The Circadian Variations in Systemic Blood Pressure, Ocular

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The Circadian Variations in Systemic Blood Pressure, Ocular Perfusion Pressure, and Ocular Blood Flow: Risk Factors for Glaucoma? Autores: Adam Werne, Alon Harris, Danny Moore, Itay BenZion, Brent Siesky Artigo comentado pelo Dr. Bruno Pimentel de Figueiredo* O estudo em questão foi publicado na Survey of Ophthalmology no volume de novembro‐ dezembro de 2008 e faz uma revisão dos artigos mais relevantes da literatura que abordam a influência das variações circadianas na pressão arterial, pressão de perfusão ocular e no fluxo sanguíneo ocular. Há mais de 40 anos é sabido que a pressão intraocular (PIO) varia durante o período de 24 horas. Essa variação é de tal importância na etiopatogenia do glaucoma, que realizamos diferentes medidas da PIO ao longo do dia para tentarmos detectar possíveis picos pressóricos. Porém, não até recentemente foi demonstrado que outros fatores vasculares também podem afetar o olho através de um padrão circadiano: como pressão arterial sistêmica (PA), pressão de perfusão ocular (PPO) e fluxo sanguíneo ocular (FSO). Os autores estudaram 86 artigos sobre a variação destes fatores vasculares ao longo das 24 horas e fizeram as seguintes observações: ‐ Variação circadiana na pressão arterial (PA) A pressão arterial segue, assim como a PIO, uma curva circadiana caracterizada por um declínio sistólico e diastólico durante o sono, que é seguido por um pico da PA logo antes do acordar. Cerca de 2/3 da população sadia apresenta o descenso noturno da PA, indicando a natureza fisiológica do declínio da PA noturna. A maior parte dos estudos aponta a correlação entre hipotensão arterial noturna e glaucoma. Contudo, os trabalhos mais recentes tendem a classificar o descenso noturno da PA em fisiológico e não‐fisiológico. Tokunaga e cols demonstraram que indivíduos portadores de descenso noturno não‐fisiológico possuem maior incidência de progressão do campo visual no período de 4 anos. ‐ Variação circadiana na pressão de perfusão ocular (PPO) A autorregulação vascular em indivíduos jovens e sadios mantém o fluxo sanguíneo ocular relativamente constante, mesmo com amplas variações na pressão de perfusão. Entretanto, os idosos podem apresentar uma disfunção regulatória no tônus vascular que faz com que qualquer variação na pressão de perfusão ocular (seja por variações na PIO ou na PA) leve a modificações na perfusão retiniana ou do disco óptico. Diversos estudos mostraram uma correlação entre baixa pressão de perfusão ocular e glaucoma. Um estudo mais recente de Choi e cols identificou a variação circadiana da PPO como o fator de risco clínico mais consistente em portadores de glaucoma de pressão normal. ‐ Variação circadiana no fluxo sanguíneo ocular (FSO) Existem hoje numerosos métodos de mensuração do FSO sem que haja um consenso de qual é o mais fidedigno. Isso porque cada técnica analisa uma porção especifica da hemodinâmica ocular, levando a resultados muitas das vezes contraditórios quando comparamos diferentes técnicas. Em suma, os autores demonstraram uma crescente evidência a favor da variação circadiana em
determinados fatores de risco vasculares no glaucoma. A variação diária da PIO, isoladamente, nem sempre pode explicar a progressão do glaucoma. O descenso noturno não‐fisiológico da pressão arterial e amplas flutuações diárias da pressão de perfusão ocular podem também estar envolvidas no desenvolvimento e progressão do glaucoma. Os autores frisam também a importância para o futuro de conduzir estudos sobre a influência do tratamento no glaucoma, seja clínico ou cirúrgico, nos fatores de risco vasculares do glaucoma. Fonte: Survey of Ophthalmology, volume de novembro‐dezembro de 2008 * Dr. Bruno Pimentel de Figueiredo Doutorando em Oftalmologia pela UFMG Médico Assistente das Unidades de Catarata e Glaucoma da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte‐ MG Médico Oftalmologista do Serviço de Glaucoma do Instituto Mineiro de Olhos (IMOL)
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