TECNOLOGIA DE ALIMENTOS A Tecnologia de Alimentos é das mais novas especialidades da necessidade da obtenção de mais fartas e constantes fontes alimentares. Com a elevação mundial da taxa de natalidade e a obrigação de alimentar milhões de novas bocas, julgou-se poder resolver o problema apenas com o aumento da produção de alimentos; o excesso, porém, dessa produção, por sua natureza perecível, não podia ter o devido aproveitamento. Por essa razão e visando à utilização da matéria prima, foram imaginados os primeiros processos para o prolongamento da vida útil do alimento; destes processos e daqueles que os sucederam, nasceu a “Tecnologia dos Alimentos”. Os alicerces básicos da “Tecnologia de Alimentos” foram estabelecidos nos Estados Unidos, em decorrência do seu extraordinário progresso sócio-econômico demográfico. DEFINIÇÃO E OBJETIVOS DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS “Tecnologia de Alimentos” é a parte da Tecnologia destinada ao estudo, melhoramento, defesa, aproveitamento e aplicação da matéria-prima para, transformá-la, através de processos básicos, em produtos alimentícios. Para a “Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos”, é “a aplicação de métodos e técnica, para o preparo, armazenamento, processamento, controle, embalagem, distribuição e utilização dos alimentos”. As mencionadas definições claramente situam os objetivos da “Tecnologia de Alimentos”, tais sejam os que buscam a plena garantia de apresentar ao consumidor, produtos nutritivos, apetitosos, bem apresentados e de tempo maior de vida útil ou de prateleira. Em sua curva ascendente de progresso, a “Tecnologia de Alimentos”, tem dado novos rumos à indústria alimentar, que, hoje, além da sua linha comum dos produtos, tem condições de oferecer ao mercado novos tipos de alimentos. Entre estes, estão os produtos para uso dietético, os elaborados com sub-produtos e resíduos e aqueles que se salientam por sua acentuada sofisticação. É ainda a “Tecnologia de Alimentos” que, breve, dará ao mundo, com a sua avidez sempre progressiva de fontes alimentares, os alimentos do futuro, de procedência natural ou sintética, ainda quase inexplorados. IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS A “Tecnologia de alimentos”, como já foi dito, abrange o setor da Tecnologia, destinado a converter as matérias-primas simples e complexas, em produtos alimentícios. Seu raio de atividade cobre extensa área, que vai desde a fase de escolha da matéria prima e o do processamento desta, até as etapas de elaboração dos produtos, de sua preservação e conservação, do seu acondicionamento, de armazenamento e de consumo. Para cumprir as exigências de sua ampla ação, a “Tecnologia de alimentos” necessitou buscar, em setores de diferentes ciências, ensinamentos e recursos de cada uma delas, para aplicálas em seu proveito. Apoiada nessas ciências básicas, a “Tecnologia de alimentos” tornou-se uma nova ciência, caracterizada pela sua natureza eminentemente técnica. Ciências básicas da Tecnologia de alimentos Ciências biológicas Ciências físico-químicas Engenharia de alimentos Nutrologia A utilização das Ciências biológicas possibilitou a obtenção da matéria-prima em condições grandemente favoráveis e, em certos casos, em circunstâncias inteiramente novas. No campo da Genética, por exemplo, foram abertas inúmeras perspectivas, não só na produção animal, como na vegetal. A criação de animais, com características comerciais mais vantajosas, a obtenção de vegetais e frutas, com melhores qualidades organolépticas, o emprego de processos biológicos, a seleção de sementes, a adaptação de plantas, a hibridação, os métodos especiais de cultura etc, no reino vegetal e no animal, os cruzamentos, a inseminação artificial, a radicação de espécies em zonas e climas adequados etc., foram conquistas que assinalaram o início da evolução da indústria de alimentos. A vinculação das Ciências biológicas à “Tecnologia dos Alimentos” é de considerável importância, pois através delas, em muitos casos, se consegue o condicionamento da matéria-prima às características desejáveis do produto e, com isso, sua valorização. À Microbiologia, recorre extraordinariamente a “Tecnologia de alimentos”, que dela retira os subsídios para o conhecimento dos processos de alterações microorgânicas de alimentos e de aplicação de meios de preservação e de conservação destes, dos métodos de fermentação, da melhoria organoléptica de produtos e da criação de inúmeros sub-produtos. A Enzimologia é básica na “Tecnologia de alimentos”, pela poderosa influência da enzima sobre os produtos alimentícios, desde a sua fase de matéria-prima à de consumo. Com o conhecimento da ação enzimática, tornou-se possível a eliminação de vários processos desfavoráveis à manutenção dos caracteres organolépticos normais e à conservação do tempo de vida útil dos alimentos, e melhorados e criados novos produtos, com qualidades especiais e de agradável consumo. As Ciências físicas e químicas constituem importante setor à disposição da “Tecnologia de alimentos”, que nelas se alicerçam em sólidas bases. Através da Química, com seus vários ramos, os alimentos, que são substâncias químicas, são avaliados pelo estudo: dos seus constituintes (química analítica); de seu conteúdo de carbono (química orgânica); de substâncias inorgânicas (química inorgânica), dos seus fenômenos vitais (bioquímica) e dos meios que interpretam o relacionamento dos fatores físicos e químicos entre si (fisicoquímica). Por intermédio da química analítica e da bioquímica, podem ser observadas e geralmente controladas, as transformações em todas as suas fases, não só as da matéria prima a ser utilizada, como também as que ocorrem, depois de elaborado e durante o seu armazenamento. A Engenharia de alimentos é, na moderna tecnologia, um de seus mais positivos suportes. Ela é imprescindível para a realização de muitas etapas de processamento dos produtos e responde pelas razões sobre como se constituem as suas operações básicas, assim como o porquê e a conveniência dos processos destas decorrentes. A “Engenharia de alimentos” orienta e fornece, então, os meios específicos para a elaboração de produtos alimentícios, através de aparelhos ou de sistemas, inspirados em operações básicas, de natureza física, química ou biológica. Paralelamente ao conceito que deve despertar e ao seu rendimento comercial, o produto alimentício tem que apresentar as características necessárias para que seja realmente um alimento. Cabe à “Nutrologia”, estabelecer a conveniência e a oportunidade da presença, nos produtos, dos nutrientes, como acontece nos produtos dietéticos e principalmente a avaliação positiva ou negativa do produto, sobre o organismo. A orientação nutrológica se faz sentir não só diretamente, através dos produtos alimentícios destinados ao consumo humano, da produção seletiva de alimentos, como, também, indiretamente, na alimentação especial de animais, visando ao aprimoramento da matéria-prima. Pela aplicação das ciências enumeradas e que possibilitam o exercício da “Tecnologia de alimentos”, se compreende então a elevada soma de recursos de que esta dispõe e que por isso, consegue proporcionar à indústria de alimentos, cada vez de modo mais intenso, a melhoria de seu padrão de qualidade. Com as possibilidades advindas e o impulso que tomou, a “Tecnologia de alimentos” implantou nova era no sistema de nutrição dos povos, criando facilidades para o abastecimento, preparo e consumo de produtos alimentícios, apresentados em seguras e vistosas embalagens e com magníficos padrões organolépticos, nutritivos e de sanidade. FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA O DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS Vários fatores de grande e de pequena influência, determinaram o extraordinário avanço a que chegou atualmente a “Tecnologia de alimentos”. Como facilmente se deduz, foi a maior necessidade de produção, de distribuição e de consumo de alimentos industrializados, o principal estímulo do progresso da sua tecnologia. Entre esses fatores estão principalmente aqueles ligados à urgência do consumo de certos produtos e ao aproveitamento das matérias-primas excedentes, nos seus locais de origem. Fatores que contribuíram para o desenvolvimento da “Tecnologia de alimentos” 1) Em relação ao aumento de consumo dos produtos: a) Aumento progressivo de consumo, por maior desenvolvimento demográfico. b) Influência social-trabalhista: a elevação do gasto de produtos alimentícios se verifica especialmente nos centros urbanos de importância. As dificuldades impostas por novas condições sociais e de trabalho, também constituíram causas de progresso para a tecnologia de alimentos, mais solicitada para satisfazer a maior procura de produtos para a alimentação. O êxodo de trabalhadores rurais e domésticos para a indústria, onde encontravam melhores condições salariais, diminuiu consideravelmente a sua presença nos lares, nos quais desempenhavam as tarefas culinárias; esse fato importou na subida do uso de alimentos industrializados, preferidos pelas donas-de-casa, em razão da facilidade do seu emprego. c) Aumento do consumo em situação de emergência : certas rupturas inesperadas do equilíbrio entre o abastecimento e o consumo alimentar, também têm servido para motivar o incremento da tecnologia alimentar. Isso tem acontecido em ocasiões excepcionais, como de calamidades públicas, ocasionadas por enchentes, secas, terremotos, conflitos, guerras etc. Nos Estados Unidos e em menor escala, na Alemanha e na Inglaterra, a “Tecnologia de alimentos” teve grande impulso, no decorrer das grandes guerras mundiais, quando a necessidade de alimentar tropas combatentes e as populações situadas na retaguarda, era tarefa prioritária. O atendimento de regiões críticas e de coletividades carentes, também é motivo para o aumento da utilização de produtos alimentícios e, com isso a adoção, muitas vezes, de processos de improvisação técnica, para fornecer o alimento, nas condições exigidas de quantidade e qualidade. 2) Em relação ao aproveitamento das matérias-primas: a utilização destas, em menor escala e, principalmente daquelas disponíveis abundantemente em certas regiões, fez surgirem novas técnicas, que possibilitaram a maior elaboração e distribuição permanente de produtos, em mercados onde antes eram inexistentes. 3) Em relação aos modernos conhecimentos gerais: sendo um conjunto de várias ciências, a evolução e a conquistas de novas metas nos setores das atividades humanas têm proporcionado à “Tecnologia de alimentos” considerável acréscimo de conhecimentos e de inúmeras possibilidades criativas. 4) Em relação ao emprego de produtos dietéticos: A “Tecnologia de alimentos”, alcançou sugestivo triunfo técnico, ao implantar a indústria de produtos dietéticos. Acompanhando a divulgação mais intensa das concepções da nutrologia, a “Tecnologia de alimentos” permitiu a introdução, no comércio, de produtos utilizados como complementos no regime normal e agentes terapêuticos nas prescrições dietoterápicas. 5) Em relação à concorrência comercial: a luta entre os fabricantes, pela preferência dos seus produtos, criou dentro da tecnologia alimentar processos originais, não só visando à melhoria de sua qualidade, como diminuição do seu tempo de preparo (pré-digeridos, instantâneos, etc) e acondicionamento em embalagens atraentes e protetoras. Barbosa FINALIDADES Pelo exposto, vemos que a finalidade da Tecnologia de Alimentos não é a de formação de técnicos em Indústria Alimentar, ou seja, dos chamados engenheiros tecnólogos de alimentos e isto porque, a atuação destes, repousando quase que exclusivamente na ciências exatas, visa à maior produção e ao melhor acabamento dos alimentos obtidos, preocupando-se, portanto, sobretudo com os métodos, técnicas e processos que permitam atender a esses objetivos. Já a Tecnologia de Alimentos, embora não descurando tais aspectos, visa, primordialmente, a conjugar os propósitos da Indústria de Alimentos, com os ensinamentos básicos da Nutrologia e ciências afins. Em resumo: enquanto a Indústria de Alimentos objetiva o rendimento do processo e, conseqüentemente, o montante da produção, à Tecnologia de Alimentos interessam, principalmente, o porque do processo e o seu constante aperfeiçoamento através da pesquisa, no sentido de oferecer, cada vez mais, ao consumidor, alimentos nutritivos, sãos, higiênicos e, tanto quanto possível, a preços módicos. ONDE FOI ESTRUTURADA Embora estudos e pesquisas tenham sido realizados mais ou menos simultaneamente, em diversos países, a estruturação e os fundamentos básicos desta nova ciência foram firmados nos Estados Unidos, como uma decorrência das condições impostas pelo espantoso surto de desenvolvimento sócio-econômico-demográfico verificado neste país, a partir do início do presente século e, principalmente, pela sua decisiva participação nas duas grandes guerras mundiais, quando teve de prestar auxílio alimentar às próprias tropas sediadas nas várias frentes de batalha e, ainda, aos povos das nações às quais se aliaram, situação esta que importou não só em problemas de maior produção e diversificação de alimentos, como, também, nos de armazenamento, conservação, preservação e transporte destes. Hoje, quase todos os países economicamente evoluídos recorrem, no que diz respeito ao atendimento alimentar adequado de suas populações, à orientação da Tecnologia de Alimentos, mantendo laboratórios oficiais de análises, criando know-how próprios, participando da regulamentação internacional sobre a sanidade de alimentos e mantendo. Inclusive, órgãos experimentais, congêneres aos “Food Technology Institutes”, estabelecimentos estes que proporcionaram ao povo norte-americano, a possibilidade de atingir a uma padronização de hábitos alimentares, dentro do mais alto nível preconizado pela Saúde Pública e pela Dietética. “Tecnologia de Alimentos é a ciência que trata do estudo, aperfeiçoamento e aplicação experimental de processos viáveis, visando ao seu emprego na obtenção, processamento, conservação, preservação, transporte e comércio dos alimentos em geral”. IMPORTÂNCIA E PROJEÇÃO DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS NO BRASIL Em nosso país, a Tecnologia de Alimentos restringe-se, quase que exclusivamente, aos setores didáticos e ao da pesquisa laboratorial; assim, os diversos cursos de nutrição e afins, sejam de formação, sejam de pós-graduação, incluem-se em seus currículos, como disciplina básica. No setor das pesquisas, contamos, entre outros, com o Centro de Tecnologia Agrícola e Alimentar, do Ministério da Agricultura, com o Instituto Nacional de Tecnologia, do Ministério da Indústria e Comércio, com o Centro Nacional de Energia Nuclear e com o Instituto de Tecnologia Alimentar de Campinas (ITAL). Na prática, porém, ressalvadas a criação da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, (ABIA) e da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, (SBCTA), pouco temos progredido. Finalmente, no terreno da aplicação, o que existe de objetivo, deve-se a iniciativas esparsas, de caráter privado, criadas pela competição comercial, carecendo, assim, da necessária coesão de valores e poderes que garantam a esta ciência, as condições de uma especialização eficiente e, que, como tal, se imponha. Gava ASPECTOS GENÉRICOS DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS 1 – INTRODUÇÃO A Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos define Tecnologia de Alimentos como sendo a aplicação de métodos e da técnica para o preparo, armazenamento, processamento, controle, embalagem, distribuição e utilização dos alimentos. Outros a definem sendo aquela que estuda a aplicação da Ciência e da Engenharia na produção, processamento, embalagem, distribuição e utilização dos alimentos. A Ciência dos Alimentos inclui o estudo das características físicas e químicas dos alimentos. A Tecnologia de Alimentos inclui a seqüência de operações desde a seleção da matéria-prima até o processamento, preservação e distribuição. O cientista de alimentos deve compreender não somente o processamento e o armazenamento dos alimentos, mas também deve conhecer a produção agrícola e as necessidades do consumidor. O campo da ciência de alimentos não é novo. Entretanto, ele tem recebido novas dimensões com a migração da população rural para a zona urbana. A matéria-prima tem que se transformada em alimentos estáveis, que são facilmente armazenados e transportados, e que estão muitas vezes prontos para consumo, quando adquiridos. Assim, a ciência e tecnologia de alimentos tem-se desenvolvido com uma importante ciência aplicada (1). Para o futuro, a Tecnologia de Alimentos deverá orientar-se segundo duas direções: por um lado haverá o início, a continuação ou o incremento da produção de alimentos mais sofisticados, mais nutritivos, mais convenientes e mais atrativos, que já existem em países desenvolvidos, compreendendo uma série de alimentos que só poderão ser adquiridos por pessoas de bom poder aquisitivo; por outro lado, o desenvolvimento dos processos tecnológicos se orientará para o aproveitamento de subprodutos e para a produção de alimentos mais nutritivos, que sejam oferecidos a baixo preço e possam ser utilizados por grande parte da população mundial, hoje carente de alimentos. 2 – IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS A industrialização dos produtos agropecuários pode contribuir consideravelmente na melhoria da dieta de um país e do estado nutricional dos seus habitantes. A amplitude dessa contribuição depende de diversos fatores, como a existência de uma agricultura desenvolvida que possa receber uma tecnologia avançada e do nível econômico e poder aquisitivo da população. A tecnologia alimentar é o vínculo entre a produção e o consumo dos alimentos e se ocupa de sua adequada manipulação, elaboração, preservação, armazenamento e comercialização. Para que possa alcançar um bom rendimento, deve a tecnologia de alimentos estar intimamente associada aos métodos e progressos da produção agrícola de um lado, e aos princípios e práticas da nutrição humana, do outro lado. Há ainda quem duvide da utilidade de incluir na dieta produtos alimentícios industrializados porque a elaboração pode destruir, em pequena proporção, os nutrientes. Nos últimos tempos tem-se conseguido reduzir consideravelmente essas perdas pelo uso de técnicas aperfeiçoadas. Por outro lado, a utilização em grande escala de alimentos elaborados proporciona uma boa oportunidade para aumentar o valor nutritivo de certos alimentos de consumo, com determinados nutrientes (proteínas, vitaminas, ferro, cálcio, etc.), que são deficientes no produto natural. Essa complementação nutricional é praticamente impossível de ser realizada no produto em estado natural. A utilização de alimentos prontos e semiprontos é importante nos países em desenvolvimento ou desenvolvidos porque, reduzindo as perdas dos alimentos, aumentará a sua disponibilidade. Apesar das dificuldades de avaliar as perdas de alimentos, sabe-se que grande parte dos alimentos dos países de baixa renda é perdida no campo, no processamento ou na distribuição. Acredita-se que as perdas de alimentos são de 40% na América Latina e 30% na África. Estima-se que, se metade das perdas de alimentos no armazenamento fosse evitada ter-se-iam calorias suficientes para satisfazer a dieta de 500.000 pessoas (3). Com a utilização da indústria de alimentos consegue-se um fornecimento mais uniforme de alimentos durante todo o ano. Com a tendência da concentração da população nas cidades, torna-se necessário colocar à sua disposição produtos alimentícios elaborados e orienta-la em matéria de nutrição. Os alimentos elaborados e os alimentos mais nutritivos virão fornecer à dieta novos produtos particularmente ricos em determinados nutrientes, com o propósito de compensar certas deficiências nutricionais específicas. Resumindo, poderemos dizer que, considerando o crescimento explosivo da população da terra, as extensões territoriais, com grandes diferenças na capacidade produtiva, as diferenças no adiantamento técnicos dos povos e, o que é mais importante, a grande perecibilidade dos produtos agropecuários, a conclusão a tirar é que os povos precisam dedicar grande atenção à ciência e à técnica da preservação de produtos alimentícios, a fim de que possam sobreviver. EVANGELISTA ESTUDO DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS O estudo de “Tecnologia de Alimentos” se faz em nosso país, através de cursos de formação de tecnólogos de alimentos, de pós-graduação e de doutorado. Os conhecimentos sobre “Tecnologia de alimentos” abrangem vasto campo, que se amplia cada vez mais, em razão de novos recursos que surgem, de novas técnicas implantadas e da própria evolução da ciência. Esses conhecimentos possibilitaram a diversidade e o incremento da indústria de alimentos, cada vez mais presente no mercado de todo o mundo. Tal diversidade criou, para cada ramo da indústria de alimentos, verdadeiras especializações de atividades, refletidas na adoção de instalações, técnicas e processamentos específicos. Nessa conjuntura, os conhecimentos de Tecnologia de alimentos se expandiram tanto, que atualmente os técnicos generalistas, são preteridos por profissionais especializados em cada área; assim, encontramos técnicos que se dedicam a laticínios, a pescados, a óleos e gorduras etc. Antes porém dessa atuação especializada, os tecnólogos recebem nos cursos que freqüentam, nas noções básicas, imprescindíveis ao exercício de sua profissão. Para a obtenção desses informes, inserimos, a seguir, sugestões para roteiros de estudo da “Tecnologia de Alimentos”, abordando conhecimentos fundamentais e indispensáveis. PLANO DE NOÇÕES GERAIS E INDISPENSÁVEIS AO ESTUDO DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS Química dos alimentos; Microbiologia de alimentos; Operações unitárias; Tecnologia de produtos e subprodutos da carne; Tecnologia de produtos e subprodutos de pescado; Tecnologia de produtos do leite e derivados; Tecnologia de produtos e subprodutos de vegetais; Tecnologia de produtos de cereais; Tecnologia de óleos e gorduras comestíveis; Processamentos; Conservação de alimentos; Higiene, limpeza e sanitização na indústria de alimentos; Embalagens; e Controle de qualidade.