Nº. 07 15 DE FEVEREIRO DE 2016 Informe Epidemiológico de Casos Notificados de Microcefalia. Bahia, 2016. Definição de Caso Recém-Nascido Vivo com microcefalia possivelmente associada a infecção pelo vírus Zika, durante a gestação Caso Confirmado Situação Epidemiológica Atual O estado da Bahia a partir de definições e orientações do Ministério da Saúde, ajustou a definição de caso suspeito de recém-nascido (RN) à termo com microcefalia (perímetro cefálico ≤ 32 cm), passando a adotá-las para fins de vigilância epidemiológica. Desde outubro de 2015, os municípios do estado da Bahia vêm apresentando um aumento no número de casos suspeitos de microcefalia totalizando, até o dia 13 de fevereiro de 2016, 744 casos em 121 municípios do estado (Figura 1), notificados por intermédio do Registro de Eventos em Saúde Pública (RESP). Desses casos, 161 foram investigados com a realização de exame de imagem, sendo 107 confirmados e 54 descartados. (Tabela 1) Recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, classificado como caso suspeito de microcefalia possivelmente associada com infecção pelo vírus Zika, em que tenha sido identificado o vírus Zika em amostras do RNV ou da mãe (durante a gestação). OU Recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, classificado como caso suspeito de microcefalia possivelmente associada com infecção pelo vírus Zika, com microcefalia diagnosticada por qualquer método de imagem, excluídas outras possíveis causas conhecidas. Caso Suspeito Recém-nascido vivo com menos de 37 semanas de idade gestacional, apresentando medida do perímetro cefálico abaixo do percentil 3, segundo a curva de Fenton, para o sexo. Recém-nascido vivo com 37 semanas ou mais de idade gestacional, apresentando medida do perímetro cefálico menor ou igual a 32 cm, segundo as referências da OMS, para o sexo. Figura 1. Distribuição espacial dos casos notificados de microcefalia (PC ≤ 32 cm). Bahia, 2015 -2016. Fonte: RESP, dados de 08/10/15 a 13/02/16. Caso de diagnóstico descartado para vigilância Caso registrado de recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, classificado como caso suspeito de microcefalia possivelmente associada com infecção pelo vírus Zika, com confirmação de causa específica, infecciosa ou não, que não seja a infecção pelo vírus Zika no recém-nascido e na mãe. Total de óbitos notificados de microcefalia: *18 Registro de Eventos em Saúde Pública (RESP): 8 (Alagoinhas– 1, Crisópolis-1, Cruz das Almas– 1, Esplanada– 1, Presidente Tancredo-1, Salvador– 3 ) Sistema de Informação de Mortalidade (SIM): 10 (Camaçari-1, Campo Formoso-1, Itabuna-1, Itapetinga -1, Olindina-1, São Sebastião do Passé-1 Tanhaçu-1 e 3 em Salvador. * Excluídp óbito de Entre Rios Tabela 1. Número de casos de microcefalia investigados, segundo município de residência e classificação final do caso. Bahia, 2015-2016* Fonte: RESP, dados de 08/10/15 a 13/02/16. Página 1 Informe Epidemiológico de Casos Notificados de Microcefalia. Bahia, 2016. Feto com alterações do SNC possivelmente relacionada a infecção pelo vírus Zika durante a gestação No que se refere ao período de notificação, o primeiro caso suspeito foi registrado na semana epidemiológica 40 que compreende o período de 04 a 10/10 de 2015. Desde então, observa-se um aumento do número desses casos, a partir da semana 46 de 2015 (Figura 3). 120 Achado ultrassonográfico de feto com circunferência craniana (CC) aferida menor que dois desvios padrões (< 2 dp) abaixo da média para a idade gestacional acompanhada ou não de outras alterações do SNC, excluídas outras possíveis causas infecciosas e não infecciosas ou com diagnóstico laboratorial conclusivo para vírus Zika. Achado ultrassonográfico de feto com alteração no sistema nervoso central (SNC) sugestivo de infecção congênita, com relato de exantema na mãe durante a gestação, excluídas outras possíveis causas infecciosas e não infecciosas ou com diagnóstico laboratorial conclusivo para vírus Zika. Caso Suspeito Achado ultrassonográfico de feto com circunferência craniana (CC) aferida menor que dois desvios padrões (< 2 dp) abaixo da média para a idade gestacional acompanhada ou não de outras alterações do Sistema Nervoso Central (SNC). Achado ultrassonográfico de feto com alteração SNC sugestivo de infecção congênita. Caso de diagnóstico descartado para vigilância Caso registrado de feto com suspeita de alterações do SNC que na investigação não apresente informações de alterações no SNC; OU Caso registrado de feto com suspeita de alterações do SNC que apresente padrões normais ao nascimento, caso não tenha sido possível descartar durante a gestação; OU Caso registrado de feto com suspeita de alterações do SNC que tenha confirmação de outra causa de microcefalia, que não seja a infecção por vírus Zika. 100 80 60 40 Casos 20 0 40 42 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 6 5 Semana Epidemiológica Figura 3. Número de notificações de casos de microcefalia (PC ≤ 32 cm), segundo semana epidemiológica. Bahia, 2015 – 2016*. Fonte: RESP, dados de 08/10/15 a 13/02/16. Do total de casos notificados, 447 (60,1%) são do sexo feminino e 297 (39,9%), do masculino. No que diz respeito a Perímetro Cefálico (PC), 45,8% (341) apresentaram PC de 32 cm enquanto os demais 54,2% (403) tinham PC < 32 cm, (Figura 4). 400 350 300 250 200 150 100 50 0 341 135 81 1 1 1 1 1 3 1 3 7 3 25 38 3 Casos 45 4 8 1 7 1 30 3 19,8 21,5 22,0 23,0 23,7 24,0 24,5 25,0 26,0 26,5 27,0 27,5 28,0 28,5 29,0 29,5 30,0 30,4 30,5 30,8 31,0 31,5 31,9 32,0 Caso Confirmado Perímetro cefálico em centímetros Figura 4. Número de notificações de microcefalia (PC ≤ 32 cm), segundo o perímetro cefálico. Bahia, 2015 – 2016*. Fonte: RESP, dados de 08/10/15 a 13/02/16. Do total de casos notificados de microcefalia (744), 208 mães (27,9%) referiram ter tido doença exantemática na gestação. Dessas (208), 129 (62,0%) informaram que a doença exantemática ocorreu no primeiro trimestre, 45 (21,6%) no segundo trimestre, 13 (6,3%) no terceiro trimestre e 21 (10,1%) não lembravam. Página 2 Informe Epidemiológico de Casos Notificados de Microcefalia. Bahia, 2016. Natimorto decorrente de infecção pelo vírus Zika durante a gestação Sala Nacional de Coordenação e Controle para o Enfrentamento à Microcefalia Caso Confirmado Natimorto de qualquer idade gestacional, apresentando microcefalia ou outras alterações do SNC, de gestantes com relato de doença exantemática durante a gestação, com identificação do vírus Zika na mãe ou no tecido fetal. Caso Suspeito Natimorto de qualquer idade gestacional, de gestantes com relato de doença exantemática durante a gestação. Caso de diagnóstico descartado para vigilância Caso registrado de natimorto de qualquer idade gestacional, de gestante com relato de doença exantemática durante a gestação, com identificação de outras possíveis causas infecciosas e não infecciosas na mãe ou no tecido fetal, sendo excluída a infecção por vírus Zika na mãe e no tecido fetal. Gestante com possível infecção pelo vírus Zika durante a gestação Caso Confirmado Toda grávida, em qualquer idade gestacional, com doença exantemática aguda, excluídas outras hipóteses de doenças infecciosas e causas não infecciosas conhecidas, com diagnóstico laboratorial conclusivo para vírus Zika. Caso Suspeito Toda grávida, em qualquer idade gestacional, com doença exantemática aguda, excluídas outras hipóteses de doenças infecciosas e causas não infecciosas conhecidas. O Governo Federal instalou a Sala Nacional de Coordenação e Controle para o Enfrentamento à Microcefalia para gerenciar e monitorar a intensificação das ações de mobilização e combate ao mosquito Aedes aegypti, bem como a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. A Sala Nacional é coordenada pelo Ministério da Saúde e tem a participação dos ministérios da Integração, da Defesa, do Desenvolvimento Social, da Educação e da Secretaria de Governo da Presidência da República, além de outros órgãos convidados. A Sala Nacional articula as ações de mobilização com as Salas Estaduais. As Salas Estaduais estão sendo organizadas em todas as Unidades da Federação e devem articular as ações de mobilização com as salas dos municípios de cada estado. Atualmente, 18 unidades da federação já instalaram suas unidades: Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Sergipe e Ceará. Outros quatro estados estão em fase de implantação da sala: Pará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo. Diretrizes Estão disponíveis três diretrizes para guiar os trabalhos de enfrentamento à microcefalia e às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A diretriz geral da Sala de Situação visa à definição da estrutura, das atribuições e do funcionamento das Salas de Coordenação e Controle das três esferas de governo. A diretriz número 1 orienta estados e municípios para a intensificação de ações de combate ao mosquito Aedes aegypti no período de vigência da Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), declarada pelo Ministério da Saúde em 11 de novembro de 2015. Já a diretriz 2 estabelece procedimentos para as Salas Estaduais e Municipais de Coordenação e Controle solicitarem apoio das Forças Armadas nas ações de intensificação do combate ao mosquito. . Responsabilidades da Sala de Situação Caso de diagnóstico descartado para vigilância Caso registrado de grávida, em qualquer idade gestacional, suspeita de infecção pelo vírus Zika, com identificação da origem do exantema que não seja a infecção por vírus Zika. Página 3 Definir diretrizes para intensificar a mobilização e o combate ao mosquito Aedes aegypti em todo território nacional, além de consolidar e divulgar informações sobre as ações e os resultados obtidos; Coordenar as ações dos órgãos federais de disponibilização de recursos humanos, insumos, equipamentos e apoio técnico e logístico, em articulação com órgãos estaduais, distritais, municipais e entes privados envolvidos; Monitorar os procedimentos adotados para intensificar as ações de mobilização e combate ao mosquito Aedes aegypti; Apoiar e acompanhar a instalação das Salas Estaduais, Distrital e Municipais de Coordenação e Controle; e Propor aos órgãos competentes estudos e medidas para alcançar o objetivo do grupo. Informe Epidemiológico de Casos Notificados de Microcefalia. Bahia, 2016. Aborto espontâneo decorrente de possível associação com infecção pelo vírus Zika, durante a gestação Número de casos notificados de Microcefalia por município. Bahia, 2015-2016. Caso Confirmado Aborto espontâneo de gestante com relato de exantema durante a gestação, sem outras causas identificadas, com identificação do vírus Zika em tecido fetal ou na mãe. Caso Suspeito Aborto espontâneo de gestante com relato de exantema durante a gestação, sem outras causas identificadas. Caso de diagnóstico descartado para vigilância • Caso registrado de aborto espontâneo de gestante com relato de exantema durante a gestação, com outras causas identificadas, sendo excluída a infecção por vírus Zika na mãe e no tecido fetal. Para esclarecimentos e outras informações contatar o Cievs Bahia através do endereço eletrônico [email protected] e/ou dos telefones (71) 999941088 (24 h), (71) 3116-0037, 3116-0018 e 08002842177. Fonte:RESP dados de 08/10/15 a 13/02/16. Página 4