Artigo Original Investigação Metabólica de 578 Pacientes Com Litíase Urinária no Oeste do Paraná Metabolic Investigation Of 578 Patients With Urolithiasis In West Paraná. Luis Alberto Batista Peres Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Cascavel, PR. RESUMO Introdução: Litíase do trato urinário acomete uma grande parcela da população geral apresentando altos índices de recidiva apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento cirúrgico. Objetivo: Avaliar a prevalência das principais alterações metabólicas encontradas em pacientes com diagnóstico recente de litíase urinária na região Oeste do estado do Paraná. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo em 578 pacientes com evidência de formação recente de cálculos renais. A avaliação laboratorial constou de três amostras de urina de 24 horas com dosagens de cálcio, ácido úrico, citrato, sódio e creatinina; cistinúria qualitativa, pH urinário em jejum e restrição hídrica de 12 horas e urocultura. Oxalúria de 24 horas foi realizada em 153 pacientes. Resultados: Em 97,6% dos pacientes foi encontrada uma causa para a litíase urinária. As alterações metabólicas mais freqüentemente encontradas foram: hipercalciúria (36,3%), hipocitratúria (30,3%) e hiperexcreção de ácido úrico (20,8%). Foram observados ainda volume urinário baixo (16,1%), hiperoxalúria (11,1%), infecção do trato urinário (10,9%), hiperparatireodismo (3,1%), acidose tubular renal (1,0%), cistinúria (1,0%). Alterações anatômicas foram encontradas em 70 pacientes (12,1%). Conclusões: Hipercalciúria, hipocitratúria e hiperuricosúria são os distúrbios metabólicos mais freqüentes na população estudada e estes dados são concordantes com a literatura. Este trabalho serviu de base para o conhecimento do perfil metabólico dos pacientes litiásicos da região Oeste do estado do Paraná. (J Bras Nefrol 2005;27(4):196-200) Descritores: Litíase renal. Distúrbios metabólicos. ABSTRACT Introduction: Renal lithiasis is a very prevalent disease which maintains a high recurrence rate in spite of the advances in its surgical management. Objective: To assess the prevalence of the main metabolic alterations found in patients with recent diagnosis of urolithiasis in the West region of Paraná. Methods: We accomplished a retrospective study on 578 patients with evidence of recent formation of renal stone. Laboratory investigation consisted of: three 24-hour urine samples for determination of calcium, uric acid, citrate, sodium and creatinine levels; qualitative cystinuria, urinary pH following 12-hour fasting and water restriction, and a urine culture. Urinary oxalate was assessed in 153 patients. Results: In 97.6% of patients one or more lithogenic factors were detected. The most frequent metabolic alterations were: hypercalciuria (36.3%), hypocitraturia (30.3%) and hyperexcretion of uric acid (20.8%). Other alterations were: low urinary volume (16.1%), hyperoxaluria (11.1%), urinary tract infection (10.9%), hyperparathyroidism (3.1%), renal tubular acidosis (1.0%), and cystinuria (1.0%). Anatomical abnormalities were found in 70 patients (12.1%). Conclusions: Hypercalciuria, hypocitraturia e hyperexcretion of uric acid were the most frequent disorders in the population studied and these data are in accordance to the literature. This study yielded important information regarding the metabolic profile of urolithiasis patients from West region of Paraná state. (J Bras Nefrol 2005;27(4):196-200) Keywords: Nephrolitiasis. Metabolic alterations. Recebido em 10/08/05 / Aprovado em 14/10/05 Endereço para correspondência: Luis Alberto Batista Peres Rua São Paulo 769, apto. 901 85801-020 Cascavel, PR Fax: (45) 327-3413 E-mail: [email protected] J Bras Nefrol Volume XXVII - nº 4 - Dezembro de 2005 INTRODUÇÃO A litíase renal tem aumentado sua incidência acometendo até 12% da população de países industrializados. A recorrência pode chegar a 50%. Avanços importantes na abordagem cirúrgica ocorreram, mas não alteraram a história natural da calculose urinária.1,2 No Brasil há relato de que 5% da população é portadora de litíase urinária, o que corresponde a mais de 7 milhões de litiásicos. É uma patologia que acomete jovens, com pico de incidência na terceira década de vida, e recorrência muito elevada, reduzindo a produtividade destes indivíduos.3 O objetivo deste trabalho foi mostrar a prevalência das principais alterações metabólicas encontradas em pacientes com nefrolitíase no Oeste do estado do Paraná e realizar uma breve revisão de literatura. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um estudo retrospectivo em 578 pacientes do ambulatório nefrológico geral, encaminhados por urologistas, procedentes da zona rural e urbana que apresentavam evidência recente de litíase urinária, no período entre 1995 e 2005. A região Oeste do Paraná apresenta clima temperado e úmido com temperatura média anual em torno de 21 graus Celsius. O critério de inclusão dos pacientes neste estudo retrospectivo foi evidência de nefrolitíase em atividade nos últimos seis meses. A investigação laboratorial constou de pelo menos três amostras de urina de 24 horas para dosagem de cálcio, ácido úrico, citrato, sódio, creatinina e oxalato, uma amostra de sangue para determinação de cálcio, ácido úrico, creatinina e paratormônio e urina coletada após jejum, e restrição hídrica de 12 horas para pesquisa de cistinúria qualitativa, pH urinário e urocultura. Orientações nutricionais gerais após a segunda coleta de exames foram feitas a todos os pacientes, sendo elas: 6 gramas de sal/dia, 1 grama/Kg de peso de proteína, restrição de purinas para 150mg, adequação da ingestão de cálcio para 1000mg e aumento da ingesta de líquidos para manter um volume urinário superior a 20mL/kg/dia. Os métodos laboratoriais empregados e os valores de referência adotados para amostras de urina de 24 horas foram: cálcio: método de espectofotometria de absorção atômica (< 4,0mg/kg), ácido úrico: método enzimático da uricase (até 750mg para o sexo feminino e 800mg para o sexo masculino), citrato: método enzimático da citrato-liase (> 320mg), oxalato: método da cromatografia líquida de alta performance (> 44mg), 197 sódio: método íon seletivo (< 150mEq), creatinina: método do picrato alcalino (> 1000mg) e volume urinário: medição volumética em Becker por análise visual. Para as dosagens plasmáticas, os métodos utilizados foram: cálcio: método colorimétrico (8,5–10, 5mg/dL), ácido úrico: método colorimétrico da uricase (2,0 a 7,0mg/dL), creatinina: método do picrato alcalino (0,7 a 1,4mg/dL) e paratormônio: ensaio da molécula intacta (10 a 70ng/L). Para os exames em amostra isolada de urina os métodos foram: cistinúria qualitativa: teste do nitroprussiato de sódio, e pH urinário: medição através de tiras reativas com sistema de indicador do vermelho de metila e azul de bromotimol. Foi considerado volume urinário diminuído, quando pelo menos uma das amostras apresentasse volume urinário de 24 horas menor que 15mL/kg. A investigação por imagem constou de ecografia do aparelho urinário e urografia excretora de rotina, e uretrocistografia miccional e tomografia computadorizada em casos selecionados. RESULTADOS Foram avaliados 1.217 pacientes litiásicos, dos quais apenas 578 concluíram o estudo metabólico. A idade média dos pacientes foi de 35,3 ± 14,8 anos (variando de dois meses a 73 anos), 58,2% eram do sexo masculino e 41,8% do sexo feminino. Quanto à raça, 83,2% eram da raça branca. Dentre os 578 pacientes litiásicos estudados foi encontrada pelo menos uma alteração em 561 (97,6%). Foram feitos 724 diagnósticos, sendo que 107 pacientes (18,5%) apresentaram dois e 28 pacientes (4,8%) apresentaram três distúrbios metabólicos associados. As alterações metabólicas encontradas foram: hipercalciúria em 36,3%, hipocitratúria em 30,3%, hiperexcreção de ácido úrico em 20,8%, volume urinário baixo em 16,1%, hiperoxalúria em 11,1%, infecção do trato urinário em 10,9%, Tabela 1. Alterações metabólicas encontradas. Alteração metabólica N % Hipercalciúria Hipocitratúria Hiperuricosúria Volume urinário baixo Hiperoxalúria Infecção do trato urinário Hiperparatireoidismo Acidose tubular renal Cistinúria Sem alteração detectada 209 175 120 93 17 63 18 6 6 17 36,3 30,3 20,8 16,1 11,1 10,9 3,1 1,0 1,0 2,9 Total 724 198 Investigação Metabólica de 578 Pacientes Com Litíase Urinária no Oeste do Paraná Tabela 2. Alterações anatômicas encontradas em 12,1% dos pacientes litiásicos. Alteração anatômica N % Cisto renal Duplicação pielocalicial Rim único Estenose de junção ureteropélvica Rim atrófico Bexiga neurogênica Rotação renal Rim em ferradura Rim pélvico Rim espongiomedular 25 13 9 7 6 4 2 2 1 1 35,7 18,6 12,9 10,0 8,6 5,7 2,9 2,9 1,4 1,4 Total 70 100 hiperparatireoidismo em 3,1%, acidose tubular renal em 1,0% e cistinúria em 1,0% (tabela 1). Alterações anatômicas foram encontradas em 12,1%. Em 2,4% não foram encontradas quaisquer alterações. Dentre as alterações anatômicas encontradas (tabela 2), observamos 25 cistos renais (35,7%); 13 duplicações pielocalicial (18,6%); nove rins únicos (12,9%); sete estenoses de JUP (10,0%); seis rins atróficos (8,6%); quatro bexigas neurogênicas (5,7%); duas rotações renais (2,9%); um rim pélvico (1,4%); um rim em ferradura (1,4%) e um rim espongiomedular (1,4%). DISCUSSÃO A nefrolitíase é uma doença de alta prevalência e recorrência, sendo uma das doenças mais comuns do trato urinário.4 Alguns distúrbios metabólicos, como cistinúria, hiperparatireoidismo e hiperoxalúria, quando não diagnosticados e tratados, apresentam alto risco de evolução para insuficiência renal crônica.5 Em nosso estudo houve predomínio do sexo masculino (58,2%) e a idade média dos pacientes foi de 35,5 anos, dados concordantes com a literatura, que mostra maior incidência em adultos jovens do sexo masculino.6,7 Houve predomínio da raça branca (85%), que reflete a distribuição racial de nossa região, não permitindo afirmar que a incidência é maior nesta raça. Detectamos uma alteração causal em 97,6% dos pacientes. As alterações metabólicas mais freqüentes foram hipercalciúria (36,3%), hipocitratúria (30,3%) e hiperexcreção de ácido úrico (20,8%), como mostram outros trabalhos.4,7 Acreditamos que a dieta hiperprotéica e elevada em sódio em nossa região possa contribuir para estas alterações. A literatura mostra que quando ocorre um desbalanço entre os promotores da formação do cálculo e os seus inibidores o risco de nefrolitíase aumenta.7,8 A diminuição do volume urinário há muito tempo é considerada uma causa de litíase urinária.9 Nos países de clima quente, as perdas extra-renais e a baixa ingesta pode contribuir para formação de cálculos devido à desidratação. Neste estudo observamos volume urinário diminuído em 16,1% dos pacientes, inferiores aos 77% relatados em regiões de clima mais quente no Brasil.7 A hipercalciúria é responsável por mais de 50% dos distúrbios metabólicos em adultos e 53 a 75% em crianças.10,11 Resulta de mutações em genes envolvidos direta ou indiretamente com o transporte tubular renal de cálcio, dentre eles o CLCN5, CLCNKB e WNK quinase.12 Mutações no gene CLCN5, na chamada Doença de Dent, podem cursar com proteinúria de baixo peso molecular ou como uma complexa tubulopatia comprometendo o crescimento de crianças e hipercalciúria, podendo evoluir para nefrocalcinose e insuficiência renal. A relação beta2microglobulina/albumina serve de screening clínico para pesquisa de mutações no gene CLCN5.13-15 Há relato de boa resposta em reduzir a hipercalciúria com diuréticos tiazídicos na Doença de Dent.16 A hipercalciúria pode ocorrer associada à hipofosfatemia devido a mutações em proteínas cotransportadoras de fósforo/sódio, codificadas pelo gene NPT2a.17 A dieta rica em sódio é um fator a ser considerado na patogênese da hipercalciúria.18 Portanto, a etiologia é multifatorial. Neste estudo, a hipercalciúria foi o distúrbio metabólico prevalente observado em 36,3% dos pacientes. O teste de sobrecarga oral de cálcio não foi realizado de rotina, pois entendemos que esta classificação não traz grandes contribuições ao tratamento do paciente portador de hipercalciúria. A hipocitratúria é encontrada em cerca de 30% dos litiásicos.19 Neste estudo, observamos esta alteração em 30,3% dos distúrbios metabólicos, dado muito próximo ao relatado por outros autores. A hiperuricosúria é decorrente da alta ingesta de purinas ou elevada produção endógena. Baixa ingesta hídrica e pH urinário < 5,5 favorecem a precipitação do ácido úrico.20 Hiperuricosúria foi evidenciada em 20,8% dos distúrbios metabólicos dos nossos pacientes. A literatura nacional tem relatado hiperuricosúria variando desde 18% até 76%, provavelmente por diferentes critérios diagnósticos e alterações regionais climáticas e dietéticas.7 Recentes estudos têm mostrado clonagens de genes responsáveis por nefrolitíase por hiperuricosúria (cromossomo 10q21-q22).21 Mutações no gene responsável pela produção de uromodulina também têm sido implicadas com nefrolitíase por ácido úrico.22 Cistinúria é um erro inato do metabolismo de transmissão autossômica recessiva com alteração no transporte intestinal e tubular renal dos aminoácidos cistina, lisina, arginina e ornitina, e conseqüente aumen- J Bras Nefrol Volume XXVII - nº 4 - Dezembro de 2005 to da excreção urinária desses quatro aminoácidos. Em adultos ocorre em 1 a 2% dos casos investigados23 e em crianças pode chegar a 8%.24 A cistinúria é um distúrbio genético relacionado a três alelos mutantes I, II e III. Pode ser causada por mutações no cromossomo 2 ou 19.25 Mutações associadas à cistinúria foram descritas em dois genes: SLC3A1 (relacionada ao tipo I) e SLC7A9 (relacionada ao não-tipo I).26 Dello Strogolo e colaboradores propõem uma nova classificação: tipo A, devido a duas mutações no gene SLC3A1 (rBAT) localizado no cromossomo 2 (45,2% dos casos em sua casuística); tipo B, devido a duas mutações no gene SLC7A9 localizado no cromossomo 19 (53,2%); e um possível terceiro tipo AB (1,6%), com uma mutação em cada um dos genes mencionados acima.27 Em nosso estudo a cistinúria foi responsável por 1,0% dos pacientes investigados, que inclui adultos e crianças. A hiperoxalúria é um distúrbio raro, sendo encontrada em aproximadamente 1% dos indivíduos estudados,11,28 tendo sido pesquisada de rotina em nosso estudo somente nos últimos 153 pacientes avaliados. Encontramos uma incidência elevada de oxalúria secundária, provavelmente entérica, explicada pela elevada ingestão de oxalato na região, principalmente pelo hábito do consumo de erva mate no chimarrão, sendo somente um caso associado à doença inflamatória intestinal. Hiperoxalúria secundária é decorrente de aumento da síntese endógena que depende da ingesta de ascorbato e/ou aumento na absorção intestinal de oxalato.28 Hiperoxalúria primária é um distúrbio raro decorrente de mutações no gene AGXT29 (hiperoxalúria primária tipo 1) e mutações no gene GRHPR30 (hiperoxalúria primária tipo 2). Não diagnosticamos nenhum caso de hiperoxalúria primária nesta casuística. Xantinúria é um distúrbio genético raro com diminuição da atividade da xantina-desidrogenase, com hiperexcreção urinária de xantina e hipouricemia. Mutações no gene associado com a via metabólica do ácido úrico foram recentemente descritas.31 Não diagnosticamos nenhum caso de xantinúria neste trabalho. Este trabalho serviu de base para o conhecimento do perfil metabólico dos pacientes litiásicos em nossa região, confirmando dados da literatura das alterações metabólicas mais prevalentes, como hipercalciúria, hipocitratúria e a hiperuricosúria. Revisamos a literatura sobre aspectos moleculares e genéticos da nefrolitíase e acreditamos que o entendimento genético destes distúrbios possibiltará um futuro promissor com novas possibilidades de diagnóstico e tratamento clínico mais específico. 199 REFERÊNCIAS 1. Pearle MS. Prevention of nephrolithiasis. Curr Opin Nephrol Hypertens 2001;10(2):203-9. 2. Wilkinson H. Clinical investigation and management of patients with renal stones. Ann Clin Biochem 2001;38:180-7. 3. Sakuno MLD, Akimoto LS, Mereles EAL, Modenuti MI, Vieira AGM, DalCol SMD et al. Contribuição do laboratório de análises clínicas no diagnóstico metabólico da litíase renal. Ver Bras Anal Clin 1994;26(3):77-80. 4. Giugliani MCK. Avaliação metabólica na litíase renal, estudo de 100 pacientes [Tese de Mestrado]. Rio Grande do Sul: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1990. 5. Gambaro G, Favaro S, D’Angelo A. Risk for Renal Failure in Nephrolithiasis. Am J Kidney Dis 2001;37:233-43. 6. Robertson WG, Peacock M, Baker M, Marshall DH, Pearlman B, Speed R, et al. Studies on the prevalence and epidemiology of urinary stone disease in men in Leeds. Br J Urol 1983;55:595-8. 7. Ayusso LL, Schor N. Avaliação de pacientes com litíase renal em região de clima quente. Br J Nefrol 2001;23:205-12. 8. Tostes V, Cardoso LR. Recentes avanços em litíase urinária. Br J Nefrol 2001;23:166-73. 9. Frank M, De Vries A, Lazebnik J, Kochwa S. Epidemiological investigation of urolithiasis in Israel. J Urol 1959;81:497-502. 10. Levy FL, Adams-Huet B, Pak CYC. Ambulatory evaluation of nephrolithiasis: an update of a 1980 protocol. Am J Med 1995;98:50-8. 11. Del Valle E, Spivacow R, Zanchetta JR. Alteraciones metabólicas en 2612 pacientes con litiasis renal / Metabolic changes in 2612 patients with nephrolithiasis. Medicina (B. Aires) 1999;59(5):417-22. 12. Langman CB. The molecular basis of kidney stones. Curr Opin Pediatr 2004;16:188-93. 13. Carballo-Trujillo I, Garcia-Nieto V, Moya-Angeler FJ, AntonGamero M, Loris C, Mendez-Alvarez S et al. Novel truncating mutations in the CLC-5 chloride channel gene in patients with Dent’s disease. Nephrol Dial Transplant 2003;18:717-23. 14. Mo L, Xiong W, Qian T, Sun H, Wills NK. Coexpression of complementary Cdna fragments and restoration of chloridechannel function in a Dent’s disease mutation of CLC-5. Am J Physiol Cell Physiol 2003. 15. Moulin P, Igarashi T, Van der Smisen P, Cosyns JP, Verroust P, Thakker RV et al. Altered polarity and expresión of H+ATPase without ultrastructural changes in kidneys of Dent’s disease patients. Kidney Int 2003;63:1285-95. 16. Raja KA, Schurman S, D’Mello DG, Blowey D, Goodyer P, Why SV et al. Responsiveness of hypercalciuria to thiazide in Dent’s disease. J Am Soc Nephrol 2002;13:293338-44. 17. Prie D, Huart V, Bakouh N, Planelles G, Dellis O, Gerard B. Nephrolithiasis and osteoporosis associated with hypophosphatemia caused by mutations in the type 2a sodium-phosphate cotransporter. N Engl J Med 2002;347:983-91. 18. Pak CYC, Resnick MI. Medical therapy and new approaches to management of urolithiasis. Urol Clin North Am 2000;27:243-53. 200 Investigação Metabólica de 578 Pacientes Com Litíase Urinária no Oeste do Paraná 19. Pak CYC. Etiology and treatment of urolithiasis. Am J Kidney Dis 1991;18:624-37. 20. Low RK, Stoller ML. Uric acid related nephrolithiasis. Urol Clin North Am 1997;24:135-49. 21. Gianfrancesco F, Esposito T, Ombra MN, Forabosco P, Maninchedda G, Fattorini M. Identification of a novel gene and common variant assossiated with uric acid nephrolithiasis in a Sardinian genetic isolate. Am J Hum Genet 2003;72:147991. 22. Turner JJ, Satcey JM, Harding B, Kotanko P, Lhotta K, Pruig JG. Uroodulin mutations cause familial juvenile hyperucemic nephropathy. J Clin Endocrinol Metab 2003;1398-401. 23. Leusmann DB, Blaschke R, Schmandt W. Results of 5,035 stone analysis a contribution to epidemiology of urinary stone disease. Scand J Urol Nephrol 1990;24:205-10. 24. Miliner DS, Muphy ME. Urolithiasis in pediatric patients. Mayo Clin Proc 1993;68:241-8. 25. Wartenfeld R, Golomb E, Katz G, Bale SJ, Goldman B, Pras M et al. Molecular analysis of cystinuria in libyan jews. Exclusion of the SLC3A1 Gene and mapping of a new locus on 19q. Am J Hum Genet 1997;60:617-24. 26. Fjellstedt E, Harnevik L, Jeppsson J, Tiselius H, Soderkvist P, Denneberg T. Urinary excretion of total cystine and the dibasic amino acids arginine, lysine and ornithine in relation to genetic findings in patients with cystinuria treated with sulfhydril compounds. Urol Res 2003;31(6):417-25. 27. Dello Strologo L, Pras E, Pontesilli C, Beccia E, Ricci-Barbini V, de Sanctis L. Comparison between SLC3A1 and SLC7A9 cystinuria patients and carriers: a need for a new classification. Am Soc Nephrol 2002;13(10):2547-53. 28. Chai W, Liebman M, Kynast-Gales S, Massey L. Oxalate absorption and endogenous oxalate synthesis from ascorbate in calcium oxalate stone formers and non-stone formers. Am J Kidney Dis 2004;44(6):1060-9. 29. Santana A, Salido E, Torres A, Shapiro LJ. Primary hiperoxaluria type in the Canary Island: a conformational disease due to 1244T mutation in the P11L-containing alanine:glyoxylate aminotransferase. Proc Natl Acad USA 2003;100:7277-82. 30. Johnson AS, Rumsby G, Creegen D, Hulton SA. Primary hyperoxaluria type 2 in children. Pediatr Nephrol 2002;17:597-601. 31. Gok F, Ichidan K, Topaloglu R. Mutational analysis of the xanthine dehydrogenase gene in a Turkish family with autosomal recessive classical xanthinuria. Nephrol Dial Trnaplant 2003;18:2278-83.