Curso completo - Escolas de Verão em Química Farmacêutica e

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ENSAIOS FARMACOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
Márcio M. Coelho
Faculdade de Farmácia
Universidade Federal de Minas Gerais
ENSAIOS FARMACOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
Desenvolvimento de fármacos
Situação atual, produtividade, custos, taxa de insucesso, desafios
Ensaios farmacológicos pré-clínicos e desenvolvimento de fármacos
Relevância, contribuição para redução da taxa de insucesso
Ensaios farmacológicos pré-clínicos
Análise preliminar, objetivos, validação, ensaio ideal, valor preditivo
Níveis dos ensaios
Molecular, celular, tecido/órgão, modelo animal de doença
Aspectos importantes, limitações e falhas mais comuns em cada nível
Ensaios com modelos animais de doenças
Desafios, aspectos éticos, formas de otimização
Estratégias atuais para redução da taxa de insucesso
ENSAIOS FARMACOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
Onde se situam no processo de desenvolvimento de fármacos?
IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS FARMACOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
EM UM CONTEXTO NEGATIVO
CUSTOS CRESCENTES
DESENVOLVIMENTO DE
FÁRMACOS
=
RESULTADOS REDUZIDOS
RELEVÂNCIAS QUESTIONÁVEIS
INOVAÇÃO ?
SILDENAFILA x VARDENAFILA x TADALAFILA x LODENAFILA x AVANAFILA
IMITAÇÃO x INOVAÇÃO
1998
2003
2003
Avanafil
Lodenafil
2008
2012
IMATINIBE x NILOTINIBE
IMITAÇÃO x INOVAÇÃO
Imatinibe (2001)
Nilotinibe (2007)
BENZODIAZEPÍNICOS
IMITAÇÃO x INOVAÇÃO
BUSCA DE NOVOS ANALGÉSICOS....
ELEVADA TAXA DE INSUCESSO.........
RELEVÂNCIA ?
Havidol (avafynetyme HCL) is a parody campaign for a fictional medication to treat a
fake psychological disorder called Dysphoric Social Attention Consumption Deficit
Anxiety Disorder (DSACDAD). The name is a play on the phrase: “have it all”; its
chemical name, “avafynetyme HCL”, reads, “Have a fine time”. Havidol is not a real
drug. It is a fictional campaign created by artist Justine Cooper. It’s a great way to raise
awareness on disease mongering and think about direct to consumer advertising.
CUSTO ?
SUCESSO
0,00003 a 0,00006%
SUCESSO
0,01%
SUCESSO
0,01 a 0,02%
http://www.fda.gov/oc/initiatives/criticalpath/whitepaper.html
IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS FARMACOLÓGICOS E TOXICOLÓGICOS
PRÉ-CLÍNICOS PARA OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE
DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS
http://www.fda.gov/oc/initiatives/criticalpath/whitepaper.html
CUSTOS ELEVADOS DOS ENSAIOS CLÍNICOS
APROVAÇÕES ANUAIS (1993 – 2012) DE
NOVAS ENTIDADES MOLECULARES (NME)
OU APLICAÇÕES DE LICENSAS BIOLÓGICAS (BLAs)
NOVAS ENTIDADES MOLECULARES (NME) APROVADAS EM 2012
EM FUNÇÃO ÁREA DE APLICAÇÃO
NOVAS ENTIDADES MOLECULARES (NME) APROVADAS EM 2012
NOVAS ENTIDADES MOLECULARES (NME) APROVADAS EM 2012
NOVAS ENTIDADES MOLECULARES (NME) APROVADAS EM 2012
FIM DOS ARRASA-QUARTEIRÕES?
'Inefficient model‘
The old model of drug discovery is no longer working well.
This so-called blockbuster method - which commits large sums of money to
finding a drug that promises to treat a huge proportion of the population, and
generate swathes of cash to cover other experimental losses - can no longer
sustain the industry.
The model is inefficient. Nine times out of 10, molecules which show promise at
the early stage are destined for failure at later trials.
Pharmaceutical companies are also under pressure as patents for some of their
most lucrative drugs expire.
Manufacturers face an uphill struggle with science too. Some argue that in its
most successful years, the big pharmaceutical firms picked off the "low-hanging
fruit" - the compounds that were easiest to discover and turn into drugs.
ENSAIOS FARMACOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
OBJETIVOS
 Avaliação do perfil farmacológico, previsão de eficácia
 Avaliação da segurança farmacológica , previsão de segurança
 Avaliação preliminar de parâmetros farmacocinéticos
Estudos de pré-formulação, formulação e analíticos ?
Estima-se que > 95% dos candidatos estudados, são eliminados:
não apresentam suficiente atividade farmacológica/terapêutica ou
são demasiadamente tóxicos
Atividade farmacológica específica e perfil de toxicidade aceitável
→ passam à fase seguinte (ensaios clínicos)
PRECEDENDO OS
ENSAIOS FARMACOLÓGICOS/TOXICOLÓGICOS
PRÉ-CLÍNICOS
Uso médico / necessidade, relevância do candidato a fármaco?
Potencial comercial?
Candidatos a fármacos órfãos – lucros menores
Privilégios, incentivos (mercado < 200 mil)
Candidatos a fármacos similares (me too) x fármacos inovadores
Avaliação risco x benefício
PRECEDENDO OS
ENSAIOS FARMACOLÓGICOS/TOXICOLÓGICOS
PRÉ-CLÍNICOS
Possibilidade de produção em grande escala / custos de produção?
Solubilidade ? Adequação do veículo ?
Estabilidade?
Concentrações / doses ?
Vias de administração?
Significado de resultados positivos e negativos ?
Conhecimento do(a) modelo/técnica?
PRECEDENDO OS
ENSAIOS FARMACOLÓGICOS/TOXICOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
INTERESSA AOS PESQUISADORES DA ÁREA DE
QUÍMICA FARMACÊUTICA MEDICINAL....
PRECEDENDO OS
ENSAIOS FARMACOLÓGICOS/TOXICOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
INTERESSA AOS PESQUISADORES DA ÁREA DE
QUÍMICA FARMACÊUTICA MEDICINAL....
PRECEDENDO OS
ENSAIOS FARMACOLÓGICOS/TOXICOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
INTERESSA AOS PESQUISADORES DA ÁREA DE
QUÍMICA FARMACÊUTICA MEDICINAL....
INCIANDO UM ENSAIO PRÉ-CLÍNICO...
QUAL VEÍCULO SERÁ USADO PARA SOLUBILIZAR O CANDIDATO A FÁRMACO?
INCIANDO UM ENSAIO PRÉ-CLÍNICO...
HÁ UMA SEQUÊNCIA PADRÃO DE ETAPAS A SEREM SEGUIDAS?
X
ENSAIOS FARMACOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
MÉTODOS MOLECULARES
Modelo animal
Tecido/órgao
isolado
Célula
Molécula
MOLÉCULA
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS MOLECULARES
Inibidores da protease do HIV
Inibidores da fosfodiesterase
Inibidores da monoaminoxidase
Inibidores da ciclooxigenase
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS MOLECULARES
Triagem de antimicrobianos
Vantagens em relação à abordagem celular
Investigação de inibidores bioquímicos, definição de alvo molecular
Alta sensibilidade (compostos ↓ penetração → otimização química)
Fácil triagem
Abordagem diferente / novas áreas
Facilitação do desenho racional de compostos
Desvantagem
Conversão de inibidor in vitro → antibacteriano
Ausência de informação sobre perfil farmacocinético
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS MOLECULARES
Agonistas ou antagonistas de neurotransmissores
Agonistas ou antagonistas de hormônios
Concentrações (nM, µM) e seletividade (elevada, reduzida)
Vantagens, desvantagens, controvérsias ???
Limitações
Perfil farmacocinético, pró-fármaco, ativação/inativação enzimática, interações???
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS MOLECULARES
Desafio: número de alvos moleculares
MULTIPLICIDADE DE ALVOS MOLECULARES X DESAFIOS PARA TRIAGEM

TRIAGEM DE ALTO DESEMPENHO
(High-throughput screening - HTS)
Uso de robótica, processamento de dados, programas de controle, detectores de alta
sensibilidade para investigação de novos fármacos
Milhares de testes bioquímicos e farmacológicos de forma simultânea
Identificação rápida de compostos ativos (hits)
Ponto inicial para planejamento de drogas
TRIAGEM BASEADA EM ALVO MOLECULAR
MULTIPLICIDADE DE ALVOS MOLECULARES x DESAFIOS PARA TRIAGEM

UM FÁRMACO x MUITOS ALVOS
ESTRATÉGIA DAS ÚLTIMAS DÉCADAS
Combinação de terapias
↓
Terapias com apenas um fármaco, direcionada para alvo específico, racional
Maior segurança?
SIMPLIFICAÇÃO EXAGERADA
Amiodarona – menos seletivo dos antiarrítmicos
Coxibes – inibição preferencial x reações adversas
Propranolol – interação com vários AR, inibição de fosforilase do ácido fosfatídico
Estrógenos – receptor intracelular e de membrana
Papaverina – inibição de FDE, antagonista de αAR, antagonista de canal Ca+2
MULTIPLICIDADE DE ALVOS MOLECULARES x DESAFIOS PARA TRIAGEM

UM FÁRMACO x MUITOS ALVOS
Apenas um fármaco, direcionado para alvo específico: racionalidade, segurança?
SIMPLIFICAÇÃO EXAGERADA
Amiodarona – menos seletivo dos antiarrítmicos
Coxibes – inibição preferencial x reações adversas
Propranolol – interação com vários AR, inibição de fosforilase do ácido fosfatídico
Estrógenos – receptor intracelular e de membrana
Papaverina – inibição de FDE, antagonista de αAR, antagonista de canal Ca+2
IMATINIBE
Inibidor específico de várias tirosina cinases
abl (Abelson proto-oncogene), c-kit e PDGF-R
Terapia de hipertensão pulmonar?
Hipertrofia e hiperplasia de vasculatura pulmonar
Terapia de doenças ateroscleróticas?
Inbição do PDGF-R – ↓ aterosclerose em camundongos diabéticos / não diabéticos
Inibição de GSAP x proteína amiloide
Inibição de GSAP x terapia de doença de Alzheimer
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS MOLECULARES
NOVAS ENTIDADES QUÍMICAS x NOVOS ALVOS MOLECULARES
QUAIS SÃO MAIS NUMEROSOS?
Metformina
Acarbose
Losartano
Micofenolato de mofetila
Alendronato
Zafirlucaste
Clopidogrel
Troglitazona
Celecoxibe
Tirofibana
Sildenafila
Etanercepte
Trastuzumabe
Sirolimus
Orlistat
Bexaroteno
Gentuzumabe
Imatinibe
Bosentan
Nesiritide
Drotrecogina
Anakinra
1994 a 2001 - 286 fármacos
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS CELULARES
Modelo animal
Tecido/órgao
isolado
Célula
CÉLULA
Molécula
Molécula
MOLÉCULA
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS CELULARES
Efeitos sobre secreção de hormônios ou neurotransmissores, excitabilidade elétrica,
conteúdo intracelular de uma substância, proliferação ou morte celular
Inibidores da desgranulação de mastócitos
Antidiabéticos orais
Antineoplásicos diversos
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS CELULARES
Células transfectadas
Culturas primária e secundária
Vantagens x Desvantagens
Falhas: veículos, viabilidade celular,
controle das condições (pH, umidade, O2/CO2, contaminação)
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS CELULARES
AVALIAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS
TRIAGEM DIRECIONADA PARA
MICROORGANISMO
TRIAGEM DIRECIONADA PARA ALVOS
Investigação direta de microbicidas
Investigação de inibidores bioquímicos
VANTAGENS
Compostos que penetram nas células
Propriedade antimicrobiana estabelecida
Alta reprodutibilidade
Uso histórico com alta taxa de sucesso
Maior sensibilidade
(compostos ↓ penetração → otimização química)
Fácil triagem
Abordagem diferente / novas áreas
Facilitação do desenho racional de compostos
DESVANTAGENS
Baixa sensibilidade
Toxicidade da maioria dos compostos
Sem base racional → otimização química
Mecanismos de ação mistos
Conversão de inibidor in vitro → antibacteriano
MÉTODOS MOLECULARES E CELULARES
PARA AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE PERFIL FARMACOCINÉTICO
DO CANDIDATO A FÁRMACO
Atividade sobre enzimas do sistema microssomal hepático
Efeito sobre biotransformação de outro fármaco – interação ?
Biotransformação por variantes polimórficas ?
Variações de resposta entre pacientes ?
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS COM TECIDOS / ÓRGÃOS
Modelo animal
TECIDO
Tecido/órgao
ÓRGÃO
isolado
Célula
Célula
CÉLULA
Molécula
Molécula
MOLÉCULA
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MODELOS DE TECIDOS/ÓRGÃOS ALVOS
Resultados positivos após abordagem molecular ou celular

Avaliação em tecidos ou órgãos alvos
Miorelaxantes: anti-hipertensivos, broncodilatadores, relaxantes uterinos etc
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MÉTODOS COM MODELOS ANIMAIS DE DOENÇAS HUMANAS
MODELO
ANIMAL
TECIDO
Tecido/órgao
Tecido/órgao
isolado
ÓRGÃO
isolado
Célula
Célula
CÉLULA
Molécula
Molécula
MOLÉCULA
AVALIAÇÃO DO PERFIL FARMACOLÓGICO
MODELOS ANIMAIS DE DOENÇAS HUMANAS
Resultados positivos após abordagem molecular, celular, em tecidos/órgãos

Avaliação em modelos de doenças
Busca da prova de conceito pré-clínica
MODELOS ANIMAIS DE DOENÇAS HUMANAS
OBJETIVOS
Caracterização das bases fisiopatológicas da doença
Descoberta de novos alvos e biomarcadores
Avaliação dos mecanismos de ação de fármacos existentes
Estabelecimento de relações farmacocinéticas/farmacodinâmicas
Estimativa de esquemas posológicos
Determinação das margens de segurança e toxicidade
Avaliação da utilidade terapêutica de novas entidades químicas
SITUAÇÃO IDEAL
MODELO ANIMAL DE DOENÇA HUMANA DEVERIA REPLICAR
FENÓTIPO E CAUSAS DA DOENÇA
VALIDAÇÃO DE UM MODELO ANIMAL DE DOENÇA HUMANA
Face validity – validação de semelhança
Sintomas/sinais semelhantes
Construct validity – validação de aspectos biológicos básicos
Mecanismos bioquímicos semelhantes
Predictive validity – validação de valor preditivo
Resposta similar a agentes terapêuticos efetivos
DESAFIOS PARA VALIDAÇÃO DOS ASPECTOS BIOLÓGICOS BÁSICOS
Causas das doenças humanas = aspecto altamente mutável
Tecnologias e ferramentas de pesquisas em contínua evolução
Causas complexas, pouco conhecidas:
Doenças neurodegenerativas (Alzheimer, Parkinson)
Doenças autoimunes (esclerose múltipla, diabetes tipo 1, asma)
Doenças mentais (depressão, ansiedade)
Endotoxemia
Humanos (30 ng/kg) x Roedores (5-25 mg/kg)
Estratégias reducionistas: busca de alvo molecular
Alvo pode ter funções distintas em animais e humanos
Presença do alvo em humanos? Sequência?
DESAFIOS PARA VALIDAÇÃO DO VALOR PREDITIVO
Grandes diferenças entre diferentes modelos de doenças
Modelos de hipertensão
Modelos de inflamação aguda e dor inflamatória
X
Modelos de acidente vascular encefálico
Modelos de doenças neurodegenerativas
Busca de fármacos “padrões ouro” para validação de modelos de
doença = transição reversa
Modelos que representam mecanismos específicos de ação dos
fármacos, pouco úteis para avaliação de candidatos com
mecanismos distintos
Áreas mais críticas: doenças infecciosas, acidente vascular
encefálico, câncer, doenças neurodegenerativas, doenças mentais
INCREMENTANDO A TRANSIÇÃO PRÉ-CLÍNICA-CLÍNICA
ASPECTOS QUE DEVEM SER ANALISADOS.....
ATENÇÃO AO PERFIL FARMACOCINÉTICO
Determinação da relação farmacocinética/farmacodinâmica
Concentrações plasmáticas do candidato, ligação a proteínas, interação com o alvo de
interesse, duração da exposição e do efeito, formação de metabólitos ativos
.
INCREMENTANDO A TRANSIÇÃO PRÉ-CLÍNICA-CLÍNICA
OUTROS ASPECTOS QUE DEVEM SER ANALISADOS.....
Doenças crônicas – necessidade de exposições repetidas, avaliação
de sensibilização ou desensibilização
Objetivo do tratamento no modelo animal x objetivo clínico
Prevenção e reversão em modelos animais x reversão em humanos
Modelos de acidente vascular encefálico – curso temporal
Fármacos anti-hipertensivos, hipocolesterolêmicos
Desfechos primários e secundários?
INCREMENTANDO A TRANSIÇÃO PRÉ-CLÍNICA-CLÍNICA
OUTROS ASPECTOS QUE DEVEM SER ANALISADOS.....
Uso de várias linhagens/espécies = heterogeneidade humana
Uso de animais machos e fêmeas = maior prevalência de certas
doenças crônicas em mulheres
Triagem inicial x triagem de candidatos mais promissores
Adoção de diretrizes para planejamento, condução e análise de
ensaios pré-clínicos
Recuperação do interesse na farmacologia integrativa e no uso de
modelos animais de doenças humanas
Reavaliação do foco excessivo em técnicas da biologia molecular
RENOVANDO O INTERESSE EM MODELOS ANIMAIS
DE DOENÇAS HUMANAS
INCREMENTO À MEDICINA TRANSLACIONAL
FATORES A SEREM CONSIDERADOS
Fatores genéticos e ambientais
Biotransformação, exposição a microorganismos, tempo de vida
Parâmetros avaliados
Parâmetros bioquímicos, fisiológicos e comportamentais
Cronobiologia
Ritmos circadianos
Aspectos invasivos e temporais
Doenças induzidas por introdução de agente, latência
Fatores relacionados à segurança
Conhecimento de fisiologia/imunologia animal e humana
RENOVANDO O INTERESSE EM MODELOS ANIMAIS
DE DOENÇAS HUMANAS
INCREMENTO À MEDICINA TRANSLACIONAL
FATORES A SEREM CONSIDERADOS
Aspectos éticos
Qualidade dos animais experimentais
Bioterismo no Brasil???
Conhecimento sobre o animal experimental em uso
Conhecimento sobre procedimentos de administração de drogas,
anestesia, cirurgia, eutanásia
MODELOS ANIMAIS
PONTOS CRÍTICOS
Veículo usado para solubilizar candidato a fármaco
Veículo interfere no parâmetro avaliado?
Vias de administração
Qualquer via pode ser usada?
Doses/Volumes
Dose/volume máximos que pode ser administrados?
Grupos controles
Quais grupos controles devem ser incluídos no protocolo?
Análise dos resultados
Resultado atípico pode ser retirado?
Qual é a análise estatística adequada?
Como interpretar resultados negativos?
https://www.ufmg.br/bioetica/cetea/
https://www.ufmg.br/bioetica/cetea/
RAZÕES MAIS PROVÁVEIS PARA A DIFICULDADE DE REPLICAÇÃO DE
RESULTADOS DE ENSAIOS FARMACOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS
Problemas ou negligência
Reagentes (drogas, anticorpos etc), animais experimentais,
tamanhos de amostras, grupos controles, análise estatística
Relato inadequado de condições experimentais
Viés de publicação de resultados positivos
Dificuldade de publicação de resultados que contradizem resultados
publicados em periódicos de elevado fator de impacto
ou ideias preponderantes
Competição entre grupos de pesquisa, pressão para publicação
Revisores sem tempo/recursos/interesse
para reproduzir/ investigar resultados
Publicação de estudos de má qualidade inicialmente rejeitados
UM EXEMPLO DO PROBLEMA....
Liou et al.
Intraperitoneal injection of ginseng extract enhances both immunoglobulin
and cytokine production in mice
Am. J. Chin. Med. 32:75-88, 2004
Ginseng is one of the most widely used Chinese herbal medicines. In this report,
the relatively short-term effect of ginseng extract on the immunoglobulin production
and cytokine production was studied. The ginseng extract was prepared by boiling
the ground ginseng root in 50% ethanol. The specific pathogen-free mice were
intraperitoneally (i.p.) injected with various doses of ginseng extract for 3
consecutive days. The results indicated that the serum levels of immunoglobulin
(Ig)M, IgG and IgA were significantly elevated after the mice were i.p. injected with
4 g/kg/day of ginseng extract
Kekesi et al.
Antinociceptive activity of Sempervivum tectorum L. extract in rats
Phytother. Res. 17:1032-6, 2003
The extract of Sempervivum tectorum L. (Crassulaceae) containing several
flavonoids is widely used as an antiinflammatory agent in folk medicine. Previous
studies have demonstrated that various flavonoids or flavonoid-containing plant
extracts produce significant antinociception, but no data are available concerning
their antinociceptive effect especially at the spinal level. The purpose of the
present study was to investigate the antinociceptive activity of Sempervivum
tectorum L. extract on acute and inflammatory pain sensitivity in awake rats. The
pain sensitivity was assessed by the acute tail- flick test in intact rats and by the
paw withdrawal test after carrageenan-induced inflammation using heat
stimulus. The plant extract was administered intraperitoneally and intrathecally in
rats. The intraperitoneal injection of a high dose of the extract (1000 mg/kg)
significantly (p < 0.05) increased the paw withdrawal latency of the inflamed
paw. The intrathecal administration (30-300 micro g) caused a small, but
significant increase (10%-15%) in tail- flick latency. In the carrageenan-induced
inflammatory model, the intrathecally applied extract (30-1000 micro g)
significantly decreased, but did not relieve the thermal hyperalgesia. The results
suggest that the spinal cord does not seem to play an important role in the
antinociceptive effects of this plant extract.
Stephenson et al. J Natl Cancer Inst. 84(12): 951-7, 1992
Metastatic model for human prostate cancer using orthotopic implantation in nude mice.
BACKGROUND: Understanding the mechanism of prostate cancer metastasis is essential to the design of
a more effective therapy. An effective therapy for this disease will depend on the development of a
clinically relevant in vivo model.
PURPOSE: We describe the development of such a model by using orthotopic implantation of human
prostate cells in BALB/c nude mice.
METHOD: We compared the tumorigenicity of and the incidence of metastasis of human prostate cancer
PC-3M and LNCaP-FGC (LNCaP) cell lines subsequent to prostatic (orthotopic) or subcutaneous (ectopic)
implantations in male nude mice.
RESULTS: LNCaP cells produced tumors only in the prostate. Enhanced tumorigenicity at the orthotopic site was found
for PC-3M cells. Lymph node metastases were observed in practically all mice given an injection of PC-3M cells in the
prostate, but they were uncommon with subcutaneous injection of these cells. Bilateral orchiectomy did not alter the
tumorigenicity of either PC-3M or LNCaP cells or the incidence of lymph node metastasis by PC-3M cells. LNCaP tumors
in the mouse prostate (but not PC-3M tumors) elaborated detectable levels of human prostate-specific antigen (PSA) in
the serum, even when tumors were small (1.5 mm in diameter). Immunohistochemistry analysis revealed the presence
of the PSA marker in tissue sections of LNCaP but not of PC-3M tumors.
CONCLUSIONS: The implantation of human prostate cancer cells in an ectopic environment does not
permit expression of metastatic potential. In contrast, intraprostatic implantation does.
IMPLICATIONS: These data suggest that the orthotopic injection of human prostate cancer cells into the
nude mouse may provide a valuable model to study the biology and therapy of human prostate cancer.
BUSCA DE NOVOS ANALGÉSICOS....
ELEVADA TAXA DE INSUCESSO.........
ANTAGONISTAS DE RECEPTORES B2 PARA BRADICININA
BUSCA DE NOVOS ANALGÉSICOS....
ELEVADA TAXA DE INSUCESSO.........
ANTAGONISTAS DE RECEPTORES NK1 PARA SUBSTÂNCIA P
MODELOS EXPERIMENTAIS
x
EXPERIÊNCIA HUMANA
Iintegração de múltiplos mecanismos/vias neuroquímicas
Limiar e tolerância variam imensamente entre indivíduos
Influência de fatores genéticos, gênero e etnia
Influência de expectativa (magnitude da dor e resultado da farmacoterapia)
Efeito placebo
Diferenças farmacocinéticas e farmacodinâmicas
FALHAS NOS ENSAIO PRÉ-CLÍNICOS
E
DIFICULDADES PARA DEMONSTRAÇÃO DA
PROVA DE CONCEITO EM ENSAIOS CLÍNICOS
ALGUNS EXEMPLOS....
O CANDIDATO ERRADO A FÁRMACO
OPC-21268 – antagonista V1a
1991- síntese de OPC-21268,
Ki 100 nM em fígado de rato,
inibição total do efeito vasopressor induzido pela vasopressina
Science 252:572-4, 1991
O CANDIDATO ERRADO A FÁRMACO
OPC-21268 – antagonista V1a
1991-1999 – 26 estudos mostrando benefícios do OPC-21268 em ratos
1993 – fase I de estudo clínico – segurança e tolerabilidade
1997 – estudo clínico fase II (prova de conceito): ausência de efeito
(Kawano et al. Am. J. Hypertens. 10:1240-4, 1997)
Problema:
diferenças entre receptores V1a de ratos e humanos: afinidade 1000x<
(Hirasawa et al. Biochem. Biophys. Res. Commun. 203:72-9, 1994)
O MODELO OU O PROTOCOLO ERRADO
Modelo de infarto do miocárdio em ratos
Lesão cardíaca associada ao infarto: isquemia e reperfusão
Papel do NHE1
1995-2001 - HOE642, EMD85131, zoniporide:
redução da lesão do miocárdio em modelos experimentais
O MODELO OU O PROTOCOLO ERRADO
ENIPORIDE: inibidor NHE1
Modelo de infarto do miocárdio em ratos
Lesão cardíaca associada ao infarto: isquemia e reperfusão
Papel do NHE1
2001 – estudo clínico fase II (prova de conceito): ausência de efeito
em pacientes com infarto agudo do miocárdio
(Zeymer et al. J. Am. Coll. Cardiol. 38:1644-50, 2001)
Problema: profilaxia x intervenção
Cariporide: estudos iniciais proteção em pacientes submetidos a
cirurgia de ponte de safena – uso profilático/reperfusão previsível
Confirmação de eficácia na Fase III
Desenvolvimento interrompido: excesso de AVE e mortes ?
O DESFECHO ERRADO
Inibidores da fosfodiesterase 5 como fármacos antianginosos
NO e sistema cardiovascular
Angina: uso de nitratos, reações adversas
Aumento da concentração de cGMP independente de NO ?
1989 - UK92480 – inibidor da fosfodiesterase 5
Aumento do de cGMP em músculo liso vascular de coronárias
1991 – estudo de prova de conceito em pacientes com angina –
ausência de efeito
Problema: diferenças entre modelos experimentais e angina,
ausência de estudos em modelos experimentais de isquemia do
miocárdio antes do estudo clínico
Estudo de fase I durante 10 dias – ereção peniana
OUTRAS RAZÕES PARA DIFICULDADE DE DEMONSTRAÇÃO OU FALHA
NA PROVA DE CONCEITO
Aspectos químicos e farmacotécnicos:
Síntese de quantidade adequada da droga para ensaios
Características físico-químicas da droga
Aspectos farmacocinéticos:
Droga é absorvida?
Droga chega ao local de ação?
Aspectos farmacodinâmicos:
Animal experimental ou paciente apresenta o alvo molecular?
Droga apresenta afinidade por outros alvos moleculares?
Inibição do alvo molecular é suficiente para inibir função avaliada?
The process of finding new uses outside the scope of the original
medical indication for existing drugs
TALIDOMIDA
1953 - atividade antimicrobiana? atividade antiepiléptica?
1956 - Contergan® - sedativo, hipnótico, antiemético
OUTROS EXEMPLOS DE REPOSICIONAMENTO DE FÁRMACOS
ASTEMIZOL
ATIVIDADES IN VITRO E IN VIVO
AUTORIZAÇÃO PARA INÍCIO DOS ENSAIOS CLÍNICOS
Apresentação ao FDA do pedido de registro de Investigational New Drug (IND)
Avaliação feita pelo FDA
Revisão química
(estabilidade, reprodutibilidade da síntese e purificação, produção em lotes homogêneos,
possíveis diferenças entre material usado em animais e humanos)
Revisão toxicológica
Revisão farmacológica
Revisão médica (protocolos)
Fornecimento pelo FDA de dispensa de lei federal que proíbe comércio interestadual
Download