Universidade Federal de Sergipe Departamento de Química Disciplina de Química I Prof. Dr. Adriano Bof de Oliveira São Cristóvão, 2011 Avaliações Datas: 21 e 29 de julho Locais: Didática 4 Turma M1 – Sala 002 Turma M6 – Sala 003 Turma T2 – Sala 009 Turma T5 – Sala 011 Química - A Ciência Central Autor: Brown / Lemay / Bursten Editora: Pearson Education Princípios de Química Autores: Jones, Loretta; Atkins, Peter Editora: BOOKMAN Química - Um Curso Universitario Autor: Mahan, L. Kathleen Editora: Edgard Blucher Temas desta aula: -Distribuição Eletrônica -Princípio de Exclusão de Pauli -Regra de Hund -Blindagem/Regra de Slater/Carga Nuclear Efetiva -Propriedades Periódicas Configurações eletrônicas Regra de Hund • • As configurações eletrônicas nos dizem em quais orbitais os elétrons de um elemento estão localizados. Três regras: - Os orbitais são preenchidos em ordem crescente de n. - Dois elétrons com o mesmo spin não podem ocupar o mesmo orbital (princípio de exclusão de Pauli). - Para os orbitais degenerados, os elétrons preenchem cada orbital isoladamente antes de qualquer orbital receber um segundo elétron (regra de Hund). Mecânica quântica e orbitais atômicos Orbitais e números quânticos Mecânica quântica e orbitais atômicos Orbitais e números quânticos • • • Os orbitais podem ser classificados em termos de energia para produzir um diagrama de Aufbau. Observe que o seguinte diagrama de Aufbau é para um sistema de um só elétron. À medida que n aumenta, o espaçamento entre os níveis de energia torna-se menor. Mecânica quântica e orbitais atômicos Orbitais e números quânticos Distribuição dos elétrons nos orbitais 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10... Distribuição dos orbitais em função dos níveis de energia Representações orbitais Orbitais s • • • • Todos os orbitais s são esféricos. À medida que n aumenta, os orbitais s ficam maiores. À medida que n aumenta, aumenta o número de nós. Um nó é uma região no espaço onde a probabilidade de se encontrar um elétron é zero. • • Em um nó, Ψ2 = 0 Para um orbital s, o número de nós é n-1. Representações orbitais Orbitais s Representações orbitais Orbitais p • • • • • • Existem três orbitais p, px, py, e pz. Os três orbitais p localizam-se ao longo dos eixos x-, y- e z- de um sistema cartesiano. As letras correspondem aos valores permitidos de ml, -1, 0, e +1. Os orbitais têm a forma de halteres. À medida que n aumenta, os orbitais p ficam maiores. Todos os orbitais p têm um nó no núcleo. Representações orbitais Orbitais p Representações orbitais Orbitais d e f • • • • • Existem cinco orbitais d e sete orbitais f. Três dos orbitais d encontram-se em um plano bissecante aos eixos x-, y- e z. Dois dos orbitais d se encontram em um plano alinhado ao longo dos eixos x-, y- e z. Quatro dos orbitais d têm quatro lóbulos cada. Um orbital d tem dois lóbulos e um anel. Representações orbitais Átomos polieletrônicos Orbitais e suas energias • Orbitais de mesma energia são conhecidos como degenerados. • Para n ≥ 2, os orbitais s e p não são mais degenerados porque os elétrons interagem entre si. Portanto, o diagrama de Aufbau apresenta-se ligeiramente diferente para sistemas com muitos elétrons. • Átomos polieletrônicos Orbitais e suas energias 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10... Configurações eletrônicas Configurações eletrônica condensadas • • • O neônio tem o subnível 2p completo. O sódio marca o início de um novo período. Logo, escrevemos a configuração eletrônica condensada para o sódio como Na: [Ne] 3s1 • • • [Ne] representa a configuração eletrônica do neônio. Elétrons mais internos: os elétrons no [Gás Nobre]. Elétrons de valência: os elétrons fora do [Gás Nobre]. Configurações eletrônicas Metais de transição • • • Depois de Ar, os orbitais d começam a ser preenchidos. Depois que os orbitais 3d estiverem preenchidos, os orbitais 4p começam a ser preenchidos. Metais de transição: são os elementos nos quais os elétrons d são os elétrons de valência. Configurações eletrônicas Lantanídeos e actinídeos • • • • • Do Ce em diante, os orbitais 4f começam a ser preenchidos. Observe: La: [Kr]6s25d14f1 Os elementos Ce -Lu têm os orbitais 4f preenchidos e são chamados lantanídeos ou elementos terras raras. Os elementos Th -Lr têm os orbitais 5f preenchidos e são chamados actinídeos. A maior parte dos actinídeos não é encontrada na natureza. Configurações eletrônicas e a tabela periódica • • • • • • A tabela periódica pode ser utilizada como um guia para as configurações eletrônicas. O número do periodo é o valor de n. Os grupos 1A e 2A têm o orbital s preenchido. Os grupos 3A -8A têm o orbital p preenchido. Os grupos 3B -2B têm o orbital d preenchido. Os lantanídeos e os actinídeos têm o orbital f preenchido. Configurações eletrônicas e a tabela periódica 1A: ns1 np0 7A: ns2 np5 O desenvolvimento da tabela periódica • Em 2002, haviam 115 elementos conhecidos. • A maior parte dos elementos foi descoberta entre 1735 e 1843. • Como organizar 115 elementos diferentes de forma que possamos fazer previsões sobre elementos não descobertos? O desenvolvimento da tabela periódica • Ordenar os elementos de modo que reflita as tendências nas propriedades químicas e físicas. • A primeira tentativa (Mendeleev e Meyer) ordenou os elementos em ordem crescente de massa atômica. • Faltaram alguns elementos nesse esquema. Exemplo: em 1871, Mendeleev observou que a posição mais adequada para o As seria abaixo do P, e não do Si, o que deixou um elemento faltando abaixo do Si. Ele previu um número de propriedades para este elemento. Em 1886 o Ge foi descoberto. As propriedades do Ge se equiparam bem à previsão de Mendeleev. O desenvolvimento da tabela periódica • A tabela periódica moderna: organiza os elementos em ordem crescente de número atômico. Carga nuclear efetiva • A carga nuclear efetiva é a carga sofrida por um elétron em um átomo polieletrônico. • A carga nuclear efetiva não é igual à carga no núcleo devido ao efeito dos elétrons internos. Carga nuclear efetiva • Os elétrons estão presos ao núcleo, mas são repelidos pelos elétrons que os protegem da carga nuclear. • A carga nuclear sofrida por um elétron depende da sua distância do núcleo e do número de elétrons mais internos. • Quando aumenta o número médio de elétrons protetores (S), a carga nuclear efetiva (Zeff) diminui. • Quando aumenta a distância do núcleo, S aumenta e Zef diminui. Carga nuclear efetiva • Todos os orbitais ns têm a mesma forma, mas tamanhos e números de nós diferentes. • Considere: He: 1s2, Ne: 1s2 2s22p6 e Ar: 1s2 2s22p6 3s23p6. • A densidade eletrônica radial é a probabilidade de se encontrar um elétron a uma determinada distância. Zef = Z – S Zef= Carga Nuclear efetiva. Z= Número de Prótons no Núcleo. S= Número de elétrons que está entre o núcleo e o elétron em questão. Tamanho dos átomos e dos íons • Considere uma molécula diatômica simples. • A distância entre os dois núcleos é denominada distância de ligação. • Se os dois átomos que formam a molécula são os mesmos, metade da distância de ligação é denominada raio covalente do átomo. Tamanho dos átomos e dos íons • Quando o número quântico principal aumenta, o tamanho do orbital aumenta. • Considere os orbitais s. • Todos os orbitais s são esféricos e aumentam em tamanho quando n aumenta. • A simetria esférica dos orbitais pode ser vista nos mapas de relevos. • Mapas de relevos são pontos conectados de densidade eletrônica igual. Tamanho dos átomos e dos íons Tendências periódicas nos raios atômicos • Como uma consequência do ordenamento na tabela periódica, as propriedades dos elementos variam periodicamente. • O tamanho atômico varia consistentemente através da tabela periódica. • Ao descermos em um grupo, os átomos aumentam. • Ao longo dos períodos da tabela periódica, os átomos tornam-se menores. Existem dois fatores agindo: • Número quântico principal, n, e • a carga nuclear efetiva, Zef. Tamanho dos átomos e dos íons Tendências periódicas nos raios atômicos • À medida que o número quântico principal aumenta (ex., descemos em um grupo), a distância do elétron mais externo ao núcleo aumenta. Consequentemente, o raio atômico aumenta. • Ao longo de um período na tabela periódica, o número de elétrons mais internos mantém-se constante. Entretanto, a carga nuclear aumenta. Conseqüentemente, aumenta a atração entre o núcleo e os elétrons mais externos. Essa atração faz com que o raio atômico diminua. Variação do Raio Atômico (r, em Å) dos Elementos Químicos em Função do Incremento do Número Atômico (Z) Tamanho dos átomos e dos íons Tendências nos tamanhos dos íons • O tamanho do íon é a distância entre os íons em um composto iônico. • O tamanho do íon também depende da carga nuclear, do número de elétrons e dos orbitais que contenham os elétrons de valência. • Os cátions deixam vago o orbital mais volumoso e são menores do que os átomos que lhes dão origem. • Os ânions adicionam elétrons ao orbital mais volumoso e são maiores do que os átomos que lhe dão origem. Tamanho dos átomos e dos íons Tendências dos tamanhos dos íons • Para íons de mesma carga, o tamanho do íon aumenta à medida que descemos em um grupo na tabela periódica. • Todos os membros de uma série isoeletrônica têm o mesmo número de elétrons. • Quando a carga nuclear aumenta em uma série isoeletrônica, os íons tornam-se menores : O2- > F- > Na+ > Mg2+ > Al3+ Átomos C. E. Íons C. E. O 1s2 2s2 2p4 O2- 1s2 2s2 2p6 F 1s2 2s2 2p5 F- 1s2 2s2 2p6 Ne 1s2 2s2 2p6 Ne 1s2 2s2 2p6 Na 1s2 2s2 2p6 3s1 Na+ 1s2 2s2 2p6 Mg 1s2 2s2 2p6 3s2 Mg2+ 1s2 2s2 2p6 Al 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 Al3+ 1s2 2s2 2p6 Energia de ionização • A primeira energia de ionização, I1, é a quantidade de energia necessária para remover um elétron de um átomo gasoso: Na(g) → Na+(g) + e-. • A segunda energia de ionização, I2, é a energia necessária para remover um elétron de um íon gasoso: Na+(g) → Na2+(g) + e-. • Quanto maior a energia de ionização, maior é a dificuldade para se remover o elétron. Energia de Ionização Energia de Ionização, I, é a energia mínima necessária para remover um elétron de um elemento químico na fase gasosa. A(g) → A+(g) + e- I em eV = Energia adquirida por um elétron quando ele passa por uma diferença de potencial de 1 V. 1 eV = 96,49 kJ•mol-1. I depende do tamanho do átomo, carga do núcleo, efeito de proteção das camadas internas do elétrons e do tipo de elétron envolvido. Primeira Energia de Ionização A(g) → A+(g) + e- Segunda Energia de Ionização A(g)+ → A2+(g) + e- Terceira Energia de Ionização A(g)2+ → A3+(g) + e- Variação da Primeira Energia de Ionização, I em eV em Função do Incremento do Número Atômico, Z Energia de ionização Tendências periódicas nas primeiras energias de ionização • A energia de ionização diminui à medida que descemos em um grupo. • Isso significa que o elétron mais externo é mais facilmente removido ao descermos em um grupo. • À medida que o átomo aumenta, torna-se mais fácil remover um elétron do orbital mais volumoso. • Geralmente a energia de ionização aumenda ao longo do período. • Ao longo de um período, Zef aumenta. Consequentemente, fica mais difícil remover um elétron. • São duas as exceções: a remoção do primeiro elétron p e a remoção do quarto elétron p. Energia de ionização Configurações eletrônicas de íons • Cátions: os elétrons são primeiramente removidos do orbital com o maior número quântico principal, n: Li (1s2 2s1) ⇒ Li+ (1s2) Fe ([Ar]3d6 4s2) ⇒ Fe3+ ([Ar]3d5) • Ânions: os elétrons são adicionados ao orbital com o mais baixo valor de n disponível: F (1s2 2s2 2p5) ⇒ F− (1s2 2s2 2p6) Afinidades eletrônicas • A afinidade eletrônica é o oposto da energia de ionização. • A afinidade eletrônica é a alteração de energia quando um átomo gasoso ganha um elétron para formar um íon gasoso: Cl(g) + e- → Cl-(g) • A afinidade eletrônica pode ser tanto exotérmica (como o exemplo acima) quanto endotérmica: Ar(g) + e- → Ar-(g) Afinidade Eletrônica Afinidade Eletrônica, Ae, pode ser definida como a variação da energia provocada pelo ganho de um elétron por um átomo neutro em estado gasoso. A(g) + e- → A-(g) Ae é determinada pelo nível energético do orbital desocupado de menor energia de um átomo no estado fundamental. Ae em eV ou kJ•mol-1, onde 1 eV = 96,49 kJ•mol-1. Ae pode ser positiva (processo endotérmico) ou negativa (processo exotérmico) e está relacionada à variação da entalpia associada ao ganho de elétron por um átomo neutro em estado gasoso. A Afinidade Eletrônica pode ser determinada indiretamente, através do ciclo de Haber-Born e está associada à entalpia para o recebimento de um elétron por um átomo no estado fundamental e gasoso K+(g)+e-(g)+Cl(g) 122 K+(g)+e-(g)+1/2Cl2 425 89 -355 -Ae = -355 kJ Ae = 355 kJ K+(g)+Cl-(g) K(g)+1/2Cl2(g) K(s)+1/2Cl2(g) -719 438 KCl (s) Obs.: Todos os valores em kJ Eletronegatividade Eletronegatividade, χ, é a tendência de um átomo de atrair elétrons quando combinado num composto químico. A energia de ionização (I) e a afinidade eletrônica (Ae) podem ser associadas à Eletronegatividade. Eletronegatividade de Mulliken: χM= ½(I + Ae) Variação da Eletronegatividade de Pauling dos Elementos Químicos em Função do Incremento do Número Atômico, Z Variação Periódica da Energia de Ionização (I), do Raio Atômico (r) e da Eletronegatividade em Função do Incremento do Número Atômico (Z).