JOÃO MONLEVADE A ação rápida e surpresa de fiscais do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito), em João Monlevade, resultou na autuação de diversas clínicas e profissionais na cidade. Três agentes e um inspetor da quarta região, responsável pelo monitoramento dos profissionais de Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás e Tocantins autuaram os donos de cinco clínicas. Numa delas, duas funcionárias acusadas de estarem exercendo ilegalmente a profissão foram conduzidas à 27ª Delegacia Regional de Segurança Pública. Luciane Castro Alves Silva, 23, e Vanda Alves Sobrinho, 48, funcionárias da clínica Fisiosaúde, foram flagradas manuseando equipamentos, o que, segundo os fiscais, só deveria ser feito pelos fisioterapeutas responsáveis pelo estabelecimento, que não se encontravam na hora da abordagem. A clínica autuada e as funcionárias responderão a contravenção penal. Os proprietários da Fisiosaúde, Alessandro Moura Castro e Débora Cátia Costa Rosa, que por orientação dos advogados não quiseram falar sobre o assunto, responderão a inquérito administrativo junto ao Crefito. Irregularidades também foram encontradas no Serviço de Fisioterapia Municipal (Sefim). Quatro autuações foram feitas, uma delas envolvendo um fisioterapeuta, com problemas em seu registro. Na Fisiocenter, problemas na documentação, que encontrava-se vencida, foram verificados. Outro problema percebido na clínica foi a ausência do número de certificado fornecido pelo Crefito. A mesma irregularidade foi encontrada na Reabilitar, onde também foi solicitada a regularização de registro de loja de produtos ortopédicos que funciona ao lado do local. Um total de dez clínicas foram visitadas e as cinco onde há problemas têm prazo de até dez dias para regularizarem a situação. Em caso de reincidência, o Crefito pode determinar o pagamento de multas que variam entre R$ 440,00 a R$ 2.400,00. Alguns profissionais da área atribuem a inesperada visita dos fiscais a uma armação de "colegas" devido a disputa de clientes. Já os agentes do Crefito classificam as abordagens como de rotina, alegando que existem denúncias anônimas de pessoas das cidades relatando sobre a irregularidade. Há pouco mais de um mês, o vice-presidente do Crefito 4, o fisioterapeuta Marco Antônio Vieira, concedeu entrevista ao A Notícia alertando para o fato de que algumas pessoas leigas estariam praticando ilegalmente a profissão de fisioterapeuta, o que, segundo ele, oferece risco aos pacientes. Marco Antônio reside em João Monlevade e é proprietário da clínica Físico e Forma, também notificada pela não publicação do número do certificado junto à logomarca de seu estabelecimento. O fiscal Wilton Gonçalves Silva ressaltou que as multas profissionais são de dois UPM (Unidade Padrão de Multa) a 10 UPM e podem chegar até 4.400 reais, "é uma fiscalização de rotina", apontou. Wilton Gonçalves destacou que nas fiscalizações sempre são encontradas irregularidades, alertando que o profissional inabilitado pode causar lesões irreversíveis ao paciente. "O Conselho alerta: Fazer fisioterapia só com fisioterapeuta", finalizou o fiscal.