Química Elementar Material Didático Equipe de Química: (PCNA Fevereiro de 2014) Shirley Cristina Cabral Nascimento (Coordenação) Marlice Cruz Martelli Ana Rosa C. L. M. Duarte Marcos Vinícios de Souza Pinto Monitores: Fevereiro de 2014 Universidade Federal do Pará Cindie Caroline Reis Santos Francidalva do Vale Lopes Gustavo Henrique de Souza Chaves Paulo Cardoso Gomes Júnior Tárique Samir Bezerra Sena Equipe de Professores Alexandre Guimarães Rodrigues (Coordenação Geral) Matemática: Rosana Soares (Coordenação) Alessandra M. de Souza Lopes Química: Shirley Cristina Cabral Nascimento (Coordenação) Marlice Cruz Martelli Ana Rosa C.L.M. Duarte Marcos Vinícius de Souza Pinto Física: Alexandre Guimarães Rodrigues (Coordenação) José Benício da Cruz Costa Alexandre Guimarães Rodrigues Plano de aula ASSUNTO ESTUDO DO ÁTOMO/ LIGAÇÕES QUÍMICAS REAÇÕES INORGÂNICAS/ ESTEQUIOMETRIA SOLUÇÕES CINÉTICA QUÍMICA EQUILÍBRIO QUÍMICO TERMODINÂMICA QUÍMICA ELETROQUÍMICA ORGÂNICA TÓPICOS Modelos Atômicos Noção mais detalhada da estrutura atômica Distribuição eletrônica Propriedades Periódicas Natureza da ligação Valência Ligação Iônica Ligação Covalente Fórmula de compostos covalentes Exceções à regra do octeto Teoria da repulsão do par eletrônico da camada de valência (VSEPR) Geometria molecular Método para determinação da geometria Polaridade das ligações Diferenciar os tipos de reações; Saber encontrar o número de oxidação de diversos compostos, assim como ocorrem as reações Redox; Leis Ponderais Balanceamento Principais relações estequiométricas Compreender o que é um líquido; Entender as principais propriedades dos líquidos puros; Entender o que é solução, mistura homogênea, heterogênea, Diferenciar os diferentes tipos de concentrações; Calcular concentração de mistura de soluções. Identificar a velocidade e a estequiometria das reações. Velocidade instantânea e cinética química. Teoria das colisões. Energia de ativação. Equação de Arrhenius Fatores que influenciam a velocidade Lei cinética da velocidade das reações. Ordem das reações. Compreender o conceito de reações reversíveis; Saber calcular a concentração no equilíbrio; Saber trabalhar com a constante de equilíbrio em termos de pressão; Compreender como temperatura, pressão e concentração afetam o equilíbrio; Saber aplicar conceitos de equilíbrio no estudo da solubilidade. Entender do que trata a efusão e a difusão molecular; Diferenciar comportamento ideal de comportamento real de gases. Conceitos Gerais Poder calorífico dos Alimentos; A Primeira Lei da Termodinâmica; Equação termoquímica; O estado padrão dos elementos; Lei de Hess. Explicar o mecanismo de reações redox em células eletroquímicas; Entender o conceito eletrólise e dar exemplos práticos; Aplicar as Leis de Faraday; Verificar a importância da equação de Nernst e usá-la para medir a concentração de íons em solução. Compreender os conceitos básicos de Química Orgânica Identificar os principais grupos funcionais e suas respectivas funções e características Identificar características de Isomeria e suas classificações Dominar o principais mecanismos de Reação Orgânica 3 Estudo do Átomo 1. Natureza elétrica da matéria 1.1. Cargas elétricas (+ ou -); 1.2. Atração e Repulsão entre cargas elétricas. 3.4. Depois de novos estudos, foram estabelecidas as seguintes relações: 2. Descoberta do Elétron e do Próton 2.1. Experimento de J. J. Thomson (elétron) 2.2. Experimento de Eugene Goldstein (próton) 3. Modelo Atômico de Rutherford 3.1. Experiência sobra a dispersão de partículas alfa; 3.2. Conclusões da experiência 3.2.1.O átomo não é maciço, apresentando mais espaço vazio do que preenchido; 3.2.2. A maior parte da massa do átomo se encontra em uma pequena região central (núcleo) dotada de carga positiva, onde estão os prótons; 3.2.3.Na região ao redor do núcleo (eletrosfera) estão girando os elétrons, dotados de carga negativa, muito mais leves (1.836 vezes) que os prótons; 3.2.4. A contagem do número de partículas que atravessavam e que desviavam permitiu fazer uma estimativa de que o raio de um átomo de ouro (núcleo e eletrosfera) é cerca de 10.000 vezes maior que o raio do núcleo. Os átomos em geral apresentam um raio de dez mil a cem mil vezes maior que seus núcleos. Assim, se o núcleo de um átomo fosse do mesmo diâmetro dessa moeda, os elétrons mais afastados poderiam estar desde cerca de 200m até 2km de distância. 3.3. Pergunta: Se o núcleo é formado por partículas positivas (+), por que elas não se repelem e o núcleo não desmorona? R = Em 1932, o cientista James Chadwick descobriu uma outra partícula subatômica de massa muito próxima à do próton, porém sem carga elétrica. Essa partícula passou a ser chamada de nêutron e localiza-se no núcleo do átomo, juntamente com os prótons. Ilustração esquemática de um átomo (fora de proporção por conta da distância entre os elétrons e o núcleo se muito grande) - Observe que a massa do elétron é cerca de 1.836 vezes menor que a de um próton ou de um nêutron. Consequentemente, a perda ou ganho de elétrons por parte de um átomo, não irá praticamente alterar sua massa. 4. Modelo atômico de Rutherford-Bohr 4.1. Deficiências do modelo de Rutherford 4.1.1.Ao admitir que os elétrons giravam ao redor do núcleo, criava-se um paradoxo. Pois, como o elétron segue em movimento circular, ele está constantemente liberando energia. Então, se o elétron segue perdendo energia, sua velocidade de rotação diminuiria com o decorrer do tempo. Assim, o elétron acabaria indo de encontro ao núcleo, descrevendo um movimento espiralado. 4 4.2. Complementação do Modelo Atômico por Bohr - Max Planck admitiu a hipótese de que a energia não seria emitida de modo contínuo, mas em “pacotes” e a cada “pacote de energia” foi dado o nome de quantum. - Niels Bohr, em 1913, aprimorou o modelo atômico de Rutherford, utilizando a teoria de Planck. Surgiram assim os chamados postulados de Bohr: a) Os elétrons se movem ao redor do núcleo em um número limitado de órbitas bem definidas, que são denominadas órbitas estacionárias; b) Movendo-se em uma órbita estacionária, o elétron não emite nem absorve energia c) Ao saltar de uma órbita estacionária, o elétron emite ou absorve uma quantidade bem definida de energia, chamada quantum de energia. Essa emissão de energia é explicada a seguir: - Recebendo energia (térmica, elétrica, luminosa) do exterior, o elétron salta de uma órbita mais interna para outra mais externa e quantidade de energia recebida é bem definida (um quantum de energia). Ex: Repare o seguinte esquema que relaciona saltos dos elétrons e as respectivas raias do espectro do átomo de hidrogênio: - Note que cada raia do espectro está relacionada com um diferente deslocamento do elétron. Pode-se afirmar também que átomos com mais elétrons darão maior número de raias espectrais. - Assim o modelo atômico de Rutherford, corrigido pelas ponderações de Bohr, foi dado o nome de Modelo Atômico de Rutherford-Bohr(1913). Obs: A situação em que os elétrons de um átomo estão com a menor energia possível é chamada estado fundamental desse átomo. 5. - Ao “voltar” de um órbita mais externa para outra mais interna, o elétron emite um quantum de energia, na forma de luz de cor bem definida ou outra radiação eletromagnética, como ultravioleta ou raios X (daí o nome de fóton, que é dado para esse quantum de energia). - Considerando que os elétrons so podem saltar entre órbitas bem definidas, é fácil entender por que nos espectros descontínuos aparecem sempre as mesmas raias de cores também bem definidas. Notase, assim a ligação entre matéria e energia (nesse caso energia luminosa). Modelo dos Orbitais Atômicos É notável que o elétron se comporta ora como partícula, ora como onda, dependendo do tipo de experiência. Devemos assim, entender o elétron como um elemento físico que tem comportamento dual – uma onda-partícula. De fato o físico francês De Broglie já havia lançado a seguinte hipótese: A todo elétron em movimento está associada uma onda característica (princípio da dualidade ou de De Broglie) Outra consideração importante é que não se pode medir com boa precisão a velocidade ou posição de corpos muito pequenos, pois os próprios instrumentos de medição alterariam essas determinações. Este é o caso do elétron. Sendo assim, Werner Heisenberg afirmou que “quando maior for a precisão na medida da posição de um elétron, menor será a precisão na medida de sua velocidade e vice-versa”, e enunciou o seguinte princípio: Não é possível calcular a posição e velocidade de um elétron, num mesmo instante (princípio da incerteza ou de Heisenberg). 5 Com a dificuldade de prever a posição exata de um elétron, o cientista Erwin Schrödinger foi levado a calcular a região onde haveria maior probabilidade de encontrar o elétron. Essa região do espaço foi denominada orbital. Resultado fornecido pela simulação por computador de muitas fotografias tiradas dos elétrons do subnível 1s Orbital é a região do espaço ao redor do núcleo onde é máxima a probabilidade de encontrar um determinado elétron. Comecemos com uma analogia. Imagine que colocássemos uma máquina fotográfica próximo a uma colmeia e tirássemos muitas fotografias, a intervalos de tempos regulares. Veríamos um amontoado de pontinho, e cada um deles representaria a posição de uma abelha no momento em que a foto foi tirada. Não faz o menor sentido tentar descobrir qual é a trajetória seguida por uma abelha, muito menos tentar prever sua trajetória futura. Entretanto podemos dizer que há uma grande probabilidade de se encontrar as abelhas muito próximas à colmeia. Como você pode perceber, confirma-se o que foi dito: não dá para falar em trajetória dos elétrons. Eles parecem mover-se de modo desordenado, e o único padrão lógico de movimentação é que eles, na maior parte do tempo, se concentram em uma região esférica. Suponha que, de cada cem pontos que aparecem no desenho, noventa estejam localizados dentro de uma esfera imaginada por nós. A probabilidade de encontrar os dois elétrons 1s dentro dessa esfera é de noventa em cem, ou seja, 90%. Vamos chamar a região interna a essa esfera de orbital 1s. Da mesma maneira se analisarmos as “fotos” dos elétrons 2s, chegaremos a uma conclusão análoga, sendo o orbital 2s uma esfera um pouco maior. Modernamente é possível programar computadores utilizando a equação de Schrödinger para que eles façam uma simulação do resultado que seria obtido caso conseguíssemos tirar muitas fotos dos elétrons em um átomo. Para exemplificar, considere um átomo de neônio. Vamos simbolizar os elétrons, dois a dois, por cores diferentes: 6 Veja agora as “fotografias” dos elétrons do subnível 2p: Assim o conceito matemático de orbital criado pelos cientistas, ajuda a organizar o estudo dos elétrons, o que é fácil perceber pelo seguinte esquema: Pelo que vemos, cada orbital pode conter, no máximo, 2 elétrons. Por quê? Segundo o conceito da física, “quando uma carga elétrica gira ao redor de si mesma, ela se comporta como um ímã”. Admite-se que os elétrons (cargas elétricas negativas) giram ao redor do seu próprio eixo, comportando como pequenos ímãs cujos polos de sinais opostos se atraem, atenuando a repulsão entre as cargas de mesmo sinal. Assim, existem no máximo 2 elétrons em um orbital, não mais do que isso. Como você pode perceber, esses elétrons, dois a dois, apresentam comportamento semelhante. Nesse caso, os orbitais, chamados de orbitais 2p, têm o formato semelhante a dois ovos (formato duplo ovoide). Cada um deles está orientado ao longo de um dos eixos x, y e z. Esses três orbitais juntos compõem o subnível 2p, em que, ao todo, há 6 elétrons. Já sabemos, então que os elétrons presentes na eletrosfera de um átomo encontram-se em níveis de energia formados por subníveis, e estes, por sua vez, formados por orbitais. Cada orbital pode conter no máximo 2 elétrons. 7 Para simplificar, os químicos representam um orbital por quadrado (ou círculo) e os elétrons por flechas, orientadas para cima ou para baixo, representando os dois diferentes sentidos de rotação. Foi criado um conjunto de números, chamados números quânticos, para representar os níveis, subníveis, orbitais e sentidos de rotação. Trata-se de um código matemático que associa valores numéricos às diferentes características de um elétron. 5.1. Os estados energéticos dos elétrons Duas representações para um orbital contendo 2 elétrons Por meio de cálculos matemáticos, chegou-se a conclusão que os elétrons se dispõem ao redor do núcleo atômico, de acordo com o diagrama energético abaixo: Esse diagrama acima fornece alguns dados importantes, como veremos a seguir: 5.1.1. Níveis energéticos São as sete “escadas” que aparecem no diagrama anterior. E correspondem as camadas (K, L, M, N, O, P e Q). Em cada camada, os elétrons possuem uma quantidade fixa de energia e por esse motivo, as camadas também são denominadas estados estacionários ou níveis de energia. Além disso, cada camada comporta um número máximo de elétrons, conforme é mostrado a seguir: 8 5.1.2. Subníveis energéticos São os “degraus” de cada escada existente no diagrama de energia. De cada degrau para o seguinte há, também, aumento no conteúdo de energia dos elétrons. Esses subníveis são identificados pelo chamado número quântico secundário ou azimutal (l), que assume os valores 0, 1, 2 e 3, mas que é habitualmente designado pelas letras s, p, d, f, respectivamente. Atualmente, esses níveis são identificados pelo chamado número quântico principal (n), que é um número inteiro, variando de 1 a 7. 5.1.3.Orbitais Completando o modelo atual da eletrosfera, devemos acrescentar que cada subnível comporta um número diferente de orbitais, de acordo com o diagrama energético mais completo a seguir: Nesse diagrama, cada orbital é representado simbolicamente por um quadradinho. Note que os subníveis (“degraus”) s, p, d, f, contêm sucessivamente 1, 3, 5, 7 (sequência de números ímpares) orbitais. Os orbitais são identificados pelo chamado número quântico magnético (ML ou m). O orbital central é zero e os números são sempre inteiros variando de –l a +l. Segue um exemplo a seguir: 5.1.4. Spin Por fim, cálculos matemáticos provaram que um orbital comporta no máximo dois elétrons. No entanto, surge uma dúvida: se os elétrons são negativos, por que não se repelem e se afastam? A explicação é a 9 seguinte: os elétrons podem girar no mesmo sentido ou em sentidos opostos, criando campos magnéticos que os repelem ou os atraem. Essa rotação é conhecida como spin (do inglês spin, girar): Como segundo exemplo, observe o diagrama parcial abaixo: Neste diagrama, o elétron que está assinalado ( ) tem os seguintes números quânticos: Daí a afirmação conhecida como princípio da exclusão de Paull: “Um orbital comporta no máximo dois elétrons, com spins contrários”. Desse modo, a atração magnética entre os dois elétrons contrabalança a repulsão elétrica entre eles. O spin é identificado pelo chamado número quântico de spin (Ms ou s), cujos valores são -1/2 e +1/2. Normalmente, a representação dos elétrons nos orbitais é feita por meio de uma seta: Esse elétron será representado simbolicamente por: Indica a quantidade de elétrons existentes nesse subnível Indica o número quântico principal Indica o número quântico secundário Representa, por convenção, um elétron com spin negativo s = -1/2 Representa, por convenção, um elétron com spin positivo s = +1/2 5.1.5. Identificação dos elétrons Resumindo, podemos dizer que cada elétron da eletrosfera é identificado por seus quatro números quânticos: • o número quântico principal: n • o número quântico magnético: m ou Ml • o número quântico secundário: l • o número quântico do spin: s ou Ms Por exemplo, os dois elétrons do elemento hélio têm os seguintes números quânticos: Por analogia, podemos dizer que um elétron é localizado por seus quatro números quânticos, da mesma maneira que uma pessoa é localizada por seu endereço — nome da rua, número do prédio, andar e número do apartamento. Assim, podemos enunciar o princípio da exclusão de Pauli: “Num átomo, não existem dois elétrons com os quatros números quânticos iguais.” No preenchimento dos orbitais, outra regra importante é a chamada regra de Hund ou da máxima multiplicidade, que diz: “Em um mesmo subnível, de ínicio, todos os orbitais devem receber seu primeiro elétron, e só depois cada orbital irá receber seu segundo elétron.” 10 Assim, a ordem de entrada dos seis elétrons num orbital do tipo p será: Consideremos, como exemplo, a distribuição dos 26 elétrons de um átomo de ferro (Z = 26). Aplicando o diagrama de Pauling, temos: Por fim, é importante não confundir: • elétron mais afastado do núcleo (ou elétron de valência) é aquele com maior valor do número quântico principal (n); • elétron mais energético é aquele situado no nível (n) ou subnível (l) de maior energia, o que é dado pela soma n + l. Por exemplo, na distribuição eletrônica do átomo de escândio, temos: O que foi feito? Apenas o seguinte: percorremos as diagonais, no sentido indicado, colocando o número máximo de elétrons permitido em cada subnível, até inteirar os 26 elétrons que o ferro possui. De fato, veja que, no último orbital atingido (3d), nós colocamos apenas seis elétrons, com os quais completamos a soma 26 elétrons, e não 10 elétrons, que é o máximo que um subnível d pode comportar. Essa é a distribuição dos elétrons num átomo de ferro considerado em seu estado normal ou estado fundamental. Para indicar, de modo abreviado, essa distribuição eletrônica, escrevemos: 5.2. Distribuição Eletrônica 5.2.1. Distribuição eletrônica nos átomos neutros A distribuição dos elétrons em um átomo neutro pode ser feita pelo diagrama dos níveis energéticos, que vimos no item anterior. No entanto, o cientista Linus Pauling imaginou um diagrama que simplifica essa tarefa e que passou a ser conhecido como diagrama de Pauling: Reparem que escrevemos os subníveis 1s, 2s, 2p ... em ordem crescente de energia e colocamos um “expoente” para indicar o número total de elétrons existente em cada subnível considerado. Evidentemente, a soma dos “expoentes” é igual a 26, que é o número total de elétrons do átomo de ferro. Veja também que, somando os “expoentes” em cada linha horizontal, obtemos o número total de elétrons existentes em cada camada ou nível eletrônico do ferro. Podemos, então, concluir que a distribuição eletrônica do átomo de ferro, por camadas, é: 5.2.2. Distribuição eletrônica nos íons A distribuição eletrônica nos íons é semelhante à dos átomos neutros. No entanto, é importante salientar que os elétrons que o átomo irá ganhar ou perder (para se transformar num íon) serão recebidos ou retirados da última camada eletrônica, e não do subnível mais energético. Assim, por exemplo, o 11 átomo de ferro (número atômico = 26) tem a seguinte distribuição eletrônica: Quando o átomo de enxofre ganha 2 elétrons e se transforma no íon S²-, este terá a seguinte distribuição eletrônica: Ou Ou 6. Propriedades Periódicas Quando o átomo de ferro perde 2 elétrons e se transforma no íon Fe²+, este terá a seguinte distribuição eletrônica: a) Raio atômico Essa propriedade se relaciona com o tamanho do átomo, e para comparar esta medida é preciso levar em conta dois fatores: - Quanto maior o número de níveis, maior será o tamanho do átomo; Ou - O átomo que apresenta maior número de prótons exerce uma maior atração sobre seus elétrons. Evidentemente, se o átomo de ferro perder 3 elétrons e se transformar no íon Fe³+, este terá a seguinte distribuição eletrônica: b) Energia de Ionização Ou Energia necessária para remover um ou mais elétrons de um átomo isolado no estado gasoso: quanto maior o tamanho do átomo, menor será a energia de ionização. - Em uma mesma família esta energia aumenta de baixo para cima; Consideremos agora o caso de formação de um íon negativo, digamos, por exemplo, S²-. O enxofre (número atômico = 16) tem a seguinte distribuição eletrônica: Ou - Em um mesmo período a Energia de Ionização aumenta da esquerda para a direita. c) Afinidade Eletrônica É a energia liberada quando um átomo no estado gasoso (isolado) captura um elétron. Em uma família ou período, quanto menor o raio, maior a afinidade 12 eletrônica. O cátion Na possui pólo (+) que atrai partículas (-). Vejamos agora a polaridade presente nas ligações iônicas e covalentes: Ligação iônica: neste tipo de ligação a transferência de elétrons é definitiva e por isso os compostos iônicos, como o próprio nome já diz, são carregados de cargas positivas e negativas e, portanto, apresentam pólos. A esta definição se aplica a regra: Toda ligação iônica é uma ligação polar. d) Eletronegatividade Força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação. Na tabela periódica a eletronegatividade aumenta de baixo para cima e da esquerda para a direita. Essa propriedade se relaciona com o raio atômico, sendo que, quanto menor o tamanho de um átomo, maior será a força de atração sobre os elétrons. Ligação covalente: os pólos neste caso estão associados à eletronegatividade. - Se a ligação covalente for entre átomos de mesma eletronegatividade, a ligação será apolar, porque não ocorre formação de pólos. Exemplo: Br ─ Br Como se trata da ligação entre elementos iguais (Bromo) e com mesma eletronegatividade, o composto se classifica como apolar. - Agora, se a ligação covalente for entre átomos com eletronegatividades diferentes, a ligação será polar. Esta diferença induz o acúmulo de carga negativa ao redor do elemento mais eletronegativo, gerando assim, pólos na molécula. A escala de eletronegatividade de Pauling facilita nosso estudo: Ligações Químicas A natureza da ligação química é revelada a partir da estrutura eletrônica dos átomos, mostrando como esta afeta as propriedades macroscópicas das substâncias. Os três tipos mais comuns de ligações químicas, consideradas fortes e que estão presentes na maioria das moléculas (ligação iônica, ligação covalente e ligação metálica), são discutidas em detalhe. Valência Na química, valência é um número que indica a capacidade que um átomo de um elemento tem de se combinar com outros átomos, capacidade essa que é medida pelo número de elétrons que um átomo pode dar, receber, ou compartilhar de forma a constituir uma ligação química. Isto está relacionado com o número de espaços omissos nas camadas eletrônicas do átomo. Os adjetivos que descrevem as valências atômicas usam prefixos gregos, como mono, bi, tri e tetra, para valências iguais a 1, 2, 3, 4. Polaridade das ligações Chamamos de polaridade a capacidade que as ligações possuem de atrair cargas elétricas, e o local onde ocorre este acúmulo denominamos de pólos, estes se classificam em pólos negativos ou positivos. A eletronegatividade é crescente no sentido da seta. Temos um memorando que pode auxiliar na memorização desta escala: “Fui Ontem No Clube, Briguei I Saí Correndo Para o Hospital”. As letras em destaque representam os elementos em escala decrescente de eletronegatividade. Quanto maior a diferença de eletronegatividade, maior será a polaridade da ligação. Ligação iônica A ligação iônica é formada pela atração eletrostática entre íons de cargas opostas, positivos (cátions) e negativos (ânions). Nesta ligação a transferência de elétrons é definitiva. A ligação iônica ocorre quando um elemento metálico reage com um ametálico. Os metais doam seus elétrons de última camada, esses serão recebidos pelos ametais. Vejamos como: - Metais que possuem 1, 2, ou 3 elétrons na última camada se ligam com ametais que possuem 5, 6 ou 7 elétrons. 13 - Para formar a ligação iônica é necessário que um dos átomos possua uma tendência de ceder elétrons, enquanto outro tenha a tendência de receber elétrons. Os átomos com tendência a ceder elétrons são os metais das famílias IA, IIA, IIIA, e os átomos que recebem elétrons são os ametais que apresentam quatro, cinco, seis e sete elétrons na camada de valência. Como se formam compostos iônicos? - Arranjos entre compostos iônicos formam substâncias iônicas. Tudo começa quando os íons unem-se devido às forças de atração eletrostática. Se observarmos por um microscópio, perceberemos a formação de retículos cristalinos, que são aglomerados de íons de forma geométrica bem definida. - Os sais e outros grupos de minerais possuem íons que formam compostos iônicos e, consequentemente, substâncias iônicas. A formação do sal de cozinha (cloreto de sódio) a partir de átomos de sódio (Na) e de cloro (Cl) é o exemplo que mais representa uma ligação iônica. O átomo de sódio consegue a estabilidade eletrônica quando perde um elétron, originando o íon Na+. O átomo de cloro atinge a estabilidade quando recebe um elétron, originando o íon Cl-. + Os compostos constituídos pelos íons (Na e Cl ) são designados compostos iônicos, por serem eletronicamente estáveis, ou seja, ocorre uma interação eletrostática entre eles (cargas com sinal contrário se atraem): + Ligação covalente Esse tipo de ligação se forma quando os átomos envolvidos tendem a receber elétrons. Os pares eletrônicos são unidos devido o compartilhar de seus elétrons, uma vez que é impossível todos os átomos receberem elétrons sem cedê-los. O par eletrônico é formado por um elétron de cada átomo e pertence simultaneamente aos dois átomos. As moléculas são estruturas eletricamente neutras constituídas pela não ocorrência tanto de ganho quanto de perda de elétrons, formando assim estrutura eletronicamente neutra. Por essa razão, essa ligação também é designada molecular. A água (H2O) é um composto molecular determinado pela ligação de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio: H−O−H A molécula H2 é estável (isto é, os átomos não se separam) porque há um equilíbrio entre as forças de atração elétrica (entre núcleos e elétrons) e as forças de repulsão elétrica (entre os dois núcleos e entre os dois elétrons), como ilustramos na figura a seguir. - Na + Cl → NaCl Os compostos iônicos em geral apresentam altos pontos de fusão e ebulição, são sólidos duros e quebradiços e solubilizam-se facilmente em solventes polares. Na ligação covalente, entre átomos iguais, podemos falar também em raio covalente (r), como a metade do comprimento da ligação (d), isto é, metade da distância que separa os dois núcleos. No caso em que a ligação é entre átomos diferentes, o comprimento da ligação (d) será a soma dos raios covalentes (r1+r2) dos átomos envolvidos na covalência. O assunto na verdade é mais complicado, pois o raio covalente de um átomo pode variar conforme ele venha a se ligar a átomos diferentes. 14 Ligação Covalente Dativa: também recebe o nome de Ligação Covalente Coordenada, ela é representada por um pequeno vetor (seta) e ocorre quando um dos átomos apresenta seu octeto completo e outro necessita adquirir dois elétrons para completá-lo. Essa ligação obedece à Teoria do Octeto: Os átomos se unem tentando adquirir oito elétrons na camada de valência, ou seja, a configuração eletrônica dos gases nobres. Sendo assim, um átomo que já atingiu a estabilidade eletrônica se une a outro que necessite de elétrons para completar a camada de valência. Um exemplo dessa ligação é quando um átomo de enxofre (S) se liga a dois de oxigênio (O) para formar o dióxido de enxofre (SO2). O=S→O A ligação se forma porque é estabelecida uma dupla ligação do enxofre com um dos oxigênios que necessita de atingir a estabilidade eletrônica, ou seja, oito elétrons na camada de valência (Regra do octeto). A ligação dativa é representada pela seta, onde o enxofre compartilha um par de seus elétrons com o outro oxigênio. Formula de compostos covalentes De modo geral, a montagem das fórmulas dos compostos covalentes, a partir das configurações eletrônicas de seus átomos formadores, não é um problema simples. A Classificação Periódica pode, todavia, ajudar na formulação dos compostos de estrutura mais simples. Veja na tabela. Com um pouco de prática evidentemente poderemos escrever fórmulas estruturais de substâncias mais complicadas, como, por exemplo: 15 Note que estamos constantemente utilizando três tipos de fórmula para um mesmo composto químico. Veja o exemplo do ácido sulfúrico: Esses casos só ocorrem quando o átomo central é relativamente grande, para que possa acomodar tantos elétrons ao seu redor. Por isso, essa chamada camada de valência expandida só aparece em elementos do 3º período da Tabela Periódica para baixo. • Há poucos compostos em que a camada de valência é completada com número ímpar de elétrons. Por exemplo, no caso dos compostos NO, NO2 e ClO2 temos 7 elétrons ao redor do nitrogênio e do cloro: Exceções à regra do octeto Hoje são conhecidos compostos que não obedecem à regra do octeto. • Em alguns casos, as ligações se completam com menos de 8 elétrons. Isso acontece com o berílio (Be) e o boro (B), que, em certas moléculas não apresenta o octeto completo. Exemplos: Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos na Camada de Valência Os pares de elétrons existentes ao redor do átomo central de uma molécula tenderão a se afastar ao máximo, pois, possuindo todas as cargas do mesmo sinal (negativo), eles se repelem mutuamente. • Em outros casos, as ligações perfazem mais do que 8 elétrons. Ocorre geralmente com o fósforo (P) e o enxofre (S), que, em certas moléculas, aparecem com 10 e 12 elétrons na camada de valência. Assim, se houver dois pares de elétrons ao redor do átomo central, eles tenderão a ficar de lados opostos, graças a essa repulsão. Se forem três pares, eles terão as posições dos vértices de um triângulo equilátero imaginário e, se forem quatro, as posições dos vértices de um tetraedro também imaginário. Para determinar a geometria de uma molécula, a Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos da Camada de Valência propõe uma sequência de passos que leva em conta as ideias que acabamos de expor: Exemplos: Escreva a fórmula eletrônica da substância e conte quantos pares de elétrons existem ao redor do átomo central. Escolha a disposição geométrica que distribua esses pares de elétrons, assegurando a máxima distância entre eles. Apesar de serem os pares de elétrons que determinam a distribuição geométrica ao 16 redor do átomo central, a geometria molecular é uma expressão da posição relativa dos núcleos dos átomos nelas presentes. Assim, considerando apenas os átomos unidos ao átomo central (e ignorando, portanto, os pares dos elétrons não usados em ligações), determinamos, finalmente a geometria da molécula. consequentemente, a geometria da molécula será linear. Portanto, podemos fazer uma dedução sobre como será a geometria molecular de grande parte das moléculas se levarmos em consideração a quantidade de átomos existentes nas moléculas, e as ligações que o átomo central realiza, verificando se ele possui ou não pares de elétrons. Veja os exemplos a seguir: Obs.: no caso de uma molécula biatômica, isto é, formada apenas por dois átomos, a geometria é necessariamente linear, pois não há outro arranjo possível. Determinação da geometria das moléculas A geometria das moléculas mostra a disposição dos átomos no espaço e é importante para determinar várias características e propriedades das substâncias. A geometria molecular mostra a disposição espacial dos átomos em uma molécula. As moléculas das substâncias não são todas retas, como se estivessem em um único plano. Afinal de contas, elas estão espalhadas no espaço e seus átomos adquirem arranjos ou disposições diferentes. Assim, existem formas geométricas variadas para as moléculas de cada tipo de substância. Moléculas com 2 átomos: sempre será linear Por exemplo: H─H H ─ Cl C≡O Molécula com 3 átomos: angular ou trigonal Se o átomo central possuir um par de elétrons não ligantes a geometria será angular, como ocorre no caso da molécula de SO2: Uma das formas mais simples de se determinar a geometria de uma molécula é com base na teoria de repulsão dos pares de elétrons da camada de valência (RPECV). Segundo essa teoria, os pares de elétrons do átomo central funcionam como nuvens eletrônicas que se repelem mutuamente. Desse modo, elas ficam orientadas na maior distância possível umas das outras. A geometria molecular dependerá da quantidade de pares eletrônicos ao redor do átomo central. Essa nuvem eletrônica pode ser de elétrons que participam de ligações (simples, duplas ou triplas) e também que não participam. Assim, temos: Considere a nuvem eletrônica mais escura como representando pares de elétrons que não participam das ligações, e as claras como sendo pares de elétrons que participam das ligações. Ajuda pensar nessa nuvem como se fosse uma bexiga ou bexigas amarradas, sendo que o átomo central fica no centro delas. Por exemplo, em uma molécula que possui apenas duas nuvens eletrônicas ao redor do átomo central, a maior distância possível entre elas é um ângulo de 180º e, Molécula com 4 átomos: trigonal plana (ou triangular) ou piramidal (ou pirâmide trigonal) Se o átomo central não possuir par de elétrons desemparelhados (não ligantes) a geometria molecular é trigonal plana (ou triangular). Observe o exemplo do BF3: 17 num ângulo de 90º e outras de 120º, formando uma bipirâmide de base triangular: Molécula com 7 átomos: octaédrica Exemplo: hexafluoreto de enxofre (SF6), cujos ângulos são de 90º. Se o átomo possuir pares de elétrons não ligantes, a geometria da molécula será piramidal (ou pirâmide trigonal), como no caso da amônia: Ligação metálica Ligação metálica é a ligação entre metais e metais. Formam as chamadas ligas metálicas que são cada vez mais importantes para o nosso dia-a-dia. No estado sólido, os metais se agrupam de forma geometricamente ordenados formando as células, ou grades ou retículo cristalino. Uma amostra de metal é constituída por um grande número de células unitárias formadas por cátions desse metal. Na ligação entre átomos de um elemento metálico ocorre liberação parcial dos elétrons mais externos, com a consequente formação de cátions, que formam as células unitárias. Molécula com 5 átomos: tetraédrica Exemplo da geometria do metano: Esses cátions têm suas cargas estabilizadas pelos elétrons que foram liberados e que ficam envolvendo a estrutura como uma nuvem eletrônica. São dotados de um certo movimento e, por isso, chamados de elétrons livres. Essa movimentação dos elétrons livres explica por que os metais são bons condutores elétricos e térmicos. A consideração de que a corrente elétrica é um fluxo de elétrons levou à criação da Teoria da Nuvem Eletrônica ou Teoria do “Mar” de elétrons. Pode-se dizer que o metal seria um aglomerado de átomos neutros e cátions, mergulhados numa nuvem ou “mar” de elétrons livres. Esta nuvem de elétrons funcionaria como a ligação metálica, que mantém os átomos unidos. Molécula com 6 átomos: bipirâmide trigonal ou pirâmide triangular. Um exemplo é o pentacloreto de fósforo (PCl5), que possui algumas ligações entre o fósforo e o cloro 18 Célula unitária (CCC) São estas ligações e suas estruturas que os metais apresentam uma série de propriedades bem características, como por exemplo, o brilho metálico, a condutividade elétrica, o alto ponto de fusão e ebulição, a maleabilidade, a ductilidade, a alta densidade e a resistência a tração. As ligas metálicas são a união de dois ou mais metais. Às vezes com não-metais e metais. As ligas têm mais aplicação do que os metais puros. Algumas Ligas - bronze (cobre + estanho) – usado em estátuas, sinos. METAIS COM A ÁGUA: o Metais alcalinos fazem reação muito violenta (perigo!) com a água, mesmo a frio. o Metais alcalino-terrosos fazem reação branda com a água, a frio. o O magnésio faz reação muito lenta com a água fria; com a água quente é mais rápida, porém branda. o Os metais menos reativos que o Mg e mais reativos que o H só reagem com vapor de água a alta temperatura. o Os metais menos reativos que o H não reagem com a água em nenhuma condição. Reação de dupla troca: AB CD AD CB A reação de dupla troca ocorre quando AD e/ou CB for: - aço comum (ferro + 0,1 a 0,8% de carbono) – com maior resistência à tração, é usado em construção, pontes, fogões, geladeiras. o menos solúvel o eletrólito mais fraco o mais volátil que AB e/ou CD. SOLUBILIDADE EM ÁGUA Regras de solubilidade em água : - aço inoxidável (ferro + 0,1 de carbono + 18% de cromo + 8% de níquel) – não enferruja (diferente do ferro e do aço comum), é usado em vagões de metrô, fogões, pias e talheres. Reações Inorgânicas REAÇÃO QUÍMICA: Reação química é a união de dois ou mais átomos, moléculas ou íons, união esta que resulta em uma alteração química. INDÍCIOS DE OCORRÊNCIA DE UMA REAÇÃO: mudança de coloração no sistema e/ou liberação de gás (efervescência) e/ou precipitação (formação de composto insolúvel). TIPOS DE REAÇÃO: REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO E SAIS: Síntese ou adição: Decomposição ou análise: Deslocamento: aA bB cC cC aA bB Reação de simples troca: AB C AC B C é mais reativo que B AB C CB A C é mais reativo que A 1.REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL: + Cada H do ácido é neutralizado por cada OH da base. H OH H2O 2 H 2OH 2H2O Para equacionar a neutralização total corretamente, devemos: + 1ºIgualar n° de H igual número de OH que é igual ao número de H2O. 2°Escrever a fórmula do sal formado. 19 EXEMPLOS: HC NaOH NaC H2O H2SO4 2KOH K 2SO4 2H2O 2 H3PO4 3 Ca OH2 Ca3 PO4 2 6H2O H2CO3 Fe OH2 FeCO3 2 H2O A partir das equações de neutralização podemos dar nome aos sais formados: nome do sal = ânion de cátion O H3PO2 apresenta apenas um hidrogênio ionizável, basta apenas uma hidroxila para que sua neutralização seja total. H3PO2 NaOH NaH2PO3 H2O NaH2PO3 (hipofosfito de sódio)É um sal neutro ou normal, pois não apresenta hidrogênio ionizável. NÚMERO DE OXIDAÇÃO (NOX) TERMINAÇÃO DO ÁCIDO TERMINAÇÃO DO ÂNION OSO ICO ICO ATO ÍDRICO ETO 2.NEUTRALIZAÇÃO PARCIAL DO ÁCIDO: Ocorre quando há ácido em excesso. H2CO3 NaOHNaHCO3 H2O NaHCO3: Hidrogeno carbonato de sódio ou carbonatomonoácido de sódio ou bicarbonato de sódio. O NaHCO3 é um sal ácido, ou hidrogenossal, pois apresenta hidrogênio ionizável. É o número que indica a carga real, para os íons ou carga parcial para átomos em ligações covalentes. CÁLCULO DO NOX: Segue algumas tabelas que mostram regras que facilitarão o estudo a respeito de nox. E sua principais aplicações tais quais o balanceamento pelo método redox, visto a diante. NOX ELEMENTOS 0 Substâncias Simples +1 +2 +3 Alcalinos, Ag e H Alcalinos Terrosos, Zn, Cd Alumínio -1 Família 7A -2 Família 6A EXCEÇÕES 3.NEUTRALIZAÇÃO PARCIAL DA BASE: Ocorre quando há base em excesso. HC Mg OH2 Mg OH C H2O Mg(OH)Cℓ: hidróxicloreto de magnésio ou cloretobásico de magnésio. O Mg(OH)Cℓ é um sal básico, pois apresenta hidroxila (OH ). NaCℓ é um sal neutro ou normal, não apresenta hidrogênio ionizável nem hidroxila. CuSO4.5H2O é um sal hidratado. NOX ELEMENTOS -1 H + metal -1 Oxigênio nos peróxidos Nos íons formados por um elemento, o nox é igual a carga. ÍON Cu+2 Fe+3 NOX Cu = + 2 Fe = + 3 KAℓ(SO4)2 é um sal duplo, pois apresenta dois cátions: + +3 K e Aℓ . 4. CASOS PARTICULARES: OXIDAÇÃO É o fenômeno que indica que uma espécie química perdeu elétrons, tendo aumento do seu número de oxidação. O H3PO3 apresenta apenas dois hidrogênios ionizáveis, basta apenas duas hidroxilas para que sua neutralização seja total. H3PO3 2 NaOH Na2HPO3 2H2O Na2HPO3 (fosfito de sódio)É um sal neutro ou normal, pois não apresenta hidrogênio ionizável. REDUÇÃO É o fenômeno que indica que uma espécie química ganhou elétrons, tendo diminuição do seu número de oxidação. 20 MÉTODO REDOX: nos esquecendo de efetuar a multiplicação dos ΔNox pelos índices. Observe: Definições básicas: Oxidação: Significa perder elétrons. Redução: Significa ganhar elétrons. Mn:ΔNox = 5 x 1 = 5 Br:ΔNox = 1 x 2 = 2 Em uma reação, a espécie que sofre oxidação é chamada de agente redutor e a espécie que sofre redução é chamada de agente oxidante. A espécie que sofre oxidação aumenta o seu Nox e a espécie que sofre redução diminui o seu Nox. Definição de Reação de Oxirredução: É a reação na qual elementos sofrem variações nos seus números de oxidação devido a ocorrência de transferência de elétrons. Regras para acertar os coeficientes de uma reação de Oxirredução: KMnO4+ HBr → KBr + 2MnBr2 + H2O + 5Br2 O balanceamento segue por tentativa, obedecendo, se possível, a ordem abaixo ao acertar os coeficientes: metais, ametais, hidrogênio e oxigênio. 2KMnO4+ 16HBr → 2KBr + 2MnBr2 + 8H2O + 5Br2 Assim os coeficientes são (2, 16, 2, 2, 8, 5). Agente Oxidante: KMnO4. Agente Redutor: HBr. 1. Calcular os Nox’s; 2. Determinar as espécies que sofreram variação do Nox; Estequiometria 3. Calcular as variações do Nox. (ΔNox); 4. Escolher um lado para começar o balanceamento e aí fazer a inversão dos ΔNox; 5. Ao escolher o lado para começar o balanceamento, devemos escolher o lado em que os índices das espécies que sofreram variação do Nox são maiores. Devemos multiplicar o ΔNox por esses índices que correspondem ao número de átomos do elemento no composto; 6. Continuar o balanceamento pelo método da tentativa. EXEMPLO: Faça o balanceamento da reação oxirredução representada pela equação abaixo: 1 7 2 1 1 1 1 2 1 1 2 de 0 1. GRANDEZAS QUÍMICAS 1.1 Massa Atômica A massa atômica, ou mais corretamente a massa do átomo de um dado isótopo (também chamada de peso atômico) é a massa deste átomo em seu estado fundamental. Esta massa é expressa em unidade de massa atômica (representada pelo símbolo uma ou simplesmente u). Explicações: Pela definição de u (unidade de massa atômica), sabe-se que u é a massa comparada com 1/12 da massa do Carbono-12. Como a massa atômica é expressa em u, ela indica quantas vezes a massa de um átomo é maior que 1/12 da massa de Carbono-12. Ex.: A massa atômica de um dado isótopo do Flúor é 19 u, isto indica que o isótopo em questão é 19 vezes "mais pesado" que 1/12 da massa do Carbono-12. KMnO4 HBr KBr MnBr 2 H2 O Br 2 Obs.: Atualmente o termo "peso atômico" deve ser evitado. Espécies que sofreram variação do Nox: 1.2 MASSA MOLECULAR: A massa molecular de uma substância é determinada pela soma das massas atômicas dos elementos que fazem parte dessa molécula. Redução Mn : +7 → +2 ΔNox = 5 Oxidação Br: -1 → 0 ΔNox = 1 Exemplos: Observando a equação, podemos perceber que o Mn e o Br, no primeiro membro da equação, apresentam índice 1. No segundo membro da equação, o Mn continua com índice 1, porém, o Br apresenta índice 2. Sendo assim, devemos escolher o segundo membro pra iniciar o balanceamento, não C12H22O11 C 12 u x 12 = 144 u H 1u x 22 = 22 u O 16 u x 11 = 176 u ------------------------------M.M. = 342 u 21 Assim, quando dizemos que a Sacarose (C12H22O11) tem massa molecular 342 u é porque a massa de sua molécula é 342 vezes 1/12 da massa do isótopo 12 do carbono. H2 SO4 = 98 g/mol (98 g por mol) 98g é a massa de 6.10 23 moléculas de H2SO4 1mol de H2SO4=98g =6.10 23 moléculas de H2SO4 1.3 MOL – NÚMERO DE AVOGADRO: De acordo com o sistema internacional de unidades (SI): MOL é a quantidade de matéria de um sistema. O número de algo qualquer existente em um mol é 23 igual a 6,02 x 10 (602 000 000 000 000 000 000 000). Esse número é denominado NÚMERO DE AVOGADRO. Exemplos: 1 mol de elétrons 1 mol de bananas 1 mol de nêutrons 1 mol de átomos 1 mol de íons 1 mol de moléculas 1 mol de fórmulas Ex2: DADOS: Ca = 40 P = 31 O = 16 23 são 6,02 x 10 elétrons 23 são 6,02 x 10 bananas 23 são 6,02 x 10 nêutrons 23 são 6,02 x 10 átomos 23 são 6,02 x 10 íons 23 são 6,02 x 10 moléculas 23 são 6,02 x 10 fórmulas 23 1.4 MASSA MOLAR: Massa de um mol (6,02 x 10 ) A massa molar do Ca3 (PO4)2 = 310 g 1.4.1 MASSA MOLAR DE UM ELEMENTO QUÍMICO: Ca3 (PO4)2 = 310 g/mol (310 g por mol) É a massa em gramas numericamente igual a sua massa atômica. Exemplo: Sódio (Na) Massa Atômica = 23 u Massa Molar = 23g/mol (massa de 6,02 x 1023 átomos de sódio) 1.5 A MASSA MOLAR DE UMA SUBSTÂNCIA 310g é a massa de 6.10 23 moléculas de Ca3 PO4)2 23 1mol de Ca3(PO4)2 =310g = 6.10 Ca3(PO4)2 moléculas de 1.6 VOLUME MOLAR É o volume ocupado por 1 mol de qualquer gás submetido a uma determinada temperatura e pressão. É a massa em gramas numericamente igual a sua massa molecular. 1.7 CONSTANTE DE AVOGADRO: Para determinarmos a massa molar das moléculas temos que multiplicar o índice de cada elemento pela sua massa atômica e depois devemos somar os resultados. Antigamente conhecida como número de Avogadro (em homenagem a Amedeo Avogadro), é uma constante fundamental que representa um mol de entidades elementares (átomos, moléculas, íons, elétrons ou partículas), que é aproximadamente igual a 6,02 × 1023. Ex1: DADOS: H=1 S = 32 O = 16 2. CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO É o cálculo das quantidades de reagentes e/ou produtos envolvidos em uma reação química efetuado com o auxílio da equação química correspondente. A relação quantitativa entre as espécies é estabelecida pelos seus coeficientes estequiométricos. 22 2.1 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 3°) passo: Para resolução de problemas estequiométricos devese seguir as etapas seguintes. 1-Escrever a equação da reação química; 2-Ajustar os coeficientes da equação; 3-Destacar 2 substâncias para trabalhar: a da pergunta e a do dado fornecido; 4-Estabelecer relação quantitativa entre essas 2 substâncias, usando os seus coeficientes estequiométricos; x = 588g de H2SO4 5-Resolver o problema usando regra de três com o dado fornecido e a pergunta do problema; Relacionar a massa de ácido com a massa de alumínio, como no 3° passo. Antes, no 1° e no 2°passo, transformar o número de mol em gramas. # Relembrando 2.2 RELAÇÕES MOLARES 1 mol -> Exemplos: 1) 108g de metal alumínio reagem com o ácido sulfúrico, produzindo o sal e hidrogênio, segundo a reação abaixo: REAÇÃO N2 + 3H2 Mol1Mol + 3Mol 23 23 Moléculas- 6 x10 + 18 x10 Massa - 28g + 6g Volume – 22,4L + 67,2L 2NH3 2Mol 23 12 x10 34g 44,8L 2.3 PUREZA DOS REAGENTES ( GRAU DE PUREZA) O cálculo de pureza é feito para determinar a quantidade de impurezas que existem nas substâncias. Estes cálculos são muito utilizados, já que nem todas as substâncias são puras. Exemplo: Uma amostra de calcita, contendo 80% de carbonato de cálcio, sofre decomposição quando submetida a aquecimento, de acordo com a reação: Determine: a) o balanceamento da equação: Qual massa de óxido de cálcio obtida a partir da queima de 800g de calcita? Isto quer dizer que 2 mol de Al reage com 3 mol de H2SO4 reagindo com 1 mol de Al2(SO4)3 e 3 mol de H2 b) a massa o ácido sulfúrico necessária para reagir com o alumínio: 1°) passo: 2°) passo: x = 640g de CaCO3 23 Para o restante do cálculo, utiliza-se somente o valor de CaCO3 puro, ou seja, 640g. x = 336g de Fe Cálculo de Rendimento: x = 358,4g de CaO 2.4 RENDIMENTO É comum, nas reações químicas, a quantidade de produto ser inferior ao valor esperado. Neste caso, o rendimento não foi total. Isto pode acontecer por várias razões, como por exemplo, má qualidade dos aparelhos ou dos reagentes, falta de preparo do operador, etc. O cálculo de rendimento de uma reação química é feito a partir da quantidade obtida de produto e a quantidade teórica (que deveria ser obtida). Quando não houver referência ao rendimento de reação envolvida, supõe-se que ele tenha sido de 100%. Exemplo: Num processo de obtenção de ferro a partir do minério hematita (Fe2O3), considere a equação química não-balanceada: Utilizando–se 480g do minério e admitindo-se um rendimento de 80% na reação, a quantidade de ferro produzida será de: x = 268,8g de Fe 2.5 REAGENTE LIMITANTE E EM EXCESSO Para garantir que a reação ocorra e para ocorrer mais rápido, é adicionado, geralmente, um excesso de reagente. Apenas um dos reagentes estará em excesso. O outro reagente será o limitante. Estes cálculos podem ser identificados quando o problema apresenta dois valores de reagentes. É necessário calcular qual destes reagentes é o limitante e qual deles é o que está em excesso. Depois de descobrir o reagente limitante e em excesso, utiliza-se apenas o limitante como base para os cálculos estequiométricos. Exemplos: 1) Zinco e enxofre reagem para formar sulfeto de zinco de acordo com a seguinte reação: Reagiu 30g de zinco e 36g de enxofre. Qual é o regente em excesso? Equação Balanceada: Balancear a reação química: Dados: 1Fe2O3 = 480g 2Fe = x (m) com 80% de rendimento MM Fe2O3 = 160g/mol MM Fe = 56g/mol Dados: Zn = 30g S = 36g Transformar a massa em gramas para mol: 24 -Diluídas – A proporção do soluto é pequena em relação ao solvente. -Concentradas – A proporção do soluto é grande em relação ao solvente. 1.2 SOLUBILIDADE Pela proporção da reação 1mol de Zn reage com 1mol de S. Então 0,46mol de Zn reage com quantos mols de S? Pode ser feita uma regra de três para verificar qual regente está em excesso: x = 0,46mol de S Então 1mol de Zn precisa de 1mol de S para reagir. Se temos 0,46mol de Zn, precisamos de 0,46mol de S, mas temos 1,12mol de S. Concluímos que o S está em excesso e, portanto o Zn é o regente limitante. 2) Quantos gramas de ZnS será formado a partir dos dados da equação acima? Para resolver esta pergunta, utiliza-se somente o valor do reagente limitante. -As moléculas ou íons do soluto separam-se, permanecendo dispersos no solvente. -Substâncias diferentes se dissolvem em quantidades diferentes, numa mesma quantidade de solvente, na mesma temperatura. -A solubilidade de uma substância nem sempre aumenta com o aumento de temperatura. -A solubilidade dos gases nos líquidos aumenta à proporção que a temperatura diminui e a pressão aumenta. -Coeficiente de solubilidade – Quantidade máxima de soluto numa dada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura. -Solução saturada – Contém uma quantidade de soluto igual ao coeficiente de solubilidade, numa dada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura. -Solução não-saturada ou insaturada – Contém uma quantidade de soluto inferior ao coeficiente de solubilidade, numa dada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura. -Solução supersaturada: - Contém a quantidade de soluto superior ao coeficiente de solubilidade, numa dada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura. - É preciso deixar a solução saturada/insaturada e depois resfriá-la, ou deixá-la supersaturada e depois aquecê-la. Altamente instável – Agitando ou adicionando um pouco de soluto, haverá uma precipitação de quantidade exata à quantidade acima do coeficiente de solubilidade. x = 44,68g de Zn Soluções 1. SOLUÇÕES 1.1 CLASSIFICAÇÃO - Estado físico: - Soluções sólidas; - Soluções líquidas; - Soluções gasosas. Solução com corpo de fundo – Contém a quantidade de soluto superior ao coeficiente de solubilidade, numa dada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura. 1.3 CURVA DE SOLUBILIDADE -Gráficos que apresentam a variação dos coeficientes de solubilidade das substâncias em função da temperatura. - Este gráfico é um exemplo do que acontece com a maioria das substâncias; nem sempre a solubilidade de uma substância aumenta com o aumento de temperatura; - Alguns gráficos são totalmente diferentes que este, mas o processo é o mesmo: quem está encima da 25 curva do gráfico está saturado com corpo de fundo, quem está na curva, saturado, e quem está abaixo, insaturado. Na concentração comum, calcula-se apenas a msoluto, ou seja, m1. 1.4.3 Título, Porcentagem em Massa (t) Mais utilizado em indústrias químicas e farmacêuticas. Relação entre a massa do soluto e da solução. Resposta em porcentagem: Figura 1 :curva de solubilidade Concentrações extremamente pequenas – Partes por milhão (ppm). A massa do solvente é praticamente igual a da solução. 1.4 CONCENTRAÇÕES DE SOLUÇÕES m1 – Massa do soluto. m2 – Massa do solvente. m – Massa da solução. 1.4.1 Concentração Comum (C) É a relação entre a massa do soluto em gramas e o volume da solução em litros. 1.4.4 Título em Volume, Porcentagem em Volume (tV) Relação entre o volume do soluto da solução. Resposta em porcentagem: Onde: C= concentração comum (g/L) m1= massa do soluto(g) V = volume da solução (L) Exemplo: Qual a concentração comum em g/L de uma solução de 3L com 60g de NaCl? 1.4.5 Concentração Molar ou Molaridade (M) Relação entre o número de mol do soluto e o volume da solução em litro. 1.4.2 Relação entre Concentração Comum e Densidade Concentração comum é diferente de densidade, apesar de a fórmula ser parecida. Veja a diferença: A densidade é sempre da solução, então: Unidade: mol/L 26 1.4.6 Relação entre C,t,d e M. Em relação à Molaridade: C = t.d.1000 Unidade: g/L 1.5 DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES - Solutos diferentes e solventes iguais: -Diluição – Adiciona-se solvente a uma solução concentrada. - Diluição dos 2 solutos. -O Volume da solução aumenta, mas a quantidade de soluto permanece a mesma. -Concentrações finais dos solutos serão menores que as iniciais – As quantidades permanecem constantes, porém eles estarão dispersos num volume maior. Em relação à Concentração Comum: 1.6.2 Em relação à Molaridade: Em relação ao Título: Com Reação Química Misturas de soluções formadas por um mesmo solvente, com solutos diferentes. É utilizado a titulação e um indicador de ácidobase para determinar a concentração desconhecida de uma solução. - Ponto de equivalência: + Número de mol de H = Número de mol de OH - 1.7 TITULAÇÃO 1.6 MISTURA DE SOLUÇÕES 1.6.1 Sem Reação Química - Solutos e solventes iguais: Solução A + Solução B = Solução Final Método de análise volumétrica que consiste em determinar a concentração de ácido ou de base através de um volume gasto de uma das soluções com molaridade conhecida. Este método é muito utilizado em laboratórios químicos e é utilizado as seguintes vidrarias e reagentes: - Erlenmeyer (vidro usado para guardar e preparar soluções); Onde, - Bureta (tubo de vidro graduado em milímetros com torneira); - Indicador ácido-base (fenolftaleína, alaranjado de metila, etc). Então, 27 Assim: Na bureta, coloca-se a solução de concentração conhecida, a qual é adicionada a uma alíquota (porção) da solução com concentração a ser determinada. O momento em que o indicador muda de cor chamamos de ponto de final ou ponto de equivalência. Anota-se o volume gasto na bureta. Através deste volume podemos estabelecer as quantidades, em mol, que reagiram entre si. Obs.: a variação da quantidade deverá ser sempre um valor positivo, então ela deverá ser em módulo. EXERCÍCIO RESOLVIDO 1: Para a reação Cinética Química 1. INTRODUÇÃO O Conhecimento e o estudo da velocidade das reações, além de ser muito importante em termos industriais, também está relacionado ao nosso dia-adia, verificamos que há algumas mais lentas e outras mais rápidas. Veja: A proporção que a reação caminha, os reagentes N 2 e H2 são consumidos e o produto NH3 vai sendo produzido. Se a reação for completa e em quantidades estequiométricas, a representação gráfica do andamento dessa reação será a seguinte: Neste caso, a equação da velocidade média é: 2. VELOCIDADE MÉDIA DE UMA REAÇÃO QUÍMICA Em Física o estudo da velocidade diz respeito ao deslocamento de um corpo na unidade de tempo. Se um automóvel percorre 160 km em duas horas, dizemos que sua velocidade média é 80 km/h. Significa medir a quantidade de reagente que desaparece ou a quantidade de produto que se forma, por unidade de tempo. Não existe uma obrigatoriedade com relação as unidades, no entanto a melhor maneira de medir a quantidade de uma substância é usando a unidade mol, diremos que, no estudo da cinética química é interessante o emprego da quantidade de mols da substância por litro de mistura de reagente, a qual é denominada molaridade. A velocidade média de uma reação química è o quociente da variação da molaridade de um dos reagentes (ou produtos) da reação pelo intervalo de tempo em que essa variação ocorre [2]. Nessa expressão, é a diferença entre a molaridade final e a molaridade inicial do no intervalo de tempo . Supondo que a reação forneça os seguintes resultados experimentais: Tempo de reação (min) 0 5 10 15 20 Variação da molaridade do 0 20,0 32,5 40,0 43,0 Utilizando os dados da tabela, obtemos de acordo com a definição, as seguintes velocidades médias: No intervalo de 0 a 5 min: No intervalo de 5 a 10 min: No intervalo de 15 a 20 min: 28 4. TEORIA DAS COLISÕES 3. A VELOCIDADE E A ESTEQUIOMETRIA DAS REAÇÕES Assumindo os dados do Exemplo 1 percebemos que para as duas primeiras linhas da tabela conclui-se que nos primeiros 5 min, essa reação produziu 20 mol/L de – quantidade esta que, pelos cálculos já apresentados corresponde a uma velocidade média de 4,0 mol/L.min de Acontece que o é produzido a partir de N2 e H2, logo pela estequiometria 10 mol/L 30 mol/L 20 mol/L Concluímos portanto, que são necessários 10 mol/L de e 30 mol/L de , para produzir os citados 20 mol/L de . Sendo assim, naqueles 5 min iniciais da reação, teríamos as seguintes velocidades médias: Em relação ao N2: Em relação ao H2: Para evitar essa confusão, convencionou-se dividir cada um desses valores pelo coeficiente estequiométrico da substância na equação química considerada, ou seja: Em relação ao N2: Em relação ao H2: Em relação ao NH3: Com isso, a equação geral, utilizando por convenção os sinais (-) para o coeficiente dos reagentes uma vez que suas concentrações diminuem com o tempo e (+) para o coeficiente dos produtos, pois a concentração do produto aumenta ao longo da reação. Em todas as reações, os átomos que formam os reagentes se rearranjam, originando os produtos. No entanto, nem todos os choques entre as partículas que compõem os reagentes dão origem a produtos (choques não-eficazes). Os choques que resultam em quebra e formação de novas ligações são denominados eficazes ou efetivos. No momento em que ocorre o choque em uma posição favorável, forma-se uma estrutura intermediária entre os reagentes e os produtos denominada complexo ativado. Complexo ativado é o estado intermediário (estado de transição) formado entre reagentes e produtos, em cuja estrutura existem ligações enfraquecidas (presentes nos reagentes) e formação de novas ligações (presentes nos produtos). Conforme ilustrado abaixo: Para que ocorra a formação do complexo ativado, as moléculas dos reagentes devem apresentar energia suficiente, além da colisão em geometria favorável. Essa energia denominamos energia de ativação (Ea). 4. ENERGIA DE ATIVAÇÃO Energia de ativação (Ea) é a menor quantidade de energia necessária que deve ser fornecida aos reagentes para a formação do complexo ativado e, consequentemente, para a ocorrência da reação. 5. EFEITO DA TEMPERATURA A temperatura é um dos fatores que mais influenciam na velocidade de uma reação. De fato, um aumento de temperatura aumenta não só a freqüência dos choques entre as moléculas reagentes, como também a energia com que as moléculas se chocam. Desse modo, como resultado da teoria das colisões, aumenta a probabilidade de as moléculas reagirem – ou seja, aumenta a velocidade da reação. 29 6.1 REAÇÃO EXOTÉRMICA A luz (ou outra forma de radiação eletromagnética) fornece energia necessária para as moléculas reagentes ultrapassarem a barreira da energia de ativação. As reações que são influenciadas pela luz são chamadas de reações fotoquímicas, e podem ser classificadas em: fotossíntese ou fotólise. Ex: a água oxigenada deve ser guardada em frascos escuros, caso contrário sofrem decomposição. 8. EFEITO DOS CATALISADORES Os catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade de uma reação, sem ser consumido durante o processo. Quando a substância diminui a velocidade de uma reação, é denominada de inibidor. 9. EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DOS REAGENTES Onde: E1 = energia dos reagentes (r) E2 = energia do complexo ativado E3 = energia dos produtos (p) b = energia de ativação da reação direta c = variação de entalpia (∆H= Hp – Hr) Aumentando a concentração dos reagentes (número de moléculas por unidade de volume), aumentamos a frequência dos choques entre as moléculas reagentes e, como consequência da teoria das colisões, aumenta a velocidade da reação. A reação é proporcional à concentração molar dos reagentes. 6.2 REAÇÃO ENDOTÉRMICA 10. LEI CINÉTICA DA VELOCIDADE DAS REAÇÕES Considere a reação: A velocidade da reação será dada pela fórmula: Sendo: v = velocidade de reação k = constante de velocidade [A] = concentração molar de A [B] = concentração molar de B Onde: E1 = energia dos reagentes (r) E2 = energia do complexo ativado E3 = energia dos produtos (p) b = energia de ativação da reação direta c = variação de entalpia (∆H= Hp – Hr) Esta fórmula traduz, então, a conhecida Lei de Guldberg e Waage: “A velocidade de reação é proporcional ao produto das concentrações molares dos reagentes, estando cada concentração elevada a um expoente igual ao coeficiente da substância.” 7. EFEITOS DA ELETRICIDADE E DA LUZ Ocorre quando a faísca elétrica fornece energia para que as moléculas do reagente ultrapassem a elevação correspondente à energia de ativação. Obs.: Esta lei se aplica a velocidade instantânea e não a uma velocidade média. Ex: faísca elétrica que provoca a explosão da gasolina. Para cada reação, k depende somente da temperatura. 30 A lei de Guldberg e Waage também foi denominada de Lei da Ação das Massas. A etapa mais lenta é a que comandará a velocidade total. tempo. A inclinação da reta será a constante da velocidade de zero ordem aparente. Esta constante de velocidade de zero ordem deve ter a mesma unidade -3 -1 que a velocidade da reação, a qual é em mol. m s . 10.1. O MECANISMO DAS REAÇÕES As reações químicas não ocorrem em apenas uma etapa, porém em duas ou mais. Cada etapa é denominada reação elementar e ocorre pelo choque direto das moléculas participantes. Mecanismo de uma reação: é o conjunto das reações elementares pelas quais passa a reação global. 11. ORDEM DAS REAÇÕES Ordem de uma reação é a soma dos expoentes que aparecem na fórmula da velocidade. EXEMPLO RESOLVIDO 2: Para a reação: Sua lei de velocidade: A lei de velocidade de zero ordem para uma reação química significa que a velocidade da reação é independente da concentração de qualquer reagente. A lei de velocidade de zero ordem pode ser observada apenas se as concentrações atuais dos reagentes não puder variar à medida que a reação se desenvolve, o que é incomum, e estas reações não são encontradas facilmente. 10.2 REAÇÃO DE PRIMEIRA ORDEM “Reações de primeira ordem são aquelas nas quais a velocidade da reação química é proporcional à concentração de um reagente.” A lei da velocidade de primeira ordem é uma das formas mais comuns da lei da velocidade, sendo ela descrita a seguir: Dizemos que: A ordem em relação ao NO2 é dois; A ordem em relação ao CO é zero A ordem global da reação é 2 + 0 = 2. Obs: o valor de k e da ordem de reação são obtidos experimentalmente. Para fins didáticos, em alguns casos diz-se que a lei da velocidade pode ser obtida a partir da equação elementar e diante desta situação, os expoentes usados na equação correspondem aos coeficientes estequiométricos. 10.1 REAÇÃO DE ORDEM ZERO ou Uma reação de primeira ordem apresenta uma linha reta se valores medidos tanto de ln[M] ou ln([M]/[M]0) forem colocados em uma figura em função do tempo como mostrado na figura abaixo. A figura fornece uma linha reta porque [M]0 é uma constante. A inclinação da reta será a constante da velocidade de primeira ordem aparente k, a qual tem a 1 0 1 unidade em s- (ou mol s- ). “A reação é de zero ordem quando a velocidade da reação química é independente da concentração do reagente.” Lei da velocidade integrada para a reação de zero ordem: A forma integrada da lei de velocidade mostra que a reação de zero ordem dá uma linha reta em uma figura se os valores medidos das concentrações do reagente [M], forem colocados na figura em função do Observa-se pela figura que a concentração do reagente, M, diminui à medida que a reação se desenvolve. Quando se trabalha com reações de 31 primeira ordem, é mais conveniente o uso de meia vida em vez de constante de velocidade. “Reações de segunda ordem são aquelas nas quais a velocidade da reação química é proporcional ao produto das concentrações de dois reagentes” A meia vida de uma substância reagente é simplesmente o tempo necessário para que metade da quantidade original presente reaja. Ao final de uma meia vida, 50% dos átomos ou moléculas originais permanecem. Para uma reação envolvendo apenas um tipo de reagente, a lei da velocidade integrada para uma reação de segunda ordem será: A meia vida está diretamente relacionada com a constante da velocidade para uma reação de primeira ordem. Através da equação geral: Uma reação de segunda ordem envolvendo dois reagentes idênticos, os quais neste caso significa o mesmo reagente duas vezes, irá dar uma linha reta se tanto 1/[M] ou [M]0/[M] for colocado em função do tempo, como mostrado na figura a seguir Para qualquer outro tipo de reação que não seja a de primeira ordem, a meia vida não é constante, porém se altera dependendo da extensão na qual a reação tenha ocorrido. Devido a isto, meia vida geralmente é usada para descrever apenas reações de primeira ordem. 10.3 REAÇÃO DE SEGUNDA ORDEM A inclinação da reta será a constante da velocidade de segunda ordem aparente k, o qual tem unidade em -1 3 1 mol m s- . Tabela com as fórmulas integrais e meia vida de cinética química 32 Equilíbrio Químico Equilíbrio Homogêneo Nos processos industriais complexos, como a fabricação do Cianeto de Hidrogênio, existem muitas variáveis que devem ser consideradas. A natureza das reações - incluindo o equilíbrio que basicamente dita eficiência - é o primeiro tema a ser abordado. Reações Diretas e Inversas Examinaremos a reação de decomposição do em no estado gasoso. No início não existem moléculas de e, portanto, a única reação que ocorre é a decomposição do . Conforme a concentração de diminui, torna-se mais lenta a sua velocidade de decomposição, como ilustra a figura 1. Ao mesmo tempo, eleva-se a concentração e de , o que também é mostrado na figura 1. Quando moléculas de formam de volta o colidem, elas e, dessa maneira, enquanto diminui a velocidade de decomposição de aumenta a velocidade de combinação das moléculas de . Isto corresponde à reação inversa na equação anterior. Eventualmente, a velocidade da reação inversa torna-se igual à velocidade da reação direta, ponto no qual as concentrações param de variar. O é decomposto tão rápido quanto é formado e o equilíbrio dinâmico é alcançado. Como você aprendeu anteriormente, quando escrevemos a equação para descrever um equilíbrio, utilizando setas duplas ↔. Classificação de equilíbrio Em uma reação homogênea - ou equilíbrio homogêneo - todos os reagentes e produtos estão na mesma fase. Os equilíbrios entre gases são homogêneos porque todos os gases se misturam espontaneamente com os outros, de maneira que uma única fase é formada. Existem também diversos equilíbrios nos quais os reagentes e os produtos são dissolvidos em uma mesma fase líquida. Quando, em uma mistura reacional, ocorre mais de uma fase, chamamos essa mistura de reação heterogênea. Um exemplo comum é a combustão da madeira, em que um combustível sólido reage com o oxigênio gasoso. Outro exemplo é a decomposição térmica do bicarbonato de Sódio (fermento químico), que ocorre quando o composto é espalhado sobre o fogo. Se for colocado em um recipiente selado, de modo que ou não possam escapar, os gases e os sólidos estabelecem um equilíbrio heterogêneo. Seguindo nosso procedimento usual, podemos escrever a lei do equilíbrio para esta reação como Porém, a lei do equilíbrio para reações que envolvam líquidos e sólidos puros pode ser escrita em uma forma bem mais simples. Isto porque a concentração de um líquido ou sólido puro é inalterável a uma dada temperatura. Para qualquer líquido ou sólido puro, a proporção da quantidade de substância para o volume da substância é uma constante. Por exemplo, se temos um cristal de 1 mol de , ele ocupará um volume de 38,9cm³. Dois mols de ocuparão duas vezes esse volume, 77,8cm³ (figura 2), mas a proporção entre mols e litros (isto é, a concentração molar) permanecerá a mesma. Raciocínio similar mostra que a concentração de no sólido puro também é constante. Isto significa que agora a lei do equilíbrio contém três constantes, K mais dois dos termos de concentração. Faz sentido combinar todas as constantes numéricas. Podem-se classificar os equilíbrios em função das fases das substâncias envolvidas na reação química. 33 Apenas quando o sistema está em equilíbrio a expressão da lei da ação das massas Q é igual à constante de equilíbrio K (Q=K). Portanto, para a reação: A lei do equilíbrio para uma reação heterogênea é escrita sem os termos de concentração dos sólidos e líquidos puros. A+B→C+D A condição algébrica é A Expressão de Equilíbrio (Ação das Massas) Para uma reação química geral, aA + bB ↔ cC + dD Se, Podemos definir uma proporção de concentrações, no equilíbrio ou não: Saberemos que a reação procederá no sentido da direita para a esquerda, aumentando [C] e [D] e diminuindo [A] e [B], até que Q=K. Por outro lado, se Referimo-nos a essa proporção como o quociente da reação, Q. As concentrações dos produtos aparecem no numerador da expressão, e os reagentes, no denominador. Cada concentração é elevada a uma potência correspondente ao coeficiente estequiométrico daquela espécie na equação química balanceada para o equilíbrio. A expressão da lei da qualquer valor (exceto depende da extensão assuma que misturamos ação das massas pode ter um valor negativo), porque da reação. Por exemplo, um mol de e em A reação procederá no sentido da direita para a esquerda, aumentando [A] e [B] e diminuindo [C] e [D] até que o equilíbrio seja estabelecido. Exemplo Para o equilíbrio: um recipiente de um litro mantido a 350°C. Antes da reação iniciar, sua expressão da lei da ação das massas terá o valor: O valor da constante de equilíbrio é 4,8 × a 700°C. Se, no recipiente, as concentrações das três substâncias acima são No decorrer da reação, entretanto, sua expressão da lei da ação das massas aumenta. No equilíbrio, entretanto, essa proporção transformase na expressão de equilíbrio, K. De que maneira estas concentrações mudarão, à medida que o sistema se aproxima do equilíbrio, se a temperatura for mantida a 700ºC? Para determinar o valor de K para uma reação específica, devemos medir as concentrações dos reagentes e produtos no equilíbrio. Observe que, diferentemente das expressões de velocidade na cinética química, a expressão para a constante de equilíbrio é sempre baseada diretamente na estequiometria da reação. Solução: Primeiro devemos encontrar o valor da expressão da lei da ação das massas. 34 Como o valor do menor é menor do que o valor da constante de equilíbrio (4,8 × ), a reação procede no sentido da esquerda para a direita, de maneira a aumentar , aumentar e diminuir até que Q=K. As leis do equilíbrio para reações no estado gasoso podem ser escritas em relação tanto às concentrações quanto às pressões Quando todos os reagentes e produtos são gases, podemos formular as expressões da ação das massas tanto em função das pressões parciais quanto em função das concentrações molares. Isto é possível porque a concentração molar de um gás é proporcional à sua pressão parcial. Isto vem da equação do gás ideal, PV=nRT Resolvendo esta equação para P, temos. A quantidade n/V tem unidades de mol/L e é simplesmente a concentração molar. Portanto, podemos escrever P = (concentração molar) × RT Esta equação se aplica se o gás estiver sozinho no recipiente ou fizer parte de uma mistura. No caso de uma mistura de gases, P é a pressão parcial do gás. A relação expressa na equação P= (concentração molar) × RT permite-nos escrever a expressão da ação das massas para a reação entre gases em termos de molaridade ou de pressões parciais. Porém, quando fazemos a alternância não podemos esperar que os valores numéricos sejam os mesmos e, portanto, utilizaremos dois símbolos diferentes para K. Quando forem usadas concentrações molares, utilizaremos o símbolo . Quando forem usadas expressões parciais, o símbolo é . Por exemplo, a lei do equilíbrio para a reação do Nitrogênio com o Hidrogênio para formar amônia: Pode ser escrita de ambas as maneiras vistas a seguir: (porque concentrações molares são utilizadas na expressão da ação das massas) (porque pressões parciais são utilizadas na expressão da ação das massas) As concentrações molares no equilíbrio podem ser utilizadas para o cálculo de , enquanto as pressões parciais no equilíbrio podem ser utilizadas para o calculo de . O princípio de Le Chatelier Em 1884 o cientista francês Henri Louis Le Chatelier enunciou um princípio geral conhecido pelo nome Princípio de fuga ante a força, ou simplesmente princípio de Le Chatelier, que defendia a teoria de que quando se exerce uma ação num sistema em equilíbrio (variação de pressão, temperatura, concentração), o sistema se desloca no sentido da reação que neutraliza esta ação. Nos sistemas que atingiram o equilíbrio químico, as reações opostas ocorrem em velocidades iguais, portanto, qualquer mudança que altere a velocidade de uma das reações causa a perturbação desse equilíbrio, assim, o Princípio de Le Chatelier propicia um meio de prever a influência que os fatores perturbadores têm sobre os sistemas em equilíbrio, sendo válido para todos os tipos de equilíbrios dinâmicos, físicos, iônicos, bem como os químicos. Essas perturbações que desordenam o equilíbrio químico ocorrem devido a variações de concentração, de pressão e de temperatura, descritas a seguir. 1. Variação de concentração Pelo Princípio de Le Chatelier, quando se aumenta a concentração de uma das substâncias, o equilíbrio se desloca no sentido da reação em que essa substância se transforma; e quando se diminui a concentração de uma dessas substâncias, o equilíbrio se desloca no sentido da reação em que esta substância se forma. Consideremos a hipótese de reação: A+B→C+D Nesse caso, um aumento na concentração de A deslocará o equilíbrio para a direita. A e B serão consumidos cada vez mais rapidamente, formando-se maior quantidade de C e D. O equilíbrio em questão só se restabelecerá com uma menor concentração de B, o que deslocará o equilíbrio no sentido que reduz a perturbação provocada pelo aumento em concentração. O princípio de Le Chatelier leva às mesmas previsões para as variações de concentração. 35 2. Variação de pressão Em ambos os casos, como a concentração de moléculas de água é essencialmente constante, Uma alteração na pressão só pode afetar sistemas em equilíbrio compostos por gases. De acordo com Chatelier, quando a pressão sobre um sistema em equilíbrio aumenta, a reação é impulsionada no sentido que alivia a pressão, ou seja, para o lado com o menor número de mols. É importante ressaltar que o efeito da pressão sobre um sistema em equilíbrio que envolve gases e líquidos ou sólidos somente leva em consideração a variação do número de moléculas gasosas, pois o volume de um mol de substância gasosa é muito maior do que o volume de um mol de substância líquida ou sólida. 3. Variação de temperatura As reações químicas podem ser exotérmicas, quando liberam calor, ou endotérmicas, quando absorvem calor. As reações reversíveis são exotérmicas num sentido e endotérmicas em outro, nos casos em que a temperatura aumenta num sistema em equilíbrio, este é deslocado no sentido em que há absorção de calor. A adição de calor, segundo o princípio de Le Chatelier, deslocará o equilíbrio de modo que o calor seja absorvido, o que favorece a reação endotérmica; inversamente, a retirada de calor favorece a reação exotérmica. Efeito de um catalisador no Equilíbrio O equilíbrio é estabelecido quando a velocidade da reação direta iguala-se à velocidade da reação inversa. Mas, em geral, a posição do equilíbrio não nos diz nada sobre a velocidade na qual o equilíbrio foi atingido. O que acontece quando um catalisador é adicionado a um sistema de equilíbrio? Um catalisador aumenta igualmente as velocidades tanto da reação direta quanto da inversa e consequentemente não afeta a posição de equilíbrio das concentrações. O produto Iônico da água A autodissociação da água pode ser escrita como Ou como: E, portanto, a condição de equilíbrio pode ser escrita como: Ou como Ou O valor da constante , chamada constante de dissociação para a água, é de 1,0 × a 25°C. ( é também chamada produto iônico da água). A esta temperatura, independentemente de a água ser a mais pura das águas destiladas ou a mais suja proveniente do grande escuro e lamacento rio Tietê, o produto das concentrações do íon hidrogênio (hidratado) e do íon hidróxido é uma constante: 1,0 × a 25°C. Note que é um número muito pequeno. A água pura é um eletrólito muito fraco e, portanto, um fraco condutor de eletricidade. Equilíbrios de Solubilidade Existem relativamente poucos cátions que precipitam o cianeto, mas outros ânions como o fosfato ou o carbonato precipitam rapidamente com uma variedade de cátions. Para engenheiros e químicos que projetam processos industriais, a solubilidade é frequentemente vital tanto no isolamento de produtos desejados quanto no tratamento de fluxos de rejeito. Uma vez que os processos industriais são normalmente realizados a altas temperaturas, as características de solubilidade dever ser visualizadas no contexto do equilíbrio (e da constante de equilíbrio) das reações naquelas temperaturas. Constante do produto de solubilidade Solubilidade: termo utilizado para medir o quanto de um soluto um solvente em particular pode dissolver. Essa ideia é frequentemente traduzida em regras de solubilidade para substâncias iônicas. Essas regras classificam tanto o brometo de prata quanto o cianeto de prata como insolúveis. Entretanto, concluímos que havia um diferença mensurável na solubilidade entre esses dois compostos. Assim, precisamos refinar nossa noção do que significa para um composto ser “insolúvel”. Seremos mais exatos se nos referirmos a tais sais, como brometo de prata e cianeto de prata, como ligeiramente solúvel. Fornecido tempo suficiente e um solvente constantemente restaurador (em outras palavras, sem condição de equilíbrio), mesmo o sal mais insolúvel se dissolverá. A dissolução de montanhas pela chuva representa tal processo, embora seja um processo que exige centenas de milhares de anos. Portanto, como podemos especificar exatamente quão solúvel um composto é? 36 Definindo a constante do produto de solubilidade Vamos ficar com o brometo de prata e com o cianeto de prata como exemplos. Se essas substâncias são colocadas em água e o sistema é deixado assentar sem ser perturbado, será estabelecido um equilíbrio dinâmico entre o sal e os seus íons constituintes. Os equilíbrios que descrevem essas reações são heterogêneos, como são aqueles de qualquer processo de solubilidade. Logo, a expressão da constante de equilíbrio não contém a concentração do sal sólido; apenas o produto das concentrações dos íons dissolvidos aparecerá. Uma vez que essa forma é universalmente empregada para as expressões de constantes de solubilidade, a constante recebeu o nome de constante do produto de solubilidade, . Assim, para os dois sais que estamos considerando, expressões: podemos escrever as Desse modo, concluímos que o coeficiente de solubilidade do fosfato de cálcio em água, a 25ºC, é igual a . Termodinâmica seguintes Conceitos Gerais: Calor Sensível: Calor sensível é aquele que provoca apenas uma variação de temperatura dos corpos, diferenciando-se do calor latente, que muda a estrutura física dos mesmos. O calor específico determina a quantidade de calor que uma unidade de massa precisa perder ou ganhar para que aconteça uma redução ou elevação de uma unidade de temperatura sem, contudo, alterar sua estrutura. Assim, se o corpo é sólido, continua sólido, se é líquido continua líquido e, se é gasoso, continua gasoso. As constantes do produto de solubilidade são importantes para uma ampla variedade de aplicações e têm sido determinadas para muitos sais ligeiramente solúveis. A relação entre e a solubilidade molar A Solubilidade molar é a concentração de um sólido dissolvido presente em uma solução saturada, expressa em concentração em quantidade de matéria. A solubilidade molar é facilmente determinada a partir do , como você pode ver no exemplo abaixo: Exemplo: Na temperatura de 25ºC, o produto de solubilidade do fosfato de Cálcio, , é Qual a solubilidade desse sal nessa temperatura? Dissociação do Sal: 1mol de sal 3mol 2mol 1L de solução: x mol 3x mol 2x mol . O calor sensível é medido em cal/g.Cº. Essa medição irá nos informar a quantidade de calor (cal) que uma quantidade de massa (g) leva para aumentar ou diminuir sua temperatura (ºC). O calor sensível também é chamado de calor específico e se refere a uma unidade de massa, portanto não depende da massa do material considerado. Equação do Calor Sensível Para calcularmos o calor sensível de um material, é necessário conhecer o calor específico do mesmo. Considerando o calor específico (c) de um corpo e a variação da temperatura (∆θ), a equação do calor sensível pode ser descrita da seguinte maneira: Q = m.c.∆θ Calor Latente O calor sensível é aquele que provoca nos corpos apenas mudanças de temperatura. Diferentemente, o calor latente não modifica suas temperaturas, porém provoca mudanças no estado de agregação dos materiais. O calor latente (L) nos informa a quantidade de calor que uma unidade de massa de um determinado material necessita receber ou perder para mudar seu estado físico de agregação. Nos processos endotérmicos, ou seja, quando o material absorve calor e muda de estado, o calor 37 latente (L) é acompanhado de um sinal positivo, significando que o material recebeu calor, ou seja, o calor é recebido pelo corpo. Quando o processo é exotérmico, ou seja, quando o corpo perde calor, é utilizado um sinal negativo para expressar que o calor latente está sendo perdido. Para calcularmos o calor específico latente (L), usamos a fórmula: Q = Quantidade de calor total (J) m = massa (Kg) L = calor latente (J/Kg) Calor Específico Em palavras, o calor específico representa a quantidade de energia necessária para elevar de 1 °C a temperatura de 1 g da substância considerada. Por outro lado, embora o calor específico seja função da temperatura, nesse caderno vamos considerar apenas os casos em que ele permanece constante com a variação da temperatura. O calor específico (c) de uma substância pode ser definido a partir da capacidade térmica (C) de um corpo composto por ela como o quociente desta pela massa (m) desse corpo. mudanças de estado físico, que é dada pela diferença entre a entalpia dos produtos e a dos reagentes (ΔH = H produtos – H reagentes). No entanto, assim como existem vários tipos de reações e mudanças de estado físico, existem também vários tipos de entalpia. Baseado nisso, veja explicações sobre cada um deles a seguir: Entalpia de Mudança de Estado Físico: como o próprio nome diz, ela designa a energia necessária para que 1 mol de substância, nas condições-padrão de temperatura e pressão, mude de estado físico. Dentro desse tipo de entalpia, temos: Entalpia de Vaporização: energia que precisa ser absorvida para vaporizar (passar do estado líquido para o estado de gasoso) 1 mol da substância. Como se absorve energia na forma de calor, esse é um processo endotérmico e o valor da entalpia de vaporização será sempre positivo. Exemplo: H2O(l) → H2O(g) ΔH vaporização = +44 kJ Entalpia de Fusão: energia que precisa ser absorvida para que 1 mol da substância passe do estado sólido para o estado líquido. Nesse caso, também é um processo endotérmico e o valor da entalpia de vaporização será sempre positivo. Exemplo: H2O(s) → H2O(l) ΔH fusão = +7,3 kJ Entalpia de Liquefação: energia que precisa ser liberada para que 1 mol da substância passe do estado gasoso para o estado líquido. Já nesse caso, o processo é exotérmico e o valor da entalpia de vaporização será sempre negativo. Exemplo: Capacidade Calorífica A capacidade calorífica C de um material é a quantidade de calor necessária para elevar a sua temperatura de 1ºC (ou 1ºK); é uma grandeza independente da quantidade de material. Assim se ao material for cedida a quantidade de calor Q, e a sua temperatura varia de ΔTºK, temos a igualdade: Sendo: Q – Quantidade de calor fornecida ao material; C – Capacidade calorífica do material; ΔT – Variação de temperatura; Tf – Temperatura final; Ti – Temperatura inicial. Entalpia A entalpia é um conceito estudado em Termoquímica, que designa o conteúdo de energia de cada substância. Visto que não se conhece até hoje uma maneira experimental de determinar o valor da entalpia de cada substância, normalmente trabalha-se com a variação da entalpia nas reações e nas H2O(g) → H2O(l) ΔH liquefação = -44 kJ Entalpia de Solidificação: energia que precisa ser liberada para que 1 mol da substância passe do estado líquido para o sólido. O processo também é exotérmico e o valor da entalpia de vaporização será sempre negativo. Exemplo: H2O(l) → H2O(s) ΔH solidificação = -7,3 kJ Entalpia de Formação: calor liberado ou absorvido na formação de 1 mol de uma substância a partir de seus elementos constituintes, que são substâncias simples, no estado padrão, com a entalpia igual a zero. Por exemplo, para descobrir a entalpia da molécula de água é só usar o valor da entalpia da reação de formação dessa molécula: H2(g) + ½ O2(g) → H2O(l) ΔH =-286 kJ/mol ΔH = H Produtos – H Reagentes -286 kJ/mol = HH2O – (HH2 + H ½ O2) -286 kJ/mol = HH2O – 0 HH2O =286 kJ/mol Entalpia de Combustão: é a energia liberada na combustão completa de 1 mol de uma substância no 38 estado padrão. Como são reações de combustão, sempre será liberada energia na forma de calor, sendo, portanto, uma reação exotérmica com a variação da entalpia negativa. Exemplo: • W > 0 quando o sistema se expande e perde energia para a vizinhança. • W < 0 quando o sistema se contrai e recebe energia da vizinhança. CH4(g) + ½ O2 → 1 CO2(g) + 2 H2O ΔH° combustão = -890,4 kJ/mol Entalpia de Neutralização: é a energia liberada na forma de calor, na reação entre 1 mol de H+(aq) e 1 mol de OH-(aq), fornecidos respectivamente por um ácido e uma base fortes, para a formação de 1 mol de água. Exemplo: Além disso, Q representa a quantidade de energia associada ao calor da vizinhança para o sistema e, por isso: • Q > 0 quando a energia passa da vizinhança para o sistema. • Q < 0 quando a energia passa do sistema para a vizinhança. HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l) ΔH neutralização = -57,7 kJ Entalpia de Solução: é a soma da entalpia reticular (absorve energia) e da entalpia de hidratação (libera energia). Ocorrem quando se dissolve um soluto na água, gerando uma solução. Se o valor da variação da entalpia de solução der negativo, significa que o processo é exotérmico. Já se o valor der positivo, a dissolução é endotérmica. Exemplo: + - KI(s) → K (g) + I (g) + - + ΔHret = +623 kJ/mol - K (g) + I (g) → K (aq) + I (aq) ΔHhid = -611 kJ/mol ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------+ - KI(s) → K (aq) + I (aq) ΔHsol = ΔHret + ΔHhid ΔHsol = (+623 + (-611)) kJ/mol ΔHsol = + 21 kJ/mol Primeira lei da Termodinâmica A energia interna U de um sistema é a soma das energias cinéticas e das energias potenciais de todas as partículas que formam esse sistema e, como tal, é uma propriedade do sistema. Isto significa que qualquer variação ∆U na energia interna só depende do estado inicial e do estado final do sistema na transformação considerada. Além disso: • Se um sistema troca energia com a vizinhança por trabalho e por calor, então a variação da sua energia interna é dada por: ∆U = Q − W Este é o enunciado da primeira lei da Termodinâmica. Esta lei representa a aplicação do princípio de conservação da energia a sistemas que podem trocar energia com a vizinhança por calor e por trabalho. Nesta expressão, W representa a quantidade de energia associada ao trabalho do sistema sobre a vizinhança e, por isso: Embora ∆U só dependa do estado inicial e do estado final do sistema porque representa a variação da sua energia interna, as quantidades de energia W e Q dependem, também, do processo que leva o sistema do estado inicial ao estado final. Para discutir essa propriedade importante da energia interna vamos considerar uma amostra de gás que é levada do estado 1 para o estado 2 por três processos diferentes (Figura). A quantidade de energia associada ao trabalho realizado pelo sistema sobre a vizinhança, no processo 1A2, é dada pela área sob a isóbara 1A, no processo 1B2, é dada pela área sob a isóbara B2 e no processo 12, é dada pela área sob a curva correspondente. Por isso, a quantidade de energia associada ao trabalho depende do processo. Por outro lado, se uma certa quantidade de energia entra no sistema por calor, por um processo em que a pressão é mantida constante, uma parte dela permanece no sistema como energia interna, aumentando a sua temperatura, e a outra parte volta à vizinhança, associada ao trabalho de expansão do sistema. Entretanto, se essa quantidade de energia associada ao calor entra no sistema por um processo em que o volume é mantido constante, o sistema não realiza trabalho sobre a vizinhança e toda a energia permanece no sistema como energia interna, causando um aumento maior na sua temperatura. Por isso, a quantidade de energia associada ao calor depende do processo. A primeira lei afirma, então, que, apesar da quantidade de energia trocada por trabalho e da quantidade de energia trocada por calor entre o 39 sistema e a vizinhança dependerem, cada uma delas, do processo pelo qual o sistema passa de um estado para outro, a diferença entre elas não depende. Exemplo Vamos calcular a variação da energia interna de uma amostra de um grama de água na transição de fase em que ela passa de líquido para vapor a temperatura constante de 100 oC e a pressão constante de 1 atm. Para fazer isso, consideraremos o vapor d’água como um gás ideal, de modo que o seu volume pode ser calculado pela equação de estado de Clapeyron. O número de mols da amostra é: O volume da amostra na fase de vapor é: −3 3 O volume da amostra na fase líquida, V1 = 10 m , é muito menor do que o volume da amostra na fase de −3 vapor, V2 = 1,84 x 10 m3. Desse modo, para calcular a quantidade de energia associada ao trabalho realizado pela amostra de água sobre a vizinhança no processo de expansão de V1 para V2, podemos desprezar V1. Daí: 5 2 −3 W = P ∆V = PV2 = (1,01 x 10 N/m ) (1,84 x 10 3 m) = 185,84 J O calor latente de vaporização da água tem o valor L 6 = 2,25 x 10 J/kg. Desse modo, a quantidade de energia associada ao calor fica: 6 −3 Q = L.m = (2,25 x 10 J/kg )( 10 kg ) = 2250,00 J A variação da energia interna de uma amostra de um grama de água na transição de fase em que ela passa de líquido para vapor a temperatura constante de 100 o C e a pressão constante de 1 atm é: Energia de ligação É a energia que precisa ser absorvida para quebrar 1 mol de ligações no estado gasoso, em condições padrão (temperatura de 25°C e pressão de 1 atm). Quando ocorrem reações químicas, ocorre também quebra das ligações existentes nos reagentes, mas novas ligações são formadas nos produtos. Esse processo envolve o estudo da variação de energia que permite determinar a variação de entalpia das reações. O fornecimento de energia permite a quebra de ligação dos reagentes, esse processo é endotérmico, mas à medida que as ligações entre os produtos se formam o processo muda: fica exotérmico. Por quê? Ocorre a liberação de energia. A energia liberada na formação de uma ligação é numericamente igual à energia absorvida na quebra desta ligação, portanto a energia de ligação é definida para a quebra de ligações. Observe a reação de formação de átomos de hidrogênio isolados, a partir de 1 mol de moléculas do gás hidrogênio abaixo: H2(g) → 2 H(g) ΔH = +435 kJ Note que é preciso o fornecimento de 435 kJ de energia ao sistema. A energia é necessária na primeira etapa da reação, em que ocorre a quebra da ligação covalente do gás hidrogênio. Visto que absorve energia, esse é um processo endotérmico. O mesmo ocorre em outros tipos de reação, inclusive com duplas e triplas ligações. Nesses casos, a energia de ligação corresponderá à energia necessária para romper 1 mol de ligações duplas e triplas, respectivamente. Como nos casos a seguir: O2(g) → 2 O(g) ΔH = +497,8 kJ O=O(g) → 2 O(g) ΔH = +497,8 kJ N2(g) → 2 N(g) ΔH = +943,8 kJ N≡N(g) → 2 N(g) ΔH = +943,8 kJ Assim, esse valor da energia de ligação será o valor da variação de entalpia (ΔH) da reação. ∆U = Q − W = 2250,00 J − 185,84 J = 2064,16 J Equação termoquímica “Equação termoquímica é a equação química à qual acrescentamos a entalpia da reação e na qual mencionamos todos os fatores que possam influir no valor dessa entalpia.” No entanto, quando as reações em questão envolverem não só a quebra das ligações, mas também a formação de novas ligações, será necessário somar todas as energias envolvidas em todas as ligações, para determinar a entalpia da reação. É importante lembrar que à medida que ocorre a formação da nova ligação, a energia é liberada, sendo, portanto, um processo exotérmico. Para entendermos como se determina a energia total absorvida, veja o exemplo abaixo, da reação de formação do HCl(g): H2(g) + Cl2(g) → 2 HCl(g) ΔH =? H-H(g) + Cl-Cl(g) → 2 H-Cl(g) ΔH =? 40 Nesse caso, para romper 1 mol de ligação H-H, a absorção de 436 kJ é necessária. E para romper 1 mol de Cl-Cl, absorve-se 242,6 kJ. Somando esses dois valores, obtemos a quantidade de energia absorvida: ΔH = +678,6 kJ. Lembrando que o resultado é positivo, pois a energia foi absorvida; e, em processos endotérmicos, o valor da entalpia é sempre positivo. Já na formação de 1 mol de ligação H-Cl, foram liberados 431,8 kJ. O total de energia liberada é de 836,6 kJ, visto que na reação são formados 2 mols. Sendo um processo exotérmico, esse valor é dado como negativo. Descobrimos o valor de ΔH somando esses valores: ΔH =ΔHenergia total absorvida + ΔHenergia total liberada ΔH = (431,8 + (-836,6) kJ) ΔH = - 182 kJ Lei de Hess “A variação de entalpia (quantidade de calor liberada ou absorvida) em uma reação química depende apenas dos estados inicial e final da reação.” Conclusão “Partindo-se sempre de um mesmo estado inicial e chegando-se sempre a um mesmo estado final, o ΔH será sempre o mesmo, quer a reação seja direta, quer ela se efetue em várias etapas.” O ΔH independe do caminho percorrido durante a reação. Cada estado tem uma entalpia ou conteúdo de calor (H) fixo e bem definido: ● no estado inicial: H inicial tem valor fixo; ● no estado final: H final também tem valor fixo. A entalpia é função de estado, ou seja, o valor de ΔH é fixo e bem definido, não dependendo dos estados intermediários. Por isso, a lei de Hess é também conhecida como a lei dos estados inicial e final. Consequências da lei de Hess 1ª) As equações termoquímicas podem ser somadas como se fossem equações matemáticas, daí a lei de Hess ser também chamada de lei da soma dos calores de reação. 2ª) Invertendo uma equação termoquímica, devemos trocar o sinal de ΔH. A esses dois caminhos correspondem dois valores experimentais, para as variações de entalpia, supondo pressão e temperatura constantes. Isso representa a conservação de energia entre os estados inicial e final. 3ª) Multiplicando (ou dividindo) uma equação termoquímica por um número diferente de zero, o valor de ΔH será também multiplicado (ou dividido) por esse número. Primeiro caminho: C(grafite) + O2(g) CO2(g) ΔH = -393,3 kJ Segundo caminho: C(grafite) + 1/2O2(g) CO(g) ΔH1 = -110,3 kJ CO(g) + 1/2O2(g) CO2(g) ΔH2 = -283,0 kJ Somando: As equações termoquímicas podem sofrer tratamentos matemáticos desde que esses tratamentos sejam feitos também com os valores de ΔH. ΔH1 + ΔH2 = -110,3 + (-283,0) = -393,3 kJ Portanto: ΔH = ΔH1 + ΔH2 41 ELETROQUÍMICA 1. Introdução 1.1. Reações de oxirredução No início do assunto foi mostrado que uma espécie química sofre oxidação quando perde elétron e redução quando recebe elétrons. Vimos, contudo, que há casos em que a equação química que representa a reação não indica de modo muito evidente que houve oxidação/redução. Então de uma forma geral têm-se: Oxidação: Quando há um aumento algébrico no número de oxidação. Redução: Quando há uma diminuição algébrica do número de oxidação. Definição Reação de Oxirredução: Quando um ou mais elementos sofrem variações em seus números de oxidação no transcorrer de uma reação química, dizemos que se trata de uma reação de oxirredução, também denominada reação de óxido-redução ou redox. Exemplos de reações redox: 1.3. Reatividade dos Metais Para que qualquer reação aconteça é necessário satisfazer algumas condições, entre elas é que deve haver afinidade química entre os reagentes, ou seja, eles devem interagir de modo a possibilitar a formação de novas substâncias. Em reações redox, a afinidade quer dizer que um dos reagentes tem a tendência de perder elétrons e o outro de ganhar elétrons. Essa tendência corresponde a reatividade dos reagentes em questão. Vamos entender melhor no exemplo a seguir: Considere que precisamos armazenar uma solução de sulfato de cobre II (CuSO4). Nós não poderíamos colocar essa solução num recipiente de alumínio, pois ocorreria a seguinte reação: 2e Al(s) + 3 CuSO4(aq)→ 3 Cu(s) + Al2(SO4)3(aq) Observe que o alumínio se oxidou, perdendo 3 elétrons cada e se tornando cátion alumínio: Al(s) → Al 3+ (aq) + - 3e Simultaneamente, o cátion cobre (Cu²+) que estava presente na solução recebeu os elétrons do alumínio e se reduziu, tornando-se cobre metálico. Cada cátion cobre recebe dois elétrons: Cu 2+ (aq) + - 2 e → Cu(s) 1.2. Agente oxidante e agente redutor Em reações redox é comum usarmos as expressões agente redutor e agente oxidante. Agente redutor é a espécie química que age causando a redução de algum elemento presente nos reagentes. O agente redutor é, portanto, a espécie que contém o elemento que perde elétrons, ou seja, que sofre oxidação. Agente oxidante é a espécie química que age causando a oxidação de algum elemento presente nos reagentes. O agente oxidante é, portanto, a espécie que contém o elemento que recebe elétrons, ou seja, que sofre redução. Exemplos: No entanto, se fosse o contrário e quiséssemos armazenar uma solução de sulfato de alumínio (Al2(SO4)3(aq)), não teria problema nenhum colocá-la num recipiente de cobre, pois esta reação não iria ocorrer: Cu(s) + Al2(SO4)3(aq) → não ocorre Esses fatos observados podem ser explicados pelo fato de o alumínio ser mais reativo que o cobre. Os metais têm a tendência de ceder elétrons, isto é, de se oxidar. Quando comparamos vários metais, o que possui maior tendência de doar elétrons é o mais reativo. Consequentemente, a reatividade dos 42 metais está associada também à sua energia de ionização, isto é, a energia mínima necessária para remover um elétron do átomo gasoso em seu estado fundamental. Quanto menor a energia de ionização de um metal, maior será sua reatividade. Veja mais alguns exemplos e com o auxílio da fila de reatividade, tente entender o por quê da reação ocorrer ou não: Sendo assim surgiu a fila de reatividade dos metais: 2. Eletroquímica A eletroquímica propõe uma conversão de energias: converter energia elétrica (eletricidade) em energia química (reação redoxi) e converter energia química em energia elétrica. Quando se consegue, a partir de uma reação química, obter uma certa quantidade de eletricidade (conversão de energia química em energia elétrica), temos uma pilha. Quando utiliza-se a eletricidade para induzir uma reação redoxi (conversão de energia elétrica em energia química), temos uma eletrólise. 2.1 Célula Galvânica ou Pilha Denomina-se célula galvânica ou pilha um dispositivo no qual a ocorrência espontânea de uma reação de oxirredução permite a produção de corrente elétrica. Sendo assim, o metal mais reativo reage com substâncias iônicas em que o cátion é menos reativo. A proposta de desenvolvimento da 1ª pilha foi feita por John Daniell e é ilustrada a seguir: 43 Se substituirmos a lâmpada por um voltímetro, verifica-se (a 25ºC e com 1mol/L de Cu²+ e 1 mol/L de Zn²+) que: Nesta pilha a diferença de potencial elétrico é de 1,10V; O potencial do eletrodo de cobre é maior do que o do eletrodo de zinco; Note que ponte salina tem papel fundamental para o perfeito funcionamento da célula galvânica, pois é ela a responsável por neutralizar as cargas das soluções (já que uma vai estar com muitos cátions e outra com muitos ânions) e também tem como função fechar o circuito para que este possa ter um fluxo contínuo de elétrons. Estudos mais detalhados sobre o funcionamento desse dispositivo (com a lâmpada e sem o voltímetro) revelam que, com o passar do tempo, à medida que a lâmpada permanece acesa: Nomenclatura dos eletrodos em uma pilha Representação esquemática para uma pilha A concentração de íons cobre (II) diminui na solução da direita; A concentração de íons zinco aumenta na solução da esquerda; A placa de zinco sofre corrosão (desgaste) Sobre a placa de cobre deposita-se mais cobre metálico. Esses fatos indicam que elétrons fluem pelo fio metálico da placa de zinco (menor potencial) para a de cobre (maior potencial). Sendo assim há um aumento de íons Zn²+ na solução, devido a oxidação da placa e uma diminuição de íons Cu²+ na solução, devido o depósito desses íons na placa de cobre, onde tais reações podem ser descritas da seguinte maneira: 44 Potencial-padrão de um eletrodo E é expressa por: Para expressar o potencial elétrico na eletroquímica, foi escolhido como referencial o eletrodo-padrão de hidrogênio e a partir deste foram estabelecidos os potenciais padrões de cada elemento. É importante destacar que quanto maior o potencial padrão de um elemento, maior é a tendência de receber elétrons, ou seja, de sofre redução. Por isso, essa grandeza também é conhecida como potencial-padrão de redução. Previsão da força eletromotriz de uma pilha A força eletromotriz de uma pilha (∆Eº), nas condições-padrão é dada pela diferença dos potenciais-padrão de cada eletrodo da pilha. ∆Eº = Eºeletrodo que recebe e´ - Eºeletrodo que perde e´ Por exemplo, no caso da pilha de Daniell, temos: 2+ - Zn (aq) + 2 e ↔ Zn( s) 2+ Cu (aq) + 2 e ↔ Cu( s) 0 Ered = - 0,76 V Ered = + 0,34 V 0 0 ∆E = E (recebe) - E perde 0 2+ 2+ ∆E = EºCu - Eº Zn 0 ∆E = + 0,34 – (- 0,76) ∆Eº = + 1,10 V É importante destacar que um mesmo eletrodo pode sofrer oxidação ou redução, dependendo da situação. Veja o exemplo a seguir: 2.2 Eletrólise ou Célula Eletrolítica Principais características da eletrólise: o Reação não espontânea o Dividida em Ígnea e Aquosa. o Precisa de energia elétrica ocorrer Eletrólise Ígnea É o nome de uma reação química provocada pela passagem de corrente elétrica através de um composto iônico fundido para Acompanhe o exemplo: 45 É importante saber que as nomenclaturas na eletrólise mudam um pouco, como segue: Eletrólise Aquosa É o nome de uma reação química provocada pela passagem de corrente elétrica através de uma solução aquosa de eletrólito. Nesta eletrólise, devemos considerar a facilidade de descarga dos eletrodos em relação à água. Veja a tabela e os exemplos a seguir: 46 2.3 Estequiometria das reações eletroquímicas A carga elétrica, em coulombs, que passa por um circuito pode ser calculada multiplicandose a corrente elétrica, em ampères, pelo intervalo de tempo, em segundos: Assim, usando-se um amperímetro e um cronômetro, pode-se determinar a carga elétrica que sai de um eletrodo, ou que chega a ele. Constante de Faraday – O módulo da carga 4 elétrica de um mol de elétrons (9,65 x 10 ) é conhecido como contante de Faraday e simbolizado por F. A lei de Faraday – A massa de substância produzida em um eletrodo é proporcional à carga elétrica que circula na célula eletrolítica e à massa molar dessa substância. 2.4 equilibrada), e seu denominador é o produto análogo das concentrações dos reagentes. Quando a concentração que tem lugar em uma pilha alcança o estado de equilíbrio, a força eletromotriz da pilha torna-se zero, o quociente de reação coincide com a constante de equilíbrio e a equação de Nernst é, então, expressa da seguinte maneira: Essa expressão possibilita o cálculo da constante de equilíbrio, tendo como base a força eletromotriz normal. As principais aplicações práticas da equação de Nernst são a determinação eletroquímica do pH de uma solução e a determinação do produto de solubilidade de um sal. Equação de Nernst A ddp de uma pilha diminui ao passar do tempo, conforme diminui a concentração de cátions da solução do cátodo e aumenta a concentração de cátions na solução do ânodo. O físico-alemão Walther Hermann Nernst (1864-1941) deduziu uma equação que permite calcular a variação do potencial de uma pilha em determinado instante a partir das concentrações em quantidade de matéria das soluções dos eletrodos: Ou Nessa equação, o significado de seus componentes é o seguinte: E0 é a força eletromotriz ou potencial normal da pilha correspondente (que se obtém a partir dos potenciais normais dos eletrodos); n é o número de elétrons transferidos; e Q é o quociente de reação. Esse quociente é o produto das concentrações das espécies ativas do segundo membro da reação de oxi-redução, elevadas a seus respectivos coeficientes estequiométricos (coeficientes que precedem as fórmulas na equação química 47 48 ORGÂNICA 1. GRUPOS FUNCIONAIS CH3OH CH3 CH2OH Etanol Metanol As propriedades físicas e químicas dos hidrocarbonetos são todas mais ou menos semelhantes. Eles são apolares, bastante insolúveis em água e não muito reativos à temperatura ambiente. Hidrocarbonetos insaturados apresentam maior reatividade do que os hidrocarbonetos saturados, mas sob muitos aspectos todos os hidrocarbonetos são um tanto inertes. A substituição por outros elementos, tais como o oxigênio e o nitrogênio (heteroátomos), nas ligações químicas dos hidrocarbonetos ocasiona alterações importantes na reatividade química e propriedades físicas desses compostos. Essas alterações são causadas pela presença de pares isolados e pela polaridade das ligações que o oxigênio, o nitrogênio e os não metais formam com o carbono e com o hidrogênio. Tais alterações, bastante pronunciadas, podem ser explicadas quando consideramos os não metais como sendo parte de um grupo funcional. A seguir trataremos da nomenclatura desses grupos funcionais comuns e comentaremos algumas das propriedades que eles conferem às moléculas orgânicas. GRUPO ALQUILA São provenientes dos alcanos. Existem para facilitar a nomenclatura dos compostos. São grupos que seriam obtidos pela remoção de um átomo de hidrogênio de um alcano, tabela a seguir. CH3 CH2 CH2OH Propanol Álcoois contendo de um a três átomos de carbono são totalmente miscíveis em água, sendo que todos os álcoois são mais solúveis em água do que seus hidrocarbonetos correspondentes. Os álcoois podem ser oxidados produzindo outros grupos funcionais, pois o grupo -OH é um importante sítio de reatividade química. CLASSIFICAÇÃO DE ÁLCOOIS: Os álcoois podem ser classificados segundo alguns critérios: 1 – número de hidroxilas: - Monoálcool ou monol: possui uma hidroxila. - Diálcool ou diol: possui duas hidroxilas. - Triálcool ou triol: possui três hidroxilas. E assim por diante. 2 – Posição da hidroxila: - Álcool primário: hidroxila ligada a carbono primário. - Álcool secundário: hidroxila ligada a carbono secundário. - Álcool terciário: hidroxila ligada a carbono terciário. FENÓIS (Ar – OH) São compostos orgânicos que possuem a hidroxila (OH) ligada diretamente ao anel aromático. Fórmula geral: Ar – OH. Nomenclatura: Palavra HIDROXI + nome do aromático correspondente. Frequentemente é utilizado um símbolo (R) que representa qualquer grupo alquila em um composto orgânico. Assim a fórmula geral para um alcano é R-H. Ramificação: - A numeração começa pela hidroxila no sentido em que os radicais fiquem com os menores números. Exemplo: ÁLCOOIS (R-OH) Na química orgânica, o grupo -OH é conhecido como grupo hidroxila, e quando ligado a um átomo de C forma um álcool. Os nomes IUPAC para os álcoois são semelhantes àqueles dos hidrocarbonetos principais, com designação ol no final para indicar que é um álcool. Hidróxi-Benzeno 49 ÉTERES (R-O-R’) CETONAS (RA ligação característica de um éter é um grupo -O- que conecta dois radicais de hidrocarboneto na formula geral R-O-R’. Nomenclatura: I.U.P.A.C.: Prefixo indicativo ao menor número de carbonos + OXI + nome do hidrocarboneto correspondente ao maior número de carbonos. -R’) A ausência do hidrogênio ligado ao grupo carbonila reduz a reatividade das cetonas, quando comparadas à dos aldeídos. Os isômeros enólicos ainda existem, mas as cetonas são suficientemente inertes para serem frequentemente utilizadas como solventes. No sistema IUPAC o sufixo ONA é adicionado ao nome do hidrocarboneto principal para designar uma cetona. Nomenclatura: USUAL: Palavra ÉTER + nome do menor grupo + nome do maior grupo + ICO. Exemplo: CH3OCH2CH3 Metoxietano Uma vez que nos éteres falta o hidrogênio dos álcoois, eles são muito menos reativos. Porém, apresentam pares isolados do mesmo modo os álcoois; sendo, + portanto, bases de Lewis e podem aceitar prótons (H ) de ácidos fortes. Os éteres não podem ser facilmente oxidados, são menos solúveis em água do que os álcoois. ALDEÍDOS (R- I.U.P.A.C.: Prefixo indicativo ao número de carbonos + an ou en + ona. USUAL: Nome do menor radical + nome do maior radical + CETONA. Ramificação: Semelhante a nomenclatura de aldeídos, substituindo o grupo – CHO pelo grupo – CO - . Exemplo: Propanona (acetona) -H) O grupo carbonila, C = O, é muito importante para a 2 química orgânica. O carbono é híbrido sp com uma ligação, e a ligação C = O é bastante polar. Isto provoca um forte efeito sobre a reatividade dos átomos ligados a esse grupo. Como os álcoois, os aldeídos correspondentes são solúveis em água. Os aldeídos podem ser facilomente oxidados a ponto de atuarem como agente redutores. Na verdade, eles são os produtos de oxidação dos álcoois que contém um grupo –CH2OH. Nomenclatura: Prefixo indicativo ao número de carbonos + an ou en + al. Ramificação: - A cadeia principal é a maior sequência de carbonos que possui o carbono com o grupo – CHO. - A numeração começa por esse grupo de forma que os radicais fiquem com os menores números. Exemplo: ÁCIDO CARBOXÍLICO (R- -OH) O grupo funcional é conhecido como grupo carboxila e geralmente é representado por –COOH. Este grupo forma a base dos ácidos orgânicos, ativando o grupo – OH de modo que ele apresente propriedades ácidas. Os álcoois são ácidos muito fracos, mas no grupo – COOH o O-H tem uma constante de dissociação ácida que pode ser facilmente determinada. Parte de seu caráter ácido deve-se a estabilização da base conjugada, por causa da equivalência dos oxigênios. Nomenclatura: Palavra ÁCIDO + prefixo indicativo ao número de carbonos + an, en, ou in + ÓICO. Ramificação: Semelhante a dos aldeídos ramificados. Exemplo: HCOOH Ácido metanoico ÉSTERES (R- -O-R’) Os ésteres costumam apresentar um odor agradável de fruta. Podem ser formados a partir de reações de Etanal 50 ácidos (R-COOH) com álcoois (R’-OH), e seus nomes indicam essa origem simples. Nos nomes IUPAC acrescenta-se il ao nome básico do álcool, combinando-o com o sufixo ato ou oato adicionado à parte ácida. Nomenclatura: Nome do ácido carboxílico – ICO + ATO + DE + nome do radical com terminação A. Exemplo: CH3- - OCH2CH2CH3 Etanoato de 1- propila AMINAS Se considerarmos os álcoois e os éteres como resultado da substituição dos átomos de H da H 2O por radicais orgânicos, então as aminas resultam de substituições semelhantes na amônia. Se um hidrogênio for substituído por um radical, teremos uma amina primária (RNH2). Se forem substituídos por dois hidrogênios, teremos uma amina secundária (RR’NH), enquanto que uma amina terciária (RR’R’’N) apresenta todos os hidrogênios substituídos. Nomenclatura: Nome dos radicais em ordem de complexidade + AMINA. Exemplo: PROPRIEDADES ORGÂNICAS 1. Solubilidade a) Polaridade Como vimos anteriormente, para uma molécula ser polar ou apolar, devemos considerar 2 fatores: eletronegatividade e geometria molecular. Eletronegatividade: Quando átomos com diferentes eletronegatividades se unem por ligação covalente, os elétrons são efetivamente mais atraídos pelo mais eletronegativo deles. Isso dá origem a um dipolo, ou seja dois polos: um positivo e outro negativo. Um dipolo é representado pelo vetor momento dipolo ( ) Geometria Molecular: Dependendo da geometria molecular, o vetor momento de dipolo resultante pode ser nulo ou não. Quando ele é nulo ( = 0), a molécula é apolar; caso contrário ( ela é polar. ≠ 0), Exemplos: CH3NH2 Metilamina AMIDAS São compostos orgânicos quaternários oxi nitrogenados (C, H, N e O) que possuem como grupo funcional carboamida. Nomenclatura: PRÉFIXO + INFIXO (an, en)+ amida Exemplo: H3 C CH2 CH2 C O NH2 Butanamida Em geral as moléculas orgânicas apresentam polaridade praticamente nula, ou seja, são apolares. Lembrando que a solubilidade é influenciada pela polaridade: “Soluto polar tende a dissolver bem em solvente polar”. 51 “Soluto apolar tende a dissolver bem em solvente apolar”. Observe o seguinte exemplo, onde misturamos água, que é uma substância polar, iodo (I2) e ciclo-hexano, ambos apolares. b) Tamanho da Cadeia Observe os dados mostrados na tabela abaixo: Nota-se que a solubilidade diminui com o aumento da cadeia. Generalizando, podemos dizer que a cadeia carbônica de um molécula, formada por carbono e hidrogênio, não possui afinidade pela água, pois é a parte apolar da molécula. Quanto maior for essa parte apolar, menor a tendência de uma substância dissolver-se em água. Grupos polares, como –OH, –NH2 e –COOH, possuem afinidade com a água. Sua presença contribui para que o composto se solubilize em água. 2. Ponto de ebulição a) Ligações Intermoleculares 1) Dipolo-Dipolo ou Dipolo Instantâneo – Ocorre entre moléculas polares da mesma substância ou de substâncias diferentes, ambas polares. 2) Dipolo-Dipolo Induzido – Ocorrem porque moléculas polares (dipolos instantâneos) conseguem distorcer a distribuição de carga em outras moléculas vizinhas através da polarização induzida. Está é uma interação fraca. 3) Pontes ou Ligações de Hidrogênio: É uma ligação química que acontece quando um átomo de oxigênio de uma molécula atrai um átomo de hidrogênio de uma molécula vizinha. São ligações fortes, por possuírem um lado bem negativo (O) e outro positivo (H). Partes apolares → Grupos Hidrófobos Partes polares → Grupos Hidrófilos 52 As tabelas abaixo ilustram o efeito do tipo de força molecular sobre o ponto de ebulição. ebulição. O gráfico comportamento: a seguir representa este c) Tamanho da molécula b) Massa molecular Observe as tabelas seguir: Outro fator importante na determinação do ponto de ebulição de uma molécula orgânica é considerar o tamanho da molécula. Observe o exemplo abaixo de 2 moléculas com o mesmo peso molecular, porem com tamanhos diferentes: Note que quanto maior a massa molecular de alcano não ramificado, maior seu ponto de 53 ISOMERIA Conceito de Isomeria Nota-se que os compostos acima são diferentes. Possuem diferentes nomes, diferentes pontos de fusão e ebulição, diferentes fórmulas estruturais. Entretanto, eles possuem, coincidentemente, a mesma fórmula molecular: C4H10O. Dizemos que estes compostos são isômeros. Isômeros são dois ou mais compostos diferentes que apresentam a mesma fórmula molecular. TIPOS DE ISOMERIA: 54 ISOMERIA DE FUNÇÃO Exemplo: a) C2H4O Isomeria de função ou química é o caso de isomeria plana na qual os isômeros pertencem à funções químicas diferentes. Os principais casos de isomeria funcional são: a) Álcool e éter. Exemplo: b) C3H6O b) Álcool aromático, fenol e éter. Exemplo: ISOMERIA DE CADEIA Isomeria de cadeia é o caso de isomeria plana na qual os compostos isômeros pertencem à mesma função química mas apresentam cadeias carbônicas diferentes. No caso de compostos cíclicos a isomeria de cadeia pode ser chamada isomeria de núcleo. A isomeria de cadeia aparece em todas as funções químicas. Exemplos: c) Aldeído e cetona. Exemplo: d) Ácido carboxílico e éster. Exemplo: ISOMERIA DE POSIÇÃO Isomeria de posição é o caso de isomeria plana na qual os isômeros pertencem à mesma função química, apresentam a mesma cadeia carbônica, mas diferem entre si pela posição de um grupo funcional ou uma insaturação na cadeia carbônica. Exemplos: TAUTOMERIA É um caso particular da isomeria de função, onde os compostos isômeros estabelecem um equilíbrio químico dinâmico em solução. Os dois casos mais importantes são os que ocorrem entre aldeído e enol e entre cetona e enol. : 55 (fórmulas de Le Bel e Vant’Hoff). Para explicar a isomeria espacial surgiu a concepção da configuração tetraédrica do átomo de carbono. METAMERIA OU ISOMERIA DE COMPENSAÇÃO Isomeria de compensação ou metameria é o caso de isomeria plana na qual os isômeros apresentam cadeia carbônica heterogênea e diferem entre si pela grandeza dos radicais ligados ao heteroátomo. Exemplos: a) b) ISOMERIA GEOMÉTRICA Isomeria geométrica é um caso de isomeria espacial que ocorre em compostos que apresentam duplas ligações e em compostos cíclicos. Consideremos o ácido butenodióico. Na molécula deste composto os dois grupos carboxílicos podem ficar de um mesmo lado ou em lados opostos em relação ao plano determinado pela ligação pi; por isto existem duas moléculas diferentes, correspondem dois compostos diferentes que são os dois isômeros geométricos do ácido butenodióico. O isômero cuja molécula apresenta os dois grupos carboxílicos de um mesmo lado do plano determinado pela ligação pi chama-se CIS; o isômero cuja molécula apresenta os dois grupos carboxílicos em lados 98 opostos em relação ao plano determinado pela ligação pi chama-se TRANS. O ácido butenodióico cis é chamado ÁCIDO MALEICO e o trans é chamado ÁCIDO FUMÁRICO. Ácido butenodióico cis ÁCIDO MALEICO Ácido butenodióico trans ÁCIDO FUMÁRICO ISOMERIA ESPACIAL Isomeria espacial ou estereoisomeria é o caso de isomeria no qual os compostos isômeros não diferem entre si pelas suas fórmulas estruturais planas mas sim pelas suas fórmulas estruturais espaciais 56 Outro exemplo: Ácido Maleico Nem todos os compostos que apresentam dupla ligação entre átomos de carbono apresentam isômeros geométricos. Assim os compostos seguintes não têm isômeros geométricos ou cis-trans: Havendo dois átomos ou radicais iguais ligados ao mesmo átomo de carbono da dupla ligação, está eliminada a possibilidade de isomeria geométrica. Representando por a, b, c, e d os átomos ou radicais ligados aos átomos de carbono da dupla ligação: a) Compostos geométricos: que não apresentam isômeros b) Compostos que apresentam isômeros geométricos: Anidrido Maleico Não existe anidrido fumárico, o que se compreende, pois, espacialmente é impossível fechar o ciclo estando os dois grupos carboxílicos em trans. Por aquecimento do ácido fumárico em condições enérgicas obtém-se o anidrido malêico (o ácido fumárico sofre uma transformação em ácido malêico e este se desidrata). Por que o ácido butanodióico (ácido succínico), a exemplo do ácido butenodióico, não apresenta dois isômeros correspondentes às fórmulas estruturais seguintes? No ácido succínico os átomos de carbono 2 e 3 estão ligados entre si por meio de uma simples ligação, isto é, de uma ligação sigma sp3 - sp3; nestas condições, há livre rotação dos referidos átomos de carbono em torno da ligação sp3 - sp3 e, com isto, as moléculas correspondentes às fórmulas citadas tornam-se iguais. No caso do ácido butenodióico, os átomos de carbono estão ligados entre si por uma ligação sigma sp2 - sp2, e uma ligação pi; esta ligação pi impede a livre rotação dos átomos de carbono em torno da ligação sp2 - sp2 e, por isto, as moléculas do ácido malêico e fumárico são diferentes entre si. Portanto, dois átomos de carbono ligados por uma dupla ligação não têm livre rotação em torno da ligação. Esta é a causa de isomeria geométrica. Os isômeros geométricos ou cis-trans de um composto diferem entre si nas suas constantes físicas (ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade, solubilidade, etc.), e em certas propriedades químicas. Como exemplo de diferença de propriedade química entre o ácido fumárico e malêico, podemos citar a reação de desidratação por aquecimento. O ácido malêico facilmente dá o anidrido malêico: Ácido succínico Ácido succínico 57 Então: livre rotação de um carbono em torno do outro, daí a possibilidade de isomeria geométrica. Considerando-se, por exemplo, todos os isômeros planos do penteno, os únicos que apresentam isômeros geométricos são o 2- penteno e o 1-2 dimetil ciclopropano. a) Para pensar: Existe cis-but-1-eno e trans-but-1-eno? Por que? Agora consideremos o composto 1-2-dicloro ciclopropano. Os dois átomos de cloro podem disporse num mesmo lado ou em lados opostos do plano determinado pelo ciclo; existem, pois, duas moléculas diferentes correspondentes ao 1-2-dicloro ciclopropano e, a estas duas moléculas diferentes, correspondem dois compostos diferentes que são os dois isômeros geométricos. O composto cuja molécula apresenta os dois átomos de Cl num mesmo lado do plano determinado pelo ciclo é o isômero cis; o composto cuja molécula apresenta os dois átomos de Cl em lados opostos do plano determinado pelo ciclo é o isômero trans. O 1-3-dicloro propano, não apresenta dois isômeros correspondentes às fórmulas: b) Então: ISOMERIA E-Z Os termos cis e trans podem se tornar ambíguos se forem aplicados a alcenos cujos átomos de caborno da dupla possuam, em conjunto, mais que dois ligantes diferentes. Onde a ≠ b ≠ c ≠ d Porque, neste caso, existe LIVRE ROTAÇÃO do carbono 1 em torno do carbono 2 e, com isto, as duas moléculas tornam-se iguais, 103 desaparecendo, assim, a possibilidade de isomeria. No caso do 1-2dicloro ciclopropano, o fechamento do ciclo impede a Nesses casos os mais correto é usar o sistema de nomenclatura E-Z, proposto pelos químicos CahnIngold-Prelong. No qual se baseia nos números atômicos dos ligantes, onde o ligante que tiver o maior número atômico terá maior prioridade. 58 Nesse sistema, a letra E vem da palavra alemã entgegen, opostos (parecido com o trans) e a letra Z vem da palavra alemã zusammen, juntos (parecido com o cis). SUBSTÂNCIAS ÓPTICAMENTE ATIVAS Substâncias opticamente ativas são as que têm a propriedade de desviar o plano de vibração da luz polarizada. Exemplos (compostos Acíclicos): a) b) Exemplos (compostos cíclicos): a) Substâncias dextrógiras são as que desviam o plano de vibração da luz polarizada para a direita. Substâncias levógiras são as que desviam o plano de vibração da luz polarizada para a esquerda. A luz é uma modalidade de energia radiante, sendo que na luz natural as vibrações se dão em todos os planos que contém o eixo (xy) que representa a direção de propagação do raio luminoso. Exemplo de isomeria cíclica: a) 59 Admitindo-se que o raio luminoso atravesse perpendicularmente esta folha de papel (xy perpendicular ao plano representado pela folha de papel), na figura acima, aa1, bb1, cc1 e dd1 representam alguns dos infinitos planos de vibração do raio luminoso (esses planos são todos perpendiculares ao plano do papel e todos contém o eixo xy que representa a direção de propagação do raio luminoso). Luz polarizada é a luz cujas ondas vibram em um único plano (aa1 ou bb1 ou cc1 ou dd1, ou outro não assinalado na figura). Existem certas substâncias capazes de polarizar a luz; estas substâncias ao serem atravessadas pela luz natural deixam passar apenas as ondas que vibram num determinado plano e absorvem as demais; a luz ao sair destas substâncias está polarizada. Na prática pode-se obter luz polarizada fazendo a luz natural atravessar um prisma de Nicol (prisma construído colando-se dois cristais de calcita com bálsamo de Canadá). Toda molécula que apresenta 1C* é assimétrica, e como tal, produz ao espelho plano uma imagem que não pode sobrepor ao objeto. A estas duas moléculas (objeto e imagem ao espelho plano) correspondem dois isômeros opticamente ativos, um dextrógiro e outro levógiro, os quais são denominados antípodas ópticos ou enantiomorfos. Consideremos a molécula do ácido láctico. Nesta molécula o átomo de carbono secundário (C*) está ligado a quatro radicais diferentes entre si (H, OH, H3C e COOH). A atividade óptica pode ser causada por: a) ASSIMETRIA CRISTALINA; b) ASSIMETRIA MOLECULAR. Em Química Orgânica só interessa a atividade óptica causada pela assimetria molecular. Quando a atividade óptica é causada pela assimetria cristalina, a substância só é opticamente ativa, quando no estado cristalizado (estado sólido); pela fusão da substância ou pela sua dissolução num líquido desaparece a atividade óptica. Como exemplo de cristais opticamente ativos, podemos mencionar o quartzo (SiO2), clorato de potássio (KCIO3), etc. Quando a atividade óptica é causada pela assimetria molecular a substância continua opticamente ativa mesmo no estado fundido e em solução. Como a molécula do ácido láctico é assimétrica, ela produz no espelho plano uma imagem que não se pode sobrepor ao próprio objeto (molécula); a estas duas moléculas diferentes correspondem dois compostos diferentes: ácido láctico dextrógiro e ácido láctico levógiro. Para se poder explicar o fato de as moléculas objeto e imagem no espelho plano não serem superponíveis, torna-se necessário recorrer às suas fórmulas espaciais: ISOMERIA ÓPTICA Isomeria óptica é um caso de estereoisomeria que ocorre em compostos formados por MOLÉCULAS ASSIMÉTRICAS. O átomo de carbono que está ligado a quatro radicais diferentes entre si (a, b, c, d) chama-se carbono assimétrico ou carbono quiral (comumente representado por C*). 60 Há ainda o isômero opticamente inativo, formado de quantidades equimolares dos dois antípodas ópticos, o qual é denominado racemado ou racêmico. Assim, o ácido láctico racêmico é o isômero opticamente inativo, formado de quantidades equimolares dos dois antípodas ópticos (ácido láctico dextrógiro e ácido láctico levógiro). Pode-se provar que é a presença do carbono assimétrico na molécula que produz a atividade óptica: por meio de uma reação química pode-se fazer “desaparecer” o C*; verifica-se, então, que o composto formado não é mais opticamente ativo. Exemplo: por oxidação do ácido láctico dextrógiro ou levógiro obtém-se o ácido piroúvico o qual é opticamente inativo, pois, não apresenta C* na molécula. De fato, verifica108 se, facilmente, que a molécula do ácido piroúvico não é assimétrica e, como conseqüência, produz ao espelho plano, uma imagem que pode sobrepor-se ao objeto. Quando a partir de um composto que não apresente C*, obtém-se outro com C*, obtém-se o isômero racêmico (d, l), pois, a probabilidade de se formar o isômero dextrógiro é a mesma de se formar o isômero levógiro, e, na realidade, formam-se ambos em quantidades equimolares; obtém-se, assim, o isômero racêmico, que é opticamente inativo por compensação externa. Assim, por hidrogenação da butanona obtém-se o 2-butanol racêmico (d, l). Outro exemplo: fazendo-se reagir o 2-cloro butanol-2 dextrógiro ou levógiro com PCl5 obtém-se o 2-2-dicloro butano opticamente inativo pois “desaparece” o C* na reação química. Pela adição de HI ao 2-buteno obtém-se o 2iodo butano racêmico (d, l) pois formam-se quantidades equimolares dos dois antípodas ópticos. 61 Consideremos alguns compostos com 2C* diferentes na molécula. Os compostos com 2C* diferentes na molécula apresentam 4 isômeros opticamente ativos formando dois pares de antípodas ópticos. Existem dois isômeros dextrógiros (d1 e d2), dois levógiros (l1 e l2) e dois racêmicos (d1l1 e d2l2). Considerando o 3-cloro 2-butanol teremos as fórmulas espaciais: Sendo α e β os ângulos de desvio do plano de vibração da luz polarizada correspondentes a cada C*, e representando-se pelo sinal (+) o desvio para a direita, e pelo sinal (-) o desvio para a esquerda, os ângulos de desvio do plano de vibração da luz polarizada produzidos pelos quatro isômeros opticamente ativos, seriam: Sendo n o número de átomos de C* diferentes na molécula, já vimos que, para: Generalizando-se: À essas fórmulas espaciais correspondem as seguintes fórmulas de projeção: Esta generalização foi feita, pela primeira vez, pelo notável Vant’Hoff. Esta fórmula não vale no caso de composto apresentar, na molécula, pelo menos 2C* iguais. Por exemplo, o ácido tartárico tem 2C* iguais pois os quatro diferentes átomos ou radicais 62 ligados a um dos C* são os mesmos que estão ligados ao outro C*. Sendo α o ângulo de desvio do plano de vibração da luz polarizada produzido pelo C* teremos as seguintes possibilidades: Pelo fato de a molécula do ácido meso tartárico apresentar um plano de simetria, a moléculaimagem no espelho plano é igual à molécula-objeto. Como o ácido meso tartárico é formado por moléculas 114 simétricas, é claro que é opticamente inativo, pois, a condição necessária para um composto orgânico ser opticamente ativo é a sua molécula ser assimétrica. Outro exemplo de composto orgânico com 2C* iguais: Existem, portanto, 4 isômeros, dois opticamente ativos (dextrógiro e levógiro) e dois opticamente inativos; um destes é o racêmico (d,l) e o outro é o chamado MESO. O isômero racêmico é opticamente inativo por compensação externa, ou intermolecular, pois, é formado de quantidades equimolares dos dois antípodas ópticos (d e l); o isômero Meso é opticamente inativo por compensação interna, ou intramolecular (a compensação é dentro da própria molécula pois um dos C* é dextrógiro e o outro C* é levógiro). As fórmulas de projeção dos isômeros ópticos do composto acima são: 63 Nem toda molécula assimétrica apresenta C*; existem casos de assimetria molecular em compostos que não tem C*. Estes casos, porém, não serão estudados no momento. Diastereoisômeros são os isômeros ópticos não enantiomorfos entre si; só aparecem em compostos com mais de um átomo de carbono assimétrico na molécula. No caso de um composto com 2C* diferentes na molécula, o isômero d1 é enantiomorfo do isômero l1, e diastereoisômero dos isômeros d2 e l2; o isômero l1 é enantiomorfo do isômero d1, e diastereoisômero dos isômeros d2 e l2; o isômero d2 é enantiomorfo do 115 isômero l2, e diastereoisômero dos isômeros d1 e l1, o isômero l2 é enantiomorfo do isômero d2, e diastereoisômero dos isômeros d1 e l1. Dois antípodas ópticos de um composto apresentam as mesmas constantes físicas (P.F., P.E., densidade, etc.) e o mesmo comportamento químico. Diferem no sentido de rotação da luz polarizada. 64