NOMENCLATURA BOTÂNICA* Prof. Dr. Mauro Parolin

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NOMENCLATURA BOTÂNICA*
Prof. Dr. Mauro Parolin
O criador da nomenclatura botânica e
da classificação das plantas foi Carl von
Linné (Lineu, em português), botânico,
zoólogo e médico sueco. Nasceu em 1707
e morreu em 1778.
*http://maniadasplantas.blogspot.com/2009/09/nomenclatura-botanica.html
O QUE É O NOME BOTÂNICO?
O nome botânico ou nome científico de uma planta é um nome universal, igual em qualquer
parte do mundo, ao contrário dos diferentes nomes populares pelas quais é conhecida uma
planta em diferentes locais do Mundo e até dentro do mesmo país.
COMO SE CONSTRÓI
NOME BOTÂNICO?
O
A classificação das plantas está
organizada em categorias: Reino /
Divisão / Classe / Ordem / Família /
Género / Espécie. Isto é, o Reino
das Plantas é composto de várias
Divisões, cada Divisão possui
várias Classes, cada Classe possui
várias
Ordens,
e
assim
sucessivamente até à Espécie. E
ainda se pode ir mais longe e
encontrar subespécies, variedades e
formas dentro da mesma espécie.
Monstera deliciosa
O nome botânico de uma planta é constituído
por 2 palavras, a primeira das quais refere o
Gênero a que a planta pertence e a segunda
especifica a planta dentro do Gênero onde está
integrada. Note-se que uma planta se identifica
sobretudo pela Espécie a que pertence porque
possui características comuns a plantas idênticas
que as distinguem facilmente das outras (para o
ser humano). Por exemplo, o nome da planta
que entre nós é conhecida como Costela de Adão
é Monstera deliciosa. Neste caso, o nome
botânico da planta que conhecemos como
Costela de Adão diz-nos que esta Espécie
pertence ao Género "Monstera". Este nome é
universal e identifica a mesma planta em
qualquer lugar do Mundo. Deve dizer-se que o
nome botânico de uma planta se escreve em
Latim e que na linguagem técnica e científica
não é alvo de tradução para línguas locais. Deste
modo, escreve-se do mesmo modo em todos os
países. Finalmente, a redação correta do nome
botânico implica que seja escrito em itálico, que
a primeira palavra comece por maiúscula e a
segunda por letra minúscula.
Seguem-se alguns conceitos
adicionais
que
implicam
diferentes
formas
de
construção do nome botânico.
HÍBRIDOS
São o resultado do cruzamento
de duas espécies diferentes.
Por exemplo, cruzando a
espécie Spiraea albiflora com a
espécie
Spiraea
japonica
obtemos o híbrido Spiraea x
bumalda. Assim, quando entre
as duas palavras encontramos
um "x" sabemos que estamos
perante um híbrido.
Exemplo: Spiraea x bumalda.
Spiraea x bumalda.
Se o x aparecer antes das duas
palavras estaremos perante um
híbrido que resulta do
cruzamento de duas espécies
de dois gêneros diferentes.
São casos raros porque em
99% dos casos os híbridos
resultam do cruzamento de
duas espécies do mesmo
gênero.
Estes cruzamentos podem
ocorrer espontaneamente na
natureza ou serem produzidos
pelo homem.
Exemplo: x Cupressocyparis
leylandii
x Cupressocyparis leylandii
CULTIVARES
São o resultado de um trabalho de
seleção de uma característica de uma
planta que é sujeita a técnicas de
cultivo até que se obtenha uma planta
nova com a característica pretendida,
diferente da original. Por exemplo, o
Nerium oleander aparece na natureza
com flores de cor rosa mas existem
cultivares de Nerium oleander de flor
branca (Nerium oleander 'Mont
Blanc'), de flor vermelha (Nerium
oleander 'Atropurpureum'), de flor
amarela
(Nerium
oleander
'Aurantiacum') e de outras cores,
obtidos após a aplicação destas
técnicas de seleção. Note-se que neste
caso o último nome não se escreve em
itálico, pode não ser latino e aparece
entre aspas.
Exemplo: Nerium oleander 'Mont
Blanc'
Na linguagem vulgar é frequente chamar variedade ao
cultivar mas é incorrecto porque o cultivar é fruto do
esforço humano e a variedade é um fenómeno
espontâneo da natureza.
VARIEDADES
São plantas diferentes das da
espécie em que surgiram em
resultado do aparecimento
natural e espontâneo de
características novas.
Por
exemplo,
o
Cupressus
sempervirens, conhecido como
o cipreste dos cemitérios , tem
uma forma que lhe é dada pelo
fato dos seus ramos serem
quase
verticais.
Contudo,
surgiram alguns ciprestes com
ramos
mais
horizontais,
característica que transmitiram
à sua descendência, dando
origem a uma variedade dentro
da espécie.
Exemplo:
Cupressus
sempervirens var. horizontalis.
SUBESPÉCIES
Conceito semelhante ao de
Variedade. Ocorrem também de
forma espontânea na natureza.
São plantas que se distinguem
dentro da espécie por força das
condições
geográficas
do
território onde se desenvolveram
as
quais
selecionaram
características da planta mais
adequadas a esse terreno.
Exemplo: Quercus ilex subsp.
rotundifolia
FORMAS
Outro
conceito
parecido com o de
Variedade e o de
Subespécie. Ocorrem
também de um modo
espontâneo
na
natureza. São plantas
que se distinguem em
pormenores como a
cor de uma folha ou a
cor de uma flor.
Exemplo:
Fagus
sylvatica f. purpurea
Fagus sylvatica f. purpurea
Reino: Plantae
Divisão: Angiospermae (ou Magnoliophyta) – subdivisão: phytina
Classe: Dicotyledoneae (ou Magnoliatae ou Magnoliopsida)
Subclasse: Rosidae
Ordem: Rosales
Subordem: Rosineae
Família: Rosaceae
Subfamília: Rosoideae
Tribo: Roseae
Subtribo: Rosinae
Gênero: Rosa
Espécie: Rosa gallica L.
Variedade: Rosa gallica L. var. versicolor Thory
Reino:
Plantae
Divisão:
Magnoliophyta
Classe:
Magnoliopsida
Ordem:
Sapindales
Família:
Meliaceae
Género:
Melia
Melia azedarach L.
Independentes de sua origem, os nomes
dos táxons são tratados como nomes latinos
Gênero e espécie não tem terminações
fixas
O nome de uma planta é uma combinação
de dois nomes (binária), sendo o primeiro o
nome do gênero e o segundo o epíteto
específico.
Todo nome deve ser acompanhado pelo
nome do autor da espécie, e deve aparecer
destacado do texto (itálico).
Ex.: Caesalpinia echinata L.
brasil)
(Pau-
Nomenclatura Botânica
Caesalpinia echinata
a. nome do gênero
b. epíteto específico
Caesalpinia echinata L.
a. nome do gênero
b. epíteto específico
c. autoria
= quem descreveu (nome) a planta
frequentemente abreviado, e.g. Linnaeus = L. or Linn.
•quando uma espécie muda de
gênero, o nome do autor do
basiônimo
(primeiro
nome
dado a uma espécie) deve ser
citado
entre
parênteses,
seguido pelo nome do autor
que fez a nova combinação.
•Ex.: Tabebuia alba (Cham.)
Sadw.; basiônimo : Tecoma
alba Cham
Normas para redação de
nomes científicos
1. Todas as letras em latim devem vir em itálico
(cursiva), sublinhadas ou negrito;
2. A primeira letra do gênero ou categoria
superior há de vir em maiúscula;
3. O resto do nome vem em minúscula (exceto
em alguns casos em que se conserva a
primeira letra de epíteto específico)
4. Os nomes dos híbridos vem precedidos de x.
Ex. x Rhaphanobrassica; Mentha x piperita
Pronuncia de nomes científicos
1. Os ditongos ae e oe se lêem
como e
Ex. laevis; rhoeas
2. A combinação ch se lê k;
Ex. Chenopodium
3. A combinação ph se lê f;
Ex.Phaseolus vulgaris
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