MEDICINA PREVENTIVA NO BRASIL | Professor Romulo Bolivar www.proenem.com.br INSTRUÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “MEDICINA PREVENTIVA NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO 1 A importância da medicina preventiva Prevenir é melhor que remediar. Todo mundo conhece esse ditado, mas pouca gente o coloca em prática. O Dr. Fábio Cardoso, especialista em medicina preventiva e longevidade, esclarece que as quatro doenças crônicas de maior impacto mundial (doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias) têm quatro fatores de risco em comum (tabagismo, inatividade física/sedentarismo, alimentação não-saudável e consumo nocivo de álcool e outras substâncias). Em termos de mortes atribuíveis, os grandes fatores de risco globalmente conhecidos são: pressão arterial elevada (responsável por 13% das mortes no mundo), tabagismo (9%), altos níveis de glicose sanguínea (6%), inatividade física (6%) e sobrepeso e obesidade (5%) (dados da Organização Mundial da Saúde de 2012). O que esses fatores têm em comum é que todos podem ser evitáveis. No modelo de saúde atual, optamos por esperar a doença aparecer, para daí sim implementar o "tratamento", que raramente é curativo. E o que aconteceu: Brasil é hoje o nono maior consumidor de medicamentos do mundo e a previsão é que alcance a sétima posição em quatro anos. Segundo o médico, a causa mais comum de mortes no Brasil são as doenças cardiovasculares. Elas matam cerca de 820 brasileiros a cada dia no país, e são responsáveis por 16,2% dos gastos com saúde pública, o que significa cerca de R$ 10,7 milhões por dia, apenas revendo os dados do SUS. Outro fator com grande impacto é o tabagismo. Aproximadamente 18% da população é fumante, e este grupo gasta 26% a mais em saúde. Os fumantes ficam 114% mais tempo internados e faltam 40% mais vezes ao trabalho. Outro monstro silencioso é o sedentarismo. 60 a 70% dos brasileiros são sedentários. Isto implica em 36% mais despesas com saúde, e quando internados, ficam 54% mais tempo nos hospitais. Um estudo divulgado pela revista British Medical Journal revelou que 37 milhões de mortes prematuras no mundo inteiro poderiam ser evitadas até 2025, caso a população adotasse um estilo de vida mais saudável, sem cigarros, álcool e com alimentação regulada (sem sal, por exemplo). Esses números demonstram a importância de se começar e evitar a doença, e não somente tratá-la. Segundo dados da própria OMS, vale muito a pena investir em prevenção, não somente pelo bem-estar e vidas salvas, mas pela economia às sociedades. Existe uma economia de 4 dólares na prestação de serviços de saúde (tratar doenças) para cada dólar investido na prevenção (dados coletados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE). Medicina preventiva é uma especialidade da medicina que tem como objetivo prevenir doenças ou lesões ao invés de curá-las ou tratar seus sintomas, visando melhorar a qualidade de vida de todos, esta especialidade médica tem ganhado maior evidência na saúde pública a partir da década de 1980 e cada dia tem se tornado mais popular entre os planos de saúde. O trabalho realizado pelo profissional da medicina preventiva se reflete nas condições gerais do paciente, diminuindo gastos com medicamentos, aumentando a produtividade, diminuindo o absenteísmo (falta ao trabalho) e garantindo melhora do convívio familiar. Na verdade, a medicina tradicional, curativa, deve andar de mãos dadas com a medicina preventiva. O Dr. Fábio conta que passou toda a formação médica aprendendo a tratar doenças. “A prevenção não era levada em conta na medicina ocidental, porém quando conheci a filosofia das medicinas orientais, mudei completamente meu ponto de vista. Bom médico é aquele que não deixava o seu paciente adoecer. Estranho pra quem vive em uma sociedade em que o papel da medicina é apenas tratar”, disse. (Disponível em: http://www.postalsaude.com.br/postal-sustentavel/item/2790-a-importancia-da-medicina-preventiva/ 2790-a-importancia-da-medicina-preventiva. Acedido em 6/2/2015) Texto 2 O que é saúde preventiva? A Saúde Preventiva pode ser entendida como um conjunto de medidas e ações de saúde voltadas para a prevenção de doenças e/ou seu agravamento. Estamos, nesse entendimento, compreendendo a doença como sendo qualquer tipo de agravo à saúde, incluindo o trauma. Como trabalharmos com saúde preventiva? Quais são as doenças que iremos evitar? É importante, ao buscarmos respostas a estas perguntas, que tenhamos alguns dados para consulta. Tal qual em um inventário de riscos, utilizado para prevenção de crises, precisamos saber quais são as principais ameaças presentes. Ou seja, quais são as doenças que mais matam e incapacitam na região. Estas devem ser as primeiras a serem prevenidas. Se analisarmos as principais causas de mortalidade no ano 2006 em todas regiões do Brasil, perceberemos que as Doenças Cardiovasculares foram as principais causas de morte em nosso país, com mais de 300 mil mortes no ano, como também em cada Região Administrativa brasileira. Na Região Sudeste foi registrado o maior número absoluto de mortes por doenças cardiovasculares, com quase 176 mil óbitos. É também a região mais densamente povoada em nosso país. Se fizermos uma análise percentual em relação ao número total de óbitos por região, perceberemos que, com exceção da Região Norte, que corresponde a cerca de 21% dos óbitos, o que ainda se constitui como principal causa de mortalidade na região, nas demais regiões está na faixa de 30% de todas as causas, o que representa um número muito alto. Se formos agora buscar em que faixa etária as doenças cardiovasculares causam mais mortes, veremos que cerca de 96% ocorrem após os 40 anos de idade. Bom, então é só promover a prevenção das doenças cardiovasculares após os 40 anos, certo? Não. Completamente errado. Essas doenças matam mais a partir dessa faixa etária, mas começam a surgir bem antes e a prevenção deve ser feita já com as crianças. Já que sabemos qual doença é a principal causa de mortalidade e a partir de qual faixa etária ela causa mais mortes, o que fazer agora? Identificar os fatores de risco. Como fazer isso? É importante que sejam sempre consultados trabalhos científicos e consensos que deem suporte técnico-científico adequados à prática clínica. Não tem sentido e são desprovidas de qualquer comprovação científica, as práticas clínicas baseadas unicamente em experiência pessoal ou em dados obtidos em publicações leigas ou trabalhos inconclusivos. (Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/27139/o-que-e-saude-preventiva. Acedido em: 6/2/2015.)