Bronquite Infecciosa das Galinhas

Propaganda
Encarte Especial BIG
Encarte Especial
Parte integrante da edição nº95 da Revista do AviSite
nº 02
agosto/2015
Bronquite Infecciosa
das Galinhas
Professor Antônio Piantino (USP) e
pesquisadores revisam o tema e traçam o
panorama da doença no Brasil
Encarte Especial BIG
1
Abertura
2
Encarte Especial BIG
Encarte Especial BIG
Sumário
03
Editorial
10
Característica do vírus e
histórico da doença
05
Introdução sobre a Bronquite
Infecciosa das Aves
13
Situação da Bronquite
Infecciosa das Aves no Brasil
Responsáveis
Parceria
•Antonio J. Piantino Ferreira
•Mario Sergio Assayag Jr.
•Claudete S. Astolfi-Ferreira
•Claudia Carranza
Departamento de Patologia, FMVZ, USP
www3.fmvz.usp.br/index.php/site/departamentos/departamento_
de_patologia_vpt/apresentacao
Este encarte especial, produzido em parceria com a Editora Mundo Agro, tem como
proposta tornar disponível os conhecimentos
atuais a Bronquite Infecciosa das Aves. Trata-se de colaboração com o Professor Antonio J.
Piantino Ferreira, professor titular da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo - com a colaboração de colegas envolvidos no estudo e na
elaboração de pesquisas sobre este assunto.
Acesse este material também em sua
versão online: www.avisite.com.br/EncarteEspecialBIG.
Antonio José Piantino Ferreira concluiu o doutorado em
Patologia Experimental e Comparada pela Universidade de
São Paulo em 1996. Atualmente é Professor Associado da
Universidade de São Paulo. Publicou 51 artigos em periódicos
especializados e 134 trabalhos em anais de eventos. Possui 11
capítulos de livros publicados. Atua na área de Medicina
Veterinária, com ênfase em Patologia Aviária.
Encarte Especial BIG
3
Encarte Especial BIG
Editorial
Divulgando o conhecimento sobre
Bronquite Infecciosa das Aves
O tema Bronquite Infecciosa das Galinhas tem sido amplamente abordado em eventos realizados pela avicultura brasileira. Este fato é prova da busca intensiva por maiores índices de produtividade no setor.
Além disso, não há dúvidas de que a ciência está ao lado dos produtores para o
controle desta enfermidade. O agente (VBIG), a epidemiologia (o papel do agente, o
papel do meio ambiente, a situação mundial e a doença no Brasil) e o controle (vacinação, seleção da cepa vacinal e os métodos de vacinação) são abordados em amplas
discussões sobre a enfermidade, que pode estar associada com distúrbios respiratórios,
renais, entéricos, além de problemas de fertilidade e redução da qualidade e da produção de ovos.
As empresas fornecedoras de soluções para a Bronquite Infecciosa também se envolvem nas discussões e pesquisam a doença.
Para agrupar parte das informações disponíveis sobre este tema, lançamos este
encarte especial, com a colaboração do Professor Antonio Piantino Ferreira, da Universidade de São Paulo (USP). Contamos também com o patrocínio das empresas Biovet,
Ceva, Merial e Zoetis.
Produzimos, ainda, um caderno técnico-comercial, publicado na edição de julho da
Revista do AviSite, com as soluções para Bronquite Infecciosa apresentadas pelas empresas parceiras deste projeto (acesse em: www.revistadoavisite.com.br/web/pub/
avisite/index2/?numero=94, páginas 42 a 49).
Parceiros comerciais
Acesse este material também em sua versão online
www.avisite.com.br/EncarteEspecialBIG
expediente
Mundo Agro Editora Ltda.
Rua Erasmo Braga, 1153
13070-147 - Campinas, SP
Encarte Especial Agosto 2015
4
Encarte Especial BIG
Internet
Gustavo Cotrim
[email protected]
Publisher
Paulo Godoy
[email protected]
Comercial
Karla Bordin
[email protected]
Redação
Érica Barros (MTB 49.030)
Mariana Almeida (MTB 62.855)
[email protected]
Administrativo e circulação
Diagramação e arte
Caroline Esmi
Mundo Agro e
[email protected]
Innovativa Publicidade
[email protected]
Artigo
Encarte Especial BIG
Prática de vacinação contra
BIG nos incubatórios é
necessária, devido à circulação
viral que ocorre nas diferentes
regiões do Brasil
Bronquite
Infecciosa
das Aves
Principal doença avícola do
Brasil, a BIG afeta granjas de
frangos de corte, reprodutoras
e poedeiras comerciais
Autores: Antonio J. Piantino Ferreira, Mario Sergio
Assayag Jr., Claudete S. Astolfi-Ferreira e Claudia
Carranza. Departamento de Patologia, FMVZ, USP
A
Bronquite Infecciosa das Galinhas (BIG) é uma doença viral,
causada pelo vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas
(VBIG), que acomete aves da
espécie Gallus gallus. A primeira descrição da doença foi em 1931, nos Estados Unidos. Atualmente a doença é endêmica
em praticamente todos os países que criam
aves.
A BIG tem grande importância econômica
porque causa queda no ganho de peso e aumento na conversão alimentar em frangos de
corte, além de aumento na condenação no
abatedouro. Em galinhas reprodutoras e galinhas de postura comercial, ocorre redução na
produção de ovos e piora na qualidade da casca dos ovos.
Atualmente a BIG é a principal doença avícola do Brasil, afetando granjas de frangos de
corte, reprodutoras e poedeiras comerciais.
Está distribuída em todas as regiões com produção comercial. Aparentemente, em aves de
Encarte Especial BIG
5
Artigo
BIG tem grande
importância econômica,
pois causa queda no
ganho de peso e aumento
na conversão alimentar
em frangos de corte, além
de aumento na
condenação no
abatedouro
6
Encarte Especial BIG
corte os sinais clínicos e as perdas produtivas são
mais evidentes que em aves poedeiras comerciais.
Em aves reprodutoras, existem relatos de problemas cíclicos, com surtos da doença a cada 12 a 18
meses, caracterizados por queda de produção que
ocorre normalmente após o pico de produção e/ou
entre 45 e 55 semanas de idade. Nos lotes com desafio, a mortalidade é ligeiramente superior e constante durante todo o período de produção. As quedas de produção são de 3 a 15% e retornam em algumas semanas, mas aparentemente, não recuperam o potencial de produção anterior ao desafio.
Assim, é frequente observar sequências
de lotes com sinais clínicos e queda de produção, sinais respiratórios e algumas vezes
lesões renais leves a moderadas. Os sinais
clínicos mais frequentes são sinais respiratórios leves e transitórios, com cabeça um
pouco inchada, lacrimejamento e narinas
sujas, hipertermia e pequeno aumento
de mortalidade, passando de 0,1 a 0,2%
por semana, para 0,3 a 0,5% por semana. A mortalidade, normalmente é causada por infecções secundárias. Nos
achados necroscópicos, são observadas
traqueítes leves, regressão folicular, peritonite e hipertemia.
Normalmente, os lotes comerciais podem sofrer desafios concomitantes de
pneumovírus aviário e BI, o que pode confundir o diagnóstico (CAVANAGH, ELUS,
COOK, 1999). Isso é muito frequente, principalmente em algumas regiões do país, como na
região sul, na serra gaúcha, oeste de Santa Catarina, sudoeste do Paraná e em Minas Gerais, no triângulo mineiro.
O controle da doença em aves reprodutoras é realizado com o uso de um programa de vacinação
com grande número de doses de vacinas vivas na recria e uma vacina oleosa monovalente e/ou bivalente
antes da produção. Em muitos casos são evidentes
os resultados positivos quanto ao uso de vacinas oleosas bivalentes frente às monovalentes, mas em outros casos, menos frequentes, aparentemente as diferenças não existem.
Quando foram utilizados programas experimentais com duas vacinas inativadas, mono e/ou bivalentes, em condições de alto desafio, os programas com
duas vacinas inativadas induziram a produção de altos títulos de anticorpos e foram melhores do que os
programas com apenas uma dose de vacina inativada. O uso de vacina viva durante a produção também é uma prática disseminada no Brasil e algumas
vezes apresentam resultados positivos principalmente na qualidade dos ovos.
Encarte Especial BIG
O controle da doença em aves poedeiras é realizado com programas de vacinação contra BIG semelhante ao utilizado em reprodutoras, mas com menos doses de vacina viva no crescimento e uso restrito durante a produção, além de uma dose de vacina
inativada antes da produção.
Em frangos de corte são descritos sinais respiratórios e algumas vezes entéricos, principalmente
após 28 dias de idade. Os relatos de redução no ganho de peso após 21 dias também são frequentes,
mas lesões macroscópicas, no campo, após 28 dias
de idade são pouco evidentes, mesmo com o diagnóstico do agente por meio de RT-PCR e a presença
de altos títulos de anticorpos demonstrada pela técnica de ELISA, aos 42 dias de idade.
Para os frangos, se utilizam vacinas vivas do tipo
Massachusetts, podendo ser empregada a amostra
H120 ou a Ma5. A prática de vacinação contra BIG
nos incubatórios é necessária, devido à circulação viral que ocorre nas diferentes regiões do Brasil. Em
frangos abatidos entre 28 e 34 dias de idade se utiliza vacina do tipo H120.
Em frangos abatidos entre 40 e 45 dias de idade,
algumas vezes o uso da vacina do tipo Ma5 possibilita melhor desempenho zootécnico com menor condenação de carcaças no abatedouro devido aos problemas respiratórios.
Quando existe desafio viral por VBIG variante
(diagnóstico realizado com RT-PCR, isolamento
viral, sequenciamento parcial da região S1 do
VBIG e sorologia por ELISA) estas vacinas
Mass não conferem proteção adequada.
Provas para essa conclusão foram realizadas após o isolamento viral e desafio controlado em isoladores em aves vacinadas
com as cepas Mass no primeiro dia de
idade (dados não publicados). Nos lotes
com desafio por VBIG variante, normalmente apresentam redução no ganho
de peso e conversão alimentar e muitas
vezes um aumento de condenação no
abatedouro.
Assim, tanto em aves de ciclo longo,
com diferentes programas vacinais ou em
frangos vacinados com vacinas do tipo
Massachusetts, há a ocorrência da doença,
mesmo as aves apresentando títulos significativos de anticorpos contra o vírus da BIG.
Frequentemente o diagnóstico molecular demonstra a presença de amostras variantes, o que
pode sugerir que as vacinas do tipo Mass disponíveis no Brasil podem não ser suficientes para proteger efetivamente contra todos os desafios pelo VBIG
e garantir o máximo desempenho zootécnico dos
planteis, diminuindo o impacto econômico causado
pela doença.
Em galinhas reprodutoras e galinhas
de postura comercial, a BIG causa
redução na produção de ovos e piora
na qualidade da casca
Encarte Especial BIG
7
Artigo
8
Encarte Especial BIG
Encarte Especial BIG
Encarte Especial BIG
9
Artigo
Característica do vírus e
histórico da doença
Novos vírus isolados associados com doença respiratória em
aves imunizada com vacinas do tipo Massachusetts foram
reportados em algumas partes do mundo e tem aumentado o
número de relatos destes casos
Autores: Antonio J. Piantino Ferreira, Mario Sergio Assayag Jr.,
Claudete S. Astolfi-Ferreira e Claudia Carranza
Departamento de Patologia, FMVZ, USP
A
Bronquite Infecciosa é uma doença
viral, extremamente contagiosa do
trato respiratório das galinhas (CAVANAGH e NAQI, 2003; CAVANAGH,
2005). Geralmente, é uma enfermidade autolimitante e o sistema imune
da ave consegue responder à infecção. Raramente a
infecção pode causar lesões no trato reprodutivo e renal (COOK, 1995; CAVANAGH e NAQI, 2003).
Causa perdas econômicas significativas na indústria avícola em muitos países do mundo (COOK, 1995;
CAVANAGH e NAQI, 2003). O VBIG replica-se primariamente no trato respiratório, embora esta tenha
10
Encarte Especial BIG
sido descrita também em rins e oviduto, resultando
em nefrite e redução na produção de ovos e queda na
qualidade de casca (IGNJATOVIC e SAPATS, 2000; RIDHA et al., 2002).
A primeira descrição da doença foi em 1931, por
Schalk e Hawn, em Dakota do Norte, Estados Unidos,
como uma doença respiratória nova em galinhas entre 2 dias e 3 semanas de idade, mas a natureza do
agente infeccioso não foi determinada naquele tempo (FABRICANT, 1998).
A doença é causada pelo VBIG, da ordem Nidovirales, família Coronaviridae, que compreende os gêneros Coronavirus e Torovirus. Nesta ordem também
Encarte Especial BIG
estão as famílias Arteriviridae e Roniviridae (VAN REGENMORTEL et al., 2000; GONZALES et al., 2003). O
gênero Coronavirus é subdividido em três grupos definidos por epítopos presentes nas glicoproteínas de
envoltório, sequências de nucleotídeos e hospedeiros
naturais (HOLMES e LAI, 1996).
O VBIG pode ser pleomórfico, mas normalmente
tem formato arredondado, com um diâmetro entre
90 e 200 nm (KING e CAVANAGH, 1991). Uma dupla
camada lipídica, derivada da membrana da célula hospedeira, forma o envoltório externo do vírion (HOLMES e LAI, 1996).
Saindo do envoltório viral existem projeções denominadas espículas com aproximadamente 20 nm
de altura por 7 nm de diâmetro (KING e CAVANAGH,
1991), responsáveis pela aparência espiculada do vírion. O complexo do nucleocapsídio do vírion é composto por RNA e proteína do nucleopasídio, com simetria helicoidal (HOLMES e LAI, 1996).
O genoma é constituído por um RNA de fita simples, não segmentado de sentido positivo com até 32
kb (HOLMES e LAI, 1996). A espícula do vírion é o
principal responsável pela atividade hemaglutinante,
assim como o principal alvo para anticorpos neutralizantes (COLLINS et al., 1982).
O vírion apresenta quatro importantes proteínas
estruturais: a glicoproteína de espícula (S), a glicoproteína de membrana (M), a glicoproteína do envoltório
(E) e a nucleoproteína (N) (HOLMES e LAI, 1991). A
glicoproteína S compreende as subunidades S1 e S2,
sendo a subunidade S1 a responsável por induzir a
neutralização viral, a especificidade de sorotipo e os
anticorpos inibidores da hemaglutinação (CAVANAGH e BROWN, 1991; HOLMES e LAI, 1991).
A transmissão horizontal é a forma de disseminação do vírus e a presença de vários sorotipos no mundo, também conhecidos como vírus variantes, dificultam enormemente o controle efetivo da doença (CAVANAGH e NAQI, 2003).
Mais de 20 sorotipos e variantes do VBI foram isolados e identificados, gerados por inserções, deleções
e mutações (CAVANAGH et al., 1992; CAVANAGH,
DAVIS e COOK, 1992; LEE e JACKWOOD, 2000; RIDHA et al., 2002). A principal causa de modificação
na composição genética resulta de recombinação
com pontos de mutação (LAI, 1992; WANG e HUANG,
2000; LEE e JACKWOOD, 2000; RIDHA et al., 2002)
sendo muito frequente o isolamento de amostras de
campo muito distintas molecularmente de amostras
utilizadas como rotina em países ou regiões (MARSOLAIS e MAROIS, 1982; RIDHA et al., 2002).
Novos vírus isolados associados com doença respiratória em aves imunizada com vacinas do tipo Massachusetts foram reportados em algumas partes do
mundo (WANG e HUANG, 2000; RIDHA et al., 2002)
e tem aumentado o número de relatos destes casos
Encarte Especial BIG
11
Em frangos de
corte são descritos sinais
respiratórios e algumas vezes
entéricos, principalmente
após 28 dias de idade. Os
relatos de redução no ganho
de peso após 21 dias também
são frequentes, mas lesões
macroscópicas, no campo,
após 28 dias de idade são
pouco evidentes
Artigo
VBIG replica-se
primariamente no trato
respiratório, embora esta
tenha sido descrita também
em rins e oviduto, resultando
em nefrite e redução na
produção de ovos e queda na
qualidade de casca
12
Encarte Especial BIG
(CAVANAGH, DAVIS e COOK, 1992; WANG e HUANG,
2000).
O VBIG apresenta um espectro de ação amplo em
termos de tropismo tecidual e órgãos afetados (IGNJATOVIC et al., 2002; CHOUSALKAR, ROBERTS e REECE, 2007a; CHOUSALKAR, ROBERTS e REECE, 2007b).
O vírus multiplica-se no sistema respiratório, renal, reprodutivo feminino e masculino e no trato entérico
das aves (AMBALI e JONES, 1990; CAVANAGH et al.,
2002).
Os sinais variam de acordo com a multiplicação do
vírus no tecido ou órgão, como espirros, estertores,
dificuldade respiratória, lacrimejamento e edema facial (GELB, VOLLF e MORAN, 1991; DI FABIO et al.,
2000; CAVANAGH, 2005). No tecido renal, observa-se nefrite e em seguida degeneração tubular com
atrofia dos rins (CHONG e APOSTOLOV, 1982; ABDEL-MONEIM et al., 2006). No sistema reprodutivo da fêmea, observa-se queda de produção de ovos, ovos
deformados, albúmen aquoso após infecção viral com
lesões no epitélio do oviduto observadas em análises
histopatológicas (COOK et al., 1996; IGNJATOVIC e
SAPATS, 2000).
Em aves de postura, os sinais clínicos parecem estar limitados ao sistema reprodutivo, afetando a produção e a qualidade de ovos (CHOUSALKAR, ROBERTS e REECE, 2007a). Proventriculite também pode
estar relacionada ao VBIG (YU et al., 2001). No intestino, o vírus se replica no epitélio, causando enterite
(AMBALI e JONES, 1990) e estudos têm sido desenvolvidos para entender o mecanismo de replicação viral (ALVARADO, 2004). Em machos, também foi relatada orquite, com queda de fertilidade, causada pelo
VBIG (BOLTZ et al., 2006). A replicação viral pode
ocorrer em diferentes tecidos, sendo possível sua persistência por mais de 20 dias pós-infecção (ALEXANDER e GOUGH, 1977).
Existem lesões que normalmente são atribuídas à
infecção pelo VBIG, que são lesões nos músculos peitorais profundos, com necrose que pode ser parcial
ou total deste músculo (COOK et al., 1996; BERCHIERI, 2009). Essas lesões não são raras de serem observadas em matrizes pesadas, mas não há certeza da
origem.
Algumas empresas de genética atribuem como a
principal causa destas lesões musculares o manejo
inadequado das aves (BILGILIE e HESS, 2008). Normalmente em reprodutoras com lesões no músculo
peitoral profundo, também ocorrem outros sinais clínicos e lesões de necropsia comuns à infecção do
VBIG e com forte soro-conversão em com títulos superiores a 15.000 ou 20.000 com 21 dias após o início
dos sinais clínicos (dados não publicados), o que pode
indicar que existe relação entre as lesões do músculo
peitoral profundo e desafio do VBIG, principalmente
em aves reprodutoras.
Encarte Especial BIG
Situação da Bronquite Infecciosa
das Aves no Brasil
Recentemente, dois genótipos de BIG foram descritos no Brasil (Chacon et al., 2011;
Fraga et al., 2013). A tabela e a árvore filogenética, a seguir, mostram os diferentes sorotipos circulantes no Brasil em comparação
com os diferentes sorotipos distribuídos em
todo o mundo.
Figura 1- Arvore
filogenética mostrando
a relação entre os
diferentes sorotipos de
bronquite infecciosa
das aves
Estudo de similaridade entre os diferentes sorotipos circulantes
em diferentes regiões do mundo em comparação com os sorotipos brasileiros
Encarte Especial BIG
13
Artigo
Referências bibliográficas
ABDEL-MONEIM, A. S.; EL-KADY, M. F.; LADMAN, B. S.; GELB JR, J. S1 gene sequence analysis
of a nephropathogenic strain of avian infectious bronchitis virus in Egypt. Virol. Journal., v. 3, n. 78,
p. 1-9, 2006.
AMBALI, A. G, JONES, R. C. Early pathogenesis in chicks of infection with na enterotropic strain
of infectious bronchitis vírus. Avian Dis., v. 34, p. 809-817. 1990.
ALEXANDER, D. J.; GOUGH, R. E. Isolation of avian infectious bronchitis virus from
experimentally infected chickens. Res. Vet. Sci. Nov., v.23, n. 3, p. 344-347, 1977.
ALVARADO, I. R. Infectious bronchitis vírus: in vivo and in vitro methods of attenuation, and
molecular characterization of fields strains. 171 f. Tese (Doutorado em filosofia) – Universidade da
Georgia, Athens, 2004.
BILGILIE, S. F.; HESS, J. Miopatia peitoral profunda. AviagenTM Brasil Tecnologia. Junho, 2008.
BOLTZ, D.A.; ZIMMERMAN, C.R.; NAKAI, M.; BUNICK, D.; SCHERBA, G.; BAHR, J.M. Epididymal
stone formation and decreased sperm production in roosters vaccinated with a killed strain of avian
infectious bronchitis virus. Avian Dis., v. 50, n. 4, p. 594-598, 2006.
CAVANAGH, D. Coronaviruses in poultry and other birds. Review. Avian Pathol., v. 34, n. 6, p.
439-448, 2005.
CAVANAGH, D.; BROWN, T.D. Aspects of coronavirus evolution. Adv Exp Med Biol., v. 8, p.
276-367, 1990.
CAVANAGH, D.; NAQI, S. A. Infectious Bronchitis. In: SAIF, Y.M.; BARBES, H.J.; GLISSON, J.R.;
FADLY, A.M.; MCDOUGALD, L.R.; SWAYNE, D.E. Dis. of poultry. 11th ed. Ames: Iowa State Press,
2003. p. 101-119.
CAVANAGH, D.; MAWDITT, K.; WELCHMANN, D. B.; BRITTON, P.; GOUGH, R. E. Coronaviruses
from pheasants (Phasianus colchicus) are genetically closely related to Coronaviruses of domestic
fowl (Infectious Bronquitis Virus) and turkeys. Avian Pathol., v. 31, n.1, p. 81 – 93, 2002.
CAVANAGH, D; ELUS, M. M.; COOK, J.K. Relationship between sequence variation in the S1
spike protein of infectious bronchitis virus and the extent of cross-protection in vivo. Avian Pathol.,
v. 26, n. 1, p. 63-74, 1999.
CAVANAGH, D.; DAVIS, P.J.; COOK, J. K. A. Infectious bronchitis virus evidence for
recombination within the Massachusetts serotype. Avian Pathol., v. 21, p. 401-408, 1992.
CHACON, J.L., RODRIGUES, J.N., ASSAYAG JUNIOR., M.S., PELOSO, C., PEDROSO, A.C.,
FERREIRA, A.J. Epidemiological survey and molecular characterization of avian infectious bronchitis
virus in Brazil between 2003 and 2009. Avian Pathol., 40:153-162. 2011.
CHONG, K. T.; APOSTOLOV, K. The pathogenesis of nephritis in chickens induced by infectious
bronchitis virus. J. Comp. Pathol., v. 92, p. 199-211, 2003.
CHOUSALKAR, K. K.; ROBERTS, J. R.; REECE, R. Comparative histopathology of two serotypes
of infectious bronchitis virus (T and N1/88) in laying hens and cockerels. Poult. Sci., v. 86, p. 50-58,
2007.
CHOUSALKAR, K. K.; ROBERTS, J. R.; REECE, R. Histopathology of two serotypes of infectious
bronchitis virus in laying hens vaccinated in the rearing phase. Poul. Sci., v. 86, p. 50-58, 2007.
COLLINS, A. R.; KNOBLER, R. L.; POWELL, H.; BUCHMEIER, M. J. Monoclonal antibodies to
murine hepatitis virus-4 (strain JHM) define the viral glycoprotein responsible for cell attachment
and cell-cell fusion. Virology, v. 119, n. 2, p. 358-371, 1982.
COOK, J. K. A. Epidemiology of Infectious Bronchitis Virus. The Coronaviridae, S.G. Siddell,
Editor. Plenum Press: New York. p. 317-335, 1995.
COOK, J. K. A.; ORBELL, S. J.; WOODS, M. A.; HUGGINS, M. B. A survey of the presence of a
14
Encarte Especial BIG
new infectious bronchitis virus designated 4/91 (793B). Vet. Rec., 138:178-180, 1996.
DI FABIO, J.; ROSSINI, L. I.; ORBELL, S. J.; PAUL, G.; HUGGINS, M. B. ; MALO, A.; SILVA, B. G. M.;
COOK, J. K. A. Characterization of Infectious Bronchitis viruses isolated from outbreaks of disease in
commercial flocks in Brazil. Avian Dis., v. 44, p. 582-589, 2000.
FABRICANT, J. The early history of infectious bronquitis. Avian Dis., v. 42, p. 648-650, 1998.
FRAGA, A.P., BALESTRIN, E., IKUTA, N., FONSECA, A.S., SPILKI, F.R., CANAL, C.W., LUNGE, V.R.
Emergence of a new genotype of avian infectious bronchitis virus in Brazil. Avian Dis., 57:225-232.
2013.
GELB JR. J.; WOLFF, J. F.; MORAN, C. A. Variant serotypes of infectious bronchitis virus isolated
from commercial layer and broiler chickens. Avian Dis., v. 35, p. 82 – 87, 1991.
GONZÁLES, J. M.; GOMEZ-PUERTAS, P.; CAVANAGH, D.; GORBALENYA, A. E.; ENJUANES, L. A
comparative sequence analysis to revise the current taxonomy of the family Coronaviridae. Archives
of Virol., v. 148, p. 2207-2235, 2003.
HOLMES, K. V.; LAI, M. M. C. Coronaviridae: the viruses and their replication. In: FIELDS, B. N.;
KNIPE, D. M.; HOWLEY, P. M. Virology. 3er. Ed. Philadelphia: Lippincott-Raven Publishers, 1996. p.
1075-1093.
IGNJATOVIC, J.; ASHTON, D.F.; REECE, R.; SCOTT, P.;HOOPER, P. Pathogenicity of Australian
strains of avian infectious bronchitis virus. Journal of Comparative Pathology. v. 126, p. 115-123,
2002.
IGNJATOVIC, J.; SAPATS, S. Avian infectious virus. Rev Sci Tech, v. 19, n. 2, p. 493-508, 2000.
KING, D. J., CAVANAGH, D. Infectious bronchitis. In: CALNEK, B. W., BARNES, H. J. BEARD, C.
W., et al. Diseases of poultry. 9.ed. Ames: Iowa University Press, 1991. p.471-484.
LAI, M. M. RNA recombination in animal and plant viruses. Microbiol Rev, v. 56, p. 61-79,
1992.
LEE, C. W.; JACKWOOD, M. W. Evidence of genetic diversity generated by recombination
among avian coronavirus IBV. Archives Virol., v. 145, p. 2135 – 2148, 2000.
MARANDINO, A., PEREDA, A., TOMÁS, G., HERNÁNDEZ, M., IRAOLA, G., CRAIG, M.I.,
HERNÁNDEZ, D., BANDA, A., VILLEGAS, P., PANZERA, Y., PÉREZ, R. Phylodynamic analysis of avian
infectious bronchitis virus in South America. J. Gen. Virol., 96:1340-1346. 2015.
MARSOLAIS, G.; MAROIS, P. Types of avian infectious bronchitis strains isolated in Quebec.
Can. J. Comp. Med., v. 46, p. 150-153, 1982.
RIDHA, S.; SILIM, A.; GUERTIN, C.; HENRCHON, M.; MARANDI, M.; ARELLA, M.; MERZOUKI,
A. Molecular characterization of three new avian infectious bronquitis virus (IBV) strains isolated in
Quebec. Virus Genes, v.25, n.1, p. 85-93, 2002.
VAN REGENMORTEL, M. H. V.; FAUQUET, C. M.; BISHOP, D. H. L.; CARSTENS, E. B.; ESTES, M.
K.; LEMON, S. M.; MANILOFF, J.; MAYO, M. A.; MCGEOCH, D. J.; PRINGLE, C. R.; WICKNER, R. B. Virus
taxonomy: the classification and nomenclature of viruses. The Seventh Report of the International
Committee on Taxonomy of Viruses. San Diego: Academic Press, 2000. p. 1167.
WANG, D. H.; HUANG, Y. C. 2000. Relationship between serotypes and genotypes based on
the hypervariable region of the S1 gene of Infectious bronchitis virus. Archives of Virol.. v . 145, p.
291 – 300, 2000.
YU L.; LIANG, Y.; LOW. S.; WANG, Z.; NAM, S. J.; LIU, W.; KWANGAC, J. Characterization of
three infectious bronchitis virus isolates from China associated with proventriculus in vaccinated
chickens. Avian Dis., v. 45, p. 416-424, 2001.
Tabela1- Estudo de similaridade entre os diferentes sorotipos circulantes em diferentes
regiões do mundo em comparação com os sorotipos brasileiros.
Encarte Especial BIG
Encarte Especial BIG
15
Artigo
16
Encarte Especial BIG
Download