu. Vice-rei da Índia de 1816 a 1821. Ministro da guerra de D. Miguel, desde 3 de Maio de 1828 a
20 de Fevereiro de 1829.
Rio Zêzere, Barão de Joaquim Bento pereira (1798-1875). Um dos mindeleiros.
Rocha, Manuel António Coelho da (1793-1850) Doutor em leis desde 5 de Abril de 1818. Professor de
direito por decereto de 14 de Julho de 1834. Deputado em 1836, ligado ao grupo de Passos Manuel.
Instituições de Direito Civil Portuguez
1844. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1848, 2ª ed., em dois tomos.
Ensaio sobre a História do Governo e da
Legislação de Portugal, para servir de introdução ao estudo do direito patrio
1834. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1851, 3ª ed.
Sá, Manuel José Maria da Costa e (1791-1843) Membro da comissão da Academia das Ciências, autora do
projecto constitucional de 21 de Outubro de 1820.
Saldanha, José Sebastião (1777-1855) José Sebastião Saldanha de Oliveira e Daun. Senhor de Pancas.
1º Conde de Alpedrinha em 1854. Neto, pela parte materna do marquês de Pombal. Filho do 1º conde de
Rio Maior. Irmão mais velho de João Carlos Saldanha. Capitão de cavalaria e coronel de milícias. Bacharel
em leis. Ajudante de campo do duque de Sussex entre 1801 e 1805. Vítima da setembrizada de 1810. Preso
e deportado para os Açores. Maçon desde 1801. Será depois um dos teóricos da contra-revolução. Autor de
Diorama de Portugal nos 33 Mezes Constitucionaes ou Golpe de Vista sobre a Revolução de 1820  A
Constituição de 1822  a Restauração de 1823. E Acontecimentos Posteriores até ao Fim de Outubro do
mesmo Anno
Lisboa, 1823.
Revolução Anti-Constitucional em 1823, Suas Verdadeiras Causas e Effeitos
Londres, 1825.
Saldanha, João Carlos (1790-1876) Conde (desde 1827), Marquês (desde 1834) e Duque (desde 1862)
de Saldanha. João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun. Filho do
conde de Rio Maior e de uma filha do marquês de Pombal. Grão-mestre da Maçonaria do Sul entre 1832 e
1837 (teve aqui como colaboradores, José Liberato Freire de Carvalho e o 4º conde de Lumiares). Figura
controversa, mas fundamental do liberalismo monárquico. O general sem exército, o grão-mestre sem
lojas, é, sem dúvida o aventureiro napoleónico à maneira do seus mestre La Fayette. Alguém sem vontade
de poder, mas que está sempre a saltar para o cavalo do poder. Alguém que se mostra sempre incapaz de
organizar os factores de poder e quem nem sequer tem uma ideia firme sobre o que fazer com os
sucessivos poderes que vai conquistando ou que lhe oferecem. Dividido entre as emoções da chefia militar
e as conversas de gabinete onde todos lhe reconhecem grande capacidade de sedução. Por esta contradição
vai passar quase metade da história do constitucionalismo monárquico.
Membro do Conselho Conservador em 1808. Militar. Capitão com 17 anos e brigadeiro aos 28.
Participa na vilafrancada; insta pela aprovação da Carta em 1826.
Ministro da guerra do governo da regência de D. Isabel Maria, nomeado em 1 de Agosto de 1826. É
substituído em 13 de Outubro de 1826 pelo ministro da marinha Costa Quintela, para comandar a
repressão face à revolta do Algarve.
Adoece gravemente e só volta à pasta em 1 de Maio de 1827.
Acumula os estrangeiros a partir de 8 de Junho de 1827, por Palmela continuar embaixador em Londres.
Sai deste governo em 26 de Julho de 1827, por ocasião das archotadas.
Participa na belfastada em 1828.
Deputado radical em 1834.
Par do reino em 1834 (nomeado no dia 1 de Setembro, recusa, por ser deputado, e só toma posse em 5 de
Janeiro de 1836).
Presidente do conselho e ministro da guerra, de 27 de Maio a 18 de Novembro de 1835.
Dirige a revolta dos marechais de 1837. Vai para o exílio depois da convenção de Chaves, mas regressa
com a amnistia de 1838.
Membro da Associação Eleitoral do Centro que concorre às eleições de 1838.
Senador de 1838 a 1842.
Volta à presidência do conselho de 6 de Outubro de 1846 a 18 de Junho de 1849, depois do golpe da
emboscada, mantendo o cabralismo sem Cabrais.
Promove a regeneração em 1851, contra o cabralismo.
Presidente do conselho de 1 de Maio 1851 a 6 de Junho de 1856.
Promove golpe de Estado de 19 de Maio 1870 e volta à chefia do governo de 19 de Maio a 20 de Agosto do
mesmo ano, acumulando a guerra e os estrangeiros.
Faleceu em Londres em 21 de Novembro de 1876, com 86 anos de idade.
Sampaio, Conde de Manuel António de Sampaio Melo e Castro Torres Lusignham. 3º conde de
Sampaio. Presidente da Junta de Governo de Lisboa, nomeada em 13 de Setembro de 1820. Presidente da
regência do reino nomeada pelas Cortes em 26 de Janeiro de 1821.
Sampaio Pimentel, Adrião Pereira Forjaz Primeiro regente da cadeira de economia política criada
em 1836 quando se deu a fusão das faculdades de leis e de cânones e se criou a faculdade de direito.
Começa por adoptar as lições de J. B. Say. Foi regente de 1836 a 1842-1843, regressando à mesma cadeira
de 1851-1852 até 1870.
Estudos e Elementos de Economia Política
1839-1874 (cfr. A ed. Da Colecção de Obras Clássicas do Pensamento Económico Português, Lisboa, Banco
de Portugal, 1995).
António Almodôvar, A Institucionalização da Economia Política Clássica em Portugal, Porto,
Afrontamento, 1995.
Sanches Machado da Rosa, Júlio Gomes da Silva (1809-1866) Maçon. Bacharel em direito (1826).
Advogado em Midões. No exílio de 1828 a 1832. Presidente da Relação de Lisboa. Segundo Fronteira, era
tido por exaltados por áulico e pelos ordeiros como incapaz.
Deputado em 1834-36; 1837-1838; 1838-1840; 1842-1845; 1846; 1851-1852; 1853-1856.
Membro fundador da Sociedade Patriótica Lisbonense em 9 de Março de 1836.
Subscritor da acusação de alta-traição aos implicados na belenzada de Novembro de 1836.
Ministro do reino no governo de Sá da Bandeira, de 10 de Agosto de 1837 a 9 de Março de 1838.
Ministro do reino no governo de Sabrosa, de 18 de Abril a 26 de Novembro de 1839.
Membro da comissão central da ampla coalisão em Abril de 1842.
Ministro da fazenda do governo de Palmela de 19 de Julho a 6 de Outubro de 1846.
Apoiante de Saldanha em 1851, é falado para líder do novo centro eleitoral situacionista.
Presidente da Câmara dos Deputados de 1853 a 1856.
Ministro do reino dos históricos, no governo de Loulé, de 6 de Junho de 1856 a 14 de Março de 1857.
Ministro da fazenda do mesmo governo desde 23 de Janeiro de 1857 até 16 de Março de 1859.
Ministro do reino e da justiça do governo de Sá da Bandeira, de 17 de Abril a 4 de Setembro de 1865.
Falecido em 23 de Abril de 1886
SANTARÉM, 2º Visconde de (1791-1856) Manuel Francisco de Barros e Sousa de Mesquita de Macedo
Leitão e Carvalhosa. Ministro do reino do governo da regência de D. Isabel Maria de 8 de Junho a 7 de
Setembro de 1827 (foi substituído por Carlos Honório Gouveia Durão). Ministro dos negócios estrangeiros
de D. Miguel, desde 3 de Maio de 1828. Acumula a pasta da marinha a partir de 30 de Junho de 1827.
Lavradio, em 1828, considera que ele tem pouco mais de meia vara de altura, mas em 1855 já lhe chama
este estimável cavalheiro, que tanto tem honrado o nosso país com as suas publicações que o tornaram
notável entre os sábios da Europa.
Memórias para a História e Theoria das Cortes Gerais que em Portugal se celebraram pelos Três
Estados do Reino
Em dois tomos (1827  1828).
Quadro elementar das relações políticas e diplomáticas de Portugal com as diversas potências do
mundo desde o princípio da monarquia portuguesa até aos nossos dias
Paris, 1842-1854.
Corpo Diplomático Português
Paris, 1846.
Maltez, José Adelino, «Os Principais Jushistoriadores Portugueses», in História do Direito Português.
Elementos Auxiliares, Lisboa, Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, 1984, pp. 25 segs..
Serrão, Joel, dir., Dicionário de História de Portugal, Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1978, V, pp. 470471. Silva, Inocêncio Francisco, Dicionário Bibliográfico Português, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da
Moeda, 1977, tomo V, pp. 435-438.
São Boaventura, Frei Fortunato de (m. 1844) Membro da Ordem de Cister, foi lente de teologia,
vindo a assumir em 1831 o cargo de Reformador Geral dos Estudos e de arcebispo de Évora. Biógrafo de
Francisco da Silveira, Wellington e Beresford. Propagandista contra-revolucionário. Em 1811 editou O
francezismo desmascardo ou exame das formas de que ultimamente revestio aquella manhosa seita,
onde maneja com toda a desenvoltura as teses de Burke, de Maistre e Bonald. Um dos principais
animadores das gazetas Minerva Lusitana (1808-1809), Pinhal dos Corcundas (1823-1824), Maço Férreo
Anti-Maçónico (1823), Mastigoforo (1824), A Contra-Mina, periódico moral e político (1830-1832) e O
Defensor dos Jesuítas (1829-1833), vindo a ser julgado pelos tribunais vintistas. A partir de 1834 exilou-se
em Itália. Defende um rei absoluto um rei que governa o seu Reino sem conhecer por seu superior se não
o mesmo Deus. Salienta que nunca o Povo se diz Soberano para outro fim mais do que para cair toda a
Soberania nas mãos de um punhado de aventureiros que desta arte lhe fazem a boca doce, enquanto
muto a salvo, a despeito da moral cristã e dos princípios mais vulgares de decência, vão enchendo a
bolsa.
São Lourenço, Conde de (1794-1863) Ministro da guerra de D. Miguel em 20 de Fevereiro de 1829.
Demite-se logo no dia seguinte.
São Luís, Frei Francisco de (1766-1845) Maçon, com o nome simbólico de Condorcet. Nome
beneditino dado a Francisco Justiniano Saraiva. Professor de Coimbra e sócio da Academia das Ciências de
Lisboa. Combate os franceses em 1808. Adere ao Sinédrio e será membro preponderante da Junta
Provisional em 1820. Deputado da Junta de Governo criada em Alcobaça em 27 de Setembro de 1820.
Membro da regência do reino nomeada pelas Cortes em 26 de Janeiro de 1821. Reitor da universidade de
Coimbra e bispo da mesma cidade (1821-1823). Deputado em 1823. Presidente da Câmara dos Deputados
em 1826 e 1834. Exilado na Serra de Ossa entre 1828 e 1834. Será depois patriarca de Lisboa, ficando
conhecido como Cardeal Saraiva. Ministro do reino no governo de Palmela entre 24 de Setembro de 1834 e
16 de Fevereiro de 1835. Em carta ao marquês de Resende proclama: lamento-me de que o espírito
científico, que tem contribuído tanto para o progresso das ciências físicas, não tenha também
completamente e perfeitamente feito progredir as ciências morais e políticas, que hoje estão, pelo
contrário, entregues à hipótese, à imaginação, às paixões e às disputas.
Manifesto da nação portuguesa aos soberanos e povos da Europa
15 de Dezembro de 1820.
Obras Completas
1855.
Saraiva de Morais Figueiredo, António Ribeiro (1800-1890) Nasce em Sernancelhe. Formado em
Direito. Diplomata ao serviço de D. Miguel. Depois de 1834 exila-se em Londres, de onde chefia a causa
miguelista. Formou-se em leis em Coimbra (1816-1821). Redige em 1835 O Contrabandista, órgão do
miguelismo no exílio, a partir de Londres. Segue-se A Península, em 1840. Escreve também vários
panfletos como Passado, Presente e Futuro ou Guia da Salvação Pública de Portugal, de 1835, e Quid
Faciendum? Considerações Offerecidas aos Partidos Portuguezes, ao Presente Colligados para o Bem
Nacional. Por um Legitimista Constitucional, 1842. Autor de Diário (1831-1845), 2 vols, Lisboa, 1915-1917.
SARAIVA, António Ribeiro –Legitimidade, 55, 350. num texto de 1842, considerava que a legitimidade
para os realistas era "a legitimidade nas coisas, nas instituições de um Estado, nos grandes contratos
sociais e nacionais, nos interesses públicos e direitos criados, enfim, na observância das condições da
socieade", até pelo facto de ser "o único princípio salutar que pode garantir a paz, a justiça, atranquilidade
e a boa ordem nos Estados"
Cartas Conspiradoras
Londres, 1844.
“Diário” de António Ribeiro Saraiva
Lisboa, 2 vols., 1915  1917.
Silveira, João Santos, Acção Política do Representante de El-Rei, o Senhor D. Miguel I em Londres
[1970], Ponta Delgada, 1985. Veiga, João Melo Dias Mota, António Ribeiro Saraiva, Vida, Obra e
Pensamento, Coimbra, 1966. Alvim, João Carlos, A Revolta Miguelista contra o Cabralismo. Cartas de
António Ribeiro Saraiva e Cândido Figueiredo e Lima, Lisboa, Assírio & Alvim, 1985. Campos,
Fernando, O Pensamento Contra-Revolucionário em Portugal, vol. II, pp. 127 segs..
Sarmento, Alexandre de Morais (m. 1840) 1º Visconde de Banho. Deputado vintista. Embaixador em
Madrid em 1834. Ministro do reino do frustrado governo da belenzada, constituído de 4 para 5 de
Novembro de 1836.
Sarmento, Critóvão de Morais Visconde da Torre de Moncorvo. Embaixador em Londres em 1823 e,
depois, em Copenhaga.
Seabra da Silva, José de (1732-1813) Político português dos reinados de D. José e de D. Maria I.
Ministro com Sebastião José de Carvalho e Melo e, depois, com a viradeira de D. Maria I, desde Julho de
1788. Desterrado pelo Marquês de Pombal, volta a ser afastado em 1799 com a oficialização da regência de
D. João. Autor de Deducção chronologica e analytica, Lisboa, Miguel Manescal da Costa, 1767.
Sepúlveda, Bernardo (1791-1833) Bernardo Correia de Castro e Sepúlveda. Maçon, membro do
Sinédrio. Oficial de infantaria. Chefe militar da revolta de 24 de Agosto de 1829. Membro da Junta do
Porto. Deputado 1820-1821. Adere depois à Vilafrancada, como general em armas da Corte. Preso em
Peniche 1823-1824. Exílio em França 1824-1833.
Serpa Machado, Manuel Pai de António Serpa Pimentel. Deputado em 1821-1822, chegando a ser
presidente do Congresso Constituinte. Professor de direito, será decano de Coimbra. Um dos trinta pares
da fornada cabralista de 3
de Maio de 1842. Apoiante de Costa Cabral.
Serra, Abade Correia da (1750-1823) Abade José Francisco Correia da Serra. Maçon. Um dos
fundadores da Academia das Ciências em 1779, auxiliando o duque de Lafões. Doutor em direito canónico
por Roma, onde residia com os pais desde 1756, sob a protecção do mesmo duque de Lafões. Saiu de
Portugal em 1797 para Londres, onde foi agente diplomático (1801). Passou depois para Paris. Foi
embaixador nos Estados Unidos da América (1816), onde vivia desde 1813, depois de abandonar Paris.
Regressou a Portugal em Agosto de 1821. Deputado por Beja em 1822.
Serra, Bernardo Gorjão Henriques da Cunha Coimbra Botado e (1786-1854) Juiz conselheiro.
Ministro do reino de Saldanha entre 18 de Dezembro de 1847 e 21 de Fevereiro de 1848.
Silva, João Elias da Costa Faria e Ministro do reino de Saldanha, entre 29 de Março de 1848 e 18 de
Junho de 1849.
Silva, João Ferreira dos Santos (1799-1858) 1º Barão de Santos Desde 1850. Comerciante em Lisboa e
Porto. Maçon. Cabralista. Presidente da Associação comercial do porto em 1837-1838. Deputado em 18421846.
Silva, Luís António Rebelo da (1783-1849) Formado em direito. Eleito em 26 de Janeiro de 1821
secretário das Cortes Constituintes. Deputado em 1820, 1826-1828 e em 1834-1836.
Silva, Patrício da (Frei) (1756-1840) Agostinho. Lente de teologia. Maçon. Bispo de Castelo Branco,
arcebispo de Évora e cardeal-patriarca de Lisboa, em substituição do cardeal Cunha. Ministro da justiça de
14 de Maio de 1824 a 15 de Janeiro de 1825. Membro da regência depois da morte de D. João VI. Vicepresidente da Câmara dos Pares em 1826.
Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, António da Visconde de Canelas. Brigadeiro, irmão do 2º conde de
Amarante. Ligado ao Sinédrio é um dos revolucionários vintistas. Presidente da Junta Provisional do
Governo Supremo do Reino, surgida no Porto em 24 de Agosto de 1820. Vice-presidente da junta unificada
surgida em Alcobaça, em 27 de Setembro de 1820. Implicado na martinhada de 11 de Novembro de 1820.
Adere ao partido rainhista depois de 1823. Membro da junta revoltosa de Vila Real em 23 de Fevereiro de
1823. Era embaixador em Madrid, por ocasião da vilafrancada
Silveira, D. Joaquim Lobo da Conde de Oriola. Embaixador de Portugal em Berlim em 1820.
Silveira Pinto da Fonseca, Manuel da (1784-1830) 2º conde de Amarante e 1º marquês de Chaves,
desde 24 de Junho de 1823. Chefe da revolta de Vila Real de 23 de Fevereiro de 1823. Derrotado em 27 de
Mrço seguinte, tem de refugiar-se em Espanha. Com ele, colaboram Gaspar Teixeira, o irmão António da
Silveira e D. José Luís de Sousa, o morgado de Mateus. Regressa a Lisboa, triunfante, em 24 de Junho de
1823, depois da vilafrancada. Chefe da revolta de 5 de Outubro de 1826 contra a Carta. Invade Trás-osMontes em 23 de Novembro de 1826.
Silveira, José Xavier Mouzinho da (1780-1849) Autor das principais leis orgânicas do cartismo
português, emitidas formalmente nos Açores, mas aplicadas no continente a partir de 1834. Maçon.
Formado em leis (1802). Magistrado em Marvão, Setúbal e Portalegre. Nomeado administrador-geral das
alfândegas em 1821, por influência do seu amigo e companheiro maçónico, Manuel Fernandes Tomás.
Ministro da fazenda, de 1 a 19 de Junho de 1823, depois da vilafrancada. Preso durante a abrilada.
Deputado em 1826. Em 1828 vai para o exílio em Paris. Ministro da fazenda e da justiça da regência de D.
Pedro, desde 3 de Março a 13 de Dezembro de 1832.
Possidónio Mateus Laranjo Coelho, Mouzinho da Silveira, Lisboa, 1918 e Obras, Estudos e
Manuscritos, 2 vols., edição de Miriam Halpern Pereira, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.
Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, Manuel Amarante (1784-1830) Chefe da revolta de 5 de Outubro de
1826 contra a carta. Invade Trás os Montes em 23 de Novembro de 1826.
Entre Março de 1832 e Dezembro desse mesmo ano, surge o meteoro de Mouzinho da Silveira. Como
assinala Alfredo Pimenta, que lhe chamou o grande ditador do liberalismo, nos nove meses que foi
ministro do Imperador do Brasil pôs Portugal do avesso. Ou, como assinala Oliveira Martins, deu-se o fim
do Portugal Velho. No seu programa, considera-se que sem a terra livre em vão se invoca a liberdade
política, acreditando que se o povo pagar menos, o Tesouro vai receber mais. A regência é, com efeito,
marcada pelas reformas estruturais de Mouzinho da Silveira que, na torre de marfim das ilhas
atlânticas, delineou o programa do Portugal liberal, através de uma série de decretos ditatoriais: em 16
de Março, extingue nos Açores o pagamento dos dízimos (quando esta lei foi alargada ao continente,
tirou aos fidalgos liberais uma parte importante dos rendimentos, atentando contra os chamados
direitos adquiridos); em 29 de Março, a liberdade de ensino; em 4 de Abril, abolição dos morgados e
capelas de rendimentos inferiores a 200 000 réis; -em 19 de Abril, extinção das sisas sobre as
transacções e das portagens; em 17 de Abril, abolição das penas de confisco para todos os delitos,
contrariando um decreto da regência de 7 de Março de 1831 que mandava sequestrar os bens dos
miguelistas; em 18 de Abril, definição dos delitos contra a propriedade; em 20 de Abril, franqueamento
para a saída de géneros do reino; em 12 de Maio, redução dos foros para metade;
em 16 de Maio, nova divisão administrativa.
Soares, Joaquim Pedro Celestino (1791-1873) Oficial do exército. Maçon. Deputado em 1838-1840.
Ministro da guerra de 30 de Outubro a 9 de Novembro de 1837 no governo de Sá da Bandeira.
Sobral, Hermano José Braamcamp de Almeida Castelo Branco (1755-1846) Sobral. 2º Barão, 1º
Visconde (desde 1838) e 1º Conde (desde 1844) do Sobral. Bacharel em direito (1796). Maçon desde 1803.
Membro do governo interino em 15 de Setembro de 1820, ministro dos negócios estrangeiros da Junta
Provisional do Supremo Governo do Reino, criada em 27 de Outubro de 1820, secretário da regência de
1822. Nomeado ministro dos negócios estrangeiros em 27 de Junho de 1823, recusa a pasta e passa-se para
D. Miguel, durante a Vilafrancada. Volta ao governo como ministro da fazenda durante a regência de D.
Isabel Maria, entre 1 de Agosto de 1826 e 8 de Junho de 1827. Deputado em 1821-1822 e 1826-1828. Par do
reino (1836-1838 e 1842-1846). Maçon desde 1803.
Sola, F. A. M. Carmo e (1795-1857) Fernando de Afonseca Mesquita de Carmo e Sola. 1º barão de
Francos desde 1846. Visconde de Francos desde 1854. Emigra em 1828. Mindeleiro. Ajudante de Saldanha.
Em Angola entre 1835 e 1838. Par do reino desde 1853. Ministro da guerra do governo de Saldanha de 8 de
Janeiro de 1848 a 18 de Junho de 1849. Ministro da marinha e ultramar e da guerra de 1 a 17 de Maio de
1851, no governo presidido por Saldanha.
Sotto Maior, João da Cunha (1767-1850) Magistrado. maçon. Adere ao Sinédrio em Maio de 1820.
Amigo de António da Silveira. Vogal da regência do reino nomeada pelas Cortes em 26 de Janeiro de 1821.
Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, em 1821-1823, tendo como colaboradores, Agostinho José
Freire, José Correia da Serra, Nuno Álvares Pereira Pato Moniz e Manuel Borges Carneiro. Deputado às
Constituintes de 1821. Par do reino em 1834-36. Deputado em 1837-1838.
Sotto Maior, 1º Visconde de (Desde 1865). António da Cunha Sotto Maior Gomes Ribeiro de Azevedo
e Melo (1813-1893). Grande proprietário. Secretário de Passos Manuel.
Soure, Joaquim Filipe de n. 1805 Magistrado. Deputado em 1834. Ministro da justiça no governo do
Entrudo em 7 e 8 de Fevereiro de 1842. Presidente da Câmara dos Deputados em 1857.
Sousa, Francisco Maximiliano de Secretário de Estado da regência do reino nomeada pelas Cortes em
26 de Janeiro de 1821.
Sousa, Joaquim José Caetano Pereira e Jurista português
Classes dos Crimes por ordem systematica Lisboa, Regia Officina Typographica, 1803.
Primeiras Linhas sobre Processo Civil Lisboa, Typografia Rollandiana, 1819, 2ª ed. em quatro tomos.
Sousa, Manuel de Castro Pereira de Mesquita Pimentel Cardoso e (1778-1863). Maçon. Foi
major da Legião Portuguesa, encarregado de negócios em Madrid em 1821. Deputado em 1837-1838.
Ministro dos negócios estrangeiros do governo de António Dias de Oliveira, de 1 de Julho a 10 de Agosto de
1837. Senador em 1838-1842.
Stockler, Francisco de Borja Garção. 1º Barão de Vila Praia (1759-1829) Bacharel em matemática
e militar. Professor de cálculo na Academia Real da Marinha e secretário da Academia das Ciências. Passou
de jacobino afrancesado, apoiante de Junot, a realista. Foi para o Rio de Janeiro em 1808, onde apoiou D.
João VI. Governador dos Açores em 1820, é demitido e preso pelos vintistas, voltando a ser nomeado para
tal cargo em 1823. Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental.
Stuart Rothsay, Lord Charles Embaixador britânico junto de D. Pedro é emissário deste a Lisboa para
a entrega da Carta em 1826. Será 1º conde do Machico e 1º marquês de Angra. Foi embaixador inglês em
Paris, em 1820. Nomeado pelo governo de Canning, chega a Lisboa em 25 de Março de 1825, ainda durante
o governo de Lacerda/Barros. D. João VI, que, então, estava em Mafra, demora muito tempo a recebê-lo. O
governo português é obrigado a nomeá-lo nosso plenipotenciário para as negociações do reconhecimento
da independência do Brasil, assinando em 29 de Agosto o Tratado do Rio de Janeiro (o negociador
brasileiro foi o barão de Santo Amaro, Luís José de Carvalho e Melo), ratificado por D. João VI em 15 de
Novembro seguinte. Quando da entrega da Carta, em Julho de 1826, Stuart mostra-se favorável a que ela
fosse jurada através de uma reunião dos Três Estados tradicionais.
Stubbs, Thomas William (1776-1884) 1º Visconde de Vila Nova de Gaia. Fez a guerra peninsular,
tendo-se estabelecido em Portugal. Governador de armas do Porto desde 1820. Demitido em 1827, depois
das archotadas. Ligado aos saldanhistas. Tenente-general, comandante do depósito de Plymouth.
Sussex, Duque de . Augustus Frederick. (1773-1843). Filho do rei inglês Jorge III. Reside em
Portugal em 1801-1805, sendo hóspede do Senhor de Pancas. Venerável da maçonaria.
Taipa, 1º Conde da (1794-1866) Gastão da Câmara Coutinho Pereira de Sande. 1º conde da Taipa
desde 1823. Cunhado do marquês de Fronteira. Regressou a Portugal com D. João VI em 1821. Adere à
vilafrancada de 1823. Par do reino em 1826. Preso por cumplicidade nas archotadas de Julho de 1827.
Participa na belfastada de 1828, como ajudante de ordens de Palmela. Opositor do partido dos amigos de
D. Pedro em 1833-1935. Em Outubro de 1833 publica carta contra o governo, pedindo a amnistia, o fim dos
sequestros e a liberdade de imprensa. Chega então a ser preso, por ordem de Silva Carvalho. Opositor do
setembrismo. Os inimigos chamavam-lhe o gago-ladrão Companheiro de Almeida Garrett nas Viagens na
Minha Terra.
Teixeira de Magalhães e Lacerda, Gaspar. Visconde de Peso da Régua desde 1823. (1763-1838).
Militar da Guerra Peninsular. Aderiu à revolução de 1820. Chefe do golpe da martinhada em 11 de
Novembro de 1820. Comanda em 1832 o ataque das tropas miguelistas ao Porto.
Teixeira, José Pedro da Costa Ribeiro Deputado vintista. Será contra-revolucionário, assumindo o
cargo de vice-reitor da universidade de Coimbra.
Teles, José Homem Correia (1780-1849) Formado em cânones em 1800, exerceu a magistratura e foi
advogado. Deputado às constituintes de 1821.
Commentario crítico à Lei da Boa Razão
1824.
Digesto Portuguez ou Tratado dos Direitos e Obrigações Civis, Accomodado às leis e Costumes da Nação
Portuguesa para Servir de Subsídio ao Novo Código Civil
1835. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1853, 4ª ed.
Terceira, Duque da (1792-1860) António José de Sousa Manuel e Meneses Severim de Noronha. 7º
Conde e 1º Marquês de Vila Flor (desde 1827). Duque da Terceira desde 1832. Comandante das tropas de
Lisboa em 1827. Apoia a revolta contra D. Miguel e participa na belfastada em 1828. Parte do Havre em 5
de Junho de 1829 e chega à ilha da Terceira no dia 22 de Junho. Faz parte da regência colectiva
estabelecida por D. Pedro em 15 de Junho de 1829. A partir de 1832, agraciado com o título de duque da
Terceira. Comanda as tropas pedristas que ocupam Lisboa em 24 de Julho de 1833. Ministro da guerra no
governo de Palmela entre 24 de Setembro de 1834 e 20 de Março de 1835, onde é substituído pelo conde de
Vila Real. Presidente do governo e ministro da guerra de 19 de Abril a 10 de Setembro de 1836. Membro da
Associação Eleitoral do Centro que concorreu às eleições de 1838. Presidente do conselho de 9 de
Fevereiro de 1842 a 20 de Maio de 1846, acumulando sempre a pasta da guerra. Ministro da guerra e da
marinha no governo de Palmela, entre 20 e 26 de Maio de 1846. Presidente do conselho de 26 de Abril a 1
de Maio de 1851. Presidente do conselho de 16 de Março de 1859 a 26 de Abril de 1860. Faleceu em 26 de
Abril de 1860.
Tojal, Conde do Ver Oliveira, João Gualberto de (1788-1852) Barão e Conde do Tojal
Tomar, Marquês de Ver Cabral, António Bernardo da Costa
Tomás, Manuel Fernandes (1770-1822) Jurista. Nomeado em 1796 síndico e procurador fiscal da
Figueira da~Foz, sua terra natal. Demitido e preso por entrar em conflito com o juiz de fora. Reabilitado
por José Seabra da Silva em 1801, é então noemado juiz de fora em Arganil. Em 1805 aparece como
superintendente das alfândagas de Coimbra, Leiria e Aveiro. Retira-se em finais de 1807 para a Figueira,
aderindo à revolta contra os franceses. Provedor da comarca de Coimbra de 1808 a 1810, quando é
nomeado pelos ingleses intendente-geral de víveres do exército. Passa em 1811 para desembargador da
Relação do Porto. Funda o Sinédrio em 1818. Chefia o golpe de 24 de Agosto de 1820. Deputado, é autor do
Relatório sobre o estado e administração do reino de 3 de Fevereiro de 1821. Encarregado dos negócios do
reino e da fazenda, assistente da junta de governo nomeada em 27 de Setembro de 1820, auxiliado por
Ferreira Borges e Silva Carvalho. Morre em 19 de Novembro de 1822. Autor de um Repertorio Geral ou
Indice Alphabetico das Leis Extravagantes do Reino de Portugal, 1815.
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Humberto de Sousa Araújo, Manuel Fernandes Tomás, in Jurisconsultos Portugueses do Século XIX, 2º
vol., edição do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, Lisboa, 1960, pp. 90 ss.
Torres, Joaquim José Monteiro Almirante. Nomeado pela regência estabelecida pelas Cortes,
ministro da marinha, em 26 de Janeiro de 1821. Ministro da marinha e ultramar no governo nomeado por
D. João VI em 4 de Julho de 1821, até 7 de Setembro do mesmo ano. Ministro da marinha e ultramar de 7
de Setembro de 1821 a 28 de Maio de 1823. Ministro da marinha e ultramar de 15 de Janeiro de 1825 a 1
de Agosto de 1826, no governo de Lacerda/ Barradas.
Torres Novas, Conde de Ver Vasconcelos Correia
Trigoso, Sebastião Francisco Mendo (1773-1821) Irmão de Francisco Trigoso Aragão Morato.
Censor régio da mesa do Desembargo do Paço. Membro da comissão da Academia das Ciências, autora do
projecto constitucional de 21 de Outubro de 1820.
Valença, 5º Marquês de D. José Bernardino de Portugal e Castro. Faz parte da deputação que em 1838
cumprimenta Napoleão em nome do povo português. Ministro da guerra no governo da regência de D.
Isabel Maria, de 6 de Dezembro de 1826 a 9 de Janeiro de 1827, quando é substituído por Candido José
Xavier. Chefe do governo e ministro dos negócios estrangeiros do frustrado governo da belenzada,
constituído de 4 para 5 de Novembro de 1836.
Vargas, José Marcelino de Sá (1802-1876) Proprietário. Bacharel em direito. Maçon. Magistrado. Do
Supremo Tribunal de Justiça. Deputado em 1834-36; 1840-42; 1848-1851; 1851-1852; 1857-1858; 18601861; 1871-1874. Ministro do reino de 29 de Janeiro a 18 de Junho de 1849, no governo presidido por
Saldanha. Era então juiz de direito da quarta vara de Lisboa. Ministro da marinha em Abril de 1860.
Ministro da justiça no governo de Ávila, de 1 de Março a 13 de Setembro de 1871. Presidente da Câmara dos
Deputados entre 1872 e 1874. Par do reino desde 1874. Aliado maçónico de Silva Carvalho.
Vasconcelos Correia, António César de. (1797-1865) 1º Visconde (desde 1855) e 1º Conde (desde
1862) de Torres Novas. Grande proprietário. Oficial do exército. Maçon. Da Carbonária. Ministro do reino,
da fazenda e da justiça em 1831. Deputado em 1834-35. Opositor dos chamorros, é um dos oficiais
demitido por Saldanha em 1835. Eleito deputado em 29 de Novembro de 1835, no grupo da ex-oposição
pura, apoiante do governo de José Jorge Loureiro. Membro fundador da Sociedade Patriótica Lisbonense
em 9 de Março de 1836. Comandante da guarda municipal em 1836. Um dos chefes da revolta de Torres
Novas em 1844, ao lado do conde do Bonfim. Deputado em 1851- 1856. Governador da Índia em 18551864. Par do reino desde 1862. Ministro da guerra no governo da fusão, de Joaquim António de Aguiar,
desde 4 de Setembro de 1865, morrendo no exercício das suas funções.
Vasconcelos, António Barreto ferraz de (1789-1861) 1º Visconde da Granja Desde 1847 Maçon.
Magistrado. Presidente da Relação de Lisboa. Juiz do Supremo Tribunal de Justiça. Ministro da justiça no
governo de Palmela entre 24 de Setembro de 1834 e 28 de Abril de 1835, onde é substituído por Manuel
Duarte Leitão. Maçon. Deputado 1834-36 e 1838-1840. Par do reino desde 1842.
Vasconcelos, Jerónimo Pereira de Barão da Ponte da Barca. Ministro da guerra no governo de
Saldanha, entre 3 de Maio e 22 de Agosto de 1847.
Vasconcelos, Joaquim José Dias Lopes (m. 1866) Maçon. Cabralista. Governador civil do Porto em
1848-1851. Deputado em 1846 e 1848-1851.
Vieira, Padre Casimiro José Um dos principais chefes da guerrilha miguelista durante a guerra civil de
1846-1847.
Apontamentos para a História da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da Fonte, escriptos pelo
Padre Casimiro, finda a guerra, em 1847
Braga, Typographia Lusitana, 1883.
Vila Real, Conde de e Morgado de Mateus D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e
Vasconcelos (1785-1855). Filho de D. José Maria, morgado de Mateus (1758-1825), embaixador de
Portugal em Copenhaga e Estocolmo (1791-1797), Madrid (1801), Paris (1802-1804) e São Petersburgo
(1805), residente em Paris, desde 1817. Conde de Vila Real desde 1823. Maçon. Tenente de cavalaria em
1807, combateu os franceses. Ajudante de campo de Beresford em 1809. Bacharel em direito por Gotinga.
Passou para a diplomacia em 1814. Exerce funções em Londres (1814), Madrid (1814-1820), Londres
(1820-1821; 1823-1825; 1827), Paris (1826) e São Petersburgo (1855, onde faleceu). Não aderiu à revolução
de 1820. Adere à vilafrancada de 1823. Apoiou a revolta do conde de Amarante em 1823. Nomeado
brigadeiro e embaixador em Londres nesse mesmo ano. Embaixador em Madrid em 1826. Nomeado
ministro da guerra e dos negócios estrangeiros por D. Miguel, de 26 de Fevereiro a 3 de Maio 1828. Emigra
de 1828 a 1833. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Palmela entre 24 de Setembro de 1834 e
27 de Maio de 1835. Um dos principais compradores dos bens nacionais em 1835. Ministro dos negócios
estrangeiros no governo de Terceira, de 20 de Abril a 10 de Setembro de 1836. Acusado de alta-traição em
Novembro de 1836, na sequência da belenzada. Ministro no governo do conde de Bonfim, entre 14 de
Dezembro de 1839 e 23 de Junho de 1840 (ministro da marinha até 28 de Dezembro de 1839 e dos
negócios estrangeiros, depois desta data). Ministro da guerra no governo de Joaquim António de Aguiar,
de 9 de Junho de 1841 a 7 de Fevereiro de 1842. Participa na Junta do Porto da Patuleia em 1846-1847.
Exílio de 1846 a 1854.
Vila Real, Conde de. Botelho Mourão e vasconcelos, José Maria de Sousa (1758-1825)
Morgado de Mateus. 1º conde de Vila Real desde 24 de Junho de 1823, na sequência da Vilafrancada.
Embaixador de Portugal em Copenhaga e Estocolmo (1791-1797). Embaixador em Madrid desde 6 de
Janeiro de 1801, até 1804. Enviado para negociar a paz com a França, por mediação de Madrid.
Embaixador em Paris junto de Bonaparte, em 1802-1803. Passa para São Petersburgo em 1805. Reside em
Paris desde 1817. Embaixador em Londres desde Junho de 1823. Editor de Os Lusíadas em 1817.
Maçon. Tenente de cavalaria em 1807, combateu os franceses. Ajudante de campo de Beresford em 1809.
Bacharel em direito por Gotinga. Passou para a diplomacia em 1814. Exerce funções em Londres (1814),
Madrid (1814-1820), Londres (1820-1821; 1823-1825; 1827), Paris (1826) e São Petersburgo (1855, onde
faleceu). Não aderiu à revolução de 1820. Adere à vilafrancada de 1823. Apoiou a revolta do conde de
Amarante em 1823. Nomeado brigadeiro e embaixador em Londres nesse mesmo ano. Embaixador em
Madrid em 1826. Nomeado ministro da guerra e dos negócios estrangeiros por D. Miguel, de 26 de
Fevereiro a 3 de Maio 1828. Emigra de 1828 a 1833. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de
Palmela entre 24 de Setembro de 1834 e 27 de Maio de 1835. Um dos principais compradores dos bens
nacionais em 1835. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Terceira, de 20 de Abril a 10 de
Setembro de 1836. Acusado de alta-traição em Novembro de 1836, na sequência da belenzada. Ministro no
governo do conde de Bonfim, entre 14 de Dezembro de 1839 e 23 de Junho de 1840 (ministro da marinha
até 28 de Dezembro de 1839 e dos negócios estrangeiros, depois desta data). Ministro da guerra no
governo de Joaquim António de Aguiar, de 9 de Junho de 1841 a 7 de Fevereiro de 1842. Participa na Junta
do Porto da Patuleia em 1846-1847. Exílio de 1846 a 1854.
Vila Verde, 8º Conde de . D. Diogo José de Noronha (1747-1806). Chefe do governo entre 1801 e
1803. Próximo das posições do chamado partido inglês.
Xavier Dias da Silva, Cândido José (1769-1833)Maçon. Oficial do exército. Em 1810 participou na
invasão francesa de Massena e em Maio de 1828 na Belfastada. Condenado à morte por colaboracionismo
em 1810. Exilado em França, regressa a Portugal em 1820. Ministro da guerra em 13 de Outubro de 1821.
Volta a ministro da guerra no governo da regência de D. Isabel Maria, em 9 de Janeiro de 1827,
substituindo o marquês de Valença. Participa na belfastada. Brigadeiro graduado e Ajudante de Campo de
D. Pedro, foi nomeado Director do Colégio Militar. Ministro do reino da regência desde 12 de Janeiro a 26
de Março de 1833. Volta à pasta do reino em 21 de Abril de 1833 e acumula com os estrangeiros a partir de
26 de Julho do mesmo ano. Morreu de apoplexia em 15 de Outubro de 1833.
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