251_Modelo_Resumo_Reuniao_NE_Ciencia_Solo_2016 (1)

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EFEITO DO SUBSTRATO ORGÂNICO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE
VINAGREIRA (Hibiscus sabdariffa L.)¹
João Bosco A. S. Almeida2; Genilson S. Oliveira3; Celso L. Barros4; José Brandão
Menezes Júnior5; Glayde Maria Carvalho Veras6
1
Trabalho executado com recursos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, IFMA –
Campus Codó.
2
Acadêmico do curso de Agronomia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, IFMA –
Campus Codó; Codó, MA; E-mail: [email protected]
3
Acadêmico do curso de Agronomia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, IFMA –
Campus Codó;
4
Acadêmico do curso de Agronomia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, IFMA –
Campus Codó;
5
Técnico Administrativo em Educação do Instituto Federal de Educação , Ciência e Tecnologia do Maranhão, IFMA Campus Codó, Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFRRJ;
6
Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, IFMA - Campus Codó, Mestre em
reprodução animal pela UFPI.
RESUMO: O Hibiscus sabdariffa L. é uma hortaliça
popularmente conhecida no Maranhão como
vinagreira, é uma planta pertencente à família das
malváceas, bastante consumida pela população do
estado, apresentando-se com boa fonte nutricional.
Atualmente, a produção de vinagreira no município
de Codó, assim como nos demais municípios
maranhenses, está vinculada a agricultura familiar,
cultivada apenas com informações empíricas. Em
virtude do exposto, este trabalho teve como objetivo
avaliar a produção de mudas de 03 variedades de
vinagreira: comum, roxa e flor de veludo, utilizando
04 tipos de substrato diferentes, sendo eles: esterco
bovino, caprino, compostagem e solo característico
da região como testemunha, e assim avaliou qual o
substrato melhor atendeu as exigências da cultura,
sendo este, ideal para utilização na região dos
cocais maranhenses. A pesquisa foi desenvolvida
em casa de vegetação no IFMA - Campus Codó.
Após o vigésimo quinto dia de germinação foram
estudados os seguintes parâmetros: número de
folhas (NF); diâmetro do caule (DC); tamanho do
caule (TC); comprimento da raiz principal (CRP) e
peso de matéria fresca (PMF). Feito as coletas dos
dados referentes ao período germinativo, os dados
obtidos foram submetidos à análise de variância e
as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade. Assim, o esterco de
Caprino ofereceu o melhor incremento produtivo
para a variável comprimento de Raiz e Número de
Folhas, os quais fazem parte dos principais
parâmetros produtivos a serem observados durante
a escolha de mudas.
Termos de indexação: Cuxá; Codó; Produção
orgânica.
INTRODUÇÃO
O Hibiscus sabdariffa L., é conhecida como
“azedinha, azeda-da-guiné, caruru-azedo, caruruda-guiné, chá-da-jamaica, pamolha, pampulha,
papoula, papoula-de-duas-cores, quiabeiro-azedo,
quiabo-azedo, quiabo-de-angola, quiabo-róseo,
quiabo-roxo, rosélia e vinagreira (MUKHTAR, 2007).
É uma planta pertencente à família das Malváceas,
bastante consumida pela população maranhense,
sendo um vegetal arbustivo perene de grande
rusticidade e de fácil cultivo, bastante difundida no
estado. Tradicionalmente consumida na culinária
regional, suas folhas são cozidas com carnes e
legumes e entram na formulação de diversos pratos,
incluindo o prato típico da culinária maranhense o
arroz-de-cuxá. A planta apresenta um grande
potencial nutricional, pois além das folhas as outras
partes comestíveis apresentam-se como boas
fontes de nutrientes como: carotenoides, vitaminas
B e C, cálcio, fósforo, sais minerais, aminoácidos,
proteínas e ferro (CARDOSO, 1997), este último de
grande importância no combate a anemia ferropriva,
além de possuir baixo valor calórico. Sua utilização
não se restringe somente em alimentos, como
também para fins agroindustriais e medicinais
(Jorge et al., 1985). Na medicina tradicional, é
utilizada como diurético, para tratamento de
desordem gastrointestinal, infecções hepáticas,
febre
e
hipertensão
(MONROY-ORTIZ
&
CASTILLO-ESPANA,
2007).
Ensaios
farmacológicos têm demostrado uma gama de
efeitos
terapêuticos,
como
hepatoprotetor,
antibacteriana
(LIU,
2006),
antioxidante
(OLATUNDE & FAKOYA, 2005; RAMAKRISHNA et
al., 2008), anticolesterol (LIN, 2007), anticâncer
(OLVERA-GARCIA,
2008),
anti-hipertensivo
(HERRERA-ARELLANO, 2007).
É uma planta arbustiva anual, de caule
semilenhoso, que pode atingir cerca de 2 a 3 metros
2
de altura. Nas plantas novas, as folhas são inteiras
e simples, mas depois, com o crescimento, as
novas folhas são recortadas, formando 3 e 5
lóbulos. Os cálices são carnosos e vermelhos, com
mais ou menos 2 centímetros de comprimento, e
recobrem os frutos ovais onde estão as sementes
(Blanco, 2001). As flores são hermafroditas e
autoférteis formadas ao longo da haste da planta,
axilar e pode ser amarelo-pálidas, rosa, roxa ou
purpúrea após a fecundação (Panizza, 1997). Os
frutos são formados após a fecundação possuindo
cor vermelha vistosa de característica carnosa com
tamanho médio de 2 a 4 centímetros tendo micro
pelos finos e picantes (Martins et al., 1985).
Atualmente, a produção de vinagreira no
município de Codó, assim como nos demais
municípios do estado do Maranhão, está ligada à
agricultura familiar que conta, apenas, com as
informações empíricas passadas de pai para filho.
No estado, ainda há uma enorme carência de
técnicas e estudos sobre os aspectos agronômicos
da cultura, desde a obtenção de mudas até a
colheita, desta forma, os produtores empregam
pouco ou nenhum conhecimento técnico específico
para os cultivares de vinagreira que possibilite maior
produtividade e menor custo de produção.
O cultivo de hortaliças tem na etapa de
produção de mudas um fator determinante que
influência na produtividade. Mudas de qualidade
tornam-se cada vez mais um diferencial na
produção de hortaliças fazendo com estas tornemse mais produtivas e competitivas em um mercado
cada vez mais exigente. Com base nas informações
produzias nesta pesquisa será possível obter
informações que venham a contribuir na melhoria do
desempenho produtivo da cultura da vinagreira no
Maranhão.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido na casa de
vegetação do setor de horticultura do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Maranhão - IFMA Campus Codó. Para estudo de
03 variedades de vinagreira, a comum (Hibiscus
sabdariffa L ), flor de veludo (Hibiscus sabdariffa L ),
e a roxa (Hibiscus acetosella). Utilizando 04 tipos de
substratos, sendo 03 orgânicos e 01 como
testemunha com solo característico da região
(Neossolo Quartzarênico). Acondicionando-se em
copos plásticos de 300 mL como recipientes
devidamente preenchidos pelo substrato orgânico.
Os tratamentos constituem-se:T1 – substrato
de esterco bovino com a variedade comum; T2 substrato de esterco bovino com a variedade roxa;
T3 – substrato de esterco bovino com a variedade
veludo; T4 – substrato de esterco caprino com a
variedade comum; T5 – substrato de caprino com a
variedade roxa; T6 – substrato de caprino com a
variedade veludo; T7 – substrato de compostagem
com a variedade comum; T8 – substrato de
compostagem com a variedade roxa; T9 – substrato
de compostagem com a variedade veludo; T10 –
solo com a variedade comum; T11 – solo com a
variedade roxa; T12 – solo com a variedade veludo.
Após 25 dias do plantio foi realizada a análise
dos parâmetros que consistiu na determinação das
seguintes variáveis: número de folhas (NF);
diâmetro do caule (DC); comprimento da raiz
principal (CRP) e peso de matéria fresca (PMF).
Para a avaliação das mudas, as mesmas
foram retiradas dos recipientes, levadas ao
laboratório e lavadas em água corrente para a
retirada do substrato aderente. O comprimento será
dado com o auxílio de uma régua graduada em
milímetros, a determinação do diâmetro foi medido
com o auxilio de um paquímetro digital, a medição
do peso da matéria fresca feita em balança digital.
Os dados obtidos serão submetidos à análise de
variância e as médias comparadas pelo teste de
Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Médias para Número de Folhas (NF) em função de diferentes
substratos de plantio. Codó, Maranhão, 2016.
TRATAMENTO
T1 - Est. Bovino
T2 - Est. Caprino
T3 - Comp.
T4 - Solo comum
MÉDIA
a
6.91667
a
7.58333
a
7.33333
b
4.41667
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Tabela 2. Médias para Diâmetro do Caule (DC) em (cm) ) em
função de diferentes substratos de plantio. Codó, Maranhão,
2016.
TRATAMENTO
T1 - Est. Bovino
T2 - Est. Caprino
T3 - Comp.
T4 - Solo comum
MÉDIA
ab
2.05333
a
2.08000
a
2.20333
b
1.33333
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Tabela 3. Médias do Comprimento da Raiz Principal (CRP) em
(cm) em função de diferentes substratos de plantio. Codó,
Maranhão, 2016.
TRATAMENTO
T1 - Est. Bovino
T2 - Est. Caprino
T3 - Comp.
T4 - Solo comum
MÉDIA
a
10.60333
a
11.5600
a
11.54333
a
10.76000
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
3
Tabela 4. Médias do Peso de matéria fresca (g) em função de
diferentes substratos de plantio. Codó, Maranhão, 2016.
TRATAMENTO
T1- Est. Bovino
T2- Est. Caprino
T3- Comp.
T4- Solo comum
MÉDIA
a
2.80667
a
3.15333
a
3.40000
a
1.14000
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Dentre os substratos analisados, os
tratamentos
T2
(Esterco
Caprino)
e
T3
(Compostagem) foram os que se destacaram. Em
relação ao número de folhas (NF), os tratamentos
T1 (Bovino), T2 e T3 não diferem estatisticamente
entre si, porém o T2 foi o que apresentou melhor
média, sendo o mais indicado para a referida
variável. No tocante ao diâmetro do caule (DC), os
tratamentos T2 e T3 não diferem entre si, porém o
T3 apresentou melhor média. Para o comprimento
de raiz principal (CRP), todos os tratamentos não
apresentam diferença entre si, entretanto o T2 se
destaca, apresentando maior média, do que os
demais. Em relação ao peso de matéria fresca
(PMF), todos os substratos estudados não diferem
entre si.
CONCLUSÕES
O T2 (Esterco de Caprino) ofereceu o melhor
incremento produtivo para as variáveis comprimento
de Raiz e número de Folhas, os quais fazem parte
dos principais parâmetros produtivos a serem
observados durante a escolha de mudas, baseandose em uma área foliar que possibilitara uma maior
fotossíntese, e um melhor desenvolvimento do
sistema radicular facilitando sua adaptação por
conter um maior alcance dos nutrientes presentes
na solução do solo. Assim, sua adaptação e
desenvolvimento na fase vegetativa será mais
rápida, podendo assim apresentar uma planta mais
vigorosa e de melhor produção.
AGRADECIMENTOS
Ao IFMA pela concessão da bolsa, à Glayde
Maria Carvalho Veras, Diretora do Departamento de
Produção e Pesquisa pelo apoio na implantação do
projeto e aos colaboradores.
REFERÊNCIAS
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Janeiro 10, 2009,
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