DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL - APOSTILA

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DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL
•RETOCOLITE ULCERATIVA
•DOENÇA DE CROHN
•COLITES INDETERMINADAS
RETOCOLITE ULCERATIVA
Doença inflamatória crônica da mucosa limitada ao cólon
Caracteristicamente envolve o reto e pode se
extender
simetricamente por todo o cólon
20% terão pancolite
Etiologia indeterminada
EPIDEMIOLOGIA
idade
Incidência 2-6/100.000/ano - EUA
Prevalência 50-80/100.000 – EUA
Faixa etária preferencial de 20 a 40 anos,
pode ocorrer em qualquer
Mais freqüente em mulheres
No Brasil, aumento da incidência
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•A principal manifestação é diarréia com sangue. Conforme a
gravidade da doença, o número de evacuações varia de menos de
5 episódios diários até 10 ou 20 e o volume de sangue pode ser
variável, causando ou não sintomas pela conseqüente anemia.
•A consistência das fezes varia de completamente líquidas
até parcialmente formadas.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•Pode ocorrer febre, mal-estar geral, fraqueza, cólicas e dores
abdominais difusas. Junto às fezes pode ser observada a presença
de muco - uma espécie de catarro gelatinoso - e pus,
caracterizando uma diarréia chamada de disenteria. Necessidade
imediata ou urgência de evacuar, perda do controle esfincteriano
(incontinência) e dor evacuatória também ocorrem devido à
inflamação do reto.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•Quando a doença é intensa, podem ocorrer anemia, perda de
peso, edema (inchaço) nos pés e pernas, desnutrição e desidratação.
•Casos ditos fulminantes (2 a 4%) podem complicar-se por
uma dilatação gasosa aguda e irreversível - o Megacólon Tóxico com possibilidade de perfuração seguida de infecção abdominal
extensa, acompanhada de insuficiência circulatória e respiratória,
com alto risco de óbito.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•A Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI) é acompanhada,
em um quarto dos casos, por manifestações extra-intestinais, numa
repercussão de mecanismo também desconhecido.
•Podem ocorrer dor e inflamação nas juntas (artrites),
alterações da pele (Eritema Nodoso, Pioderma Gangrenoso),
inflamações oculares, inflamação e endurecimento dos canais
biliares (Colangite Esclerosante), tromboses e embolias
(obstruções) dos vasos sangüíneos.
Manifestações extra-intestinais
–
–
–
–
•Musculo-esqueléticas
Artropatia periférica
Espondilite anquilosante
Sacroileíte
Osteoporose
•Dermatológicas
– Eritema nodoso
– Pioderma gangrenoso
•Oftalmológicas
– Uveite
– Episclerite
–
–
–
–
•Hematológicas
Anemia
Trombocitose
Leucopenia
Disturbios da coagulação
•Nefrológicas
– Nefrolitíase
– Uropatia obstrutiva
– Glomerulonefrite
•Cardiovasculares
•Pulmonares
– Alveolite fibrosante
– Vasculite pulmonar
– Dça granulomatosa
•Neurológicas
•Pancreáticas
•Hepatobiliares
Manifestações extra-intestinais
Pele: eritema nodoso e pioderma gangrenoso
Boca: aftas
Olhos: uveíte , episclerite
Articulações: artrites, sacroileíte
Fígado: colangite esclerosante
PIODERMA GANGRENOSO
PIODERMA GANGRENOSO
PIODERMA GANGRENOSO
PIODERMA GANGRENOSO
PIODERMA GANGRENOSO
PIODERMA GANGRENOSO
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
ERITEMA NODOSO
ERITEMA NODOSO
MANIF. OCULARES
MANIF. OCULARES
AFTAS
Avaliação de gravidade
Leve: menos do que 4 evacuações por dia, sem sinais de toxicidade
Moderada: mais do que 4 evacuações por dia e sinais de toxicidade
mínima
Grave: mais do que 6 evacuações por dia com febre, taquicardia,
anemia e elevação das provas de atividade inflamatória
Diagnóstico diferencial
Doença de Crohn de cólon;
Enterocolite infecciosa;
Colite isquêmica, actínica, por drogas, microscópica e colagenosa;
Neoplasia de cólon, doença diverticular, úlcera retal solitária;
Síndrome do intestino irritável.
Diagnóstico
História e exame físico
Exames de fezes
Colonoscopia/ retossigmoidoscopia
Radiologia
Histologia
Características endoscópicas:
Retocolite ulcerativa
•Reto envolvido
•Lesão padrão contínuo
•Perda do padrão vascular
•Eritema difuso
•Granularidade da mucosa
•Não ocorrem fístulas
•Íleo terminal preservado
COLONOSCOPIA
RADIOGRAFIA ABDOME
ENEMA OPACO
HISTOLOGIA
HISTOLOGIA
ANATOMOPATOLÓGICO
ANATOMOPATOLÓGICO
ANATOMOPATOLÓGICO
ANATOMOPATOLÓGICO
Determinação laboratorial de atividade inflamatória
•Hemograma
•Contagem de plaquetas
•VHS
•Proteína C reativa
•Lactoferrina
•Calprotectina
TRATAMENTO
Remissão
Manutenção
Tratamento tópico
Tratamento das formas graves
TRATAMENTO
Objetivos :
1. Induzir remissão
2. Manter remissão
Tratamento medicamentoso:
aminosalicilatos (5ASA),
corticóides e
imunossupressores
Tratamento cirúrgico
Terapia nutricional
TRATAMENTO CLÍNICO
Sulfassalazina (AMINOSALICILATOS)
Toxicidade dose-dependente: náusea, anorexia , cefaléia, def.
folato, alopécia
Toxicidade dose-independente: infertilidade masculina, rash
cutâneo, anemia hemolítica, hepatite, pancreatite, agranulocitose
TRATAMENTO CLÍNICO
•Mesalazina ( AMINOSALICILATO)
•
•
•
•
Comprimido com cobertura entérica
Cápsulas com liberação programada
Ação tópica
Pró-droga
TRATAMENTO CLÍNICO
CORTICÓIDES:
Prednisona
Hidrocortisona /metilprednisolona
Enema de hidrocortisona, espuma de cortisona
Budesonida oral ou retal
TRATAMENTO CLÍNICO
IMUNOSSUPRESSORES:
Azatioprina e 6-mercaptopurina
Efeitos adversos: náusea,
pancreatite, hepatite, mielossupressão
febre,
artralgias,
Ciclosporina
Efeitos adversos: náusea, anorexia, convulsões,
insuficiência renal, infecções oportunistas
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Agudização grave sem resposta ao tratamento medicamentoso,
Complicações agudas,
Doença crônica refratária, com piora da qualidade de vida,
Displasia.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
•Proctocolectomia total com bolsa ileal com ou sem ileostomia de
proteção.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
PROGNÓSTICO
RASTREAMENTO DO CÂNCER INTESTINAL:
Colonoscopia anual após 8 a 10 anos de doença
Risco de câncer cólon aumenta 1% ao ano após 10 anos de doença
extensa
Risco aumenta 1% após 30 anos de doença distal
PROGNÓSTICO
Expectativa de vida igual à da população em geral;
80% doença crônica são recidivantes;
15% colite crônica com indicação de colectomia;
5% com indicação de colectomia na primeira crise.
OSTOMIZADOS
TERAPIA NUTRICINAL
•Na sequência – com Doença de Crohn !!!
DOENÇA DE CROHN
DOENÇA DE CROHN
O QUE É?
•A doença de Crohn é uma doença inflamatória crônica que
afeta inicialmente o trato gastrointestinal podendo atingir desde a
boca até o ânus.
•A maioria dos pacientes acometidos tem idade jovem (antes
dos 40 anos).
•Acomete homens e mulheres com igual freqüência.
•Ocorre mais freqüentemente em uma determinada família
de forma que em cerca de 20% dos casos é possível encontrar
um parente afetado.
DOENÇA DE CROHN
•Tem causa ainda desconhecida. Nenhum agente infeccioso
ou alimento parece diretamente envolvido na causa da doença.
•É uma doença crônica, ocorre com variados graus de
intensidade e acomete seus portadores com caráter recidivante,
isto é: períodos de remissão intercalam-se com períodos de
atividade da doença.
•Os locais mais freqüentemente acometidos são o íleo
(intestino delgado) na sua porção mais terminal, e o cólon
(intestino grosso).
ANATOMIA E PATOLOGIA
Inflamação crônica
segmento do trato digestivo
transmural
que
pode
acometer
qualquer
Distribuição assimétrica , segmentar
Complicada por fístulas e/ou obstrução
DOENÇA DE CROHN
ANATOMIA E PATOLOGIA
Colite somente=15 a 20%
Intestino delgado= 80%
Perianal e peri-retal/ reto poupado
Histopatologia: granuloma não caseoso
patognomônico= 40 a 50%
dos casos
EPIDEMIOLOGIA
Incidência = 5/100.000/ano
Prevalência=50/10.000
Doença de adultos jovens, 15 a 30 anos mas pode ocorrer em todas
as faixas etárias
APRESENTAÇÕES
Inflamatória
Obstrutiva
Fistulizante
Extra-intestinal: cutânea, oral , ocular,articular e hepatobiliar
Outras: malabsorção , amiloidose, tromboembolismo
DOENÇA DE CROHN
QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS?
•Os sintomas da doença de Crohn dependem fundamentalmente:
– localização e extensão da doença,
– natureza da manifestação (se de inflamação, estenose ou de
fístula),
– ocorrência de complicações,
– gravidade com a qual ela atinge o órgão.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•A diarréia crônica é o principal sintoma. Produtos patológicos
presentes nas fezes tais como sangue e muco (catarro) também sugerem o
diagnóstico.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
MANIFESTAÇÃO CRÔNICA
•Dor abdominal pode estar presente.
– A dor abdominal recorrente localizada no lado direito baixo do
abdome em pacientes com história de diarréia ou emagrecimento
é sugestiva de ileíte de Crohn.
– Uma parcela pequena de pacientes com doença de Crohn de
localização ileocecal foi submetida a apendicectomia nãoterapêutica devido à suspeita de apendicite aguda.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•Emagrecimento e fraqueza estão presentes nas formas mais graves ou
mais extensas.
•Vômitos e distensão abdominal predominam quando a lesão tende a
acometer intensamente o intestino determinando seu fechamento (estenose)
parcial ou total.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•Fístulas - são trajetos ou comunicações entre o interior do órgão
acometido pela doença e outros órgãos normais (como outras porções do
intestino, a bexiga e a vagina), a parede abdominal (determinando o
aparecimento de orifícios fistulosos na pele da região abdominal com
drenagem de material intestinal ou fecal).
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•A febre em pacientes com doença de Crohn é um sinal de
alarme e deve orientar para o diagnóstico de uma complicação.
•Sintomas anais tais como dor, sangramento e drenagem de
pus podem ocorrer e refletem a localização anorretal do processo
inflamatório. Por vezes são intensos causando extrema
incapacidade e necessidade de internação para melhora clínica.
DOENÇA PERI-ANAL
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
Manifestações extra-intestinais:
•Podem ocorrer em até metade dos pacientes;
•Na maioria das vezes essas manifestações estão
relacionadas a atividade da doença em sua localização primária;
•Artrites e dores articulares, lesões dolorosas na pele dos
membros superiores e inferiores, lombalgias e manifestações
oculares podem atingir pacientes com doença de Crohn.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•Manifestação extra-colônica:
– Gangrena de pele
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•Manifestação extra-colônica:
– Aftas
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•Manifestação extra-colônica:
– Pioderma gangrenoso
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
•Manifestação extra-colônica:
– Eritema nodoso
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Retocolite ulcerativa
Enterocolite infecciosa
Apendicite/ abscesso periapendicular
Diverticulite cecal
Tuberculose intestinal
Linfoma
Doenças ovarianas/gravidez ectópica
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
História
Exame físico
Exames de fezes
Provas de atividade inflamatória
Colonoscopia com biópsia
Trânsito de delgado ou enema opaco
TC=avaliação de fístulas e abscessos
COLONOSCOPIA
Doença de Crohn
•Reto geralmente poupado
•Lesões salteadas
•Úlceras aftosas
•Padrão “pedra de calçamento”
•Úlceras lineares ou serpiginosas
•Fístulas
•Ulceração do íleo terminal
COLONOSCOPIA
COLONOSCOPIA
HISTOLOGIA
ANATOMOTOLÓGICO
ENEMA OPACO
ENEMA OPACO
MARCADORES SOROLÓGICOS
GENÉTICA
•Cromossoma 16
AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE
Leve a moderada
Moderada a grave
Grave fulminante
Índices de Atividade ( CDAI)
TRATAMENTO
•Aminossalicilatos:
– No Brasil, os principais, mais disponíveis e custeados pelo
Sistema Único de Saúde são a sulfasalazina e a mesalazina.
– São empregados como terapia inicial para a obter a remissão dos
sintomas e também em casos selecionados, com o objetivo de
prevenir a recidiva.
TRATAMENTO
•Costicosteróides:
– Empregados nos casos com atividade moderada ou grave.
– Extremamente eficazes porém devem ser o mais precocemente
possível descontinuados devido a efeitos colaterais
(imunossupressão, diabetes e osteoporose entre outros).
TRATAMENTO
•Imunossupressores:
– O mais utilizado é a azatioprina.
– Empregada principalmente nos casos de refratariedade ou
intolerância à corticoterapia bem como nos casos de
corticodependência
TRATAMENTO
•Antibióticos:
– Metronidazol e o ciprofloxacin são utilizados em associação
nos casos com atividade moderada
– Usados de forma prolongada, se boa resposta, nos casos de
localização anorretal.
TRATAMENTO
•Anticorpos:
– O infliximab (Remicade®) está indicado para os casos:
• Fístulas abdominais ou anorretais na ausência de resposta à
corticoterapia/antibioticoterapia
• Terapia imunossupressora
• Na ausência de obstrução e abscesso com resultados variáveis
• Quando a cirurgia não está considerada.
TRATAMENTO
QUANDO É NECESSÁRIO OPERAR?
•A
ocorrência de complicação é a principal indicação do tratamento
cirúrgico:
– a obstrução intestinal,
– a perfuração com abdome agudo,
– a ocorrência de fistulas,
– o sangramento grave e
– os sintomas de intratabilidade clínica persistente (dor,
emagrecimento, desnutrição, diarréia, anemia e infecção
perineal).
TRAMENTO CIRÚRGICO
70% vão ter indicação em algum momento de sua evolução
Recorrência pós-cirúrgica
TRATAMENTO CIRÚRGICO
TRATAMENTO
QUANDO É NECESSÁRIO UTILIZAR ESTOMAS?
•Os pacientes com doença de Crohn que correm risco de um dia virem
a necessitar da realização de uma derivação intestinal definitiva (colostomia
ou ileostomia) são os portadores de colites graves que atingem o reto e os
portadores de manifestações ano-reto-perineais graves.
•Derivações temporárias podem sempre ser utilizadas como recurso
técnico necessário a proteger uma operação delicada, nas situações de
operação de urgência e nas complicações pós-operatórias.
•As derivações definitivas somente são
circunstância e sempre beneficiam o paciente.
utilizadas
em
última
PROGNÓSTICO
70% farão cirurgia
Predisposição para neoplasia de delgado e cólon
Colonoscopia anual recomendada nas colites granulomatosas
PROGNÓSTICO
DOENÇA DE CROHN AUMENTA O RISCO DE SE TER CÂNCER DO INTESTINO?
•SIM.
•Quando consideramos um grande conjunto de pacientes com doença de Crohn e
medimos qual o risco de se desenvolver câncer de intestino quando comparamos a uma
população sem doença de Crohn, dizemos que este risco está levemente aumentado.
•No entanto ele se encontra significativamente aumentado para aqueles pacientes
com doença de Crohn:
– com antecedente familiar de câncer do intestino;
– com uma ou mais estenoses no intestino grosso como resultado da presença de uma colite grave;
– na forma de colite com mais de dez anos de evolução.
•Nessas situações, indica-se a operação para remover estenose quando presente e
inicia-se a vigilância empregando-se a colonoscopia a ser realizada anualmente ou
bienalmente.
DIETA
DIETA
•A dieta para portadores da Doença de Crohn deve ter alto teor calóricoproteico e ser restrita em resíduos (fibras).
•Dietas ricas em fibras podem causar obstrução dos segmentos intestinais
afetados.
•O paciente pode alimentar-se melhor quando a dieta é dividida em 6
refeições durante o dia e à noite e se lhe for oferecida alguma escolha.
•Em crianças e adolescentes, as vezes é necessário um maior cuidado no
suporte nutricional, oferecendo uma suplementação calórica noturna por sonda
nasogástrica, para evitar problemas de crescimento.
DIETA
•Condimentos e líquidos frios não são bem tolerados e devem ser
excluídos da alimentação.
•Deve-se prescrever suplementos vitamínicos. Vitaminas K e B12, e
possivelmente o ferro, devem ser dados como medicações parenterais (pela
veia), já que não são absorvidas adequadamente pelo trato intestinal
DIETA
•Pacientes gravemente enfermos são tratados com nutrição parenteral
por 10 dias a 2 semanas, poupando assim o intestino.
DIETA
•No caso de esteatorréia (diarréia com presença de gorduras, com fezes de
cor amarelada), as gorduras devem ser restringidas da dieta
•Se está presente uma deficiência de lactose, deve-se prescrever uma
dieta livre ou limitada de lactose. Nesse caso será restringido o uso de leite e
derivados, conforme a gravidade da deficiência.
DIETA
ALIMENTOS RESTRINGIDOS
-
feijão;
verduras
cruas;
mamão,
pêra,
laranja,
ameixa;
leite,
iogurte,
queijos;
mel;
aveia;
carne
de
porco,
lingüiça,
salsicha;
carnes
gordas,
banha;
biscoitos
amanteigados,
doces
folhados,
chocolate;
frituras,
gratinados,
preparações
sauté,
maionese;
pratos
prontos,
industrializados;
- manteiga, margarina, creme de leite.
DIETA
ALIMENTOS PERMITIDOS
chuchu,
- abobrinha;
carnes
legumes
ovo
banana
mandioquinha,
batata,
arroz;
purês;
magras;
cozidos;
cozido;
gelatina;
maçã;
maçã;
cenoura;
DIETA
•COMPLEMENTOS
TERAPIA NUTRICIONAL
TERAPIA NUTRICIONAL
•A
desnutrição e a má-absorção de alimentos são os principais
problemas nutricionais dos pacientes com DII e os primeiros sinais visíveis
dessa deficiência nutricional são o déficit de estatura e o atraso do
desenvolvimento puberal observados em aproximadamente 35% dos
pacientes com doença de Crohn e entre 6 a 12% dos pacientes com colite
ulcerativa4
TERAPIA NUTRICIONAL
O tratamento da DII é medicamentoso, nutricional e cirúrgico.
A terapia nutricional tem como principais objetivos:
•corrigir o déficit nutricional,
•acelerar o crescimento pôndero-estatural,
•reduzir a atividade inflamatória.
TERAPIA NUTRICIONAL
Aspectos nutricionais apontados como fatores
causais das DII
•Não existem evidências de que a dieta tenha influência significativa na causa da DII, porém estudos
epidemiológicos têm revelado possíveis associações.
•A literatura aponta o alto consumo de margarina e de açúcar refinado como fator potencializador do
risco aumentado para doença de Crohn, assim como o alto consumo de gorduras mono e polinsaturadas e de
vitamina B6 - que pode aumentar o risco de desenvolvimento de colite ulcerativa.
•Em estudo realizado no Japão em 1996, Shoda et al mostraram que o aumento da incidência de
doença de Crohn naquela população racialmente homogênea estava fortemente relacionada a alta ingestão
diária de proteína animal e gorduras animais, especialmente os ácidos graxos w-6.
•Outros estudos apontam a falta de fibra alimentar como causa do aumento das taxas de DII entre a
população pediátrica.
•Por outro lado, o consumo diário de frutas e verduras, assim como o aleitamento materno parecem
ter efeito protetor contra o aparecimento da DII.
TERAPIA NUTRICIONAL
Conseqüências nutricionais da DII
•A desnutrição, caracterizada pela perda de peso, déficit de estatura e
depleção de micronutrientes são conseqüências nutricionais relevantes na faixa
etária pediátrica.
•No momento do diagnóstico, 85% dos pacientes com doença de Crohn e
65% dos pacientes com colite ulcerativa apresentam baixo peso.
•Muitos fatores contribuem para a desnutrição, mas o principal é a ingestão
energética insuficiente.
•Anorexia, dor abdominal, náuseas e vômitos, aumento das necessidades
energéticas, má-absorção, interações droga-nutriente e aumento das perdas
protéicas e de micronutrientes através da mucosa inflamada são fatores
determinantes para evolução da desnutrição e déficit de crescimento nas crianças
com DII.
TERAPIA NUTRICIONAL
•Deficiências de vitaminas e minerais:
• Minerais:
– ferro (devido à baixa ingestão e aumento das perdas intestinais)
– cálcio (freqüentemente associada à hipoalbuminemia).
• Vitaminas hidrossolúveis:
– ácido fólico
– vitamina B12
• Vitaminas lipossolúveis:
– vitamina D
TERAPIA NUTRICIONAL
Necessidades Nutricionais
•As necessidades energéticas e protéicas do paciente com DII são muito
variáveis e dependem, fundamentalmente, do gasto energético basal e do
catabolismo de cada paciente.
•Outros fatores como tipo, localização e gravidade da doença, além da
presença de ressecções e uso de medicamentos, também influenciam nas
recomendações nutricionais desses pacientes.
•A adequação do valor energético da dieta é essencial para prevenir ou
reverter a desnutrição e o déficit de estatura.
TERAPIA NUTRICIONAL
•As recomendações de energia do RDA, 89 em Kcal/Kg de peso ideal/dia
podem ser aplicadas.
•No entanto, muitos estudos mostram que um mínimo de 70-85 Kcal/Kg/dia
(aproximadamente 2000-2200 Kcal para meninas e 2400-2600 Kcal para meninos)
são necessárias para garantir o crescimento linear das crianças
TERAPIA NUTRICIONAL
•FERRO: devido ao aumento das perdas intestinais, absorção
reduzida e diminuição da ingestão, a recomendação de ferro é
dificilmente atingida somente com a alimentação. Por esse motivo,
recomenda-se suplementação na dose de 5mg/Kg/dia.
•CÁLCIO: deficiência de cálcio parece estar associada ao uso
contínuo de corticóides e também a possível eliminação de produtos
lácteos da dieta, seja por intolerância à lactose ou alergia às proteínas
do leite.
TERAPIA NUTRICIONAL
Dieta via oral - Considerações gerais:
•Muitos pacientes com DII evitam certos alimentos por apresentarem
diarréia e flatulência após ingeri-los ou porque foram aconselhados a evitá-los.
•Estudos atuais indicam que os pacientes com DII devem ser encorajados a
manter uma dieta semelhante à dieta de um indivíduo saudável, com exceção de
quatro situações específicas:
– intolerância à lactose,
– presença de bridas no trato gastrointestinal,
– esteatorréia e
– extensa ressecção intestinal.
TERAPIA NUTRICIONAL
•Na intolerância à lactose, leite e derivados devem ser retirados da dieta.
•Na presença de bridas no trato gastrointestinal, uma dieta pobre em
resíduos pode evitar obstruções intestinais,
•No caso de esteatorréia e ressecção intestinal, a dieta hipogordurosa deve
ser recomendada.
•A intolerância individual a determinados alimentos só ficará comprovada se
os sintomas aparecerem entre 12 e 24 horas após a ingestão do alimento por pelo
menos três vezes. Só então, o alimento em questão deve ser retirado da
alimentação habitual do paciente.
TERAPIA NUTRICIONAL
Nutrição Enteral:
•Existem três indicações gerais para a nutrição enteral em pacientes com
DII:
– terapia adjunta para corrigir ou evitar a desnutrição;
– terapia primária para a doença de Crohn em atividade,
– suporte nutricional a longo prazo para pacientes com síndrome do
intestino curto.
TERAPIA NUTRICIONAL
•Os mecanismos de ação da nutrição enteral no tratamento da doença de
Crohn em atividade, de acordo com Sdepanian (2003) incluem:
– alteração da microflora intestinal,
– eliminação do antígeno da dieta,
– diminuição da síntese de mediadores inflamatórios por
modificação da composição de gordura da dieta,
– oferta adequada de micronutrientes para a mucosa lesada.
TERAPIA NUTRICIONAL
•A importância da composição da fórmula enteral é controversa e
o motivo pelo qual a dieta elementar induziria remissão nos pacientes
com DII ainda não está bem esclarecido pela literatura.
– Uma possibilidade é a diminuição da estimulação imunológica do
intestino por diminuição da carga antigênica.
– Ou, dietas elementares acarretam um certo grau de repouso intestinal,
especialmente do íleo distal, pois a maioria dos componentes é
absorvida proximalmente.
TERAPIA NUTRICIONAL
Entre as vantagens da nutrição enteral estão:
– facilidade de administração e monitoração,
– custo consideravelmente menor que nutrição parenteral
– possibilidade de administrar os nutrientes aos enterócitos de forma
direta, o que evita, pelo menos experimentalmente, a atrofia da mucosa
intestinal.
As desvantagens incluem:
– sabor desagradável quando administrada por via oral
– tolerância variável das crianças à sonda nasogástrica.
TERAPIA NUTRICIONAL
Nutrição Parenteral:
•Não há evidências de que a nutrição parenteral total seja mais
eficaz do que a nutrição enteral no tratamento da doença inflamatória
ativa.
•Apesar das vantagens de se assegurar oferta energética e
absorção completa de todos os nutrientes essenciais, sabe-se que o
repouso intestinal prolongado provoca atrofia da mucosa.
•Portanto, a introdução de pequenas porções de dieta enteral
deve ser indicada logo que possível.
TERAPIA NUTRICIONAL
•A nutrição parenteral tem sido utilizada em pacientes gravemente
desnutridos ou que precisam de cirurgia e tem demonstrado bons resultados no
controle da doença em pacientes com doença de Crohn em atividade.
•Desvantagens na administração intravenosa da dieta.
–
–
–
–
–
risco de infecção ou obstrução do catéter,
desidratação,
necessidade de exames laboratoriais freqüentes,
alto custo
necessidade de infra-estrutura para manejo adequado.
•A nutrição parenteral domiciliar pode ser útil, pois permite que o paciente
retome suas atividades normais com restrições mínimas apenas para proteção do
acesso central.
TERAPIA NUTRICIONAL
Ácidos Graxos Polinsaturados (w-3 e w-6)
•Observações epidemiológicas sobre a incidência muito baixa de DII em
esquimós e ingestão de grande quantidade de ácidos graxos w-3 por essa
população, além da baixa taxa de mortalidade por doença de Crohn na população
oriental, fundamentam o tratamento lipídico na DII.
•Nessas populações, observa-se grande ingestão de ácidos graxos w-3,
encontrado nos óleos de peixe. Esses ácidos graxos polinsaturados têm ação antiinflamatória pela capacidade de reduzir os níveis de mediadores pró-inflamatórios
como o tromboxano A2 ,o ácido araquidônico e os leucotrienos, substâncias que
se encontram elevadas nos pacientes com DII.
TERAPIA NUTRICIONAL
•Já a dieta da população ocidental é geralmente mais rica em ácidos graxos
w-6 do que em w-3. Os ácidos graxos w-6 são encontrados nas gorduras animais
e além de fornecerem energia, são precursores dos mediadores inflamatórios que
também se encontram aumentados nos pacientes com DII.
•Durante o metabolismo, os ácidos graxos w-3 provenientes da dieta são
incorporados à membrana fosfolipídica das células e competem com os ácidos
graxos w-6 pela atividade das ciclo-oxigenases e lipo-oxigenases, resultando em
diminuição da produção dos mediadores pró-inflamatórios.
TERAPIA NUTRICIONAL
•Hawthorne et al (1992) realizaram um estudo randomizado controlado por
placebo, com tratamento à base de óleo de peixe em 96 pacientes com colite
ulcerativa em diferentes estágios de atividade clínica, por 1 ano. Nos pacientes
com doença ativa, observou-se redução na inflamação. Porém, o óleo de peixe
não impediu uma recidiva clínica nos pacientes que foram inscritos no estudo
durante a fase de remissão da doença.
•A suplementação com ácidos graxos w-3 parece promover melhora clínica
moderada nos pacientes com DII, no entanto, o potencial terapêutico desses
lipídios ainda precisa ser melhor estudado.
TERAPIA NUTRICIONAL
Ácidos graxos de cadeia curta
•Os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) são produzidos no cólon pela fermentação
anaeróbica de carboidratos.
•O acetato, o propionato e o butirato são os AGCC produzidos em maior quantidade pela
fermentação.
•São compostos hidrossolúveis que rapidamente são absorvidos pelas células da mucosa
colônica e utilizados como fonte de energia.
•Além disso, os AGCC estimulam absorção colônica de sódio e água e também a
proliferação de células no cólon.
•Em modelos experimentais de colite ulcerativa, suplementação diária de butirato teve
efeito anti-inflamatório e acelerou a recuperação da mucosa.
•A adição de AGCC às fórmulas de nutrição parenteral parece inibir a atrofia da mucosa,
no entanto, o uso desses lipídios no tratamento de pacientes com colite ulcerativa ainda deve ser
mais investigado.
TERAPIA NUTRICIONAL
Glutamina:
•A glutamina é um aminoácido não-essencial que participa de processos
metabólicos importantes, tais como: síntese de proteínas, gliconeogênese, homeostase
ácido-base e biossíntese de ácidos nucléicos.
•Também é utilizada como importante substrato pelas células da mucosa intestinal
(enterócitos) e células imunológicas (linfócitos). Por essa razão, em estados catabólicos,
esse aminoácido torna-se condicionalmente essencial.
•Em estudos com animais, a glutamina adicionada às fórmulas de nutrição parenteral
atenua atrofia da mucosa do intestino delgado e do cólon, diminui esteatose hepática e
melhora função e número de linfócitos intestinais.
•Além disso, aumenta a barreira de permeabilidade intestinal com conseqüente
diminuição da translocação bacteriana.
TERAPIA NUTRICIONAL
•Outro efeito esperado com a suplementação de glutamina é a
regulação dos níveis de glutationa no plasma e tecidos. A glutationa é um
dos principais antioxidantes corporais e a glutamina age como precursora
da glutationa que, em grandes quantidades, diminui a ação dos radicais
livres, responsáveis pela aceleração dos danos às células da mucosa
intestinal..
•Portanto, os efeitos benéficos da glutamina observados em diferentes
estados catabólicos ainda não foram comprovados em pacientes com DII o
que justifica a necessidade de maiores investigações sobre o efeito desse
aminoácido sobre a função intestinal em humanos.
ORIENTAÇÕES
•DICAS
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Não fume
Pratique atividade física no mínimo três vezes por semana
Evite a obesidade
Prefira legumes, verduras, frutas e grãos
Tome bastante água
Controle a ingesta de gordura animal
Combata o stress diariamente
Sempre examine o conteúdo do vaso sanitário após evacuar
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