O GÊNERO Hibiscus L. - Sociedade Botânica do Brasil

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O GÊNERO Hibiscus L. (MALVOIDEAE, MALVACEAE) NO SUDESTE DO
BRASIL
Luccas Henrique Gomes Rigueiral1 & Marília Cristina Duarte1,2
1. Universidade de Mogi das Cruzes, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia,
Laboratório de Sistemática Vegetal (LSV); 2 Instituto de Botânica, Núcleo de
Pesquisa Curadoria do Herbário.
[email protected]
Hibiscus L. é um dos maiores gêneros de Malvaceae, com aproximadamente 200
espécies amplamente distribuídas. No Brasil, ocorrem 33 espécies nativas (25
endêmicas) das quais 14 estão presentes na região Sudeste, principalmente em
ecossistemas do Cerrado. Os hibiscos já tem uma grande história de suas utilizações
ornamentais como em Hibiscus rosa-sinensis L., medicinais como em Hibiscus
sabdariffa L. e para fitorremediação como em Hibiscus cannabinus L., sendo
importante a atenção para as nossas diferentes espécies nativas que apresentam grande
potencial e compõem a diversidade genética. O último estudo filogenético baseado
em sequencias de ndhF e o íntron rpl l6 para 59 táxons pantropicais, o gênero
Hibiscus L. emergiu como parafilético, podendo ser distinguido das outras malváceas
pelo tubo estaminal com 5 dentes apicais, epicálice persistente após floração, fruto
cápsula loculicida com 5 lóculos com mais de 1 óvulo cada. Diante da carência de
estudos em biodiversidade e taxonomia para o gênero em território nacional, o
objetivo foi realizar um estudo taxonômico que busque informações sobre as espécies
da região Sudeste e descreva a relação entre elas, fornecendo chave de identificação,
descrições, ilustrações, utilizações conhecidas e distribuição geográfica. Foram
utilizados os procedimentos usuais realizados em trabalhos taxonômicos que incluem
levantamento bibliográfico, coleta de material e visita aos herbários mais
representativos da região Sudeste. Além disso, apresenta o estudo morfológico de
estruturas vegetativas e reprodutivas e o tratamento taxonômico. Foram identificadas
14 espécies nativas para a região Sudeste, 10 delas são endêmicas no Brasil, sendo
ervas delicadas a arbustos lenhosos com até 3 m, dotados de indumento piloso pelas
partes vegetativas principalmente, flores vistosas com corola colorida, tubo estaminal
realçado com cor mais escura, cálice e epicálice verde ao marrom, e fruto cápsula
loculicida. As características morfológicas das folhas, caule, fruto, flor e seus
respectivos indumentos foram fundamentais para a taxonomia das espécies e
construção da chave de identificação. Quanto ao estado de conservação, a maioria
carece de dados, entretanto é fato que as áreas encharcadas de Mata Atlântica, áreas
abertas de Cerrado e campos rupestres vem sofrendo pressões, sendo necessário o
olhar atento à essas áreas principais de distribuição dos hibiscos. Ressalta-se a
distribuição restrita de Hibiscus cabralensis Krapov. e Hibiscus itirapinensis Krapov.
& Fryxell a uma só região, com pouco material coletado. (CAPES)
Palavras-chave: Malvaceae, Taxonomia, Hibiscus, Malvoideae, Sudeste.
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