difusora do progresso e depositária de uma proposta de

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O SR. PEDRO CANEDO (PSDB-GO) pronuncia o
seguinte discurso: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
o meu pronunciamento, hoje, presta-se a realizar o
importante dever de chamar a atenção desta Casa para as
ações que costumam ser desencadeadas por ocasião do
Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.
Essa efeméride, por força da Lei nº 10.456, de 2002,
é comemorada a cada ano, no dia 26 de maio, e constituise em um essencial instrumento de que o Poder Público e
a comunidade médica se utilizam para trazer à baila, com
certa periodicidade, o debate a respeito de um atroz
inimigo da saúde pública brasileira: o glaucoma.
Distúrbio ocular que pode influenciar drasticamente a
visão, é uma das mais importantes causas de cegueira no
Brasil e no mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial
de Saúde), a sua incidência é estimada em 2,4 milhões de
casos por ano, e a prevalência de cegueira por glaucoma é
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de 5,2 milhões, representando a terceira causa de
cegueira no mundo.
A doença atinge na atualidade 67 milhões de pessoas
pelo mundo inteiro. No Brasil, estimam-se em quase um
milhão. De acordo com o Conselho Brasileiro de
Oftalmologia, o glaucoma é responsável por 3% dos casos
de cegueira em todo o País.
Srs. Deputados, faço referência a um assunto de
extremo interesse para a Saúde nacional e que importa
vultosos gastos no tratamento e prevenção. O glaucoma é
uma doença ocular séria e progressiva que lesa o nervo
óptico se deixada sem tratamento, podendo levar à
cegueira. A pressão elevada no interior do olho, no
decorrer de alguns anos, mata as fibras do nervo óptico.
Com isso, o portador da doença começa a perder a visão
periférica – ou seja, quando o indivíduo olha para a frente,
enxerga nitidamente os objetos que estão distantes, porém
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não vê o que está nas laterais. Seria como se o olho
estivesse observando através de um tubo.
O glaucoma afeta mais comumente pessoas acima
de quarenta anos de idade e da raça negra, e incide mais
freqüentemente em mulheres do que em homens. A
doença pode estar também associada a complicações
preexistentes como a hipertensão, diabetes, transtornos
hereditários de formação ocular, cataratas hipermaduras e
uso indevido de corticóides.
Nobres Colegas, o glaucoma é um verdadeiro mal
silencioso. Em 80% dos casos, é assintomático no
começo, isto é, não apresenta sintomas. Em decorrência
da evolução insidiosa nos estágios iniciais, o seu
diagnóstico é geralmente realizado tardiamente.
Para detectar precocemente a doença é fundamental
a conscientização da população e dos profissionais de
saúde envolvidos no atendimento oftalmológico. Mesmo
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nos países desenvolvidos, estudos populacionais mostram
que aproximadamente metade dos pacientes identificados
com glaucoma desconhecia ser portador da doença.
Alguns pacientes, no entanto, reagem de maneira
diferente, podendo experimentar sintomas – que são
avisos de que é necessário um exame ocular completo –,
tais como baixa visão ou visão de anéis luminosos, dor
forte
de
cabeça
e
nos
olhos,
córnea
embaçada,
lacrimejamento, fotofobia e, nos casos mais severos,
náuseas e vômitos.
O tratamento mais comum consiste em gotas de
colírio. Às vezes, também são usados comprimidos e, em
alguns casos, pode ser necessária a intervenção cirúrgica.
No entanto, o melhor remédio continua sendo a prevenção,
que algumas pessoas ainda deixam de fazer, ou porque
nela não acreditam, ou porque pensam que este problema
não lhes atingirá. Daí a importância de que, a cada ano,
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seja enfatizada a questão, com os canais competentes
estimulados para a feitura de um trabalho proficiente de
conscientização da população.
O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma tem essa
meritória função: incentivar programas de saúde pública
em oftalmologia que priorizem ações relacionadas à
prevenção de estados conducentes à incapacidade visual
e à organização de assistência oftalmológica.
Vejo como fundamental a atenção do Governo
Federal para que, através de campanhas de saúde ocular,
informe a população da necessidade de se visitar o
oftalmologista pelo menos uma vez ao ano, objetivando
medir a sua pressão ocular; e, além disso, para que os
mais propensos façam avaliações de seis em seis meses,
verificando a curva de pressão do campo visual. A
avaliação do glaucoma é um ato médico complexo que
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necessita
de
muitas
ponderações
e
exames
complementares auxiliares.
Por ser uma doença imperceptível e irreversível, o
glaucoma deve ser encarado, definitivamente, como uma
das mais importantes patologias da oftalmologia, e seu
tratamento deve ser levado com desvelo para a adequada
manutenção da visão. Portanto, Sr. Presidente, desejamos
que as comemorações levadas a efeito pelo Dia Nacional
de
Combate
ao
Glaucoma
tenham
o
mérito
de
conscientizar a população brasileira sobre a importância do
diagnóstico precoce da doença. Quanto mais cedo for
detectado o problema, mais chances a pessoa terá de
levar uma vida normal. Os pacientes que se cuidam
corretamente geralmente vão até o fim de suas vidas com
uma visão socialmente útil preservada.
Era o que tinha a dizer e muito obrigado.
2004_5558_Pedro Canedo
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