ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Expeça - se REQUERIMENTO X PERGUNTA Número / ( .ª) Número 1500 / XIII ( 1 .ª) Publique - se 2016-04-19 O Secretário da Mesa Diogo Leão (Assinatura Qualificada) Digitally signed by Diogo Leão (Assinatura Qualificada) Date: 2016.04.19 14:47:52 +01:00 Reason: Location: Assunto: Novos casos de infeções por bactérias resistentes em vários hospitais Destinatário: Min. da Saúde Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República No início deste ano, o Bloco de Esquerda questionou o Governo, através do Ministério da Saúde, sobre a contaminação pela bactéria Klebsiella pneumoniae, no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC). Na altura, foi noticiada a contaminação de vários doentes, o que levou ao isolamento de 24 portadores da bactéria, levando também ao registo de 3 óbitos devido a esta bactéria resistente. Estes casos registados no CHUC não foi um caso isolado, uma vez que, em 2015, cerca de cem pessoas foram contaminadas com a bactéria Klebsiella pneumoniae, no Hospital de Vila Nova de Gaia, sendo que três destas pessoas vieram mesmo a falecer. Em resposta à pergunta enviada pelo Bloco de Esquerda, o Governo refere que, no que concerne à situação no CHUC, foram implementadas medidas de controlo e prevenção, acrescentando ainda que à data de 29 de fevereiro de 2016 não tinham sido reportados outros casos de Klebsiella produtora de carbapnemases (KPC). Sabe-se agora que esta bactéria, assim como outras bactérias resistentes, já foi identificada noutros hospitais. Por exemplo, no Hospital São João, onde estão 9 doentes em regime de isolamento; no Hospital Santo António e no Hospital Pedro Hispano foram identificados doentes colonizados e colocados em isolamento; enquanto que em Braga e Vila Nova de Gaia também se identificaram pacientes contaminados com bactérias resistentes. Importa saber que bactérias são estas e quais as causas para a contaminação e para o desenvolvimento de bactérias cada vez mais resistentes. É necessário ainda saber se estas contaminações surgiram em ambiente hospitalar ou se estes doentes foram contaminados em ambientes exteriores ao hospital. Mais, importa perceber quais as medidas que Portugal deve adotar, no âmbito da Saúde, mas não só, para prevenir e evitar o desenvolvimento de bactérias resistentes. Digitally Digitally signed by signed by Florinda Dina Nunes Veiga (Assinatura (Assinatura Qualificada) Qualificada) Date: Date: 2016.04.15 2016.04.19 19:33:01 15:57:52 +01:00 +01:00 Reason: Reason: Location: Location: Florind Dina a Veiga Nunes Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde, as seguintes perguntas: 1. Confirma a existência de novos casos de infeção por bactérias resistentes nos hospitais portugueses? 2. Estes casos de contaminação são, à semelhança de casos passados, provocados pela bactéria Klebsiella pneumoniae ou existem outras bactérias identificadas? Se sim, quais? 3. Estes casos são fruto de contaminações que aconteceram em contexto hospitalar ou os doentes eram já portadores destas bactérias quando deram entrada nos hospitais? 4. Sabendo que uma das causas para o desenvolvimento de bactérias cada vez mais resistentes é o consumo excessivo de antibióticos, quais as medidas que o Governo pretende apresentar para reduzir esse consumo? 5. Sabendo ainda que uma grande parte dos antibióticos que consumimos não são por administração direta, mas sim por consumo de produtos alimentares, quais as medidas que o Governo pretende apresentar para reduzir o uso de antibióticos na criação de animais para consumo alimentar? 6. Sabendo também que recentemente foram encontradas 4 bactérias multirresistentes no rio Ave que podem estar a ter um impacto grande na saúde das populações, quais as medidas que estão a ser tomadas pelo Governo para eliminar este risco para a saúde pública? 7. Tem sido afirmado pela mesma equipa que detetou estas bactérias no rio Ave, que as mesmas estarão a ser causadoras da hospitalização de inúmeros doentes infetados pelas mesmas. Confirma esta situação? Palácio de São Bento, sexta-feira, 15 de Abril de 2016 Deputado(a)s MOISÉS FERREIRA(BE) ____________________________________________________________________________________________________________________________ Nos termos do Despacho n.º 1/XIII, de 29 de outubro de 2015, do Presidente da Assembleia da República, publicado no DAR, II S-E, n.º 1, de 30 de outubro de 2015, a competência para dar seguimento aos requerimentos e perguntas dos Deputados, ao abrigo do artigo 4.º do RAR, está delegada nos VicePresidentes da Assembleia da República.