protocolo de atenção à criança e adolescente com infecção do trato

Propaganda
PROTOCOLO DE ATENÇÃO À CRIANÇA E ADOLESCENTE COM INFECÇÃO DO TRATO
URINÁRIO
ABREVIATURAS
DMSA - Cintilografia renal com ácido dimercaptossuccínico marcado com tecnécio
DTPA - Cintilografia renal com ácido dietilenotriaminopentacético marcado com tecnécio
EV - Via endovenosa
IM - Via intramuscular
ITU - Infecção do trato urinário
JI - Jato intermediário
PSP - Punção supra-púbica
RVU - Refluxo vésico-ureteral
SCP - Saco coletor plástico
SV - Sonda vesical
UC - Urocultura
UCM - Uretrocistografia miccional
UFC – Unidade formadora de colônia
UGE - Urografia excretora
US - Ultra-sonografia
VO - Via oral
1.INTRODUÇÃO
Este protocolo tem o objetivo de oferecer fluxos e diretrizes técnico-assistenciais para
subsidiar profissionais de saúde na assistência às crianças e adolescentes com infecção do
trato urinário (ITU) na Rede SUS BH. Está direcionado para médicos de saúde da família e
comunidade, pediatras, enfermeiros, profissionais do NASF e das unidades de pronto
atendimento (UPAs).
O diagnóstico correto e o tratamento adequado das crianças com ITU é de extrema
importância como forma de prevenir
sequelas atuais e futuras, dentre as quais cicatrizes
renais, doença renal crônica e hipertensão arterial nas crianças, bem como pré-eclampsia nas
mulheres. A propedêutica de investigação possibilita também o diagnóstico precoce de
malformações congênitas associadas.
Salienta-se que o reconhecimento de ITU nas crianças é muitas vezes difícil devido aos
sinais e sintomas inespecíficos, particularmente em lactentes, e às dificuldades na coleta de
urina que contribuem para um diagnóstico errôneo da infecção. Dessa forma, é primordial que
o diagnostico de ITU seja feito com rigor, de forma correta, visto que a criança será submetida
a inúmeras consultas médicas periódicas, propedêutica invasiva e de alto custo.
2. CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA
A Infecção do trato urinário (ITU) consiste na multiplicação de um único tipo de
bactéria, associada a alterações clínicas laboratoriais, em qualquer localização do trato
urinário. Trata-se de uma infecção bacteriana muito comum em crianças, sendo responsável
por considerável morbimortalidade.
A ITU ocorre em, aproximadamente, 8% das meninas e 2% dos meninos até a idade de
sete anos de idade. Apresenta maior incidência no primeiro ano de vida, em ambos os sexos,
sendo, após esse período, mais incidente em meninas. Cerca de 5% dos lactentes de 0 a 2
meses podem apresentar ITU com quadro de febre e sem qualquer outro sinal e sintoma
associado.
Deve-se ressaltar também que a presença de febre aumenta muito a probabilidade de
envolvimento do rim, estando associada às anormalidades nefrourológicas e cicatriz renal.
3. AGENTES ETIOLÓGICOS
A bactéria E.coli é responsável por 80% dos episódios de ITU e as bactérias gramnegativas Klebsiella, Enterobacter, Proteus e Pseudomonas são responsáveis por 1015% dos casos de ITU.

Outras bactérias estão associadas ao risco de recorrência e/ou malformações.

A bactéria Proteus pode estar associada a calculose renal.
4.DIAGNÓSTICO
4.1 Diagnóstico clínico
Os sintomas de ITU em crianças variam de acordo com a faixa etária do
paciente e o segmento do trato urinário acometido. Em crianças com controle
esfincteriano, a suspeita clínica baseia-se na presença de queixas urinárias (disúria,
polaciúria, retenção, tenesmo, urgência, incontinência, enurese secundária, etc) que
podem se associar a sintomas sistêmicos (anorexia, prostração, febre, vômitos, dor
abdominal, toxemia, irritabilidade, etc). No entanto, dificilmente os sintomas urinários
são reconhecidos em crianças menores de 24 a 36 meses, uma vez que a
sintomatologia urinária pobre, presente nos lactentes, e as manifestações sistêmicas
que podem ser compatíveis com diversos outros quadros infecciosos extrarrenais
dificultam a suspeita clínica de ITU.
O diagnóstico de ITU deve ser pensado em lactentes e crianças com febre
acima de 38°C sem foco infeccioso localizado, assim como naquelas com outro
foco de infecção, mas que não estão evoluindo bem.
Ao contrário, lactentes e crianças com sítio de infecção definido (ex.:
IVAS, gastroenterites, pneumonias, ou com balanopostites e vulvovaginites)
muito provavelmente NÃO apresentam ITU.
 Cistite
Consiste na infecção confinada à bexiga. A parede da bexiga encontra-se com edema e
inflamação.
 Pielonefrite aguda
A pielonefrite é uma infecção do trato urinário ascendente que atingiu a "pielo"
(pelve) do rim. Afeta quase todas as estruturas do rim, incluindo túbulos, sistema
recolector e interstício.
A pielonefrite aguda geralmente é causada por uma infecção bacteriana.
É o quadro mais comum em lactentes e sua apresentação mais freqüente é a febre. A
inflamação dos rins secundária a ITU causa alterações macroscópicas e histológicas: os
rins
apresentam
segmentos
de
edema
e
inflamação,
com
presença
polimorfonucleares e bactérias no parênquima e túbulos renais.
Tabela 1: Sinais e sintomas de infecção urinária na criança
Faixa etária
Sinais e sintomas
0 a 3 meses
Febre, vomito, letargia, irritabilidade,
hiporexia, crescimento inadequado, dor
abdominal, icterícia, hematúria
de
3 meses a 3
anos
Febre, dor abdominal, dor lombar, vômitos,
hiporexia, letargia irritabilidade, hematúria,
crescimento inadequado
Maiores de 3
anos
Polaciúria, disúria, disfunção miccional,
incontinência urinária, dor abdominal, dor
lombar, febre, mal-estar, vômitos, hematúria,
urina escura.
Além dos sintomas acima descritos, algumas situações devem ser abordadas na
anmnese, tanto na fase aguda quanto depois, nas consultas de seguimento.
NA FASE AGUDA, investigar na anamnese:
Sintomas urinários: presença de disúria, polaciúria, tenesmo, urgência,
retenção, incontinência
Presença de sintomas inespecíficos:
como cefaléia (pode ser devida a
HAS), prostração, anorexia, vômitos, dor abdominal e crescimento deficiente.
Presença de leucorréia (vulvovaginite) ou presença de fimose com
balanopostite, causas de resultado falso-positivo para ITU.
Presença de febre: lembrar que o risco de infecção grave aumenta
proporcionalmente com a temperatura, principalmente acima de 39ºC.
 Má aceitação de alimentos e de líquidos: são sintomas que geralmente
acompanham os quadros infecciosos em crianças e alertam para atenção à
adesão ao tratamento por via oral.
 Medicamentos, como antibióticos, que já usou ou está usando.
NAS CONSULTAS DE SEGUIMENTO, DEVE-SE OBSERVAR:
Hábito miccional: Perguntar sobre frequência, periodicidade e volume das
micções e perdas involuntárias de urina (enurese e/ou perdas diurnas) das
crianças com controle esfincteriano total ou parcial. Pesquisar o jato urinário,
pois jato urinário fraco está relacionado a bexiga neurogênica, válvula de uretra
posterior e fimose com orifício prepucial muito estreito.
Época da retirada das fraldas: Retirada em época precoce ou tardia e/ou de
forma muito rigorosa para criança pode ser causa de disfunção miccional e,
consequentemente, ITU. Considera-se retirada precoce antes dos 18 meses de
idade ou tardia após os 3 anos de idade.
Presença de outros sintomas: Como cefaléia (pode ser devida a HAS),
anorexia, vômitos, dor abdominal e déficit de crescimento.
Hábito intestinal / parasitose (prurido anal). Crianças com constipação
intestinal crônica podem reter urina, levando a resíduo pós-miccional. Crianças
com constipação intestinal crônica, uma causa frequente de ITU, podem reter
urina, levando a resíduo pós-miccional. Assim, o tratamento adequado da
constipação intestinal é fundamental para evitar novos episódios de ITU.
Doenças anteriores, principalmente outros episódios de ITU e como foram
caracterizados e tratados.
Presença de dilatação renal no feto detectável no US pré-natal.
Pesquisar atividade sexual em adolescentes e atentar para ocorrência
de violência sexual em crianças e adolescentes.
História familiar de refluxo vesicoureteral e/ou doença renal.
Crescimento inadequado, pode estar presente em crianças com infecção de
repetição ou em crianças com doença renal crônica.
O EXAME FÍSICO deve ser completo. Aspectos importantes na fase aguda
e na fase de seguimento devem ser observados.
NA FASE AGUDA, observar:
Palpação e percussão das lojas renais, sinal de Giordano, em todas as
crianças.
Palpação abdominal: avaliar dor abdominal e presença de massas.
Dados vitais (importante aferir e comparar com tabela de Pressão Arterial –
VIDE ANEXO) e temperatura axilar. Pacientes com HAS, já podem ter
comprometimento da função renal.
Exame dos genitais: Procurar balanopostite e vulvovaginites.
NA FASE DE SEGUIMENTO:
Dados antropométricos e acompanhamento longitudinal do crescimento em
curvas de referência para idade e sexo (P/I, E/I, IMC/I, P/E) disponíveis em
escore Z no SISREDE.
Palpação das lojas renais.
Palpação abdominal: procurar presença de bexiga aumentada de tamanho ou
massas abdominais.
Exame da coluna vertebral, particularmente a lombossacra, investigar
malformações que podem estar relacionados à bexiga neurogênica. Atentar
para sinais neurocutâneos como fosseta sacral, pelos e assimetria da prega
interglútea.
4.2 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Apesar do exame de urina rotina se apresentar alterado em quase 80% dos
primeiros
episódios de ITU, este exame não é suficiente para o diagnóstico.
Leucocitúrias estéreis podem ocorrer na presença de outros processos infecciosos ou
inflamatórios não associados a ITU, como leucorreia, balanopostite, glomerulonefrite,
viroses,
gastroenterites, litíase,
etc.
Assim
sendo,
a coleta
de urocultura
é
imprescindível para confirmação da ITU.
Algumas considerações importantes a respeito do exame de urina:

A boa qualidade da coleta da urina é essencial para o diagnóstico.

A higiene adequada da genitália com água e sabão é condição imprescindível
associado ou não ao uso de lenços umedecidos para higiene, que serão
disponibilizados nos Centros de Saúde e UPAS.

A forma preconizada na REDE SUS BH de coleta da urina em crianças sem controle
de esfíncter é através do saco coletor. Embora alguns autores defendam a coleta
da amostra de urina por punção ou sondagem vesical, a SMSA definiu a coleta por
jato médio ou saco coletor, o método preferencial na rede SUS BH, por não ser
invasiva. Não ocorrendo a micção em até 30 minutos, o saco coletor deve ser
trocado, com nova higienização. Na ocorrência de defecação, proceder da mesma
forma. Recomenda-se, sempre que possível, que a criança fique de pé, no colo da
mãe, até que ocorra a micção, para diminuir a chance de contaminação.

Em crianças com controle de esfíncter a coleta preconizada é coleta pelo jato
médio. Esta técnica consiste em deixar correr o fluxo inicial de urina e recolher o
jato médio num recipiente esterilizado para receber a amostra.

A coleta de urina deve ser supervisionada por profissional de saúde para garantir a
fidedignidade do resultado. Excepcionalmente, a urina poderá ser coletada em
casa, desde que a mãe ou cuidador seja bem orientado quanto à técnica acima
detalhada e o profissional estiver seguro de que a mãe está bem orientada. Assim,
é importante orientar a mãe ou cuidador a respeito da técnica correta da coleta da
urina, entregando também um folheto (anexo 1) com explicações simples pelo
profissional da Equipe de Saúde da Família.

Processamento imediato da urina e/ou armazenamento e transporte adequados até
seu processamento.

Solicitar baciloscopia em gram de gota de urina não centrifugada

A quantificação da concentração de bactéria na urina (bacteriúria) está diretamente
relacionada ao método de coleta, diurese, método de armazenamento e transporte da
amostra coletada. A urocultura coletada por sacos coletores tem um grande índice de
falso-positivo, porém é muito útil quando é negativa, praticamente afastando o
diagnóstico de ITU em qualquer faixa etária.

A urocultura é o único exame que confirma ITU.

Urocultura com crescimento maior ou igual do que 100000 UFC/mL de um único
microorganismo é igual a diagnóstico de ITU.

<10000 UFC/mL: contaminação

10000-100000 UFC/mL: duvidoso. Repetir o exame. Reavaliar com critério*.
*Avaliar se o paciente está em uso de antimicrobiano, se houve hidratação excessiva,
se a urina ficou por um tempo curto na bexiga.
São achados sugestivos de ITU:
Piúria (> 5 piócitos/campo). Lembrar que existe piúria sem ITU!
Cilindros leucocitários.
Nitrito positivo.

Urina rotina sem alterações não exclui o diagnóstico de ITU.
IMPORTANTE!: O DIAGNOSTICO DEFINITIVO DE ITU APENAS É CONFIRMADO
COM UMA UROCULTURA COM O CRESCIMENTO > 100000 UFC/mL DE UMA
ÚNICA BACTÉRIA.
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
É a situação que se constitui na presença de mais de 100000 UFC/mL na
urocultura de crianças assintomáticas após minuciosos anamnese e exame físico. Deve
ser confirmada com achado de uma única e mesma bactéria em três exames de
urocultura coletados em dias diferentes. Como na bacteriúria assintomática não há
inflamação do uroepitélio, esta condição não deve ser tratada.
FIGURA 1: BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
CRIANÇA ASSINTOMÁTICA
3 UC > 100000 UFC/mL
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
NÃO TRATAR!
UC = urocultura, UFC = unidade formadoras de colônia
FLUXO DE ENCAMINHAMENTO DAS AMOSTRAS DE URINA:
Pacientes que não apresentam acometimento do estado geral deverão ter a
amostra de urina colhida no Centro de Saúde no horário estabelecido de coleta.
Pacientes com acometimento do estado de geral ou com idade menor que 3
meses deverão ser encaminhados para as UPAs para avaliação clínica e realização de
exames. O resultado dos exames será cobrado no centro de saúde, mesmo se a
criança tenha sido encaminhada para UPA.
Encontra-se em andamento, na SMSA, a implantação do exame de urocultura em
todas as UPAS. Seguindo a lógica da atribuição da coordenação do cuidado, será muito
importante que o profissional do CS cobre o resultado da urocultura com profissional
de referência, após o encaminhamento da criança para a UPA.
FIGURA 2: FLUXO DE COLETA DAS AMOSTRAS
SUSPEITA DE ITU
MENORES DE 3 MESES
OU TOXEMIADOS
AVALIAR E ENCAMINHAR
PARA UPA
HMG/PCR
UR/GRAM/UC
UR = URINA ROTINA, UC = UROCULTURA
MAIORES DE 3 MESES
OU CLINICAMENTE BEM
UR/GRAM DE GOTA/UC
FIGURA 3: DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
Estado geral
alterado,
encaminhar
para UPA!
SUSPENDER
TRATAMENTO
MANTER
TRATAMENTO
UC NEGATIVA
SUSPENDER
TRATAMENTO
UC 100000 BGN
CONTINUAR
TARAMENTO
UC= urocultura; UR = urina rotina; HMG = hemograma; PCR = proteína C reativa;
BGN = bactéria gram negativo; UFC = unidades formadoras de colonias.
Tabela 2: Causas de falso-positivo e falso-negativo para ITU.
Problema
FALSO-POSITIVO
CAUSA
Coleta inadequada
Demora no processamento da urina
Contaminação da urina
FALSO-NEGATIVO
pH urinário menor que 5,0
Densidade menor que 1003
Contaminação com bacteriostáticos, restos
de sabão
Pacientes em uso de antimicrobianos
Curto período de incubação da urina na
bexiga
Obstrução total da urina que drena para o
rim afetado
5. TRATAMENTO
5.1 FASE AGUDA:
Tratamento sintomático: analgésicos e antitérmicos.
Hidratação oral frequente ou venosa quando a criança não aceita a via oral.
Tratamento específico para a ITU com antimicrobianos. Antibióticos sugeridos
para tratamento via oral (tabela3).
Quanto maior o atraso no tratamento de ITU confirmada, maior o risco de lesão
renal.
Tempo médio de tratamento 10 dias.
Iniciar logo após a coleta da urocultura.
Tabela 3: Antibióticos utilizados para o tratamento via oral de ITU em ordem de
preferência.
ANTIBIÓTICO
APRESENTAÇÃO
DOSE/DIA
NÚMERO DE
DURAÇÃO
DOSES
MÉDIA
10 DIAS
CEFALEXINA
250mg/5mL
25-50 mg/kg/dia
4
SULFAMETOXAZOL +
200mg+40
40+8 mg/kg/dia
2
TRIMETOPRIM
NITROFURANTOÍNA
mg/5mL
1-2mg/kg/dia
única
Depois da reconstituição, a cefalexina suspensão deve ser mantida em
geladeira e desprezada após 14 dias.
Observação: APENAS em caso de resistência, avaliar o uso de amoxicilina com ácido
clavulânico.
 Em pacientes que não toleram via oral, lactentes menores que 3 meses e/ou
toxemiados, iniciar tratamento por via parenteral (figura 3). Os antibióticos
parenterais sugeridos estão na tabela 4 abaixo.
 Recomenda-se que a primeira dose de antimicrobiano via oral seja administrada
no serviço de saúde, para testar a aceitação, tolerância, avaliar o entendimento
da mãe ou responsável e propiciar tratamento imediato.
 Deve-se orientar a família para retornar ao serviço se a criança persistir com
febre após 72 horas do início do tratamento, ou antes, se evoluir com piora do
estado geral e/ou aparecimento de vômitos.
Tabela 4: Pacientes em uso de antibióticos parenterais para o tratamento de ITU
ANTIBIÓTICO
APRESENTAÇÃO
VIA
DOSE/DIA
NÚMERO
DURAÇÃO
DE
MÉDIA DO
DOSES
CEFTRIAXONA
500mg
EV/IM
50-100
1-2
mg/kg/dia
GENTAMICINA
20mg/40mg/80mg
EV/IM
6-7,5
/120mg/160mg/
TRATAMENTO
10 DIAS
1-3
10 DIAS
mg/kg/dia
280g
Os antibióticos aminoglicosídeos devem ser usados com cautela devido ao risco de
nefrotoxicidade.
FIGURA 3: Escolha entre o tratamento ambulatorial x hospitalar
ITU NÃO
COMPLICADA
- MAIORES 3 MESES
- BOA TOLERÂNCIA VO
- BOA HIDRATAÇÃO
- ESTADO GERAL
PRESERVADO
ITU COMPLICADA
- MENORES 3 MESES
- VOMITOS PERSISTENTES
- DESIDRATAÇÃO MODERADA/
GRAVE
- ACOMETIMENTO DO ESTADO
GERAL
TRATAMENTO AMBULATORIAL
TRATAMENTO HOSPITALAR
Com antibiótico de uso
parenteral
SEGUIMENTO:
5.2 TRATAMENTO PROFILÁTICO
Importante tratar constipação intestinal.
Orientar o apoio dos pés no chão durante a micção para as meninas. Quando
não é possível apoiar os pés, colocar um caixote ou um banquinho.
Micção em 2 tempos.
Evitar atraso da micção. Orientar micção de 3/3 horas.
5.3 QUIMIOPROFILAXIA
Deve-se iniciar logo após o tratamento da ITU.
Indicação de quimioprofilaxia:
-
Durante a investigação por imagem.
-
Até a correção cirúrgica em caso de uropatias obstrutivas.
-
Em pacientes com Refluxo Vesicoureteral (RVU) III-V até a suspensão pelo
nefrologista pediátrico.
-
ITU de repetição sem causa aparente por 3-4 meses após o último episódio de
ITU.
Suspensão da quimioprofilaxia:
Exames de imagem normais.
- Apos correção cirúrgica das uropatias obstrutivas
-
Em caso de RVU III-V, a quimioprofilaxia será suspensa pelo nefrologista
pediátrico
Tabela 5: Antibióticos utilizados na quimioprofilaxia de ITU, em ordem de preferência.
ANTIBIÓTICO
NITROFURANTOINA
SULFAMETOXAZOL +
TRIMETOPRIM
CEFALOSPORINAS DE 1ª
GERAÇÃO
DOSE
NÚMERO DE DOSES
1-2 mg/kg/dia
única
1-2 mg/kg/dia de trimetoprim
única
¼ DOSE DE MANUTENÇÃO
única
O uso das cefalosporinas de primeira geração devem ser reservadas aos lactentes
menores de 3 meses de idade. Após reconstituição, a cefalexina deve ser mantida na
geladeira e desprezada após 14 dias.
6. FLUXO DE INVESTIGAÇÃO
(disponibilizar na www.intranet.smas.pbh/fluxosusbh)
Toda criança após o primeiro episódio de ITU confirmada deve ser submetida
á investigação, conforme demonstrado na figura 4. Os exames solicitados por médico
da APS visam encontrar possíveis malformações ou disfunções miccionais.
FIGURA 4 Fluxo de investigação por imagem em crianças e adolescentes com
ITU comprovada
<3anos
ITU COMPROVADA
US/DMSA*
Normais
Suspender
profilaxia
seguimento
Alterado
Manter profilaxia
>3 anos
US
Normal
Interromper
profilaxia
Manter seguimento
UCM/DTPA**
US alterado ou
lesão
renal
DMSA/DTPA/UCM
O preparo para o exame de US PEDIÁTRICO deverá ser explicado para mãe ou
cuidador junto com a marcação do exame, conforme modelo do Anexo 2 deste
protocolo.

*Cintilografia com DMSA: deve ser solicitada após o preenchimento do ROTEIRO
PARA
SOLICITAÇÃO DE CINTILOGRAFIA ESTÁTICA (DMSA) (ANEXO 3)
que deve
estar anexado ao pedido do exame, após 4 meses da ITU comprovada. Manter a
criança em quimioprofilaxia até a investigação resultar em normalidade.

**Cintilografia com DTPA

A cintilografia renal compreende dois procedimentos distintos atualmente mais
utilizados na CINTILOGRAFIA RENAL DINÂMICA (DMSA) e a CINTILOGRAFIA RENAL
ESTÁTICA (DPTA).

A cintilografia renal dinâmica de maneira simplista, estuda a função do rim de
filtrar o sangue e formar e excretar a "urina radiomarcada", através de imagens
sequenciais deste processo, permitindo a análise da dinâmica e excreção renal. O
método utiliza-se do radiotraçador DTPA-99 mTc ( ácido dietilenotriamino pentacético
marcado com tecnécio 99 metaestável), que após ser injetado na veia é filtrado pelos
glomérulos renais em seguida excretado através da via urinária.

Por sua vez, a cintilografia renal estática, como o próprio nome afirma, consiste em
imagens
estáticas
através
do
uso
do
radiofármaco
DMSA-99
mTc
(
ácido
dimercaptosuccínico marcado com tecnécio 99 metaestável), o qual se concentra e se
fixa aos túbulos do parênquima renal de maneira proporcional á função tubular e
integridade do córtex renal.

QUIMIOPROFILAXIA
Iniciar logo após o tratamento da ITU.
Indicação de quimioprofilaxia:
-
Durante a investigação por imagem.
-
Até a correção cirúrgica em caso de uropatias obstrutivas.
-
Em pacientes com Refluxo Vesicoureteral (RVU) III-V até a suspensão pelo
nefrologista pediátrico.
-
ITU de repetição sem causa aparente por 3-4 meses após o último episódio de
ITU.
Suspensão da quimioprofilaxia:
Exames de imagem normais.
- Apos correção cirúrgica das uropatias obstrutivas
-
Em caso de RVU III-V, a quimioprofilaxia será suspensa pelo nefrologista pediátrico
7. INDICAÇÃO DE ENCAMINHANHENTO AO NEFROLOGISTA PEDIÁTRICO
Devem ser encaminhados ao nefrologista os pacientes com:
1. Infecção do trato urinário recorrente
2. Crianças com jato urinário fraco e rins palpáveis
3. ITU por microorganismos que não a E. coli
4. Resposta incompleta aos antibióticos em 48-72h
5. Apresentação clinica incomum como no menino mais velho
6. Ultrassom pré-natal com alterações, como por exemplo, dilatação do trato urinário
8. Pacientes com US ou Cintilografia com DMSA alterados
Todos pacientes encaminhados devem portar o exame de urocultura que
confirmou o diagnóstico de ITU e os demais exames.
CRITÉRIOS MÍNIMOS PARA SEREM OBSERVADOS NO ULTRASSOM:
1.
Volume renal
2.
Espessura da córtex renal
3.
Tamanho da pelve renal antero-posterior
4.
Diâmetro dos ureteres
5.
Volume da bexiga (crianças menores = 38 + 2,5 x idade em meses; crianças
maiores = 30+(idadex30).Capacidade aumentada 1,5 x volume esperado para a idade)
6.
Espessura da bexiga ( 3mm com a bexiga cheia, 5mm com bexiga vazia)
7.
Volume do resíduo urinário (< 20 mL crianças e < 50 mL adultos)
8.
Medidas de cistos renais
GLOSSARIO
-
Lactente – criança na faixa etária até dois anos de idade.
-
Disúria - dor, desconforto ou ardência ao urinar.
-
Hidronefrose fetal - dilatação da pelve fetal renal antero-posterior maior 5-7
mm detectada no US pré-natal.
-
Incontinência urinaria - perda involuntária de urina.
-
Jato médio: urina de jato médio, que deve ser efetuada após rigorosa higiene
dos genitais. A urina de jato médio é colhida desprezando-se a parte inicial da micção,
preenchendo-se o coletor e desprezando-se o restante. Esse procedimento visa
eliminar resíduos e bactérias eventualmente presentes na urina. Coletores esterilizados
de boca larga devem ser utilizados. O ideal é a coleta da primeira urina da manhã, por
ser a mais concentrada.
-
Piuria - presença de leucócitos na urina, > 5 leucócitos/ campo.
-
Polaciuria - aumento da frequencia miccional.
-
Sinal de Giordano - percussão lombar com o punho. Considerado positivo
quando há dor à percussão com o punho.
-
Urgência miccional - necessidade exagerada de urinar
ANEXO 1
Procedimento para coleta de urina para urocultura em crianças
A-Crianças do sexo feminino
1. Manter os grandes lábios afastados;
2. Com movimento, suave, realizar a higiene com lenço umedecido, de frente para
trás;
3. Repetir o procedimento anterior com outro lenço;
4. Colocar o coletor infantil;
5. Descartar as luvas;
6. Marcar o horário de troca;
7. Repetir o procedimento a cada 30 a 40 minutos caso a criança não urine ou
evacue;
8. Lavar as mãos antes de retirar o coletor;
9. A retirada do coletor deve ser feita com cuidado para não causar dor e a pele da
criança não ficar irritada;
10. Despejar a urina coletada em frasco estéril, tomando o cuidado para não
contaminar;
11. Se possível, a criança deve ficar de pé, no colo da mãe ou responsável durante
todo o período do procedimento.
B-Crianças do sexo masculino
1. Retrair (afastar) a pele que cobre a glande peniana (cabeça);
2. Com movimentos suaves, realizar a higiene com o lenço umedecido;
3. Colocar o coletor infantil;
4. Descartar as luvas;
5. Marcar o horário de troca;
6. Repetir o procedimento a cada 30 a 40 minutos caso a criança não urine;
7. Lavar as mãos antes de retirar o coletor;
8. A retirada do coletor deve ser feita com cuidado para que a pele da criança não
fique irritada;
9. Despejar a urina coletada em frasco estéril, tomando o cuidado para não
contaminá-la;
10. Se possível, a criança deve ficar de pé, no colo da mãe ou responsável durante
todo o período do procedimento.
ANEXO 2
Modelo para Instruções para o Preparo ULTRASSOM (US) Pediátrico
(disponibilizar na www.intranet.smas.pbh/fluxosusbh)
Fornecer uma cópia para a mãe ou cuidador, junto com a marcação do exame.
US de Rins e Vias Urinárias/ pélvico (infantil)
 Levar o pedido do exame emitido pelo médico;
 Levar um documento de identificação;
 Levar exames anteriores se houver;
 Trazer peso atualizado;
 Trazer a criança com roupa de duas peças (se for neném, não pode vir de
macacão);
 Se a criança quiser urinar (fazer xixi) em casa, deve deixá-la ir ao banheiro;
 Se a criança usar sonda, traga mais uma sonda para passar no local do exame;
 Trazer toalhas ou fraldas;
Preparo:
No dia do exame: (__/ __/ ___)
Todas as crianças:
 Trazer 400 ml de líquido ou cerca de 2 copos (chá, suco, leite, água) para
tomar no local do exame, se for necessário (não pode ser refrigerante nem
água mineral com gás);
Crianças até 04 meses de idade:
Crianças alimentadas com leite materno: controlar o horário da mamada de tal forma
que a mesma seja dada de 30 minutos antes do exame.
Nas crianças que usam mamadeiras, a mamada pode ser substituída por água, suco,
água de coco ou chá (em torno de 200 ml ou um copo, exceto recém-nascidos, porque
estes aceitam menores quantidades).
Crianças de 05 meses a 05 anos de idade:
 2 horas de jejum de alimento sólido;
 Tomar um copo pequeno (150 ml) de água, suco, chá ou leite 1 hora antes do
exame;
 Tomar mais um copo pequeno (150 ml) de água, suco, chá ou leite meia hora
antes do exame.
Crianças de 5 a 15 anos de idade:
 2 horas de jejum de alimento sólido;
 Tomar um copo pequeno (150 ml) de água, suco ou chá uma hora antes de
exame;
 Tomar mais um copo pequeno (150 ml) de água, suco, chá ou leite meia hora
antes do exame.
ANEXO 3
ROTEIRO PARA SOLICITAÇÃO DE CINTILOGRAFIA ESTÁTICA (DMSA) EM
MENORES DE TRES ANOS NA REDE SUS/BH
(disponibilizar na www.intranet.smas.pbh/fluxosusbh)
De acordo com o protocolo de atenção à criança e adolescente com Infecção do Trato
Urinário (ITU), Rede SUS/BH, a cintilografia com DMSA integra o fluxo de investigação de
possibilidade de dano renal crônico (presença de malformações do trato urinário e/ou
cicatriz renal) em crianças menores de três anos após o primeiro episódio de ITU
confirmado, associado ao Ultrassom de rins e vias urinárias.
A cintilografia renal com DMSA para avaliação do dano renal crônico deverá ser realizada
após quatro meses do episódio infeccioso agudo.
HISTÓRIA DA CRIANÇA:
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------DADOS DA CRIANÇA:
1. IDADE:______
2. SEXO: ( ) FEM ( ) MASC
3. DADOS ANTROPOMÉTRICOS:
4. PESO:_____
ESTATURA:____
IMC:______
5. Estão adequados para idade? ( ) sim ( ) não
6. PA: ______ Percentil:_______
7.
A PA normal para idade*?: ( ) sim ( ) não
*De acordo com as curvas de referência para idade e sexo de pressão arterial.
ANAMNESE
8. Existe atraso no crescimento? ( ) sim ( ) não
9. Existe perda de peso crônica ( ) sim ( ) não
10.Houve relato de doença febril concomitante com outro foco associado (otite média
aguda, infecções de vias aéreas superiores, gastroenterite aguda, e ainda outros
familiares com quadro respiratório)? ( ) sim ( ) não
11. Há presença de febre recorrente de origem desconhecida ( ) sim ( ) não
12. Nota-se a presença de balanopostite ou fimose em balão? ( ) sim ( ) não
13. Nota-se a presença de vulvovaginite ( ) sim ( ) não
14. Coexiste quadro de Constipação intestinal ( ) sim ( ) não
15. Há relato de história familiar de Refluxo Vesicoureteral ou doença renal?
( ) sim ( ) não
16. O Jato urinário está diminuído? ( ) sim ( ) não
17. Há história de ITU recorrente? ( ) sim ( ) não
18. Há relato de anormalidades renais diagnosticadas no exame do ultrassom no prénatal? ( ) sim ( ) não
19. Há o encontro de bexiga aumentada, massa abdominal, lesão espinhal? ( ) sim (
) não
20. A criança evoluiu com internação durante o episódio de suspeita de ITU?
( ) sim ( ) não
DADOS IMPORTANTES SOBRE A COLETA DA AMOSTRA DA URINA no CS,
LABORATÓRIO ou UPA
Data do exame:___/____/_______
Atenção: deve-se respeitar o intervalo de pelo menos quatro meses, entre o
resultado da urocultura e o pedido da cintilografia com DMSA.
21. Há relato de forma inadequada da coleta da urina?
(
) sim ( ) não
22.De acordo com o relato da mãe ou acompanhante, respeitaram-se as técnicas de
higiene e o tempo de permanência de 30 minutos do saco coletor aderido a pele da
criança?
( ) sim ( ) não
DADOS IMPORTANTES SOBRE O RESULTADO DOS EXAMES COLETADOS
23. Urocultura positiva com __________________UFC/mL (colocar número de
colônias que cresceu durante a cultura)
24. Qual patógeno cresceu? _____________________________
25. Houve mais de um? ( ) sim ( ) não Qual?___________________
26. Resultado da Bacterioscopia ao Gram (descrever):
_____________________________________________________________________
________________________________________________________
27. Piúria: _____ leucócitos por campo.
28.Dosagem sérica da creatinina:___________
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Shaikh N, Morone N, Bost J, Farrel M. Prevalence of urinary tract infection in
childhood. A Meta-analysis. Pediatr Infect Dis J. 2008; 7(4): 302-08.
2. Chang SL., Shortliffe L. Pediatric urinary tracy infections. Pediatr Clin N Am 2006;
53: 379-00.
3. Toporovki J, Guidoni EBM. Infecção do trato urinário na infância. In: Temas de
pediatria. 2006;82:5-33
4. Guidoni EBM, Toporovski J. Infecção do Trato Urinário na Infância – Aspectos
clínicos, laboratoriais e terapêuticos. In: Nefrologia Pediátrica, 2ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006; 17:305-19.
5. Garin, EH, Olavarria F, Araya C, Broussain M, Barrera C, Young L. Diagnostic
significance of clinical and laboratory findings to localize site of urinary infection.
Pediatr Nephrol. 2007; 22:1002–06.
6. Viday AH, Gorelick, MH. Pediatric urinary tract infection. Clin Ped Emerg Med.
2008; 9:233-37.
7. Koch, VH, Zuccolotto SMC. Urinary Tract infection: a search for evidence. J.
Pediatr.2003; 79(1):97-06.
8. Lopez FA, Campos Junior, D. Infecção do Trato Urinário. In: Tratado de Pediatria.,
1ª ed. Barueri, SP: Manole, 2007;1:1213-22.
9. Management of the Initial UTI in Febrile Infants and Children 2 to 24 Months.
Subcommittee on Urinary Tract Infection, Steering Committee on Quality
Improvement and Management. Pediatrics 2011;128;595.
10. Guidelines on Urological Infections M. Grabe (Chairman), T.E. Bjerklund-Johansen,
H. Botto, M. Çek, K.G. Naber, P. Tenke, F. Wagenlehner. European Association of
Urology 2010. UPDATE APRIL 2010
Agradecimentos
Este protocolo foi elaborado por meio de uma construção conjunta entre os
profissionais de saúde membros do Grupo de Trabalho da SMSA constituído para
discutir e propor melhorias na assistência às crianças e adolescentes com infecção do
trato urinário na rede SUS BH e os professores do grupo de Nefrologia Pediátrica do
Departamento de Pediatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas
Gerais. Colaboraram, também, médicos com grande experiência na área de exames
complementares e cirurgia infantil.
Grupo Técnico
Marcia Rocha Parizzi
Corina Toscano Sad
Mariana Affonso Vasconcelos
Cristina Maria Bouissou Morais Soares
Geralda Eni Rufino de Jesus
Marcelo Silva Reis
Guylaine Christine Antoinette Scoffoni
Marcia Andrade de Almeida
Maria Olimpia Dias Ferreira
Vania Maria Andrade da Rocha
Joyce Perez Gorle Almeida
Eliana Marcia Peixoto Fortes
Waleria Giorgine Nunes
UFMG
José Maria Penido Silva
Eleonora Moreira Lima
Mônica Maria de Almeida Vasconcelos
Marcelo de Sousa Tavares
Sérgio Veloso Brant Pinheiro
Ana Cristina Simões e Silva
Eduardo Araújo de Oliveira
Maria Tereza Filgueiras
HOSPITAL ODILON BHERENS
Roberta P. Silva
CEM / SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BH
Moacir Astolfo Tibúrcio
Email para contato
[email protected]
Coordenação da Atenção à Saúde da Criança e Adolescente
Gerência de Assistência – GEAS –
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte-MG (SMSA)
Download