66-Prejuízos Cognitivos e Comportamentais secundários à Epilepsia

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Prejuízos Cognitivos e Comportamentais
secundários à Epilepsia
Autores:Thaís Martins Sousa ; Calleo
Henderson ; Sandra Barboza.
Instituição:Universidade Federal de Goiás
Introdução
A epilepsia é uma das síndromes neurológicas mais
comuns e seus efeitos secundários podem ser graves. A
epilepsia de ausência corresponde de 10 a 12% dos casos
até 16 anos de idade. Esta subtipo possui bom prognóstico
com cerca de 66% dos casos apresentando remissão
completa¹. Porém existem muitos indícios de que a
epilepsia na infância compromete o desenvolvimento
cognitivo e comportamental¹.
As comorbidades psiquiátricas de maior prevalência em
epilépticos são Transtornos de humor (24 - 74%), Déficit
de atenção e hiperatividade (12-37%), Transtornos de
ansiedade (10-25%) e Psicoses (2-9%)².
O objetivo deste trabalho é relatar o estudo de caso com
uma paciente precocemente diagnosticada e tratada com
epilepsia indicada a avaliação neuropsicológica com
queixa de “dificuldades de aprendizagem”.
Prejuízos Cognitivos Comportamentais
secundários à Epilepsia
Autores: Thaís Martins Sousa; Calleo
Henderson; Sandra Barboza.
Instituição: Universidade Federal de Goiás
Material e Métodos
Participante: Uma criança, sexo feminino, quatro anos de
idade com histórico de epilepsia com crises de ausência e
mioclonias discretas constatadas com 1 ano e 6 meses de
idade. O medicamento (Topiramato 25mg) havia sido
retirado 4 meses antes do início da avaliação, sem retorno
das crises. As queixas principais foram de atrasos
cognitivos e dificuldades escolares. Possui também
histórico de atraso no desenvolvimento psicomotor e de
alterações no sono. Atualmente em tratamento
fonoaudiológico.
Procedimentos e Instrumentos: Ao longo de oito sessões
foram utilizadas técnicas de entrevista, observação clínica,
testagem psicológica e neuropsicológica (Instrumento de
avaliação do repertório básico de Alfabetização, Métodos
Horizontes, Coleção Papel de Carta, Escala de Maturidade
Mental Colúmbia, Escala de Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade, Prova Gráfica de Organização
Perceptiva para Crianças, Teste de Nomeação de Figuras e
Inventário de Portage Operacionalizado).
Prejuízos Cognitivos e Comportamentais
secundários à Epilepsia
Autores: Thaís Martins; Calleo Henderson;
Sandra Barboza.
Instituição:Universidade Federal de Goiás
Resultados
Durante a avaliação a paciente demonstrou impersistência
nas tarefas, perda de foco e desatenção frequentes,
imprimindo uma direção autônoma às sessões.
Os resultados da avaliação indicaram: humor estável, sem
comprometimento afetivo. Nível intelectual médio inferior
e dificuldades adaptativas referentes a habilidades
acadêmicas
e
sociais.
Alguns
domínios
do
desenvolvimento anteriormente estimulados como
motricidade ampla e linguagem, apresentaram um
resultado mais próximo ao esperado, porém com atrasos
na motricidade fina, performance diminuída em
nomeação, vocabulário passivo melhor que o vocabulário
ativo (Figura 1).
Observaram-se alterações perceptivas que indicam a
possibilidade
de
acromatopsia.
Destaca-se
o
comprometimento atencional importante com falhas no
controle inibitório, comportamento exploratório e
impulsivo, exacerbação da atenção involuntária e
dificuldades de planejamento (Tabela 1).
TDAH - ESCALA DE TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATI
Prejuízos Cognitivos e Comportamentais
secundários à Epilepsia
Autores: Thaís Martins Sousa; Calleo
Henderson; Sandra Barboza.
Instituição:Universidade Federal de Goiás
Figura 1: Inventário Portage Operacionalizado
Tabela 1- Resultados na escala de TDAH
Indicador
Déficit de Atenção
Percentil
Interpretação
95
Região onde há maior probabilidade de
apresentar o transtorno
Hiperatividade/Impulsividade
99
Região onde há maior probabilidade de
apresentar o transtorno
Problemas de Aprendizagem
20
Abaixo da expectativa - apresenta menos
problemas que a maioria das crianças
Comportamento Antisocial
95
Região onde há maior probabilidade de
apresentar o transtorno
Prejuízos Cognitivos e Comportamentais
secundários à Epilepsia
Autores: Thaís Martins Sousa ; Calleo
Henderson; Sandra Barboza.
Instituição:Universidade Federal de Goiás
Discussão e Conclusão
Nível intelectual médio inferior indicando que a epilepsia
afetou o ritmo de desenvolvimento e troxe dificuldades
adaptativas referentes a habilidades acadêmicas e sociais. O
desempenho em tarefas foi principalmente prejudicado pela
desatenção e hiperatividade ensejando como conclusão a
impressão diagnóstica de TDAH. O diagnóstico de TDAH
em casos de indivíduos epilépticos, especialmente em
crianças, encontra dificuldades, pois os sintomas do
transtorno podem ser entendidos como efeitos das
convulsões e confundidos com efeitos colaterais dos
medicamentos.³
Referências
1 - Gomes RF, Freitas AM, Vasques AM, Pereira AG, Ferreira
EES, Portugez MW. Epilepsia de Ausência na Infância e seu
Impacto na Aprendizagem. Rev Neurocienc 2013;21(4):628-632
2 - Filho GMA, Rosa VP, Yacubian EMT. Transtornos
Psiquiátricos na Epilepsia. J Epilepsy Clin Neurophysiol 2008;
14(3):119-123
3 - Koneski JAS, Casella EB. Attention deficit and hyperactivity
disorder in people with epilepsy. Arq. Neuro-Psiquiatr., São
Paulo, v. 68, n. 1, p. 107-114, Feb. 2010
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