Dívida pública aumenta 38 milhões de euros/dia

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DIVISÃO1 RICOS E POBRES NA EUROPA
CRISE
DA DÍVIDA
'111~
osé Reis, professor de Economia da UniJ versidade de Coimbra, considera que
uma das principais causas do endividamentb
dos países periféricos da Europa, como Portugal e Itália, é a falta de coesão entre o Norte, rico, e o Sul, pobre. A divisão é semelhante à antiga guerra no setor agrícola europeu.
411~-
COFRE
FINANÇAS O O nível de
endividamento do Estado
está a crescer a um ritmo
elevado, aproximando-se
do registado no período
anterior à intervenção da
Troika, em maio de 2011
Efeito Trump pode
acelerar subida
dos juros nos EUA
13 As taxas de juro nos EUA
podem subir mais rapidamente do que se prevê caso
o presidente eleito, Donald
Trump, lance um plano de
estúnulo à economia sustentado em reduções de
impostos, alerta a Reserva
Federal norte-americana. •
Pressão sobre
a Europa perante
estímulo Trump
13 As taxas de juro da Re-
serva Federal dos EUA são
decisivas para a economia
global e, caso estas subam
mais rapidamente do que o
previsto, isso irá criar uma
pressão de subida das taxas
de juro noutros locais,
como na Zona Euro. •
António Costa disse ontem que o Governo está a acompanhar o aumento dos juros da dívida pública, mas que tem confiança na inversão dessa tendência
Dívida pública aumenta
38 milhões de euros/dia
ANTÓNIO SÉRGIO AZENHA,/
/PEDRO H. GONÇALVES
dívida direta do Estado,
que abrange apenas a dí
vida emitida pelo Estado,
aumentou mais de 38 milhões
de euros por dia, entre novembro de 2016 e o período homólogo do ano anterior, últimos
dados disponíveis do IGCP
Agência de Gestão da Tesoura
ria e da Dívida Pública.
Em novembro de 2016, a divida direta do Estado ultrapassou
Os 237 mil milhões de euros, um
aumento de 5,7%. face a igual
período de 2015 e muito superior ao crescimento do PIB do
ano passado. A análise dos da-
A
dos do IGCP deixa claro que a
tendência de endividamento do
Estado não pára de crescer e
está a atingir o nível registado
antes da intervenção da Troika,
em maio de 2011. Em 2009, du rante a crise financeira que
EM 12 MESES, A DÍVIDA
PÚBLICA SUBIU 12,8 MIL
MILHÕES DE EUROS
marcou o último Governo de
José Sócrates, a dívida diária foi
semelhante à atual: nesse ano, o
endividamento cresceu 39 milhões de euros por dia.
Certo é que, entre novembro
de 2016 e igual período do ano
anterior, a dívida direta do Estado aumentou 12,8 mil milhões
de euros, verba quase suficiente para financiar os ministérios
da Saúde e da Educação. Com a
taxa de juro das obrigações do
Tesouro a 10 anos acima de 4%,
a dívida pública é cada vez mais
um motivo de preocupação.
Ontem, durante uma deslocação à índia, o primeiro ministro assumiu que o Governo está
atento à situação. António Costa mostrou-se confiante na in versão da situação, "já que vão
sendo conhecidos os dados fundamentais da nossa economia."
Para João César das Neves,
professor de Economia na Uni
SAIBA MAIS
1892
foi o primeiro ano em que
Portugal entrou em bancarrota.
Nesse ano, o País teve que estender a mão e declarar uma
bancarrota parcial numa crise
que durou mais de 10 anos.
Residentes dominam
Em setembro de 2016, mais de
metade da dívida direta do Estado estava nas mãos de cidadãos
e entidades residentes em Portugal, e também na posse do
Banco de Portugal.
versidade Católica, "o problema é que a dívida pública não só
é muito alta, como está a crescer
rapidamente." Como considera que "uma reestrutração da
dívida tem custos enormes", o
professor diz que "o importante é a dívida começara descer."
Já José Reis, professor de Economia da Universidade de
Coimbra, considera que "a
reestruturação da dívida é necessária e urgente." Para este
especialista, sem isso, "a situação [do País] vai ser sempre
muito difícil. Por muito bom
que seja um Governo." •
NOTICIA EXCLUSIVA
DA EDIÇÃO EM PAPE
CORREIO
07-01-2017
TAXA 1 FERRO LANÇA ALERTA
n presidente da Assembleia da República
espera que haja capacidade das autoridades portuguesas e do BCE para travar o aumento das taxas de juro, para o qual, defendeu, Portugal em nada contribuiu. "Em 2017
também vamos ter certamente muitos problemas", disse ainda Ferro Rodrigues.
EVOLUÇÃO DA DIVIDA PÚBLICA
E AUMENTO MÉDIO DIÁRIO
VALORES EM MILHÕES DE FUROS
237
w21316
2015
2014
2013
2012 t
174
2011
2mo
2009
2008
2007 r
2006 ;
EVOLUÇÃO DO PIB
Valores em percentagem
M
' IN 1,2'
2018
2015
2014
(e) Dados referentes ao mês de novembro
489
38.4
'-""" 226 363 4131
217 126 €119
204 252
194 466
895
151775
132 746
118 464 42M
112 804
108 557
MONTANTE 1 REDUÇÃO
A DIVIDA PÚBLICA TOTAL CAIU
1,3 MIL MILHÕES DE EUROS EM
NOVEMBRO, FACE A OUTUBRO,
PARA OS 241,8 MIL MILHÕES DE
EUROS, REVELA O BANCO DE
PORTUGAL.
PSD 1 ALBUQUERQUE CRITICA
A
ex-ministra das Finanças alerta que a "dívida
pública continua a crescer e os juros aproximam-se perigosamente de níveis insustentáveis".
Maria Luís Albuquerque critica o Governo por desvalorizar os avisos, "ensaiando o discurso de desculpabilização". "A fragilidade da Economia e das
Finanças públicas é evidente para todos", garante.
Juros renovam
um novo máximo
no prazo a 10 anos
EVOLUÇÃO DOS ENCARGOS .
COM A DIVIDA DIRETA
DO ESTADO
Valores em milhões de euros
0,9
2013
2012-3,3
2011
2010
2009
2008
O Estado corre sérios riscos de obter um financiamento mais caro em 2017
-3
13 Os juros da dívida pública a
200/
5006,7
2006
2005
2004
4988,5
EVOLUÇÃO DO DÉFICE
6072
ORÇAMENTAL FACE AO PIB
Valores em percentagem
-2,2*
2016
7903,2
2015
2014
2013
2012
2011
2010 -11,2
2009
2008
-10
-3,8
EME
zuw
-3,1
EjFecte, trO/ /Bolei ns de Execução Creernmai - 0o-GEft do 01
Dinheiro das pensões no 'saco' da dívida
G O Fundo de Estabilização
Financeira da Segurança Social (FEFSS), que gere o dinheiro para pagar as pensões
no futuro, tinha, em 2016,
mais de 10,8 mil milhões de
euros em dívida pública portuguesa. Esse valor repí•esentava 77% do ativo total de
14,1 mil milhões de euros. •
pressão vendedora surge depois
dez anos continuam abater má- de notícias de reforço do mercaximos. As taxas da dívida portu- do de trabalho nos EUA em
guesa no mercado secundário dezembro, naquele que é o últimantinham-se ontem acima mo relatório deste setor antes da
dos 4% na maturidade a dez saída de Obama da presidência
anos pela segunda sessão conse- da maior economia do Mundo e
cutiva, tendo chegado a transa- da tomada de posse do eleito
cionar nos 4,080 %.
Donald Trump.
O valor representa um novo
Os juros exigidos pelos investimáximo atindores a Portugido ao longo JUROS SOBEM POR TODA A
gal revelam
de uma sessão ZONA EURO MAS ESPANHA
algumas dúvidesde fevedas sobre a caNEM
CHEGA
AOS
2%
reiro de 2016.
pacidade de o
Portugal não está contudo sozi- Estado cumprir os seus compronho neste renovado pânico dos missos, daí o aumento da taxa de
mercados. Na Zona Euro os juros juro. Apesar da subida em toda a
sobem na maioria dos países e Zona Euro, há quem seja mais
não apenas nos periféricos. penalizado pelos mercados:
E se no primeiro dia em que Por- contra os 4% de Portugal, os jutugal bateu os 4% este ano a jus- ros exigidos pelas obrigações estificação era a inflação na Ale- panholas e italianas, para o rnesmanha, agora são os EUA a pres- mo prazo, sobem respetivasionar os mercados e Portugal. A mente para1,54% e1,959%. •
No Governo de
Passos Coelho,
alterou-se a lei
para que o FEFSS
possa aplicar em
dívida pública até
90% do seu ativo
COISAS DO
DINHEIRO
Armando
Esteres Pereira •
DIRETOR-ADJUNTO
A pressão
escondida
or mais que se tente
esconder o lixo debaixo do tapete durante algum tempo, não é
possível acumulá-lo sem
que se torne um problema
de saúde. É o que acontece
com a galopante dívida.
Continuou a aumentar depois do resgate e está em
patamares insustentáveis.
Os juros baratos e a torneira
do BCE aliviaram a pressão,
mas o Estado continuou a
gastar muito acima do
que podia.
Empurrando os problemas
com a barriga, criou-se a
falsa narrativa de que o Estado podia voltar a gastar
mais. E entretanto, o dinheiro da Segurança SoCial,
destinado a pagar as refor-
A TORNEIRA DO BCE •
ALIVIOU A PRESSÃO.
MAS O ESTADO
GASTOU MAIS
mas, também foi aplicado na
dívida portuguesa, o que significa que se houver algum
perdão também é a reserva
das pensões que arde.
Elevada dívida, crescimento anémico e um monumental problema de ca pita Ii7ação da banca criam
por si só condições para uma
situação crítica. Acrescente- -se a provável limitação
de compra de dívida por
parte do BCE a partir do verão para gerar uma tempestade. A recente subida de juros é provocada por fatores
externos, a começar no efeito Trump e nas previsões inflacionistas nos EUA, mas
Portugal também se colocou
a jeito para ser mais penalizado do que os mais próximos parceiros europeus . •
07-01-2017
DIVIDA PÚBLICA
38 MILHÕES POR DIA
Próximo dos valores
antes da troika P.4 E5
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